Espiritismo Comparado
O CRISTIANISMO, A MULHER E O ESPIRITISMO*
O Cristianismo
surge na confluência do misticismo oriental, do messianismo judeu, do
pensamento grego e do Universalismo romano. O núcleo da Doutrina Cristã é a fé
num Deus revelado como Trindade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo, crença
comum a todas as grandes Igrejas cristãs. É uma religião monoteísta que coloca
em primeiro plano a comunhão com Deus, o Pai, por intermédio de Seu filho Jesus
Cristo, o Salvador da Humanidade.
O
Cristianismo, religião dos cristãos, está centrado na vida e obra de Jesus
Cristo. À semelhança de Sócrates, Cristo não deixou nada escrito. Seus
ensinamentos foram anotados pelos apóstolos e passaram, mais tarde, a
constituir os Evangelhos. A palavra Evangelho, no singular, representa a
unidade do pensamento de Jesus, ou seja, o alegre anúncio; no plural, a
diversidade da interpretação dos evangelistas: por isso dizemos o Evangelho
Segundo Mateus, Segundo Marcos, e assim por diante...
Jesus é
considerado por muitos como o maior revolucionário que surgiu na face da Terra.
Até à sua vinda a paisagem era desoladora: pais vendiam filhos, a mulher era
tratada como animal, a lei era do mais forte. Depois, os discípulos saíram
pregando a Sua doutrina e uma nova luz despontou para a Humanidade. O episódio
da mulher pega em adultério é digno de nota. A lei judaica mandava apedrejá-la.
Mas o Mestre, solicitado a opinar, diz: “Aquele que estiver sem pecado, que
atire a primeira pedra”. Conseqüência: todos largam as pedras e se vão.
A grande
contribuição dos ensinos de Cristo foi propor uma nova ordem social. Embora
monopólio das Igrejas, que lhe destituíram a pureza primitiva, não deixou de
auxiliar a humanidade. A frase “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo
como a si mesmo” é um convite para respeitar a todos, inclusive a própria
mulher. Hoje, temos o Espiritismo, que se expressa como o cristianismo
redivivo, ou seja, um libertador de consciências.
Movimentos
feministas têm reivindicado a liberdade da mulher. É preciso ponderar as
intenções: muitos preconizam sua masculinização, iludindo-a quanto às suas
verdadeiras obrigações no seio da sociedade. De acordo com o Espiritismo, o
homem e a mulher devem ter igualdade de direitos, porém desigualdade de
funções, em virtude de suas características físicas. Colocando-se como
imitadora e competidora do homem distorce a complementaridade natural e cria um
viés na responsabilidade social. Os Espíritos André Luiz e Emmanuel enaltecem,
também, o papel da mulher como âncora inspiradora do lar.
A mulher,
dentro da ótica espírita-cristã, terá maior liberdade e a sociedade muito
lucrará com isso.
*
Publicado no jornal Presença Espírita,
maio de 1996, pág. 2.
Fonte de Consulta
KARDEC, A. O Livro dos
Espíritos. 8. ed., São Paulo, FEESP, 1995.
ARTIGOS DE SÉRGIO BIAGI
GREGÓRIO
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