(Espiritismo) - Nl08 15
Vampirismo Espiritual
Centro
Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo - CVDEE
Sala
de Estudos André Luiz
Livro em
estudo: Evolução em dois mundos (Editora FEB)
Autor:
Espírito André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira
Comentários:
Eurípides Kühl
Vampirismo espiritual (
I )
PARASITISMO NOS REINOS
INFERIORES
Comentando as ocorrências da obsessão
e do vampirismo no veículo fisiopsicossomático, é importante lembrar os
fenômenos do parasitismo nos reinos inferiores da Natureza.
Sem nos reportarmos às simbioses
fisiológicas, em que microrganismos se albergam no trato intestinal dos seus
hospedadores, apropriando-se-lhes dos sucos nutritivos, mas gerando substâncias
úteis à existência dos anfitriões, encontraremos a associação parasitária, no
domínio dos animais, à maneira de uma sociedade, na qual uma das partes, quase
sempre após insinuar-se com astúcia, criou para si mesma vantagens especiais,
com manifesto prejuízo para a outra, que passa, em seguida, à condição de
vítima.
Em semelhante desequilíbrio, as
vítimas se acomodam, por tempo indeterminado, à pressão externa dos verdugos;
contudo, em outras eventualidades, sofrem-lhes a intromissão direta na
intimidade dos próprios tecidos, em ocupação impertinente que, às vezes, se
degenera em conflito destruidor e, na maioria dos casos, se transforma num
acordo de tolerância, por necessidade de adaptação, perdurando até à morte dos
hospedeiros espoliados, chegando mesmo a originar os remanescentes das
agregações imensamente demoradas no tempo, interferindo nos princípios da
hereditariedade, como raízes do conquistador, a se entranharem nas células que
lhes padecem a invasão nos componentes protoplasmáticos, para além da geração
em que o consórcio parasitário começa.
Em razão disso, apreciando a situação
dos parasitas, perante os hospedadores, temo-los por ectoparasitas, quando
limitam a própria ação às zonas de superfície, e endoparasitas, quando se
alojam nas reentrâncias do corpo a que se impõem.
Não será lícito esquecer, porém, que
toda simbiose exploradora de longo curso, principalmente a que se verifica no
campo interno, resulta de adaptação progressiva entre o hospedador e o
parasita, os quais, não obstante reagindo um sobre o outro, lentamente
concordam na sociedade em que persistem, sem que o hospedador considere os
riscos e perdas a que se expõe, comprometendo não apenas a própria vida, mas a
existência da própria espécie.
Comentários:
Nos reinos inferiores da Natureza
(vegetais e animais) encontraremos o parasitismo, seja por simbiose fisiológica
(microrganismos hospedados no trato intestinal de hospedeiros) ou o caso de
animais que trazem hóspedes inoportunos encerrados na intimidade dos seus
tecidos, invasão essa que administram, por vezes conseguindo expulsá-los, ora
se submetendo, mas sempre padecendo conseqüências graves. O invasor está sempre
em vantagem e em qualquer caso, tal convivência é danosa ao hospedeiro. Mas o
risco é recíproco: compromete a vida do hospedeiro e este, vindo a morrer,
cessa o abastecimento do hóspede, que também morre. E aí pode até acontecer a
extinção das respectivas espécies.
No caso das plantas o parasitismo é de
superfície.
Nos animais os parasitas infiltram-se
nas partes internas da vítima. Exceções, raras, ficam por conta daqueles que se
alojam externamente (pulgas, carrapatos, etc).
TRANSFORMAÇÕES DOS
PARASITAS
Temos, assim, na larga escala dos
acontecimentos dessa ordem, os parasitas temporários, quais as sanguessugas e
quase todos os insetos hematófagos, que apenas transitoriamente visitam os hospedadores;
os ocasionais ou os pseudoparasitas, que sistematicamente não são parasitas,
mas que vampirizam outros animais, quando as situações do ambiente a isso os
conduzam; os permanentes de desenvolvimento direto, que dispõem de um hospedador exclusivo e a cuja
existência se encontram ajustados por laços indissolúveis, quase todos
relacionáveis entre os endoparasitas; os parasitas chamados heterogênicos, que
se fazem adultos, em ciclo biológico determinado, contando com um ou mais
hospedeiros intermediários, quando se encontram em período larval, para
atingirem a forma completa no hospedeiro definitivo; os hiperparasitas, que são
parasitas de outros parasitas.
Concluindo-se que o parasitismo, entre
os animais, não decorre de uma condição natural, mas sim de uma autêntica
adaptação deles a modo particular de comportamento, é justo admitir se inclinem
para novos característicos na espécie.
Assim é que o parasita, no regime de
adaptação a que se entrega, experimenta mutações de vulto a se lhe exprimirem
na forma, por reduções ou acentuações orgânicas, compreendendo-se, desse modo,
que o desaparecimento de certos órgãos de locomoção em parasitas fixados e a
conseqüente formação de órgãos necessários à estabilidade em que se harmonizam
devem ser analisados como fenômenos inerentes à simbiose injuriante, notando-se
nesses seres a facilidade de fecundação e a resistência vital, com a extrema
capacidade de encistamento, pela qual segregam recursos protetores e se isolam
dos fatores adversos do meio, como o frio ou o calor, tolerando vastos períodos
de abstenção de qualquer alimento, a exemplo do que ocorre com o percevejo do
leito, que consegue viver, mais de seis meses consecutivos, em completo
jejum.
Continuando a examinar as alterações
nos parasitas em atividade, assinalamos muitos platelmintos e anelídeos que, em
virtude do parasitismo, perderam os apêndices locomotores, substituindo-os por
ventosas ou ganchos.
Identificamos a degeneração do
aparelho digestivo em vários endoparasitas do campo intestinal e, por vezes, a
total extinção desse aparelho, como acontece a muitos cestóides e acantocéfalos
que, vivendo, de maneira invariável, na corrente abundante de sucos nutritivos
já elaborados no intestino de seus hospedadores, convertem os órgãos bucais em
órgãos de fixação, prescindindo de sistema intestinal próprio, de vez que
passam a realizar a nutrição respectiva por osmose, utilizando toda a
superfície do corpo.
De outras vezes, quando o parasita
costuma ingerir grande massa de sangue, demonstra desenvolvimento anormal do
intestino médio, que se transforma em bolsa volumosa a funcionar por depósito
de reserva, onde a assimilação se opera, vagarosa, para que esses animais, como
sejam as sanguessugas e os mosquitos, se sobreponham a longos jejuns eventuais.
Comentários:
Parasitas têm ação:
- temporária: sanguessugas, insetos
hematófagos, etc., que procedem a invasões periódicas;
- ocasional: não são parasitas
propriamente se falando, contudo em surgindo oportunidade agem como se o fossem
(morcegos, por ex.);
- permanente: alojam-se num hospedeiro
exclusivo ao qual se ajustam indissoluvelmente (caso de alguns vermes,
bactérias, etc.);
- heterogênica: parasitismo até o
hóspede se tornar adulto, usufruindo ora numa ora noutra vítima;
- hiperparasitismo: parasitas agindo
sobre outros parasitas...
Parasitas entre os animais, assim,
adaptam-se segundo o organismo que invadem e no qual se alojam. Considerando a multiplicidade
de espécies é de se concluir que parasitas sofrem incessantes mutações, muito
embora estejam infensos às eventuais
defesas do ambiente em que se encontram. Ausentes predadores ou ataques, já que
se alojam em zonas de difícil acesso, gozam de larga fecundidade e de
excepcionais condições de sobrevivência, tolerando largos períodos de frio ou
calor e até de jejum completo, após se locupletarem, modificando a própria
estrutura, para armazenarem grandes quantidades do que necessitam.
TRANSFORMAÇÕES DOS
HOSPEDEIROS
Todavia, se os parasitas podem acusar
expressivas transformações, à face do
novo regime de existência a que se afeiçoam, os resultados de tais
associações sobre o hospedeiro são mais profundos, porque os assaltantes, depois
de instalados, se multiplicam, ameaçadores, estabelecendo espoliações sobre as
províncias orgânicas da vítima, sugando-lhe a vitalidade, traumatizando-lhe os
tecidos, provocando lesões parciais ou totais ou estendendo ações tóxicas, como
a exaltação febril nas infecções, com que, algumas vezes, lhe apressam a morte.
Nessa movimentação perniciosa ou
letal, conseguem irritar as células ou destruí-las, obstruir cavidades, seja
nos intestinos ou nos vasos, embaraçar funções e obliterar glândulas
importantes, quais as glândulas genitais, que podem levar até à castração,
embora os recursos defensivos do hospedeiro sejam postos em evidência, criando
exércitos celulares de combate às infestações, expulsando os invasores por via
comum, ou neutralizando-lhes a penetração, pelas membranas fibrosas que os
envolvem, encistando-os a princípio, para aniquilá-los, depois, em pequeninos
invólucros calcificados, no interior dos tecidos.
E lembrando os efeitos de certos
parasitas heterogênicos, que se desenvolvem no hospedeiro intermediário para
alcançar a posição adulta no hospedeiro definitivo, bastará menção especial aos
tripanossomos que, em espécies várias, se multiplicam nos tecidos e líquidos
orgânicos, traçando aflitivos problemas da parasitologia humana, em complicadas
operações de transmissão, evolução e instalação no quadro fisiológico de suas
vítimas. Vale citar, dentre eles, o Trypanosoma cruzi que se hospeda,
habitualmente, no intestino médio de um triatoma ou de outro reduviídeo, onde
apresenta formas arredondadas em divisão para adquirir novamente a forma de
tripanossoma no intestino posterior do hemíptero que, vivendo à custa de
sangue, obtido por picada, vem a transmiti-lo pelas fezes, ao organismo humano,
no qual, geralmente, passa a residir, em forma endocelular, nos músculos, no
sistema nervoso, na medula dos ossos ou na intimidade de tecidos outros, aí se
difundindo, na medida das resistências que lhe ofereça o mundo orgânico, desempenhando
o papel de carrasco microscópico a perseguir e aniquilar populações
indefesas.
Comentários:
Ainda na área do parasitismo sobre
animais é observado que os parasitas lhes constituem grave ameaça, eis que se
multiplicam e com isso as vítimas, além da perda de vitalidade sofrem
traumatismo dos tecidos, lesões parciais ou totais, infecções _ não raro, a
morte.
Nessa verdadeira batalha há casos em
que o hospedeiro se arroja em defender seu patrimônio e consegue aniquilar e
expulsar os invasores.
Como caso crucial cita o Autor
espiritual o Trypanossoma cruzi*, germe que se hospeda num gênero de percevejo
do grupo dos barbeiros e depois, num quadro complicado de transmissão, evolução
e instalação irá infectar o ser humano, onde residirá até que este se aniquile.
* = Germe causador da doença
descoberta e estudada pelo cientista brasileiro Carlos Chagas (1879-1934), veiculada
por um inseto hemíptero (asas curtas), mais conhecido como barbeiro, sendo a
doença conhecida pelo nome de doença de Chagas. O nome cruzi é homenagem a
Oswaldo Cruz (1872-1917), pioneiro da medicina experimental no Brasil.
(continua)
QUESTÕES PARA ESTUDO
1 - Como se dá o parasitismo nos
reinos vegetal e animal?
2 - Quais as conseqüências que podem
resultar aos parasitas?
3 - E às suas vítimas?
4 - É possível ao hospedeiro expulsar
o parasita antes que este lhe cause algum dano?
5 - O que André Luiz denomina
"hospedeiro intermediário" e "hospedeiro definitivo"?
Vampirismo espiritual (II)
OBSESSÃO E VAMPIRISMO
Em processos diferentes, mas atendendo
aos mesmos princípios de simbiose prejudicial, encontramos os circuitos de
obsessão e de vampirismo entre encarnados e desencarnados, desde as eras
recuadas em que o espírito humano, iluminado pela razão, foi chamado pelos
princípios da Lei Divina a renunciar ao egoísmo e à crueldade, à ignorância e ao
crime.
Rebelando-se, no entanto, em grande
maioria, contra as sagradas convocações, e livres para escolher o próprio
caminho, as criaturas humanas desencarnadas, em alto número, começaram a
oprimir os companheiros da retaguarda, disputando afeições e riquezas que
ficavam na carne, ou tentando empreitadas de vingança e delinqüência, quando
sofriam o processo liberatório da desencarnação em circunstâncias delituosas.
As vítimas de homicídio e violência,
brutalidade manifesta ou perseguição disfarçada, fora do vaso físico, entram na
faixa mental dos ofensores, conhecendo-lhes a enormidade das faltas ocultas, e,
ao invés do perdão, com que se exonerariam da cadeia de trevas, empenham-se em
vinditas atrozes, retribuindo golpe a golpe e mal por mal.
Outros desencarnados, exigindo que
Deus lhes providencie solução aos caprichos pueris e proclamando-se
inabilitados para o resgate do preço devido à evolução que lhes é necessária,
tornam-se madraços e gozadores, e, alegando a suposta impossibilidade de a
Sabedoria Divina dirimir os padecimentos dos homens, pelos próprios homens
criados, fogem, acovardados e preguiçosos, aos deveres e serviços que lhes
competem.
Comentários:
Após os prolongados estágios nos
reinos inferiores os espíritos, pela Lei do Progresso são promovidos com
ingresso na Humanidade. Chegam trazendo bagagem suficiente para saber o
desconforto da dor e assim optar pela continuidade evolutiva através a
fraternidade. Infelizmente não é o que acontece, com a maioria deles nós.
Perpetrando violências e crimes sem conta, para logo uma infinidade de
espíritos se tornaram inimigos ferrenhos, vítimas ficando distantes do perdão,
o que impediria solução de continuidade (vingança contra o vingador), via vidas
sucessivas. E essas vítimas, desenfeixadas da carne, não encontram dificuldade
em adentrar na faixa mental dos ofensores-vingadores, a eles se acoplando em
simbiose sinistra, quanto prejudicial. Desencarnados outros, em triste postura
de cobrar de Deus a paz que eles próprios detonaram, por atitudes vis,
acovardam-se diante da única maneira de se refazerem (pela auto-reforma moral)
e se tornam dissipadores de repetidas oportunidades que a Providência lhes
concede.
Infecções fluídicas
Muitos acometem os adversários que
ainda se entrosam no corpo terrestre, empolgando-lhes a imaginação com formas
mentais monstruosas, operando perturbações que podemos classificar como infecções
fluídicas e que determinam o colapso cerebral com arrasadora loucura.
E ainda muitos outros, imobilizados
nas paixões egoísticas desse ou daquele teor, descansam em pesado monodeísmo,
ao pé dos encarnados, de cuja presença não se sentem capazes de afastar-se.
Alguns, como os ectoparasitas
temporários, procedem à semelhança dos mosquitos e dos ácaros, absorvendo as
emanações vitais dos encarnados que com eles se harmonizam, aqui e ali; mas
outros muitos, quais endoparasitas conscientes, após se inteirarem dos pontos
vulneráveis de suas vitimas, segregam sobre elas determinados produtos,
filiados ao quimismo do Espírito, e que podemos nomear como simpatinas e
aglutininas mentais, produtos esses que, sub-repticiamente, lhes modificam a
essência dos próprios pensamentos a verterem, contínuos, dos fulcros
energéticos do tálamo, no diencéfalo.
Estabelecida essa operação de ajuste,
que os desencarnados e encarnados, comprometidos em aviltamento mútuo, realizam
em franco automatismo, à maneira dos animais em absoluto primitivismo nas
linhas da Natureza, os verdugos comumente senhoreiam os neurônios do
hipotálamo, acentuando a própria dominação sobre o feixe amielínico que o liga
ao córtex frontal, controlando as estações sensíveis do centro coronário que
aí se fixam para o governo das excitações, e produzem nas suas vítimas, quando
contrariados em seus desígnios, inibições de funções viscerais diversas,
mediante influência mecânica sobre o simpático e o parassimpático. Tais
manobras, em processos intrincados de vampirismo, prestigiam o regime de medo
ou de guerra nervosa nas criaturas de que se vingam, alterando-lhes a tela
psíquica ou impondo prejuízos constantes aos tecidos somáticos.
Comentários:
Espíritos vingadores acercam-se dos
inimigos encarnados e de tal forma exercem domínio mental destrutivo sobre eles
que não raro a loucura é a conseqüência dessa infecção fluídica.
Outros, algemados a paixões de toda
sorte, imantam-se a encarnados, deles não se afastando de forma alguma.
Agindo por períodos curtos ou
prolongados encontramos ainda espíritos que sintonizados com vítimas na carne
nelas insuflam substâncias químicas espirituais que lhes modificam as próprias
idéias.
Essa afinidade une uns aos outros,
automaticamente...
Verdugos endurecidos e equipados
apenas de sentimentos de vingança surpreendem as vítimas em completa
invigilância e dominando-lhes o controle mental promovem distúrbios de toda
classe. Quais vampiros subtraem a coragem naqueles dos quais se vingam e a
substituem por medo. Tamanho e tanto é o teor de tal maldade que a resultante é
o surgimento de doenças de toda sorte, nas vítimas.
Parasitas ovóides
Inúmeros infelizes, obstinados na
idéia de fazerem justiça pelas próprias mãos ou confiados a vicioso apego,
quando desafivelados do carro físico, envolvem sutilmente aqueles que se lhes
fazem objeto da calculada atenção e,
auto-hipnotizados por imagens de afetividade ou desforço, infinitamente
repetidas por eles próprios, acabam em deplorável fixação monoideística, fora
das noções de espaço e tempo, acusando, passo a passo, enormes transformações
na morfologia do veículo espiritual, porquanto, de órgãos psicossomáticos
retraídos, por falta de função, assemelham-se a ovóides, vinculados às próprias
vítimas que, de modo geral, lhes aceitam, mecanicamente, a influenciação, à
face dos pensamentos de remorso ou arrependimento tardio, ódio voraz ou egoísmo
exigente que alimentam no próprio cérebro, através de ondas mentais
incessantes.
Nessas condições, o obsessor ou
parasita espiritual pode ser comparado, de certo modo, à Sacculina carcini,
que, provida de órgãos perfeitamente diferenciados na fase de vida livre,
enraíza-se, depois, nos tecidos do crustáceo hospedador, perdendo as
características morfológicas primitivas, para converter-se em massa celular
parasitária.
No tocante à criatura humana, o
obsessor passa a viver no clima pessoal da vítima, em perfeita simbiose
mórbida, absorvendo-lhe as forças psíquicas, situação essa que, em muitos
casos, se prolonga para além da morte física do hospedeiro, conforme a natureza
e a extensão dos compromissos morais entre credor e devedor.
Comentários:
Monoideisticamente fixados em
vingança, ou em permanecer em determinados ambientes terrestres, ou ainda em se
anexar a entes amados encarnados, espíritos há que por desuso dos órgãos
perispirituais perdem a forma normal e assemelham-se a ovóides*. É nessa
condição anormal que se anexam às suas vítimas, nutrindo-se das ondas mentais
dos que os hospedam.
* = Ovóide quer dizer que tem a forma
similar à do ovo. No livro _Libertação_, do mesmo Autor espiritual desta obra,
há detalhes esclarecedores dessa triste transformação e suas conseqüências.
Naturalmente, esse infeliz processo de
perda da forma perispiritual se trata de manobra sem quantificação nos padrões conhecidos
de tempo e espaço. Aqui o Autor espiritual o compara a um certo tipo de
crustáceo que tem prolongamentos ocos, quais raízes, logo sendo parasito do
caranguejo, quando perde a forma original e se transforma em massa celular
parasitária. De pasmar!
(continua)
QUESTÕES PARA ESTUDO
1 - Qual a origem dos processos de
obsessão e vampirismo, de acordo com as explicações de André Luiz?
2 - O que são "infecções
fluídicas"?
3 - Como André Luiz explica o
surgimento de enfermidades físicas ocasionadas pelo vampirismo espiritual?
4 - O que são e como surgem os
"ovóides"?
Vampirismo espiritual (III)
PARASITISMO E
REENCARNAÇÃO
Nas ocorrências dessa ordem, quando a
decomposição da vestimenta carnal não basta para consumar o resgate preciso,
vítima e verdugo se equiparam na mesma gama de sentimentos e pensamentos,
caindo, além-túmulo, em dolorosos painéis infernais, até que a Misericórdia
Divina, por seus agentes vigilantes, após estudo minucioso dos crimes
cometidos, pesando atenuantes e agravantes, promove a reencarnação daquele
Espírito que, em primeiro lugar, mereça tal recurso.
E, executado o projeto de retorno do beneficiário,
a regressar do Plano Espiritual para o Plano Terrestre, sofre a mulher,
indicada por seus débitos à gravidez respectiva, o assédio de forças obscuras
que, em muitas ocasiões, se lhe implantam no vaso genésico por simbiontes que
influenciam o feto em gestação, estabelecendo-se, desde essa hora inicial da
nova existência, ligações fluídicas através dos tecidos do corpo em formação,
pelas quais a entidade reencarnante, a partir da infância, continua enlaçada ao
companheiro ou aos companheiros menos felizes, que integram com ela toda uma
equipe de almas culpadas em reajuste.
Desenvolve-se-lhe, então, a meninice,
cresce, reinstrui-se e retorna à juvenilidade das energias físicas, padecendo,
porém, a influência constante dos assediantes, até que, frequentemente por
intermédio de uniões conjugais, em que a provação emoldura o amor, ou em
circunstâncias difíceis do destino, lhes ofereça novo corpo na Terra, para que,
como filhos de seu sangue e de seu coração, lhes devolva em moeda de renúncia
os bens que lhes deve, desde o passado próximo ou remoto.
Em tais fatos, vamos anotar situações
quase idênticas às que são provocadas pelos parasitas heterogênicos, porquanto,
se os adversários do Espírito reencarnado são em maior número, atuam, muitos
deles, à feição dos tripanossomos, tomando os filhos de suas vítimas e afins
deles próprios, por hospedeiros intermediários das formas-pensamentos
deploráveis que arremessam de si, alcançando, em seguida, a mente dos pais ou
hospedeiros definitivos, a inocular-lhes perigosos fluidos sutis, com que lhes
infernizam as almas, muitas vezes até à ocasião da própria morte.
Comentários:
Na condição acima descrita, ocorrendo
a desencarnação da vítima, prossegue essa terrível junção de espírito a espírito.
Nessas circunstâncias, só mesmo o Amor do Pai desatará tal nó e permitirá,
àquele que primeiro manifestar vontade de melhoria, ou ao que no seu passivo
tenha algum mérito, o retorno à reencarnação.
A gravidez decorrente trará enorme
desconforto para tal gestante, via de regra aquela que tenha débitos com a
gravidez (não necessariamente co-participe do processo obsessivo). A criança
que irá nascer padecerá, da meninice à fase adulta, a influência do vingador
até que, quase sempre pelo casamento, venha a ser pai dele, obtendo assim,
ambos, sublime oportunidade de aparar as doloridas arestas do passado.
Nesse processo, sendo muitos os
vingadores desencarnados, alguns deles poderão parasitar os filhos ou afins de
quem odeiam, utilizando-os como hospedeiros intermediários, neles inoculando
fluidos tão maléficos que, por tabela infernizarão a alma e a mente dos pais ou
hospedeiros definitivos, podendo isso prosseguir até ao momento da própria
morte.
TERAPÊUTICA DO
PARASITISMO DA ALMA
Importa, no entanto, observar que
todos os sofrimentos e corrigendas a que nos referimos estão conjugados para as
consciências encarnadas ou não, dentro da lei de ação e reação que a cada um
confere hoje o equilíbrio ou o desequilíbrio, por suas obras de ontem, reconhecendo-se
também que assim como existem medidas terapêuticas contra o parasitismo no
mundo orgânico, qualquer criatura encontra, na aplicação viva do bem, eficiente
remédio contra o parasitismo da alma.
Não bastará, porém, a palavra que
ajude e a oração que ilumina.
O hospedeiro de influências
inquietantes que, por suas aflições na existência carnal, pode avaliar da
qualidade e extensão das próprias dívidas, precisará do próprio exemplo, no
serviço do amor puro aos semelhantes, com educação e sublimação de si mesmo,
porque só o exemplo é suficientemente forte para renovar e reajustar.
A ação do bem genuíno, com a quebra
voluntária de nossos sentimentos inferiores, produz vigorosos fatores de
transformação sobre aqueles que nos observam, notadamente naqueles que se nos
agregam à existência, influenciando-nos a atmosfera espiritual, de vez que as
nossas demonstrações de fraternidade inspiram nos outros pensamentos
edificantes e amigos que, em circuitos sucessivos ou contínuas ondulações de
energia renovadora, modificam nos desafetos mais acirrados qualquer disposição
hostil a nosso respeito.
Ninguém necessita, portanto, aguardar
reencarnações futuras, entretecidas de dor e lágrimas, em ligações expiatórias,
para diligenciar a paz com os inimigos trazidos do pretérito, porque, pelo
devotamento ao próximo e pela humildade realmente praticada e sentida, é
possível valorizar nossa frase e santificar nossa prece, atraindo simpatias
valiosas, com intervenções providenciais, em nosso favor.
É que, em nos reparando transfigurados
para o melhor, os nossos adversários igualmente se desarmam para o mal,
compreendendo, por fim, que só o bem será, perante Deus, o nosso caminho de
liberdade e vida.
Uberaba, 19/3/58.
Comentários:
As ocorrências citadas subordinam-se à
Lei Divina de ação e reação, espelhando as obras de ontem, dos envolvidos.
Assim como há remédio para o
parasitismo orgânico, da mesma forma há para o parasitismo da alma: a prática
do bem.
A vítima, em reconhecendo sua culpa e
esforçando-se na prática do amor ao próximo, reajustará a si e ao que lhe
persegue.
Somos observados amiúde pelos
invisíveis, principalmente por aqueles aos quais indebitamente nos vinculamos.
Particularmente quanto a estes, nosso exemplo dignificante tem incomparável
poder de arrastá-los à mudança moral, com pacificação recíproca.
Conscientizando-nos voluntariamente de
nossos limites e deficiências, que certamente nos tornaram devedores de outrem,
boa postura será sem nos importarmos com a identidade de quem quer que tenhamos
lesado ontem, exercitar agora a humildade, o auxílio aos necessitados, orar com
sinceridade, atraindo para nossa proximidade amigos, também desconhecidos por
enquanto.
Assim, hoje, nossos adversários, ao
nos encontrar transfigurados e esforçados no bem, da mesma forma como se
atraíram pelas nossas fraquezas de ontem, serão contagiados desse proceder e
bem depressa estarão desarmados para a continuidade do mal.
Ribeirão Preto/SP
QUESTÕES PARA ESTUDO
1 - Segundo André Luiz, a
desencarnação da vítima põe fim ao processo de vampirismo espiritual?
2 - De que modo a família consangüínea
é utilizada pela Providência para pôr fim aos processos de vampirismo
espiritual?
3 - Qual o remédio apontado pelo Autor
para encerrar esta forma de influência espiritual negativa?
4 - De que modo a própria vítima pode
contribuir para a transformação moral do perseguidor?
Conclusão:
Vampirismo espiritual (
I )
QUESTÕES PROPOSTAS PARA
ESTUDO
1 - Como se dá o parasitismo nos
reinos vegetal e animal?
R - O parasitismo no reino animal
dá-se através de uma espécie de associação, em que o invasor insinua-se sobre a
vítima, nela hospedando-se e criando para si vantagens especiais, com prejuízo para
a outra parte. Esta invasão pode se limitar à superfície do corpo da vítima,
caso dos chamados ectoparasitas (pulgas, carrapatos, por exemplo) ou através da
intromissão direta nos seus tecidos
(como no caso das bactérias), em ocupação que pode se degenerar em conflito
destruidor. Na maioria dos casos, devido à necessidade de adaptação por parte
da vítima, essa ocupação resulta numa espécie de acordo, em que a parte
invadida se acomoda, consentindo com a situação, que pode levá-la à morte ou a
interferir nos princípios de hereditariedade da espécie, com as raízes do
invasor entranhando-se nas células da vítima, alterando a sua genética.
No caso das plantas o parasitismo é de
superfície, isto é, ectoparasitas, que as atacam externamente.
2 - Quais as conseqüências que podem
resultar aos parasitas?
R - Os parasitas entre os animais
adaptam-se ao organismo que invadem e no qual se alojam, experimentando
incessantes mutações em sua constituição orgânica. Seus órgãos de locomoção
desaparecem, pois desnecessários, já que permanecem fixados no hospedeiro.
Novos órgãos são formados, de acordo com as necessidades de se harmonizarem com
o novo ambiente.
A fecundação torna-se mais fácil e
aumenta a resistência vital, pela segregação de recursos protetores. Tornam-se
imunes a fatores adversos do meio, como o frio ou o calor e adquirem capacidade
de ficar longos períodos sem qualquer alimento.
Em alguns casos de parasitas que
atacam o campo intestinal, seu aparelho digestivo se degenera, chegando à total
extinção. Passam a viver de sucos nutritivos elaborados no intestino da própria
vítima. Os órgãos bucais transformam-se em órgãos de fixação, prescindindo de
sistema intestinal próprio, de vez que passam a realizar a nutrição respectiva
por osmose, com a utilização de toda a superfície do corpo.
3 - E às suas vítimas?
R - Sobre as suas vítimas, as conseqüências do
parasitismo são ainda mais profundos. Os invasores, instalados no corpo da vítima,
multiplicam-se, explorando-lhe os órgãos, sugando-lhe a vitalidade e
ocasionando traumatismos em seus tecidos. Ao provocarem lesões parciais ou
totais e infecções, podem levá-las à morte. Os invasores, através de ações
permanente, podem, ainda, destruir-lhes as células, obstruir cavidades nos
intestinos ou nos vasos ou aniquilar-lhe as glândulas genitais, provocando a
castração.
4 - É possível ao hospedeiro expulsar
o parasita antes que este lhe cause algum dano?
R - O hospedeiro pode mobilizar recursos defensivos, criando células de
combate à invasão. Pode expulsar os invasores ou neutralizar-lhe a penetração,
através de membranas fibrosas que os envolve, enquistando-os em invólucros
calcificados e os aniquilando depois.
5 - O que André Luiz denomina
"hospedeiro intermediário" e "hospedeiro definitivo"?
R - Hospedeiro intermediário é aquele
que recebe o parasita invasor por um tempo determinado, até que este alcance a
idade adulta. Hospedeiro definitivo é o que sofre mais seriamente a ação do
invasor, após a passagem desde pelo hospedeiro intermediário. André Luiz cita o
exemplo do parasita "trypanosoma cruzi", que se hospeda no intestino
de um inseto (hospedeiro intermediário), para depois, através das fezes deste,
vir a introduzir-se no organismo humano (hospedeiro definitivo), no qual passa
a residir, difundindo-se e provocando a enfermidade conhecida como "doença
de Chagas".
Vampirismo espiritual
(II) Conclusão
QUESTÕES PROPOSTAS PARA
ESTUDO
1 - Qual a origem dos processos de
obsessão e vampirismo, de acordo com as explicações de André Luiz?
R - De acordo com as explicações de
André Luiz, ainda nos mesmos princípios da simbiose espiritual, os processos de
obsessão e vampirismo têm a sua origem na rebeldia do espírito em face do
atendimento às Leis Naturais, resistindo à renúncia ao egoísmo, à crueldade, à
ignorância e ao crime. Dotado de livre-arbítrio, o princípio inteligente, agora
na fase hominal, entrega-se a oprimir os irmãos de caminhada, disputando-lhes
as afeições e os bens materiais deixados na Terra e tentando vingar-se daqueles
que lhe ocasionaram a desencarnação por intermédio da prática de atos
delituosos. Fora do corpo físico, vítimas de agressões de variadas naturezas
sintonizam-se na faixa mental de seus agressores e revidam o mal com o mal, em
lugar do exercício do perdão libertador. Outros, por covardia ou preguiça,
sentindo-se inaptos ao trabalho necessário à sua evolução, exigem de Deus a
satisfação de seus caprichos infantis, desperdiçando as oportunidades
redentoras concedidas pela Providência.
2 - O que são "infecções
fluídicas"?
R - André Luiz denomina "infecções fluídicas"
as formas mentais monstruosas impregnadas por desencarnados em seus adversários
que permanecem no mundo corpóreo. Passam a exercer sobre suas vítimas um total
domínio mental destrutivo, que pode levar o desafeto encarnado a um processo de
loucura.
3 - Como André Luiz explica o
surgimento de enfermidades físicas ocasionadas pelo vampirismo espiritual?
R - Assemelhando-se à ação de algumas
espécies de mosquitos e ácaros, espíritos desencarnados absorvem as emanações
vitais de encarnados com os quais se sintonizam. Identificando os pontos
vulneráveis das vítimas, esses desencarnados expelem sobre elas substâncias
químicas de natureza espiritual, com poder de agir furtivamente sobre partes do
cérebro responsáveis pela transmissão do pensamento, modificando a essência do
mesmo. Unem-se uns aos outros por afinidade, automaticamente. Os agressores,
movidos pelo desejo de vingança, exercem o domínio total de suas mentes,
provocando distúrbios de toda ordem. Como vampiros, incentivam em suas vítimas
o medo, subtraindo-lhes a coragem e alterando-lhes o equilíbrio psíquico,
resultando dessa ação enfermidades diversas.
4 - O que são e como surgem os
"ovóides"?
R - Espíritos desencarnados em situação de
infelicidade, obstinados pela idéia de fazerem justiça com as próprias mãos, envolvem
aqueles a quem se ligam pelo pensamento e, auto-hipnotizados por repetidas
imagens, fruto da afetividade ou do desejo de vingança e fixados em idéia
única, passam por grandes transformações na forma de seu veículo espiritual.
Com os órgãos perispirituais atrofiados pela falta de função, assumem a forma
oval, por isso a denominação "ovóide". Permanecem vinculados às
vítimas, que, via de regra, aceitam, mecanicamente, a influência de seus
algozes, através de ondas mentais incessantes. O obsessor, enraizado em sua
vítima, passa viver em simbiose mórbida junto a ela, absorvendo-lhe forças
psíquicas de que se alimentam, numa situação que pode se prolongar além da
morte física da vítima, conforme a natureza e a extensão do comprometimento
entre as partes.
Vampirismo espiritual
(III)
C O
N C L
U S Ã O
1 - Segundo André Luiz, a
desencarnação da vítima põe fim ao processo de vampirismo espiritual?
R - Nem sempre a desencarnação da vítima tem força suficiente para pôr
fim ao processo de vampirismo espiritual. Muitas das vezes, vítima e verdugo
dão prosseguimento, no além-túmulo, à simbiose espiritual que permitiram fosse
instalada. Continuando na prática dos mesmos sentimentos e pensamentos de má
natureza após a morte do corpo, os espíritos envolvidos nutrem quadros de
dolorosos sofrimentos, situação que perdurará até que a Misericórdia Divina
promova a reencarnação de um deles, que será daquele que reunir melhores
condições de merecimento.
2 - De que modo a família consangüínea
é utilizada pela Providência para pôr fim aos processos de vampirismo
espiritual?
R - Quando somente resta o recurso da
reencarnação, a família consangüínea é o instrumento utilizado pela Providência
para promover o resgate dos espíritos envolvidos. Inicialmente, como vimos,
reencarna o que tiver mais méritos, sendo indicada para recebê-lo como mãe
alguém que tenha débitos a serem resgatados relativamente à maternidade, uma
vez que a gestação trará o desconforto
gerado pelo assédio do vingador. Desde as primeiras ligações fluídicas do
reencarnante ao corpo físico, passando pela infância, adolescência e até
atingir a fase adulta, o espírito que retorna continua padecendo da influência
de seu desafeto, que lhe permanece enlaçado pela força de sentimentos
negativos. Mais uma vez o instituto da família é usado pela Providência para
que o reencarnante, através de uniões conjugais provacionais, ofereça ao seu
verdugo um novo corpo, como filho consangüíneo, para que o amor de paternal ou
maternal o envolva e promova o resgate dos equívocos praticados no passado.
André Luiz explica, ainda, que, em
alguns casos, quando os adversários do espírito reencarnado são em número
maior, alguns desses vingadores atuam sobre os filhos e afins de suas vítimas,
utilizando-os como intermediários, ao envolvê-los com fluidos maléficos que,
indiretamente, causarão sofrimentos aos pais, objetivo final de suas intenções.
Tal circunstância é comparada pelo autor espiritual a certos parasitas, que se
utilizam de hospedeiros intermediários para atingirem suas vítimas, como alguns
protozoários, que se utilizam de animais, como os insetos, para transmitirem
doenças no homem e em outros animais.
Dúvida surgida durante o estudo: Não
seria possível a reconciliação no plano espiritual antes de uma reencarnação de
reajuste dos desafetos?
R - Sem dúvida, é possível. A
reconciliação pela prática de bons sentimentos está sempre ao nosso alcance,
dependendo, unicamente, da nossa vontade. Todavia, nem sempre os espíritos
envolvidos numa simbiose espiritual gerada pela desafeição conseguem o fazer.
As explicações de André Luiz se referem a casos em que a reconciliação no plano
espiritual torna-se inviável, devido à manutenção dos sentimentos de ódio e
vingança por parte dos espíritos envolvidos no processo.
3 - Qual o remédio apontado pelo Autor
para encerrar esta forma de influência espiritual negativa?
R - André Luiz esclarece que a reencarnação nas condições acima
mencionadas são conseqüência da lei de ação e reação, constituindo-se no
recurso utilizado pela Providência para devolver o equilíbrio aos espíritos,
quando a reconciliação pelo amor torna-se inviável. No entanto, destaca que,
como existem no mundo corpóreo medidas terapêuticas para neutralizar a ação do
parasitismo, o parasitismo espiritual também pode ser tratado com outras
terapias que não as reencarnações dolorosas. Assim, o que padece de semelhante
influência espiritual negativa pode dela se livrar através do serviço no bem,
com a prática do amor ao próximo. O que sofre desse mal, ao reconhecer sua
culpa, pode começar a construir a cura reajustando-se e servindo como exemplo
ao que o persegue.
4 - De que modo a própria vítima pode
contribuir para a transformação moral do perseguidor?
R - A prática do bem rompe os
sentimentos inferiores, produzindo, além da própria transformação de quem o
pratique, também a daqueles que a ele se agrega pelos vínculos do ódio e da
vingança. O exemplo de fraternidade modifica a atmosfera espiritual à nossa
volta, inspirando bons pensamentos nos que nos cercam, inclusive nos desafetos
que nos perseguem. Desse modo, os espíritos vingadores, ao encontrar a vítima
transformada pelo esforço na prática do bem, da mesma forma como foram atraídos
pelas suas fraquezas, serão contagiados pela nova situação e, em conseqüência,
desestimulados a prosseguirem a
perseguição.
Podemos concluir, portanto, que as
reencarnações expiatórias não são o único caminho para o homem buscar a paz com
os desafetos do passado. Pela prática da
caridade em seu sentido amplo é possível obter a transformação moral necessária
para se modificar e aos inimigos, evitando-se dolorosos resgates reparatórios.
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