Nl04 16
Encantamento Pernicioso -
CVDEE - Centro Virtual de Divulgação e Estudo
do Espiritismo
Sala Virtual de Estudos Nosso Lar
Estudo das obras de André Luiz
Livro em estudo: Libertação
Tema: Encantamento Pernicioso
Referência: Capítulo XVI
Dia:22/11/2001
Duração: 07 dias
TRECHO DO CAPÍTULO:
Finda a reunião, reparei que a médium Dona
Isaura Silva apresentava sensível transfiguração.
Enquanto perduravam os trabalhos, mostrava
radiações brilhantes, em derredor do cérebro, oferecendo simpático ambiente
pessoal; entretanto, encerrada que foi a sessão, cercou-se de emissões de
substância fluídica cinzento-escura, qual se houvesse repentinamente apagado,
em torno dela, alguma lâmpada invisível.
(...)
_ A pobrezinha encontra-se debaixo de
verdadeira tempestade de fluidos malignos que lhe vão sendo desfechados por
entidades menos esclarecidas, com as quais se sintonizou, inadvertidamente,
pelos fios negros do ciúme.
Enquanto se acha sob nossa influência direta,
mormente nos trabalhos espirituais de ordem coletiva, em que age como válvula
captadora das forças gerais dos assistentes, desfruta bom ânimo e alegria,
porque o médium é sempre uma fonte que dá e recebe, quando em função entre os
dois planos; terminada, contudo, a tarefa, Isaura volta às tristes condições a
que se relegou.
(...)
_ Sem dúvida - elucidou o orientador da
pequena e simpática instituição -, e, porque não a abandonamos, ainda não
sucumbiu. É imprescindível, todavia, num processo de semelhante natureza, agir
com cautela, sem humilhá-la e sem feri-la. Quando defendemos um broto tenro, do
qual é justo aguardar preciosa colheita no porvir, é necessário combater os
vermes invasores, sem atingi-lo. Crestar o grelo de hoje é perder a colheita de
amanhã. Nossa irmã é valorosa cooperadora, revela qualidades apreciáveis e
dignas, porém, não perdeu ainda a noção de exclusivismo sobre a vida do
companheiro e, através dessa brecha que a induz a violentas vibrações de
cólera, perde excelentes oportunidades de servir e elevar-se. Hoje, viveu um
dos seus dias mais infelizes, entregando-se totalmente a esse gênero de
flagelação interior. Reclama-nos concurso ativo, nesta noite, pois cada servo
acordado para o bem, quando se projeta em determinada faixa de vibrações
inferiores durante o dia, marca quase sempre uma entrevista pessoal, para a
noite, com os seres e as forças que a povoam.
(...)
_ Enquanto a criatura é vulgar e não se
destaca por aspirações de ordem superior, as inteligências pervertidas não se
preocupam com ela; no entanto, logo que demonstre propósitos de sublimação,
apura-se-lhe o tom vibratório, passa a ser notada pelos característicos de elevação
e é naturalmente perseguida por quem se refugia na inveja ou na rebelião
silenciosa, visto não conformar-se com o progresso alheio.
(...)
_ Por enquanto - (...) -, este domicílio está
sob a guarda dos nossos processos de vigilância. Entidades perturbadoras ou
criminosas não dispõem de acesso até aqui, mas nossa amiga, transtornada pelo
ciúme, vai, ela mesma, ao encalço de maus conselheiros. Esperamos que abandone
o veículo de carne, sob a ação do sono, e verás, de perto.
Decorridas apenas duas horas, vimos o senhor
Silva que nos acenava de porta próxima, já desligado do corpo físico. Sidônio
levantou-se e, convocando um de seus auxiliares, recomendou-lhe acompanhasse o
dono da casa em proveitosa excursão de estudos.
(...)
Mais alguns minutos e D. Isaura, fora do
corpo de carne, surgiu-nos à vista, revelando o perispírito intensamente
obscuro. Passou rente a nós sem prestar-nos a mínima atenção, mostrando-se
encarcerada em absorvente idéia fixa. Sidônio endereçou-lhe algumas palavras
amigas, que não foram absolutamente ouvidas. tentou o amigo tocá-la com a
destra luminosa, mas a médium precipitou-se em desabalada carreira,
deixando-nos perceber que a nossa aproximação lhe constituía, naqueles
instantes, aflitiva tortura.
Encontrava-se incapaz de assinalar-nos a
presença; entretanto, percebia-nos instintivamente, as vibrações mentais e
demonstrava temer o contacto espiritual conosco.
O benfeitor explicou-me que poderia
constrangê-la a ouvir-nos, obrigando-a a submeter-se, sem reservas, à nossa
influência; no entanto, semelhante atitude de nosso lado implicaria a supressão
indébita das possibilidades educativas. Isaura, no fundo, era senhora do
próprio destino e, na experiência íntima, dispunha do direito de errar para
melhor aprender – o mais acertado caminho de defesa da própria felicidade. Ali
estava, a fim de ajudá-la quanto possível, na preservação das forças físicas,
mas não para algemá-la a atitudes com que ainda não pudesse concordar
espontaneamente, nem mesmo em nome do bem que não reclama escravos em sua ação
e , sim, servidores livres, contentes e otimistas.
Com grande surpresa para mim, o prestimoso
guardião continuou explicando que aquela senhora, efetivamente, detinha
extensas possibilidades no serviço aos semelhantes. Caso quisesse perdê-las
temporariamente, outro recurso não nos cabia senão o de entregá-la à corrente
da própria vontade, até que um dia conseguisse ela própria despertar em plano
de compreensão mais alta. Sabia, à saciedade, que o marido não lhe era
propriedade exclusiva, que o ciúme tresloucado só poderia conduzí-la a perigosa
situação espiritual, não ignorava que a palavra do mestre exortava os
aprendizes ao perdão e ao amor para que os companheiros mais infelizes não se
projetassem nos despenhadeiros fundos da estrada. Entretanto, se os seus
desígnios se demorassem na linha contrária ao roteiro que o plano superior lhe
havia traçado, só nos restaria deixá-la circunscrita aos círculos da mente em
desânimo ou em desespero, a fim de que o tempo lhe ensinasse o reajustamento
próprio.
(...)
_ Educação não vem por imposição. Cada
Espírito deverá a si mesmo a ascensão sublime ou a queda deplorável.
(...) Estugou o passo até encontrar uma velha
casa desabitada, a cuja sombra se lhe deparavam dois malfeitores
desencarnados, inimigos sagrados do serviço de libertação espiritual de que se
convertera em devotada servidora.(...)
(...)
_ Não será razoável defendê-la?
(...)
_ Todavia, que fizemos há poucas horas, no
culto da prece e do socorro fraternal, senão prepará-la à própria defensiva?
Trabalhou mediunicamente conosco; ouviu formosa e comovedora preleção evangélica
conta os perigos do egoísmo enfermiço; colaborou, decidida, para que o bem se concretizasse
e ela própria emprestou-nos os lábios a fim de ensinarmos princípios de
salvação em nome do Cristo, a quem deveria confiar-se. Entretanto, apenas
porque o esposo se dispôs a justa gentileza com as damas que lhe buscaram a
companhia esclarecedora e fraterna, obscureceu o pensamento no ciúme destruidor
e perdeu o equilíbrio íntimo, entregando-se, inerme, a entidades que lhe
exploram o sentimentalismo.
(...)
_ Estes companheiros retardados procedem com
os médiuns à maneira de ladrões que, depois de saquearem uma casa, acordam o
dono, hipnotizam-no e obrigam-no a tomar-lhes o lugar, compelindo-o a sentir-se
na condição de mentiroso e mistificador. Aproximam-se da mente invigilante,
dilaceram-lhe a harmonia, furtam-lhe a tranquilidade e, depois, com sarcasmo
imperceptível e sutil, obrigam-na a acreditar-se fantasiosa e desprezível.
Muitos missionários se deixam atropelar pela falsa argumentação que acabamos de
ouvir e menosprezam as sublimes oportunidades de estender o bem, através de
preciosa sementeira que lhes enriqueça o futuro.
(...)
_ Desde o instante em que Isaura se projetou
na zona sombria do ciúme, tem a matéria mental em posição difícil e não se acha
em condições de compreender-me. Mas, poderemos socorrê-la de outro modo.
Em volitação rápida, no que foi seguido por
mim, encontrou o marido da medianeira numa reunião instrutiva, junto de vários
amigos espirituais , e recomendou-lhe tomar o corpo físico sem perda de tempo,
a fim de auxiliar a esposa em dificuldade.
(...)
O corpo da senhora, ao lado dele,
arfava em reiteradas contorções, acorrentado a indizível pesadelo.
(...)
Isaura, em copioso pranto, retornou ao campo
carnal sem detença, abrindo os olhos assustadiços:
_ Oh! Como sou infeliz! - bradou, angustiada
- estou sozinha! sozinha!
Sidônio, quase incorporado ao marido
complacente e bondoso, levava-o a falar, construtivamente:
_ Lembra-te, querida, de nossa fé e de quanto
temos recebido de nossos amados benfeitores espirituais!
_ Nada disso! - retrucou, irritada.
_ Como assim? - tornou ele, paciente - não
temos sido amparados, através de tua própria mediunidade?
_ Nunca! Nunca... - protestou a pobre senhora
- , tudo é uma farsa. As mensagens que recebo são pura atividade de minha
imaginação. Tudo é expressão de mim mesma.
_ Mas ouve, Isaura! - aduziu o esposo,
sorrindo - jamais foste mentirosa. Já sei. Caíste nas malhas dos nossos
infelizes irmãos que te conduzem ao purgatório do ciúme terrível, mas Jesus nos
auxiliará no oportuno reajustamento.
(...)
QUESTÕES INICIAIS PARA O ESTUDO:
01) Enquanto dormimos estamos totalmente
inertes e descansando? Justificar.
02) O que são e quais as formas dos sonhos? Comentar.
03) A moral do médium influencia nas
comunicações mantidas entre os dois planos?
04) Comentar, à luz da Doutrina Espírita, as
seguintes assertivas:
a) "Enquanto perduravam os trabalhos,
mostrava radiações brilhantes, em derredor do cérebro, oferecendo simpático
ambiente pessoal; entretanto, encerrada que foi a sessão, cercou-se de emissões
de substância fluídica cinzento-escura, qual se houvesse repentinamente
apagado, em torno dela, alguma lâmpada invisível."
b) "A pobrezinha encontra-se debaixo de
verdadeira tempestade de fluidos malignos que lhe vão sendo desfechados por
entidades menos esclarecidas, com as quais se sintonizou, inadvertidamente, pelos
fios negros do ciúme."
c) "Nossa irmã é valorosa cooperadora,
revela qualidades apreciáveis e dignas, porém, não perdeu ainda a noção de
exclusivismo sobre a vida do companheiro e, através dessa brecha que a induz a
violentas vibrações de cólera, perde excelentes oportunidades de servir e
elevar-se. "
d) "(...), pois cada servo acordado para
o bem, quando se projeta em determinada faixa de vibrações inferiores durante o
dia, marca quase sempre uma entrevista pessoal, para a noite, com os seres e as
forças que a povoam."
e) "este domicílio está sob a guarda dos
nossos processos de vigilância. entidades perturbadoras ou criminosas não
dispõem de acesso até aqui, mas nossa amiga, transtornada pelo ciúme, vai, ela
mesma, ao encalço de maus conselheiros. Esperamos que abandone o veículo de
carne, sob a ação do sono, e verás, de perto."
f) "Ali estava, a fim de ajudá-la quanto
possível, na preservação das forças físicas, mas não para algemá-la a atitudes
com que ainda não pudesse concordar espontaneamente, nem mesmo em nome do bem
que não reclama escravos em sua ação e , sim, servidores livres, contentes e
otimistas"
g) "Educação não vem por imposição. Cada
Espírito deverá a si mesmo a ascensão sublime ou a queda deplorável."
h) "Estes companheiros retardados
procedem com os médiuns à maneira de ladrões que, depois de saquearem uma casa,
acordam o dono, hipnotizam-no e obrigam-no a tomar-lhes o lugar, compelindo-o a
sentir-se na condição de mentiroso e mistificador. Aproximam-se da mente
invigilante, dilaceram-lhe a harmonia, furtam-lhe a tranquilidade e, depois,
com sarcasmo imperceptível e sutil, obrigam-na a acreditar-se fantasiosa e
desprezível. Muitos missionários se deixam atropelar pela falsa argumentação
que acabamos de ouvir e menosprezam as sublimes oportunidades de estender o
bem, através de preciosa sementeira que lhes enriqueça o futuro."
Bibliografia sugerida:
Leitura completa do Capítulo XVI, do Livro
Libertação
O Livro dos Espíritos:
** Parte Segunda: Capítulos I (questões 96 a
113), VIII (questões 400 a 412), IX (questões 456 a 472)
** Parte Terceira: Capítulo XII(questões 907
a 912)
Evangelho
Segundo o Espiritismo:
** Capítulos IV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI,
XXV
O Livro
dos Médiuns:
**
Segunda Parte: Capítulos XIX (itens 223 a 225), XX (itens 226 a 230), XXIII (itens
237 a 254), XXVII (itens 297 a 303)
Conclusão:
Médium invigilante. Esse é o exemplo que
André Luiz nos traz no presente capítulo. Isaura, embora dotada de acentuada
capacidade mediúnica e com alguma boa vontade para o trabalho no bem,
encontrava-se ainda muito presa às paixões terrenas, o que a fazia sentir um
doentio ciúme de seu marido. Como todo sentimento pouco elevado, esse
ciúme injustificável a fazia freqüentar uma faixa vibratória também pouco
elevada, impregnando-a de energias deletérias que a levavam a ter contato com
espíritos pouco esclarecidos, atrasados em sua evolução e que procuravam
tirá-la do trabalho no bem.
QUESTÕES
PARA ESTUDO
1.- Enquanto dormimos estamos
totalmente inertes e descansando? Justificar.
O espírito jamais fica inerte. Enquanto o
corpo físico repousa pela via do sono físico, os laços perispirituais que o
ligam ao espírito são afrouxados e este lança-se pelo espaço, onde entra
em relação mais direta com outros espíritos.
Passa, então, a viver a verdadeira vida, que é a vida espiritual. Durante esse
estado de emancipação, o espírito visita outros que lhe são
afins, tem relações conflituosas com desafetos, vai ao plano espiritual rever
entes queridos, participa de estudos e palestras, ouve orientações de seus
protetores, recebe tratamento espiritual ou, simplesmente, permanece ao lado do
corpo físico, descansando.
2.- O que são e quais as formas dos
sonhos? Comentar.
O sonho é a lembrança do que o espírito viu e
vivenciou durante o sono. No Livro dos Espíritos, no capítulo VIII da parte 2ª,
os Espíritos Codificadores mencionam dois tipos de sonhos. Um, é o sonho que
reflete o que o espírito realmente fez durante o sono do corpo físico. São
lembranças dos lugares onde esteve, das pessoas com quem se
encontrou, dos diálogos que manteve, enfim, do que de fato se
passou com ele ao se emancipar. São os
chamados "sonhos inteligentes ou espirituais". Outro tipo de sonho
mencionado pelos Espíritos é aquele que é resultado das
preocupações do estado de vigília, ou seja, dos problemas cotidianos que o
espírito encarnado enfrenta. É efeito da nossa imaginação, do fato de que,
sempre que uma idéia nos preocupa fortemente, tudo o que vemos se mostra ligado
a essa idéia. São os chamados "sonhos psicológicos".
Contudo, no livro "Os Mensageiros",
André Luiz nos fala de um terceiro tipo de sonho, que refletiria tão somente perturbações
fisiológicas causadas pelos excessos praticados no estado de vigília,
como indigestão, alcoolismo, tabagismo, etc. Seriam os
chamados "sonhos fisiológicos".
3.-
A moral do médium influencia nas comunicações mantidas entre os dois
planos?
Sem
dúvida que sim. A moralização do médium é requisito indispensável à boa
qualidade da comunicação entre os dois planos de vida. É essa moralização que
vai permitir ao medianeiro a sintonia com espirilos elevados, que
só se comunicam com fins sérios, de instruir ou de prestar auxílio
em tratamentos espirituais. Um médium que tenha uma vida
dedicada a futilidades, à prática do mal ou à viciações, somente atrairá para
si a companhia de espíritos igualmente pouco esclarecidos, que, certamente, se
aproveitarão do instrumento mediúnico para comunicações frívolas, zombeteiras ou
que venham causar transtornos a outrem ou ao próprio médium, como no caso em
estudo.
4.- Comentar, à luz da Doutrina Espírita,
as seguintes assertivas:
a) "Enquanto perduravam os trabalhos,
mostrava radiações brilhantes, em derredor do cérebro, oferecendo simpático ambiente
pessoal; entretanto, encerrada que foi a sessão, cercou-se de emissões de
substância fluídica cinzento-escura, qual se houvesse repentinamente
apagado, em torno dela, alguma lâmpada invisível."
Durante a sessão mediúnica, o médium
encontra-se amparado pelos benfeitores espirituais que
dirigem os trabalhos e que fazem a higienização do ambiente
espiritual. Envolvem o local com uma espécie de cinturão protetor, que impede a aproximação de espíritos de
baixa vibração, evitando que estes tragam energias deletérias. Além disso, esses
benfeitores atuam sobre o médium, irradiando suas luzes e derramando energias
sublimadas em seu cérebro, para possibilitar o contato mediúnico com entidades
elevadas.
Por esse motivo, estando em ambiente
altamente espiritualizado e recebendo radiações de espíritos superiores, a
referida médium deixava emanar de seu cérebro essas radiações brilhantes a que
se refere o Autor. Findo o trabalho e cessada a atuação das entidades
superiores, no entanto, a médium retomou o seu estado vibratório normal, que
não era dos mais saudáveis, a julgar do relato apresentado no capítulo,
cercando-se de substância fluídica cinzento-escura, compatível com a faixa em
que vibrava.
b) "A pobrezinha encontra-se
debaixo de verdadeira tempestade de fluidos malignos que lhe vão sendo
desfechados por entidades menos esclarecidas, com as quais se sintonizou,
inadvertidamente, pelos fios negros do ciúme."
Temos visto nos estudos anteriores a
importância da qualidade da sintonia que mantemos com o plano espiritual.
É de conformidade com ela que elegeremos as
companhias espirituais que nos irão influenciar. A referida
médium, em sua vida de relação com o marido, nutria por ele um extremado
ciúme, que é um sentimento resultante de paixões que caracterizam espíritos ainda
pouco adiantados na escala evolutiva. Alimentando esses sentimentos, que
somente exteriorizam energias negativas, a citada senhora atraía para si
espíritos igualmente ainda presos a semelhantes estados sentimentais, que se
aproveitam de sua fragilidade para a infelicitarem, com o que se comprazem.
c) "Nossa irmã é valorosa
cooperadora, revela qualidades apreciáveis e dignas, porém, não perdeu ainda a
noção de exclusivismo sobre a vida do companheiro e, através dessa brecha que a
induz a violentas vibrações de cólera, perde excelentes oportunidades de servir
e elevar-se."
O verdadeiro amor, aquele praticado por
espíritos de elevada evolução, é o amor exclusivamente espiritual.
Esse é totalmente desapegado da matéria, não é exclusivista e não
transforma quem ama do em dono do ser amado. Como espírito pouco evoluído, a
citada médium amava como a maioria dos que estão encarnados na Terra, ou seja,
um amor mais voltado ao corpo físico do que ao espírito. Com isso,
entendia poder exigir do companheiro uma
dedicação exclusiva a ela, gerando o doentio ciúme. Assim agindo,
permitia que vibrações de cólera a dominassem, impedindo-a à prática do serviço
que eleva.
d) "(...) pois cada servo
acordado para o bem, quando se projeta em determinada faixa de vibrações
inferiores durante o dia, marca quase sempre uma entrevista pessoal, para a
noite, com os seres e as forças que a povoam."
As nossas companhias espirituais durante o
período em que nos libertamos parcialmente do
corpo físico são definidas pelas vibrações que mantemos no
estado de vigília. Quando, durante o dia, vibramos em faixas inferiores, ao nos
deitarmos para o sono físico levamos conosco as energias inferiores que delas
emanam. A conseqüência será, ao desprendermo-nos do veículo físico, irmos ao
encontro de entidades que povoam essas mesmas vibrações inferiores que
mantivemos durante o dia e com as quais nos deitamos.
e) "este domicílio está sob a
guarda dos nossos processos de vigilância. Entidades perturbadoras ou
criminosas não dispõem de acesso até aqui, mas nossa amiga, transtornada
pelo ciúme, vai, ela mesma, ao
encalço de maus conselheiros. Esperemos que abandone o
veículo de carne, sob a ação do sono, e verás, de perto."
A residência da médium, como era utilizada
para o serviço de socorro pelos benfeitores espirituais, era mantida sob a
proteção do plano espiritual, impedindo a aproximação de espíritos
perturbadores. Isaura, entretanto, impregnada pelos fluidos deletérios
produzidos pelo sentimento de ciúme do marido, era induzida a ir ao encontro
dos espíritos atrasados que a perturbavam. De nada adiantava a proteção do
plano espiritual, pois, embora as entidades pouco
esclarecidas não conseguissem penetrar na casa, a médium ia ao encontro
delas e sofria o assédio obsessivo.
f) "Ali estava, a fim de ajudá-la
quanto possível, na preservação das forças físicas, mas não para algemá-la a
atitudes com que ainda não pudesse concordar espontaneamente, nem mesmo em nome
do bem que não reclama escravos em sua ação e, sim, servidores livres,
contentes e otimistas".
Aqui, o benfeitor quis dizer que, mesmo sendo
para o bem do próprio espírito, não se deve forçá-lo a fazer o que não deseja.
O livre-arbítrio deve ser sempre respeitado. O espírito deve trilhar o caminho do
bem espontaneamente, sentindo-se livre e feliz por fazê-lo. O bem deve ser uma
conquista e não uma imposição.
g) "Educação não vem por
imposição. Cada Espírito deverá a si mesmo a ascensão sublime ou a queda
deplorável."
É o reconhecimento do livre-arbítrio que o
princípio inteligente adquire ao ingressar no reino hominal, tornando-se espírito.
Cada um é o responsável pelo seu destino, pela sua ascensão ou queda. Por isso,
o benfeitor afirma que a educação não pode ser imposta. Para ser duradoura,
deve ser conquistada, fruto da transformação moral do espírito, para que ele
tenha o mérito de alcançá-la.
h) "Estes companheiros retardados
procedem com os médiuns à maneira de ladrões que, depois de saquearem uma casa,
acordam o dono, hipnotizam-no e obrigam-no a tomar-lhes o lugar, compelindo-o a
sentir-se na condição de mentiroso e mistificador. Aproximam-se
da mente invigilante, dilaceram-lhe a harmonia, furtam-lhe a tranqüilidade e, depois,
com sarcasmo imperceptível e sutil, obrigam-na a acreditar-se fantasiosa e
desprezível. Muitos missionários se deixam atropelar pela falsa argumentação
que acabamos de ouvir e menosprezam as sublimes oportunidades de estender o
bem, através de preciosa sementeira que lhes enriqueça o futuro."
A mediunidade, que é um instrumento divino
para a prática do bem, é, também, um canal de larga passagem para a obsessão. O
médium tem uma capacidade de percepção do plano espiritual muito mais ampla que a
maioria das pessoas, ficando, por essa razão, muito mais sensível à sua
influenciação. Daí a importância da sua moralização.
Quando invigilante, o médium tem o seu
psiquismo enfraquecido, permitindo a aproximação ao seu campo mental de entidades
perturbadoras, que procuram desacreditar as manifestações do plano espiritual,
atribuindo-as a expressões do seu próprio pensamento. Fazem o médium
acreditar-se um mistificador. Com isso, perde a oportunidade de fazer o bem e
elevar-se espiritualmente.
Um fraternal abraço a todos.
Sala Nosso Lar
CVDEE
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