Céu inferno_002_1ª
Parte Capítulo I O porvir e o nada (itens 7 a 14)
Tema 002 - 1ª parte/Capítulo I: O porvir e
o nada (itens 7 a 14) - Resumo
7. O panteísmo considera o principio
universal de vida e de inteligência como constituindo a Divindade. Deus é
concomitantemente Espírito e matéria; todos os seres, todos os corpos da
Natureza compõem a Divindade, da qual são as moléculas e os elementos constitutivos;
Deus é o conjunto de todas as inteligências reunidas; cada indivíduo, sendo uma
parte do todo, é Deus ele próprio; nenhum ser superior e independente rege o
conjunto.
8. A este sistema podem opor-se inumeráveis
objeções: se divindade tem infinita perfeição, como um todo perfeito pode ser
formado de partes tão imperfeitas, tendo necessidade de progredir? Como cada
parte está submetida à lei do progresso, força é convir que o próprio Deus deve
progredir; e se Ele progride constantemente, deveria ter sido, na origem dos
tempos, muito imperfeito. Como pôde um ser imperfeito conceber leis tão
harmônicas como as que regem o Universo?
Se todas as almas são porções da Divindade,
todos concorreram para as leis da Natureza; como sucede, pois, que elas murmurem
sem cessar contra essas leis que são obra sua?
9. Sob o ponto de vista moral, as
conseqüências são igualmente ilógicas. Para as almas a absorção num todo é a
perda da individualidade. Se as almas conservassem essa individualidade, Deus
deixaria de ter vontade única para ser um composto de miriades de vontades
divergentes.
10. Demais, estes sistemas não satisfazem nem
a razão nem a aspiração humanas. O homem tem, pois, três alternativas: o nada,
a absorção ou a individualidade da alma antes e depois da morte. É para esta
última crença que a lógica nos impele irresistivelmente, crença que tem formado
a base de todas as religiões desde que o mundo existe.
E se a lógica nos conduz à individualidade da
alma, também nos aponta esta outra consequência: a sorte de cada alma deve
depender das suas qualidades pessoais. Segundo os princípios de justiça, as
almas devem ter a responsabilidade dos seus atos, mas para haver essa
responsabilidade, preciso é que elas sejam livres na escolha do bem e do mal;
sem o livre-arbítrio há fatalidade, e com a fatalidade não coexistiria a
responsabilidade.
11. Todas as religiões admitiram igualmente o
principio da felicidade ou infelicidade da alma após a morte, ou, por outra, as
penas e gozos futuros, que se resumem na doutrina do céu e do inferno
encontrada em toda parte. No que elas diferem essencialmente, é quanto à
natureza dessas penas e gozos.
12. Todas as religiões houveram de ser em sua
origem relativas ao grau de adiantamento moral e intelectual dos homens: estes,
muito materializados para compreenderem o mérito das coisas puramente
espirituais, fizeram consistir a maior parte dos deveres religiosos no
cumprimento de fórmulas exteriores. Porém, mais tarde, sentindo o vácuo dessas
fórmulas, uma vez que a religião não o preenchia, abandonaram-na e tornaram-se
filósofos.
13. Se a religião tivesse acompanhado sempre
o movimento progressivo do espírito humano, não haveria incrédulos, porque está
na própria natureza do homem a necessidade de crer, e ele crerá desde que haja
harmonia com as suas necessidades intelectuais. O homem quer saber donde velo e
para onde vai. Mostrando-se-lhe um fim que não corresponde às suas aspirações
nem à idéia que ele faz de Deus, tampouco aos dados positivos que lhe fornece a
Ciência, ele tudo rejeita; o materialismo e o panteísmo parecem-lhe mais
racionais.
Apresente-se-lhe, porém, um futuro
condicionalmente lógico, digno em tudo da grandeza, da justiça e da infinita
bondade de Deus, e ele repudiará o materialismo e o panteísmo.
O Espiritismo dá coisa melhor, pois tem por
si a lógica do raciocínio e a sanção dos fatos, e é por isso que inutilmente o
têm combatido.
14. Instintivamente tem o homem a crença no
futuro, mas não possuindo até agora nenhuma base certa para defini-lo, a sua imaginação
fantasiou os sistemas que originaram a diversidade de crenças. A Doutrina
Espírita sobre o futuro congraçará, como já está acontecendo, as opiniões
divergentes ou flutuantes e trará gradualmente, pela força das coisas, a
unidade de crenças sobre esse ponto.
Questões para estudo:
1) Cite duas refutações à doutrina do
Panteísmo.
2) Qual a relação entre livre-arbítrio,
responsabilidade e justiça?
3) As religiões podem evoluir?
4) Porque a Doutrina Espírita conduz à
unidade de crenças sobre a vida futura?
Conclusão:
Questões para estudo:
1) Cite duas refutações à doutrina do
Panteísmo.
a. se divindade tem infinita perfeição, como
um todo perfeito pode ser formado de partes tão imperfeitas, tendo necessidade
de progredir?
b. Se todas as almas são porções da
Divindade, todos concorreram para as leis da Natureza; como sucede, pois, que
elas murmurem sem cessar contra essas leis que são obra sua?
2) Qual a relação entre livre-arbítrio,
responsabilidade e justiça?
Para que haja responsabilidade e justiça é
necessário haver liberdade. A liberdade está relacionada ao livre arbítrio,
pois para que o ser seja responsável por suas ações, sofrendo a consequência
justa de seus atos, precisa ter dois caminhos para decidir por qual andar e a
consciência dessa escolha.
3) As religiões podem evoluir?
Sim, estão evoluindo, pois as religiões são
obra do homem e o homem está em constante evolução. No entanto, evoluem num
ritmo bem mais lento que os indivíduos, considerados isoladamente.
4) Porque a Doutrina Espírita conduz à unidade
de crenças sobre a vida futura?
Porque apresenta um futuro condicionalmente
lógico, digno em tudo da grandeza, da justiça e da infinita bondade de Deus,
satisfazendo às necessidades emocionais e intelectuais do homem. E esta noção
sobre o futuro não está baseada em uma hipótese ou na imaginação, mas possui a
sanção dos fatos, comprovados através das comunicações mediúnicas.
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