(Espiritismo) - Nl08 14 Simbiose Espiritual
Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo -
CVDEE
Sala de Estudos André Luiz
Livro em estudo: Evolução em dois mundos (Editora FEB) Autor: Espírito André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira
Primeira parte - Capítulo XIV - Simbiose espiritual (parte
I)
Comentários: Eurípides Kühl
SUSTENTO DO PRINCIPIO
INTELIGENTE
O princípio inteligente, que
exercitara a projeção de impulsos mentais fragmentários para nutrir-se durante
largas eras, alçado ao Plano Espiritual, na condição de consciência humana
desencarnada, começa a plasmar novos meios de exteriorização, em favor do
sustento próprio.
No mundo das plantas, com o parênquima
clorofiliano, aprendeu a decifrar os segredos da fotossíntese, absorvendo
energia luminosa para elaborar as matérias orgânicas, e lançando de si os gases
essenciais que contribuem para o equilíbrio da atmosfera.
No domínio de certas bactérias,
inteirou-se dos processos da quimiossíntese, aproveitando a energia química
haurida na oxidação de corpos minerais.
Entre os seres superiores,
consagrou-se à biossíntese, em novo câmbio de substâncias nos vários períodos
da experiência física, para garantir a segurança própria, sob o ponto de vista
material e energético.
Habituado aos fenômenos do anabolismo,
na incorporação dos elementos de que se nutre, e do catabolismo, na
desassimilação respectiva, automatiza-se-Ihe a existência, em metamorfose
contínua das forças que lhe alcançam a máquina fisiológica, através dos
alimentos necessários à restauração constante das células e ao equilíbrio dos
reguladores orgânicos.
Comentários
Já arrimado da condição de mentalizar,
mesmo que primariamente, encontramos o Espírito, quando desenfeixado da
vestimenta física, buscando novos meios de se exteriorizar, para com isso
melhorar seu sustento.
No físico, as experiências acumuladas
pelo Princípio Inteligente (P. I.) ao longo das várias etapas percorridas,
particularmente a partir do reino vegetal, culminaram com a propriedade de
absorver energia solar, a qual, depois de aproveitada, metaboliza e expele, de
si, gases que participarão do equilíbrio atmosférico bom ar. Tudo isso, sem
deslembrar o aprendizado proporcionado pela apropriação da oxidação mineral, por parte de certas
bactérias.
Evoluindo agora, já humano, o P. I.
haure energias oriundas de alimentos (anabolismo), transformando-as em
substâncias orgânicas em si mesmo. É assim que é garantida a permanente
renovação celular (crescimento, do bebê ao adulto).
Em processo subseqüente, ocorre a
desassimilação (catabolismo) dos líquidos, sólidos e gasosos degradados,
inaproveitáveis ou supérfluos.
INICIO DA MENTOSSÍNTESE
Erguido, porém, à geração do
pensamento ininterrupto, altera-se-lhe, na individualidade, o modo particular
de ser.
O princípio inteligente inicia-se,
desde então, nas operações que classificaremos como sendo de mentossíntese, porque
baseadas na troca de fluidos mentais multiformes, através dos quais emite as
próprias idéias e radiações, assimilando as radiações e idéias alheias.
O impulso que lhe surgia na mente
embrionária, por interesse acidental de posse, ante a necessidade de alimento
esporádico, é agora desejo consciente. E, sobretudo, o anseio genésico
instintivo que se lhe sobrepunha à vida normal, em períodos certos,
converteu-se em atração afetiva constante.
Aparece, assim, a sede de satisfação
invariável como estímulo à experiência e prefigura-se-lhe nalma a excelsitude
do amor encravado no egoísmo, como o diamante em formação no carbono obscuro.
A morte física interrompe-lhe as
construções no terreno da propriedade e do afeto e a criatura humana, a
iniciar-se no pensamento contínuo, sente-se quebrada e aflita, cada vez que se
desvencilha do corpo carnal adulto.
A liberação da veste densa impõe-lhe
novas condições vibratórias, como que obrigando-o à ocultação temporária entre
os seus para que se lhe revitalizem as experiências, qual ocorre à planta
necessitada de poda para exaltar-se em renovação do próprio valor.
Épocas numerosas são empregadas para
que o homem senhoreie o corpo espiritual, nos círculos da consciência mais
ampla, porque, como deve compreender por si o caminho em que se conduzirá para
a Glória Divina, cabe-lhe também debitar a si mesmo os bens e os males e as
alegrias e as dores da caminhada.
Arrebatado aos que mais ama e ainda
incapaz de entender a transformação da paisagem doméstica de que foi alijado,
revolta-se comumente contra as novas lições da vida a que é convocado, em plano
diferente, e permanece fluidicamente algemado aos que se lhe afinam com o
sangue e com os desejos, comungando-lhes a experiência vulgar.
Nesse sentido, será, pois, razoável
recordar que em seu recuado pretérito aprendeu, automaticamente, a respirar e a
viver, justaposto ao hausto e ao calor alheios.
Comentários
Detentor do pensamento contínuo
inicia-se o que o Autor espiritual denomina mentossíntese, ou seja, troca
(emissão e recepção) de fluidos de várias gradações energéticas, geradoras de
radiações e idéias.
Como resultante, brota-lhe a
sublimidade do amor o que antes era anseio sexual com desejo de posse agora se
afigura como busca de vivência afetiva constante.
A morte física expõe ao Espírito que
qualquer posse material é-lhe e sempre será transitória, bem como se interrompe
a presença do objeto humano afetivo. As vidas sucessivas causam-lhe revolta
pela perda dos afins, aos quais busca fixar-se (eis aí um dos quadros da
obsessão). Custará, mas um dia entenderá que essa sublime engenharia é a mesma
que regula a poda das plantas, com isso proporcionando-lhes abençoada
renovação...
SIMBIOSE ÚTIL
Revisemos, assim, a simbiose entre os
vegetais, como, por exemplo, a que existe entre o cogumelo e a alga, na esfera
dos liquens, em que as hifas ou filamentos dos cogumelos se intrometem nas
gonídias ou células das algas e projetam-lhes no interior certos apêndices,
equivalendo a complicados haustórios, efetuando a sucção das matérias orgânicas
que a alga elabora por intermédio da fotossíntese.
O cogumelo empalma-lhe a existência,
todavia, em compensação, a alga se revela protegida por ele contra a perda de
água, e dele recolhe, por absorção permanente, água e sais minerais, gás
carbônico e elementos azotados, motivo pelo qual os liquens conseguem superar
as maiores dificuldades do meio.
Entretanto, o processo de semelhante
associação pode estender-se em ocorrências completamente novas. É que se dois
liquens, estruturados por diferentes cogumelos, se encontram, podem viver, um
ao lado do outro, com talo comum, pelo fenômeno da parabiose ou união natural
de indivíduos vivos.
Dessa maneira, a mesma alga pode
produzir liquens diversos com cogumelos variados, podendo também suceder que um
líquen se transfigure de aspecto, quando uma espécie micológica se sucede à
outra.
Julgava-se antigamente, na botânica
terrestre, que os liquens participassem do grupo das criptogâmicas, mas
Schwendener incumbiu-se de salientar-lhes a existência complexa, e Bonnier e
Bornet, mais tarde, chamaram a si a obrigação de positivar-lhes a simbiose,
experimentando a cultura independente de ambos os elementos integrantes,
cultura essa que, iniciada no século findo, somente nos tempos últimos logrou
pleno êxito, evidenciando, porém, que a vida desses mesmos componentes, sem o
ajuste da simbiose, é indiscutivelmente frágil e precária.
Outro exemplo de agregação da mesma
natureza vamos encontrar em certas plantas leguminosas que guardam os seus
tubérculos nas raízes, cujas nodosidades albergam determinadas bactérias do
solo que realizam a assimilação do azoto atmosférico, processo esse pelo qual
essas plantas se fazem preciosas à gleba, devolvendo-lhe o azoto despendido em
serviço.
Comentários
Na simbiose dois seres de diferentes
espécies se associam, influenciando-se reciprocamente, resultando bênçãos ou
problemas, para ambos ou apenas para um deles. Vejamos simbioses boas:
- nos vegetais, o exemplo é a simbiose
do cogumelo e da alga: aquele a esconde e protege contra perda de água, daí
originando-se alguns liquens (vegetais); em contrapartida, quando a alga
elabora a fotossíntese e elementos nutritivos, estes serão apropriados pelo
cogumelo.
- em outras circunstâncias naturais,
dois liquens formados por diferentes cogumelos poderão coabitar talo comum, no
fenômeno denominado parabiose (união natural e permanente de indivíduos vivos
caso, por exemplo, dos gêmeos xifópagos).
- a mesma alga poderá produzir liquens
diversos, com vários cogumelos. No caso dos cogumelos sofrerem sucessão poderá ocorrer
mudança de aspecto dos respectivos liquens.
- há simbiose próspera também entre
algumas leguminosas e certas bactérias, as quais se fixam nas raízes, com isso
fixando o nitrogênio no solo, a benefício da gleba.
SIMBIOSE EXPLORADORA
Contudo, além desses fenômenos em que
a simbiose é simples e útil, temos as ocorrências desagradáveis, como sejam as
micorrizas das orquidáceas, em que o cogumelo comparece como sendo invasor da
raiz da planta, caso esse em que a planta assume atitude anormal para
adaptar-se, de algum modo, às disposições do assaltante, encontrando, por
vezes, a morte, quando persiste esse ou aquele excesso no conflito para a
combinação necessária.
Nesse acontecimento, como assinalou
Caullery, com justeza de conceituação, tal simbiose deve ser capitulada na
patologia comum, por enquadrar-se perfeitamente ao parasitismo.
Identificaremos, ainda, a simbiose
entre algas e animais, em que as algas se alojam no plasma das células que
atacam, como acontece a protozoários e esponjas, turbelários e moluscos, nos
quais se implantam, seguras.
Comentários
Vejamos agora aquelas simbioses que podemos
considerar danosas...
- orquídeas podem se parasitar ou
morrer se suas raízes se associarem a cogumelos invasores;
- há associações entre algas e
animais, com aquelas se alojando no plasma (massa formadora e essencial de um
órgão) das células que atacam. É o caso de protozoários (animais unicelulares)
e esponjas (animais marinhos ou de água doce); turbelários e moluscos (lesmas,
ostras, caramujos, etc.).
QUESTÕES PARA ESTUDO
1) Como se dá a evolução do mecanismo
de sustento do princípio inteligente?
2) O que é a mentossíntese, segundo
André Luiz?
3) Que conseqüências são apontadas
pelo Autor como resultantes da troca de energias surgida na vida do princípio
inteligente?
4) Como podemos definir a simbiose
útil e quais os exemplos citados por André Luiz para demonstrá-la?
5) E quanto à simbiose exploradora?
Como defini-la e exemplificá-la?
XIV
Simbiose espiritual
(final)
SIMBIOSE DAS MENTES Semelhantes
processos de associação aparecem largamente empregados pela mente desencarnada,
ainda tateante, na existência além-túmulo.
Amedrontada perante o desconhecido,
que não consegue arrostar de pronto, vale-se da receptividade dos que lhe
choram a perda e demora-se colada aos que mais ama.
E qual cogumelo que projeta para
dentro dos tecidos da alga dominadores apêndices, com os quais lhe suga grande
parte dos elementos orgânicos por ela própria assimilados, o Espírito
desenfaixado da veste física lança habitualmente, para a intimidade dos tecidos
fisiopsicossomáticos daqueles que o asilam, as emanações do seu corpo
espiritual, como radículas alongadas ou sutis alavancas de força,
subtraindo-lhes a vitalidade, elaborada por eles nos processos da biossíntese,
sustentando-se, por vezes, largo tempo, nessa permuta viva de forças.
Qual se verifica entre a alga e o
cogumelo, a mente encarnada entrega-se, inconscientemente, ao desencarnado que
lhe controla a existência, sofrendo-lhe temporariamente o domínio até certo
ponto, mas, em troca, à face da sensibilidade excessiva de que se reveste,
passa a viver, enquanto perdure semelhante influência, necessariamente
protegida contra o assalto de forças ocultas ainda mais deprimentes. Por esse
motivo, ainda agora, em plena atualidade, encontramos os problemas da
mediunidade evidente, ou da irreconhecida, destacando, a cada passo,
inteligências nobres intimamente aprisionadas a cultos estranhos, em matéria de
fé, as quais padecem a intromissão de idéias de terror, ante a perspectiva de
se afastarem das entidades familiares que lhes dominam a mente através de
palavras ou símbolos mágicos, com vistas a falaciosas vantagens materiais.
Essas inteligências fogem deliberadamente ao estudo que as libertaria do
cativeiro interior, quando não se mostram apáticas, em perigosos processos de
fanatismo, inofensivas e humildes, mas arredadas do progresso que lhes
garantiria a renovação.
Comentários:
OBS:
Precisamente aqui, na minha opinião, o Espiritismo se viu brindado com a
abençoada e minuciosa explicação de como se processam os meandros da obsessão.
Pedagogicamente o autor expôs as
simbioses acima e agora apropria os mesmos fundamentos ao caso das mentes, de desencarnados,
inseguros, por desconhecedores da própria situação.
Tendo por apoio o choro dos encarnados
que lamentam sua passagem, sobre eles lançam radículas perispirituais, sugando energia
vital deles, ás vezes por longo tempo...
A mente do encarnado, qual a alga,
entrega-se de boamente à do desencarnado, aqui representando o papel do
cogumelo.
Dessa triste associação, em que o
desencarnado não projetou, mas realiza domínio sobre o encarnado, ambos se
bastam, com o encarnado, quase sempre desconhecendo que já está sendo assaltado
por forças desconhecidas. Essa ignorância mútua merece nossa compaixão, eis que ambos
inauguram processo obsessivo inconsciente, à guisa de um equivocado
sentimento: amor recíproco...
Temos aqui, à mão, característico, o
caso de mediunidade destrambelhada: o encarnado fazendo de tudo para cada vez
mais fortalecer os grilhões que ele próprio permitiu lhe fossem atados e o desencarnado,
com pavor de perder a fonte da qual se supre.
Ambos fogem da reflexão, da prece, dos
estudos que os libertariam.
HISTERIA E PSICONEUROSE
Entretanto, as simbioses dessa
espécie, em que tantas existências respiram em reciprocidade de furto psíquico,
não se limitam aos fenômenos desse teor, nos quais Espíritos desencarnados,
estanques em determinadas concepções religiosas, anestesiam ou infantilizam
temporariamente consciências menos aptas ao autocontrole, porquanto se
expressam igualmente nas moléstias nervosas complexas, como a
hístero-epilepsia, em que o paciente sofre o espasmo tônico em opistótono,
acompanhado de convulsões clônicas de feição múltipla, às vezes sem qualquer
perda de consciência, equivalendo a transe mediúnico autêntico, no qual a
personalidade invisível se aproveita dos estados emotivos mais intensos para acentuar a própria influenciação.
E na mesma trilha de ajustamento
simbiótico, somos defrontados na Terra, aqui e ali, pela presença de
psiconeuróticos da mais extensa classificação, com diagnose extremamente
difícil, entregues aos mais obscuros quadros mentais, sem se arrojarem à
loucura completa. Tais entidades, imanizadas ao painel
fisiológico e agregadas a ele sem o corpo de matéria mais densa, vivem assim,
quase sempre por tempo longo, entrosadas psiquicamente aos seus hospedadores,
porquanto o Espírito humano desencarnado, erguido a novo estado de consciência,
começa a elaborar recursos magnéticos diferenciados, condizentes com os
impositivos da própria sustentação, tanto quanto, no corpo terrestre, aprendeu
a criar, por automatismo, as enzimas e os hormônios que lhe asseguravam o
equilíbrio biológico, e, impressionando o paciente que explora, muita vez com a
melhor intenção, subjuga-lhe o campo mental, impondo-lhe ao centro coronário a
substância dos próprios pensamentos, que a vítima passa a acolher qual se
fossem os seus próprios. Assim, em perfeita simbiose, refletem-se mutuamente,
estacionários ambos no tempo, até que as leis da vida lhes reclamem, pela
dificuldade ou pela dor, a alteração imprescindível.
Comentários:
Em simbioses como a acima não ocorrem
apenas proteção do desencarnado ao encarnado contra outras influências
maléficas: surgem doenças nervosas, complexas, tais como a histero-epilepsia
(espasmos convulsivos, em que o encarnado permanece consciente). Esse é um
quadro efetivo de mediunidade, ocorrendo quase sempre quando o desencarnado se
vale dos instantes de emoção violenta do encarnado, que com isso, se
desguarnece por inteiro.
Na Terra são incontáveis os indivíduos
psiconeuróticos, cujos quadros são difíceis de serem diagnosticados e que se
aproximam da loucura completa, contudo, sem instalação.
Dispensado detalhar o futuro dessas
simbioses: longa duração, fanatismo, atraso evolutivo, quando então, por
Bondade Divina, a Lei do Progresso aciona dispositivos para mudança de rota, de
ambos: entram em ação as dificuldades, sofrimentos diversos ou a própria dor,
como remédio derradeiro, mas infalível...
OUTROS PROCESSOS SIMBIÓTICOS
De outras vezes, o desencarnado que teme as experiências do Mundo Espiritual ou que insiste em prender-se por egoísmo aos que jazem na retaguarda, se possui inteligência mais vasta que a do hospedeiro, inspira-lhe atividade progressiva que resulta em benefício do meio a que se vincula, tal como sucede com a bactéria nitrificadora na raiz da leguminosa.
Noutras circunstâncias, porém,
efetua-se a simbiose em condições infelizes, nas quais o desencarnado permanece
eivado de ódio ou perversidade enfermiça ao pé das próprias vítimas,
inoculando-Ihes fluidos letais, seja copiando a ação do cogumelo que se faz
verdugo da orquídea, impulsionando-a a situações anormais, quando não lhe impõe
lentamente a morte, seja reproduzindo a atitude das algas invasoras no corpo
dos anelídeos, conduzindo-os a longas perturbações, fenômenos esses, no
entanto, que capitularemos, com apontamentos breves, em torno do vampirismo,
como responsável por vários distúrbios do corpo espiritual a se estamparem no corpo físico.
Comentários:
No quadro das simbioses enfocadas
neste capítulo surge o espantoso caso daquelas nas quais o desencarnado, mais
sábio do que o encarnado que subjuga mentalmente e do qual furta energias, por
temor ou inadaptação ao Mundo Espiritual, e mais por egoísmo, repassa idéias
que proporcionarão melhoria deste (algo como adubo intelectual, se assim posso
me expressar).
Mas pode ocorrer o contrário, sempre
calcado em tal equivocada união: o desencarnado que cristaliza na mente o ódio
ou maldade contra a vítima (encarnada) inocula nesta fluidos letais (caso do
cogumelo contra a orquídea). Resultado: condições físicas anormais, quando não
o vampirismo, passível de levar até à morte.
ANCIANIDADE DA SIMBIOSE
ESPIRITUAL
Justo, assim, registrar que a simbiose
espiritual permanece entre os homens, desde as eras mais remotas, em
multifários processos de mediunismo consciente ou inconsciente, através dos
quais os chamados mortos, traumatizados ou ignorantes, fracos ou indecisos, se
aglutinam, em grande parte, ao habitat dos chamados vivos, partilhando-Ihes a
existência, a absorver-lhes parcialmente a vitalidade, até que os próprios
Espíritos encarnados, com a força do seu próprio trabalho, no estudo edificante
e nas virtudes vividas, lhes ofereçam material para mais amplas meditações,
pelas quais se habilitem à necessária transformação com que se adaptem a novos
caminhos e aceitem encargos novos, à frente da evolução deles mesmos, no rumo
de esferas mais elevadas.
Pedro Leopoldo, 16/3/58.
Comentários:
Simbiose humana tem registro antigo na
humanidade, caracterizando que os chamados mortos se acoplam aos vivos, com
eles mantendo coabitação, naturalmente sugando-lhes a energia vital.
O processo tipifica claramente
mediunidade, consciente ou inconsciente. Quando um dos dois, mas principalmente
o encarnado se propõe ao estudo edificante, do que resulta vivência das
virtudes, obtém a chave que o liberta de tais algemas, que ele próprio
auto-implantou, via de regra desconhecendo que o fazia.
OBS:
Tal libertação é como sublime alvorada que visita a alma tanto de um quanto do
outro, pois como registra o dito popular a palavra convence, mas o exemplo
arrasta.
Ribeirão Preto/SP
QUESTÕES PARA ESTUDO
1) Segundo André Luiz, como se dá a
simbiose da mente de um encarnado e a de um desencarnado?
2) É possível um desencarnado, através
do processo de simbiose das mentes, causar um mal a um encarnado?
3) A simbiose das mentes de um
desencarnado e de um encarnado pode provocar danos ao corpo físico deste?
4) Pode a parte que esteja sendo
prejudicada pela simbiose das mentes interromper os seus efeitos? De que modo?
Conclusão:
1) Como se dá a evolução do mecanismo
de sustento do princípio inteligente?
R - No reino vegetal, o princípio inteligente satisfaz a necessidade de
sustento através da fotossíntese, por meio da qual absorve energia luminosa para
elaborar a matéria orgânica de que precisa, expelindo de si gases essenciais ao
equilíbrio da atmosfera. Atingindo a fase em que se expressa como bactéria,
passa a se sustentar de substâncias orgânicas formadas sem o concurso de luz
solar e, sim, com o uso de energia resultante de um processo químico. Já na
condição de espírito, o princípio inteligente passa a haurir energias oriundas
de alimentos, que as transforma em substâncias orgânicas em si mesmo,
garantindo-lhe a permanente renovação das células. Tem, assim, a existência
automatizada, através dos processos de anabolismo (assimilação de energias) e
catabolismo (desassimilação dos líquidos, sólidos e gasosos desnecessários).
2) O que é a mentossíntese, segundo
André Luiz?
R - Adquirindo o pensamento contínuo, o princípio inteligente inicia o
que André Luiz denomina "mentossíntese", que é a troca de fluidos mentais multiformes, através dos
quais emite as próprias idéias e radiações e assimila as radiações e idéias
alheias. .
3) Que conseqüências são apontadas
pelo Autor como resultantes da introdução do pensamento contínuo na vida do
princípio inteligente?
R - Além de inaugurar a prática da
troca de energias mentais, a aquisição do pensamento contínuo transforma o modo
de ser do princípio inteligente. Os impulsos passam a desejos conscientes. O
que antes era simples desejo sexual momentâneo transforma-se em amor, buscando
uma vivência afetiva constante. Com a morte física, interrompe-se a idéia da
posse definitiva das coisas e dos afetos, sofrendo o espírito perturbação, a
cada vez que deixa o corpo físico. Na nova forma de vida, fora da matéria,
novas vibrações lhe são impostas, obrigando-o a buscar abrigo entre àqueles com
os quais se afina. Ressalta, ainda, André Luiz, que longos períodos são
necessários para que o espírito se aproprie conscientemente de seu corpo
espiritual, assim como para compreender que a si cabe a responsabilidade pela
felicidade ou pela infelicidade.
4) Como podemos definir a simbiose
útil e quais os exemplos citados por André Luiz para demonstrá-la?
R - Podemos definir a simbiose como o
fenômeno através do qual dois seres de diferentes espécies se associam,
influenciando-se, reciprocamente. Quando desta união resulta benefício para
ambos ou para um deles, temos o que André Luiz denomina "simbiose
útil".
Como exemplos de simbiose útil, o
autor cita, nos vegetais, a simbiose do cogumelo e da alga, em que o primeiro
esconde e protege a segunda contra a perda de água. Desta simbiose originam-se
novos organismos vegetais (liquens) e, quando a alga elabora a fotossíntese,
produz elementos nutritivos, que vão servir de nutrientes ao cogumelo. Pode
ocorrer, ainda, dois liquens formados por diferentes cogumelos virem coabitar
um talo comum ou a mesma alga produzir liquens diversos, com vários cogumelos.
André Luiz cita, também, como exemplo
de simbiose útil, a que ocorre entre algumas leguminosas e certas bactérias,
que se fixam nas raízes das primeiras, realizando a assimilação de nitrogênio
pelo solo, revitalizando-o.
5) E quanto à simbiose exploradora?
Como defini-la e exemplificá-la?
R - A simbiose exploradora ocorre quando o seu
efeito é negativo para uma ou ambas as partes associadas, causando danos. A
título de exemplo, André Luiz cita o caso das orquídeas, quando se associam a
cogumelos invasores, que podem provocar a morte de suas raízes. Cita, ainda, a
simbiose entre algas e animais, com aquelas se alojando no plasma das células
agredidas, como acontece com protozoários, esponjas e moluscos.
QUESTÕES PROPOSTAS PARA
ESTUDO
1) Segundo André Luiz, como se dá a
simbiose da mente de um encarnado e a de um desencarnado?
R - André Luiz explica o mecanismo da
simbiose mental fazendo uma analogia com o que ocorre com as orquídeas, quando
associadas a cogumelos invasores e com alguns animais, como os protozoários,
esponjas e moluscos, quando invadidos por algas que se alojam no plasma de suas
células. Em processo similar ao que acontece nestes casos, a mente
desencarnada, ainda insegura no além-túmulo, pode se aproveitar da
receptividade do encarnado que lhe chora a perda, colando-se a ela por
intermédio de emanações perispirituais lançadas sobre o encarnado.
2) É possível um desencarnado, através
do processo de simbiose das mentes, causar um mal a um encarnado?
R - Como acontece quando a alga e o cogumelo invasores se alojam em suas
vítimas, a mente encarnada entrega-se, inconscientemente, ao domínio do
desencarnado, que passa a controlá-la. Quando isto ocorre, o desencarnado
subtrai-lhe vitalidade, num processo que pode durar largo tempo. São os mais
variados graus de obsessão, estudados pelo Espiritismo. Explica o Autor espiritual que, nesta
hipótese, a mente encarnada, em contrapartida, sente-se protegida contra forças
espirituais ainda mais danosas. Destaca, ainda, conseqüências no campo
mediúnico, citando a hipótese em que inteligências encarnadas deixam-se
aprisionar a cultos estranhos de fé religiosa, receosas de verem afastadas as
entidades com as quais se familiarizam e que lhes dominam a mente através de
palavras ou símbolos mágicos.
3) A simbiose das mentes de um
desencarnado e de um encarnado pode provocar danos ao corpo físico deste?
R - Além das conseqüências de natureza
espiritual acima apontadas, o processo de simbiose de mentes pode acarretar
danos físicos no encarnado, através de moléstias nervosas complexas, que se
expressam em forma de convulsões, nas quais a mente invisível aproveita-se do
estado emotivo mais intenso da mente encarnada para aumentar seu domínio.
Forma-se, então, um quadro efetivo de manifestação mediúnica danosa, de difícil
diagnóstico por parte da medicina terrena. A mente desencarnada permanece
agregada ao corpo do encarnado, geralmente, por longo tempo, entrosada
psiquicamente ao hospedeiro. Utiliza-se de recursos magnéticos para subjugar o
campo mental do encarnado, impondo-lhe seus pensamentos, que são acolhidos pela
vítima como se fossem os seus próprios.
Explica André Luiz que, do mesmo modo
que o desencarnado possuidor de inteligência mais desenvolvida do que o
encarnado pode inspirá-lo em atividade benéfica, como acontece com a bactéria
que se fixa na raiz da leguminosa possibilita a assimilação de nitrogênio pelo
solo, quando a mente desencarnada encontra-se eivada de ódio ou perversidade,
introduz no encarnado fluidos letais, enfermiços, provocando-lhe doenças, como
acontece com o cogumelo em relação à orquídea.
4) Pode a parte que esteja sendo
prejudicada pela simbiose das mentes interromper os seus efeitos? De que modo?
R - Em perfeita simbiose mental,
invasor e hospedeiro podem permanecer estacionados no tempo até que a
misericórdia divina, por meio de suas leis sábias e soberanas as impulsione ao
progresso. Através do trabalho edificante, do estudo, da prece e da conquista
de virtudes, a parte prejudicada pode interromper este processo, operando a
transformação que a recolocará no caminho da evolução.
Muita paz a todos
Equipe CVDEE
Sala André Luiz
Nenhum comentário:
Postar um comentário