Céu inferno_079_2ª parte cap. VII -
Espíritos Endurecidos - Xumène
TEXTO PARA ESTUDO
Sob este nome, um Espírito se apresentou
espontaneamente ao médium habituado a esse gênero de comunicações, porque a sua
missão parecia ser a de assistir os Espíritos inferiores que lhe conduz o seu
guia espiritual, no duplo objetivo de sua própria instrução e de seu
adiantamento.
P. Quem sois? Este nome é de um homem ou de
uma mulher?
– R. Homem, e tão infeliz quanto possível.
Sofro todos os tormentos do inferno.
P. Se o inferno não existe, como pode
sentir-lhe os tormentos?
– R. Pergunta inútil.
– Se disso me dou conta, outros podem ter
necessidade de explicação.
– R. Com isto não me inquieto.
P. O egoísmo não está no número de causas
de vossos sofrimentos?
– R. Talvez.
P. Se quereis ser aliviado, começai por
repudiar os vossos maus pendores.
R. Não te inquietes com isso, não é teu
assunto; comece por orar por mim como pelos outros, ver-se-á depois.
– Se não me ajudais com o vosso
arrependimento, a prece será pouco eficaz.
– R. Se falas em lugar de orar, tu me
avançarás pouco.
P. Desejais, pois, avançar?
– R. Talvez; não se sabe. Vejamos se a
prece alivia os sofrimentos; é o essencial.
– Então, juntai-vos a mim com a vontade
firme de obter alívio.
– R. Vá sempre.
P. (Depois de uma prece do médium) Estais
satisfeito?
– R. Não como gostaria.
– Um remédio aplicado pela primeira vez não
pode curar imediatamente uma doença antiga.
– R. É possível.
– Quereis retornar?
– R. Sim, se me chamardes.
O guia do médium. Minha filha, terás
dificuldades com este Espírito endurecido, mas não haveria pouco mérito em
salvar aqueles que não estão perdidos. Coragem! Persevera, e conseguirás. Não
há tão culpados que não se possa conduzi-los pela persuasão e o exemplo, porque
os Espíritos mais perversos acabam por se emendar com o tempo; se não se
triunfa logo em seguida em conduzi-los aos bons sentimentos, é que, com
freqüência, é impossível, mas o trabalho que se toma não está perdido. As
idéias que se lançam neles, agitam-nos e fá-los refletir apesar deles; são
sementes que cedo ou tarde produzirão seus frutos. Não se derruba uma rocha com
o primeiro golpe de picareta.
O que te digo aí, minha filha, aplica-se
também aos encarnados, e deves compreender porque o Espiritismo, mesmo nos
crentes firmes, não faz imediatamente homens perfeitos. A crença é um primeiro
passo; a fé vem em seguida, e a transformação terá o seu turno; mas, para
muitos, ser-lhes-á necessário virem se retemperar no mundo dos Espíritos.
Entre os endurecidos, não há senão
Espíritos perversos e maus. O número é grande daqueles que, sem procurarem
fazer o mal, permanecem atrasados pelo orgulho, indiferença ou apatia. Eles não
são por isso menos infelizes, porque sofrem tanto mais de sua inércia quando
não têm por compensação as distrações do mundo; a perspectiva do infinito torna
a sua posição intolerável, e, entretanto, não têm nem a força, nem a vontade de
sair dela. São aqueles que na encarnação, conduzem existências desocupadas,
inúteis para si mesmos e para os outros, e que, frequentemente, acabam por se
suicidarem, sem motivos sérios, por desgosto da vida.
Esses Espíritos são, em geral, mais
difíceis para se conduzirem ao bem do que aqueles que são francamente maus,
porque, nestes últimos há energias; uma vez esclarecidos, são tão ardentes para
o bem quanto o foram para o mal. Serão necessárias, sem dúvida, aos outros,
muitas existências para progredirem sensivelmente; mas, pouco a pouco, vencidos
pelo tédio, como outros pelo sofrimento, procurarão uma distração numa ocupação
qualquer que, mais tarde, tornar-se-á, para eles, uma necessidade.
QUESTÕES PROPOSTAS PARA ESTUDO
1. Quais as características dos espíritos
endurecidos?
2. Qual a diferença entre se conduzir ao
bem um espírito mal e um espírito endurecido?
Conclusão:
1. Entre os endurecidos, não há senão
Espíritos perversos e maus. O número é grande daqueles que, sem procurarem
fazer o mal, permanecem atrasados pelo orgulho, indiferença ou apatia. Eles não
são por isso menos infelizes, porque sofrem tanto mais de sua inércia quando
não têm por compensação as distrações do mundo; a perspectiva do infinito torna
a sua posição intolerável, e, entretanto, não têm nem a força, nem a vontade de
sair dela. São aqueles que na encarnação, conduzem existências desocupadas,
inúteis para si mesmos e para os outros, e que, frequentemente, acabam por se
suicidarem, sem motivos sérios, por desgosto da vida.
2. Esses Espíritos são, em geral, mais
difíceis para se conduzirem ao bem do que aqueles que são francamente maus,
porque, nestes últimos há energias; uma vez esclarecidos, são tão ardentes para
o bem quanto o foram para o mal. Serão necessárias, sem dúvida, aos outros,
muitas existências para progredirem sensivelmente; mas, pouco a pouco, vencidos
pelo tédio, como outros pelo sofrimento, procurarão uma distração numa ocupação
qualquer que, mais tarde, tornar-se-á, para eles, uma necessidade.
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