(Espiritismo)
- Nl08 03 Evolução E Corpo Espiritual
CVDEE - Centro Virtual de Divulgação e
Estudo do Espiritismo
Sala Virtual de Estudos André Luiz
Estudo das obras do Espírito André Luiz
Livro em Estudo: Evolução em Dois Mundos
Primeira Parte
Capítulo III - Evolução e Corpo
Espiritual
PRIMÓRDIOS DA VIDA
-
Procurando fixar idéias seguras acerca do corpo espiritual, será preciso
remontarmos, de algum modo, aos primórdios da vida na Terra, quando mal
cessavam as convulsões telúricas, pelas quais os Ministros Angélicos da
Sabedoria Divina, com a supervisão do Cristo de Deus, lançaram os fundamentos
da vida no corpo ciclópico do Planeta.
A
matéria elementar, de que o eletro é um dos corpúsculos-base, na faixa de experiência
evolutiva sob nossa análise, acumulada sobre si mesma, ao sopro criador da
Eterna Inteligência, dera nascimento à província terrestre, no Estado Solar a
que pertencemos, cujos fenômenos de formação original não conseguimos por agora
abordar em sua mais íntima estrutura.
A
imensa fornalha atômica estava habilitada a receber as sementes da vida e, sob
o impulso dos Gênios Construtores, que operavam no orbe nascituro, vemos o seio
da Terra recoberto de mares mornos, invadido por gigantesca massa viscosa a
espraiar-se no colo da paisagem primitiva.
Dessa
geleira cósmica, verte o princípio inteligente, em suas primeiras
manifestações...
Trabalhadas,
no transcurso de milênios, pelos operários espirituais que lhes magnetizam os valores,
permutando-os entre si, sob a ação do calor interno e do frio exterior, as
mônadas celestes exprimem-se no mundo através da rede filamentosa do
protoplasma de que se lhes derivaria a existência organizada no Globo
constituído.
Séculos de atividade silenciosa perpassam,
sucessivos...
NASCIMENTO DO REINO VEGETAL
-
Aparecem os vírus e, com eles, surgiu o campo primacial da existência, formado
por nucleoproteínas e globulinas, oferecendo clima adequado aos princípios
inteligentes ou mônadas fundamentais, que se destacam d substância viva, por
centros microcóspicos de força positiva, estimulando a divisão cariocinética.
Evidenciam-se, desde então, as bactérias
rudimentares, cujas espécies se perderam nos alicerces profundos da evolução,
lavrando os minerais na construção do solo, dividindo-se por raças e grupos
numerosos, plasmando pela reprodução assexuada, as células primevas, que se
responsabilizariam pelas eclosões do reino vegetal em sei início.
Milênios
e milênios chegam e passam...
FORMAÇÃO DAS ALGAS
- Sustentado pelos recursos da vida que na
bactéria e na célula se constituem do líquido protoplásmico, o princípio
inteligente nutre-se agora na clorofila, que revela um átomo de magnésio em
cada molécula, precedendo a constituição do sangue de que se alimentará no
reino animal.
O tempo
age sem pressa, em vagarosa movimentação no berço da Humanidade, e aparecem as
algas nadadoras, quase invisíveis, com as suas caudas flexuosas, circulando no
corpo das águas, vestidas em membranas celulósicas, e mantendo-se à custa de
resíduos minerais, dotadas de extrema motilidade e sensibilidade, como formas
monocelulares em que a mônada já evoluída se ergue à estágio superior.
Todavia,
são plantas ainda e que até hoje persistem na Terra, como filtros de evolução
primária dos princípios inteligentes em constante expansão, mas plantas
superevolvidas nos domínios da sensação e do instinto embrionário, guardando o
magnésio da clorofila como atestado da espécie.
Sucedendo-as,
por ordem, emergem as algas verdes de feição pluricelular, com novo núcleo a
salientar-se, inaugurando a reprodução sexuada e estabelecendo vigorosos
embates nos quais a morte comparece, na esfera de luta, provocando metamorfoses
contínuas, que perdurarão, no decurso das eras, em dinamismo profundo, mantendo
edificação das formas do porvir.
DOS ARTRÓPODOS AOS DROMATÉRIOS E ANFITÉRIOS
- Mais
tarde, assinalamos o ingresso da mônada, a que nos referimos, nos domínios dos artrópodes,
de exoesqueleto quitinoso, cujo sangue diferenciado acusa um átomo de cobre em
sua estrutura molecular, para, em seguida, surpreendê-la, guindada à condição
de crisálida da consciência, no reino dos animais superiores, em cujo sangue -
condensação das forças que alimentam o veículo da inteligência no império da
alma - detém a hemoglobina por pigmento básico, demonstrando o parentesco
inalienável das individuações do espírito, nas mutações da forma que atende ao
progresso incessante da Criação Divina.
Das cristalizações atômicas e dos minerais,
dos vírus e do protoplasma, das bactérias e das amebas, das algas e dos
vegetais, do período pré-cambrico aos fetos e Pas licopodiáceas, aos tirlobites
e cecídeos, aos cefalópodes, foraminíferos e radiolários dos terrenos silurianos,
o princípio espiritual atingiu os espongiários e celenterados da era
paleozóica, esboçando a estrutura esquelética.
Avançando pelos equinodermos e crsitáceos,
entre os quais ensaiou, durante milênios, o sistema vascular e o sistema
nervoso, caminhou na direção dos ganóides e teleósteos, arquegossauros e
labirintodontes para culminar nos grandes lacedrtinos e nas aves estranhas,
descendentes dos pterossáurios, no jurássico superior, chegando á época
supracretácea para entrar na classe dos primeiros mamíferos, procedentes dos repteis
teromorfos.
Viajando sempre, adquire entre os
dromatérios e anfitérios os rudimentos das reações psicológicas superiores,
incorporando as conquistas do instinto e da inteligência.
FAIXAS INAUGURAIS DA RAZÃO
-
Estagiando nos marsupiais e cetáceos do eoceno médio, nos rinocerotídeos,
cervídeos =, antilopídeos, equídeos, canídeos, prosboscídeos e antropóides
inferiores do mioceno e exteriorizando-se nos mamíferos mais nobres do
plioceno, incorpora aquisições de importância entre os megatérios e mamutes,
precursores da fauna atual da Terra, e, alcançando os pitecantropóides da era
quaternária, que antecederam as embrionárias civilizações paleolíticas, a
mônada vertida do Plano Espiritual sobre o Plano Físico atravessou os mais rudes
crivos da adaptação e seleção, assimilando os valores múltiplos da organização,
da reprodução, da memória, do instinto, da sensibilidade, da percepção e da
preservação própria, penetrando, assim, pelas vias da inteligência mais
completa e laboriosamente adquirida, nas faixas inaugurais da razão.
ELOS DESCONHECIDOS DA EVOLUÇÃO
-
Compreendendo-se, porém, que o princípio divino aportou na Terra, emanando da
Esfera Espiritual, trazendo em seu mecanismo o arquétipo a que se destina, qual
bolota de carvalho encerrando em si a árvore veneranda que será de futuro, não
podemos circunscrever-lhe a experiência ao plano físico simplesmente
considerando, porquanto, através do nascimento e morte da forma, sofre
constantes modificações nos dois planos em que se manifesta, razão pela qual
variados elos da evolução fogem à pesquisa dos naturalistas, por representarem
estágios da consciência fragmentária fora do campo carnal propriamente dito,
nas regiões extrafísicas, em que essa mesma consciência incompleta prossegue elaborando
o sei veículo sutil, então classificado como protoforma humana, correspondente
ao grau evolutivo em que se encontra.
EVOLUÇÃO NO TEMPO
- É
assim que dos organismos monocelulares aos organismos complexos, em que a
inteligência disciplina as células, colocando-as a seu serviço, o ser viaja no
rumo da elevada destinação que lhe foi traçada do Plano Superior, tecendo com
os fios da experiência a túnica da própria exteriorização, segundo o molde
mental que traz consigo, dentro das leis de ação, reação e renovação em que
mecaniza as próprias aquisições, desde o estímulo nervoso à defensiva
imunológica, construindo o centro coronários, no próprio cérebro, através da
reflexão automática de sensações e impressões, em milhões e milhões de anos,
pelo qual, com o Auxílio das Potências Sublimes que lhe orientam a marcha,
configura os demais centros energéticos do mundo íntimo, fixando-os na
tessitura da própria alma.
Contudo, para alcançar a idade da razão,
com o título de homem, dotado de raciocínio e discernimento, o ser,
automatizado em seus impulsos, na romagem para o reino angélico, despendeu para
chegar aos primórdios da época quaternária, em que a civilização elementar do
sílex denuncia algum primor de técnica, nada menos de um bilhão e meio de anos.
Isso é perfeitamente verificável na desintegração natural de certos elementos
radioativos na massa geológica do Globo. E entendendo-se que a Civilização
aludida floresceu há mais ou menos duzentos mil anos, preparando o homem com a
benção do Cristo, para a responsabilidade, somos induzidos a reconhecer o
caráter recente dos conhecimentos psicológicos, destinados a automatizar na
constituição fisiopsicossomática do espírito humano as aquisições morais que
lhe habilitarão a consciência terrestre a mais amplo degrau de ascensão à
Consciência Cósmica.
Uberaba, 22/1/58.
Comentários:
Embora nesta obra André Luiz tenha
empregado termos biológicos sofisticados, talvez utilizados apenas por técnicos
que lhes domine a sinonímia, nem por isso nós outros, pouco versados em
Medicina ou Biologia molecular, deixaremos de captar o sentido de suas
assertivas.
3.1 _ PRIMÓRDIOS DA VIDA
Dentro da sublime obra divina, onde pontifica
a Criação, temos que o planeta Terra teve primorosa feitura cósmica, de forma a
que viesse se constituir em lar para seres vivos de infinitas espécies.
O calor, de início quase que incalculável,
esteve presente sempre, depois foi se abrandando até estabilizar no patamar
adequado à vida.
Lá, naqueles tempos em que os anos se
contam por bilhões, Entidades Siderais fizeram aportar aqui o princípio
inteligente (PI), que sendo magnetizado permanentemente, por séculos e séculos,
na expressão de mônadas celestes, de início se jungiram ao protoplasma que dali
em diante lhes daria vida evolutiva estuante.
Vemos assim que o planeta Terra é a casa. O
PI, inquilino. Temporário...
3.2 _ NASCIMENTO DO REINO VEGETAL
Este subitem nos convida a mergulhos
profundos, em reflexões sobre o surgimento, no campo da existência terrena,
primeiro, dos vírus! Sabendo que eles não têm vida própria (só sobrevivem no
interior das células vivas) e que são agentes de afecções em plantas, animais e
no homem, isso parece configurar que o planeta Terra teria mesmo ambiente de
provas e expiações, como Kardec viria a diagnosticar, no século XX. Na
seqüência _ sempre cronometrada por milênios _, as mônadas passaram a
subdividir-se, evidenciando as bactérias primevas que, por sua vez,
subdivididas em raças e grupos variados, estagiariam nos minerais, na
construção do solo.
(Perdoem a repetição, mas assim como
André Luiz, estaremos sempre enfatizando: milênios e milênios
transcorrem...).
3.3 _ FORMAÇÃO DAS ALGAS
Os rudimentos de vida já citados necessitam
de recursos que lhes promova a sustentação da vida. Assim, é precisamente nessa
fase que sob orientação sideral surge no planeta a clorofila, como alimento
contendo magnésio, possibilitando à mônada erguer-se como alga! E a
metabolização da clorofila nada mais foi, ou é, do que projeção primordial do
que virá a ser o sangue, quando essa alga for promovida a animal... Mas, por
enquanto, até sua reprodução é ainda assexuada.
A evolução, sempre supervisionada pelos
Construtores da Vida, promoverá a alga, de monocelular a pluricelular. E nesta
condição, já passível de reprodução sexuada.
3.4 _ DOS ARTRÓPODOS AOS DROMATÉRIOS E
ANFITÉRIOS
A evolução, a bordo dos milênios superpostos,
prossegue...
Vamos encontrar então a mônada vivenciando
experiências entre os animais primitivos de esqueleto externo, já tendo mais
compostos minerais no sangue. Evoluindo sempre, vê-se guindada à crisálida da
consciência, no reino dos animais superiores, com o sangue mais enriquecido. É
inexorável, pela aceitação da Sabedoria Divina, captar que daí em diante, em
termos de vastas programações para incontáveis e variados aprendizados (tudo
isso diretamente cadenciado por Entes Angelicais), a escalada evolutiva levará
esse PI a estágios na classe dos mamíferos, ante-sala do reino da razão.
3.5 _ FAIXAS INAUGURAIS DA RAZÃO
A mônada já detém infinitas experiências no
mineral, no vegetal e em numerosas classes de animais. É hora de, sempre sendo
promovida, vivenciar as experiências mais elevadas entre os mamíferos, das
águas e do solo... Nessa fantástica mudança de condição vivencial, expressando
tudo aquilo que assimilou nos estágios antecedentes, nos reinos citados, já se
diplomou nos rudimentos da reprodução, da memória, do instinto, da
sensibilidade, da percepção e da sobrevivência.
Chega, enfim, o grande momento: essa mônada
será contemplada com três incomparáveis bênçãos: inteligência contínua,
livre-arbítrio e consciência. Em outras palavras: humaniza-se.
3.6 _ ELOS DESCONHECIDOS DA EVOLUÇÃO
A mudança de classe, de animal para
hominal, não tem como elo apenas as experiências físicas, mas, e
principalmente, os intervalos do ser na Espiritualidade, onde, na fase que
antecede à promoção como integrante da Humanidade, seu perispírito sofrerá as
necessárias e indispensáveis adaptações.
Não devemos nos alongar aqui, mas o famoso
_elo perdido_, realmente, não se acha na Terra, mas sim no Plano Espiritual,
onde competentíssimos geneticistas espirituais promovem as referidas
alterações/modificações psicossomáticas.
(Informações mais detalhadas estão no Cap
IX, 1ª Parte, desta obra).
3.7 _ EVOLUÇÃO NO TEMPO
A concessão da vida é atribuição exclusiva
de Deus e hoje tudo na natureza nos mostra a Sabedoria do Criador em programar
todo um roteiro evolutivo para todas as criaturas, a partir da criação de cada
Princípio Inteligente. Contemplado com a eternidade, esse PI galgará todos os
degraus que o levarão, do instante da criação, ao reino angelical.
O longo roteiro de vidas sucessivas nas
mais diferentes ambientações, de também diferentes classes de seres vivos,
conferirá às células disciplina útil na vida de cada ser, rumo à destinação
programada.
Por reflexão automática, com ajuda de
Espíritos Siderais e por méritos, o ser edificará o centro vital coronário, pai
dos demais, dos quais a seguir se verá equipado.
Finalizando o subitem, eis um dado
cronológico espantoso: numa estimativa, _quase que superficial, o Autor
espiritual dimensiona que o roteiro evolutivo dos homens de hoje teria
demandado quinze milhões de séculos, ou seja, 1.500.000.000 de anos!!!
Diz mais: para chegar da pedra lascada à
atualidade, o homem (eu ou você, caro leitor) gastou duzentos mil anos. Isso
significa que ainda estamos engatinhando no domínio dos conhecimentos de
psicologia, até alçarmos o vôo cósmico que, por méritos morais próprios, nos
capacite a moldar corpo e perispírito.
Ribeirão Preto/SP _
Outono/2005
Eurípedes Kühl
QUESTÃO PROPOSTA PARA ESTUDO:
01) Correlacione os fatos narrados e
trazidos por André Luiz com as obras básicas da Doutrina Espírita no que for
pertinente: LE, LM, ESE, A Gênese, O Céu e O Inferno.
02) Comente o entendimento que teve da
leitura do capítulo.
03) Relacione o capítulo, se souber, ao que
a ciência vem nos informando em matéria de progresso quanto ao entendimento do
desenvolvimento da Terra.
04) O que o ensinamento do Capítulo pode
nos auxiliar em nossa vida?
Conclusão:
1) Correlacione os fatos narrados e
trazidos por André Luiz com as obras básicas da Doutrina Espírita no que for
pertinente: LE, LM, ESE, A Gênese, O Céu e O Inferno.
R - Neste capítulo, André Luiz nos traz um
relato do surgimento do princípio inteligente na Terra, explicando sua evolução
através reinos inferiores, passo a passo, desde a mônada celeste até a chegada
ao reino hominal, quando adquire o pensamento contínuo, o livre-arbítrio pleno
e a consciência de sua existência. Todas estas informações trazidas pelo Autor
espiritual vêm ratificar o ensinamento dos Espíritos e de Allan Kardec,
revelado um século antes, através da Codificação do Espiritismo.
Transcrevemos abaixo o resumo apresentado
pela D´Andréa, contendo itens da obras básicas que tratam do surgimento da vida
na Terra e da evolução do elemento inteligente do Universo, temas
abordados por André Luiz no presente capítulo.
LE Q.30 - A matéria é formada de um só ou
de muitos elementos? De um só elemento primitivo. Os corpos que considerais como
corpos simples não são verdadeiros elementos, mas transformações da matéria
primitiva.
LE Q.31 - De onde provém as diferentes
propriedades da matéria? Das modificações que as moléculas elementares sofrem, ao
se unirem, e em determinadas circunstâncias.
LE Q.32 - De acordo com isso, o sabor, o
odor, as cores, as qualidades venenosas ou salutares dos corpos não seriam mais
do que modificações de uma única e mesma substância primitiva? Sim, sem dúvida,
e só existem pela disposição dos órgãos destinados a percebê-las.
LE Q.33 - A mesma matéria elementar é
susceptível de passar por todas as modificações e adquirir todas as
propriedades?
Sim, e é isso que deveis entender, quando
dizemos que tudo está em tudo.
LE Q.34 - As moléculas tem uma forma
determinada? Sem dúvida que as moléculas tem uma forma, mas não a podeis
apreciar
LE Q.43 - Quando a Terra começou a ser
povoada? No começo, tudo era caos; os elementos estavam em confusão. Pouco a
pouco, cada coisa tomou o seu lugar; então apareceram os seres vivos,
apropriados ao estado do globo.
LE Q.44 - De onde vieram os seres vivos
para a Terra? A Terra continha os germes, que esperavam o momento favorável
para desenvolver-se. Os princípios orgânicos reuniram-se desde o instante em
que cessou a força de dispersão, e formaram os germes de todos os seres vivos.
Os germes permaneceram em estado latente e inerte, como a crisálida e as
sementes das plantas, até o momento propício à eclosão de cada espécie; então
os seres de cada espécie se reuniram e se multiplicaram.
LE Q.45 - Onde estavam os elementos
orgânicos, antes da formação da Terra? Estavam, por assim dizer, em estado
fluídico do espaço, entre os Espíritos, ou em outros planetas, esperando a
criação da Terra para começarem uma nova existência sobre um novo globo.
GEN cap.VI it.3 - Podemos estabelecer como
princípio absoluto que todas as substâncias, conhecidas e desconhecidas, por
mais dessemelhantes que pareçam, quer do ponto de vista da constituição íntima,
quer pelo prisma de suas ações recíprocas, são de fato, apenas modos diversos
sob que a matéria se apresenta; variedade em que ela se transforma sob direção
das forças inumeráveis que a governam.
GEN cap.VI it.19 - Aos que desejem
religiosamente conhecer e se mostrarem humildes perante Deus, direi,
rogando-lhes, todavia, que nenhum sistema prematuro baseiem nas minhas
palavras, o seguinte : O Espírito não chega a receber a iluminação divina, que
lhe dá, simultaneamente com o livre-arbítrio e a consciência, a noção de seus
altos destinos, sem haver passado pela série divinamente fatal dos seres
inferiores, entre os quais se elabora lentamente a obra da sua individuação.
Unicamente a datar do dia em que Senhor lhe imprime na fronte o seu tipo
augusto, o Espírito toma lugar no seio das humanidades.
ESE Cap.III it.3 - Do ensinamento dado
pelos Espíritos, resulta que os diversos mundos estão em condições muito
diferentes uns dos outros quanto ao seu grau de adiantamento ou de
inferioridade de seus habitantes. Entre eles há os que seus habitantes são
ainda inferiores aos da Terra, física e moralmente; outros estão no mesmo grau,
e outros lhe são mais ou menos superiores em todos os aspectos. Nos mundos
inferiores, a existência é toda material, as paixões reinam soberanamente, e a
vida moral é quase nula. À medida que esta se desenvolve, a influência da
matéria diminui, de tal sorte que, nos mundos mais avançados, a vida, por assim
dizer, é toda espiritual.
LE Q.115 - Deus criou todos os Espíritos
simples e ignorantes, ou seja, sem conhecimento. Deu a cada um deles uma
missão, com o fim de os esclarecer e progressivamente conduzir à perfeição,
pelo conhecimento da verdade e para os aproximar dele.
A felicidade eterna e sem perturbações,
eles a encontrarão nessa perfeição. Os Espíritos adquirem o conhecimento
passando pelas provas que Deus lhes impõe. Uns aceitam essas provas com submissão
e chegam mais prontamente ao seu destino; outros não conseguem sofrê-las sem
lamentação, e assim permanecem, por sua culpa, distanciados da perfeição e da
felicidade prometida.
LE Q.119 - Deus pode livrar os Espíritos
das provas que devem sofrer para chegar à primeira ordem (Espíritos perfeitos)?
Se eles tivessem sido criados perfeitos, não teriam merecimento para gozar dos
benefícios dessa perfeição. Onde estaria o mérito, sem a luta? De outro lado, a
desigualdade existente entre eles é necessária à sua personalidade, e a missão
que lhe cabe, nos diferentes graus, está nos desígnios da Providência, com
vistas à harmonia do Universo.
LE Q.117 - Os Espíritos chegam mais ou
menos rapidamente à perfeição segundo o seu desejo e a sua submissão à vontade de
Deus. Uma criança dócil não se instrui mais depressa que uma rebelde?
ESE cap.III item 4 -> Embora se não
possa fazer, dos diversos mundos, uma classificação absoluta, pode-se contudo,
em virtude do estado que se acham e da destinação que trazem, tomando por base
os matizes mais adiantados, dividi-los, de modo geral, como segue: mundos
primitivos, destinados às primeiras encarnações da alma humana; mundos de
expiação e provas, onde domina o mal (...). A Terra pertence à categoria dos
mundos de expiação e provas, razão porque aí vive o homem a braços com tantas
misérias.
ESE cap.III item 5 -> Os Espíritos
que encarnam em um mundo não se acham a ele presos indefinidamente, nem nele
atravessam todas as fases do progresso que lhes cumpre realizar, para atingir a
perfeição. Quando, em um mundo, eles alcançam o grau de adiantamento que esse
mundo comporta, passam para outro mais adiantado, e assim por diante, até que
cheguem ao estado de puros Espíritos.
GEN cap.XI item 29 -> Quando a Terra
se encontrou em condições climatérias próprias à existência da existência
humana, ali se encarnaram Espíritos humanos. De onde vieram? Quer estes
Espíritos tenham sido criados em tal momento; quer tenham vindo à Terra
completamente formados, sua presença desde um tempo limitado é um fato, pois
que antes deles, apenas havia animais (...) tomemos o Espírito não em se ponto
de partida, mas naquele em que, manifestando-se nele os primeiros germens do
livre arbítrio e do senso moral, vemo-lo desempenhar seu papel humano, sem nos
inquietarmos com o ambiente no qual passou seu período de infância, ou se assim
preferirmos, sua incubação.
Acrescentamos todo o capítulo XI do Livro
dos Espíritos - "Dos três reinos" - em que os Espíritos esclarecem a
cerca da passagem do princípio inteligente pelos reinos inferiores da criação,
até a sofrer um processo de transformação que o introduz na vida espiritual
propriamente dita.
2) Comente o entendimento que teve da
leitura do capítulo.
R - Conforme os ensinamentos de André Luiz,
vemos que a Terra passou por um processo de adaptação que a dotou das condições
necessárias à chegada do princípio inteligente. Reunidas estas condições,
Engenheiros Siderais introduziram no ambiente terreno o princípio inteligente,
que, durante bilhões de anos, passou por um processo de magnetização,
expressando- se, inicialmente como simples "mônada celeste" e,
posteriormente, através do protoplasma que lhe possibilitaria a existência organizada
futura (protoplasma = substância gelatinosa que constitui a massa essencial da
célula vegetal ou animal, sendo a base das funções vitais).
Transcorrem-se milênios e surgem os vírus
(microrganismo que só tem vida no interior de células vivas e que causam
inúmeras doenças) e, com eles, as nucleoproteínas (proteína que figura entre os
constituintes fundamentais do núcleo da célula) e globulinas (composto de
natureza protéica presente no plasma sanguíneo). Em seguida, as mônadas
encontram condições adequadas para se dividirem, expressando-se através de
bactérias rudimentares (bactéria = organismo microscópico, unicelulares, de
numerosas espécies, que se reproduzem por divisão indireta, denominada
"cariocinética"). Essas bactérias, por sua vez, subdividem-se em
numerosas raças e grupos, estagiando nos minerais que propiciaram a formação do
solo. Por meio de reprodução assexuada, reproduzem-se e plasmam as
células primitivas que se responsabilizariam pelo surgimento do reino vegetal.
Sustentado nas nucleoproteínas e globulinas
e nas bactérias por recursos do líquido protoplasmático, o princípio
inteligente, os novos organismo necessitam de recursos que lhes permitam a
sustentação da vida. Surge, então, sempre sob a orientação dos Engenheiros
Siderais, a clorofila (pigmentos verdes que contêm magnésio e estão presentes
nas células das plantas, capazes de realizar fotossíntese que é o processo de
alimentação dos vegetais mediante fixação do gás carbônico pela ação da luz solar).
A mônada celeste passa a se expressar em forma de alga (vegetal relativamente
simples, mas diversificado quanto às formas e tipos de reprodução. O corpo é
representado por um talo e não tem raízes, caules nem folhas. São aquáticas,
mas também são encontradas em terra úmida, lodo e cascas de árvores).
Inicialmente monocelular, surgem, tempos depois, a alga pluricelular, com novo
núcleo e inaugurando a reprodução sexuada. Metamorfoses contínuas são
provocadas no decurso das eras, prosseguindo a edificação das formas futuras.
Milênios após, a mônada ingressa no reino
animal, expressando-se em forma de animais primitivos. Surgem os artrópodos (grupo
de animais com extremidades articuladas e um esqueleto externo formado por
substância córnea, semelhante a um chifre. O corpo é segmentado, geralmente
subdividido em cabeça, tórax e abdome. Exemplo; caranguejo, aranha, lacraia e barata).
Mais tarde, a evolução prossegue e a mônada vê-se guindada à condição de
crisálida da consciência (crisálida = termo usado por analogia ao estado
intermediário por que passam certos insetos para se transformarem de largata em
borboleta, durante o qual a larva se desenvolve num invólucro denominado
casulo). Passa a vivenciar experiências no reino dos animais superiores, cujo
sangue detém a hemoglobina, semelhante à encontrada nas formas futuras. Avança
por grupos de animais invertebrados, exclusivamente marinhos, como a
estrela-do-mar; pelos crustáceos (animais de esqueleto externo e respiração por
brânquias, geralmente aquáticos, como o camarão, o caranguejo e a lagosta), nos
quais desenvolve o sistema vascular e o sistema nervoso; por grupo de peixes
providos de peixes de escamas, barbatanas e camada de osso; de lagartos primitivos;
de aves estranhas, descendentes do réptil voador e marinho, até chegar à última
fase do período crustáceo. Entra, então, no período dos primeiros mamíferos,
procedentes dos dromatérios (réptil que desapareceu com o advento dos
dinossauros carnívoros e que pode ser o último ancestral da maioria dos grupos
mamíferos) e anfitérios (mamíferos sem placenta, primitivo, cuja importância na
evolução é grande, por serem considerados a possível fonte dos marsupiais e dos
placentários, mamíferos com placenta), em que adquire rudimentos das reações
psicológicas superiores e incorpora as conquistas do instinto e da inteligência.
Após esse período, em que prossegue a
expansão dos mamíferos, a mônada estagia durante o período geológico, nas mais variadas
formas, até chegar aos mamíferos mais nobres do plioceno (período em que surgem
os primeiros homínidas, mamíferos semelhantes ao homem). Incorpora importantes
aquisições entre os mamíferos precursores da fauna atual, como os mamutes, alcançando
os pitecantropóides (animal fóssil, indicativo de um gênero intermediário entre
o macaco e o homem). Chega, então, o momento em que o princípio inteligente
humaniza-se, ou seja, passa pelo processo de transformação através do qual se
torna espírito, incorporando definitivamente o pensamento contínuo, o
livre-arbítrio e a consciência.
Obs.: As definições acima mencionadas foram
extraídas do livro "Elucidário de Evolução em Dois Mundos", de José
Marques Mesquita. (estamos publicando nos grupos no whatsapp e no blog)
3)
Relacione o capítulo, se souber, ao que a ciência vem nos informando em matéria
de progresso quanto ao entendimento do desenvolvimento da Terra.
R - Muitas teorias têm se formado a
respeito da origem do Universo e da evolução da espécie humana. Relativamente à
formação do Universo, a mais aceita é aquela conhecida como "Teoria do
Big-Bang", formulada no início do século XX. Segundo esta teoria, o
Universo teria se originado de uma gigantesca explosão de um ponto
minúsculo. Não explica, porém, o que existia anteriormente a essa explosão nem
como teriam surgido os elementos que a provocaram. Por essa teoria, o Universo
se concentrava em um único ponto, com pressão e temperatura altíssimas. No
instante zero, esse ponto sofre uma grande explosão e começa a sua expansão,
que dura até hoje. O Universo seria finito, tanto no tempo como no espaço.
Assim, não haveria sentido em especular sobre o tempo antes do momento da
criação do Universo, porque, simplesmente, o tempo não existia.
Estima-se que o planeta Terra tenha se formado há cerca de 4,5 bilhões de
anos.
Com relação à criação e evolução do homem
na Terra, a teoria que goza de maior aceitação no meio científico é a trazida por
Charles Darwin, em 1.859, através da conhecida obra "A origem das
espécies". Juntamente com "O Livro dos Espíritos", de Allan
Kardec, revolucionou a história intelectual e espiritual da humanidade, ambas
sofrendo grande resistência nos meios acadêmicos da época. Embora possuam
pontos em comum, a principal diferença é que a teoria de Darwin mostra o ser
humano exclusivamente como animal, descendentes de animais, através um longo
processo de seleção e evolução. O Espiritismo nos mostra a evolução humana
considerando o homem como ser espiritual, pouco importando a origem material de
seu corpo e a sua vestimenta carnal.
4) O que o ensinamento do Capítulo pode nos
auxiliar em nossa vida?
R - Vimos que o princípio inteligente,
saído do Plano Espiritual para o Plano Físico, atravessou um longo processo de
adaptação, que durou alguns bilhões anos. Durante esse período, adquiriu
aquisições importantes para o novo tipo de vida, já como espírito, como os
valores da organização, da reprodução, da memória, do instinto, da
sensibilidade, da percepção e da própria preservação, como destaca André Luiz,
penetrando na faixa da razão. Estima que o homem de hoje tenha cumprido esse
roteiro evolutiva durante cerca de um bilhão e meio de anos. Para chegar à
atual civilização, levou mais de duzentos mil anos, sempre sob a orientação e
as bênçãos das Entidades Siderais Superiores, dirigidas pelo Cristo.
Não somos, portanto, frutos do acaso nem de
um acidente cósmico qualquer. Cientes desta realidade, havemos de nos conscientizar
dos nossos deveres para com as Leis emanadas do Pai Criador de todas as coisas.
Dentre todas, a mais importante, segundo ensinam os Espíritos, é a Lei de
Justiça, de Amor e de Caridade. Ou, como ensinou Jesus, o mandamento maior é
aquele que recomenda devamos amar Deus sobre todas as coisas e o próximo como a
nós mesmos. Façamos por nos tornar merecedores de todo esse trabalho
desenvolvido pelos benfeitores do Mundo Maior, valorizando este bem
inalienável, que é a vida. Vivamo-la com amor e empreguemos nosso tempo sempre
com pensamentos, sentimentos e ações úteis, que nos elevem perante o Pai.
Um grande abraço a todos
Equipe CVDEE
Sala André Luiz
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