Nl04 04 Numa Cidade Estranha
CVDEE - Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo
Sala Virtual de Estudos Nosso Lar
Estudos destinados às obras de André Luiz
Obra em estudo: Libertação
Tema: Numa cidade estranha
Referência: Capítulo IV
Resumo do capítulo
... Além dos serviços referentes ao encargo particular que nos
mobilizava, entraríamos em algumas atividades secundárias de auxílio...
... Após a travessia de várias regiões "em descida", com
escalas diversas, penetramos vasto domínio de sombras.
... A volitação fácil se fazia impossível...
A vegetação exibia aspecto sinistro e angustiado. As árvores não
se vestiam de folhagem farta e os galhos, quase secos, davam a idéia de braços
erguidos em súplicas dolorosas.
As aves agoureiras de grande tamanho crocitavam em surdina,
semelhando-se a pequenos monstros alados espiando presas ocultas..
... Aquelas árvores estranhas, de frondes ressecadas, mas vivas,
seriam almas convertidas em silenciosas sentinelas de dor, qual a mulher de
Lot, transformada simbolicamente em estátua de sal?
... De quando em quando, grupos hostis de entidades espirituais em
desequilíbrio nos defrontavam, seguindo adiante, indiferentes, incapazes de
registrar-nos a presença. Falavam em alta voz, em português degradado, mas inteligível,
evidenciando pelas gargalhadas, deploráveis condições de ignorância...
... Avançamos mais profundamente, mas o ambiente passou a
sufocar-nos. Repousamos, de algum modo, vencidos de fadiga singular e
Gúbio nos esclareceu:
- Nossas organizações perispiríticas, não devem reagir contra as
baixas vibrações deste plano...
... Atravessamos importantes limites vibratórios e cabe-nos
entregar a forma exterior ao meio que nos recebe, a fim de sermos realmente
úteis aos que nos propomos auxiliar. Finda nossa transformação transitória,
seremos vistos por quaisquer dos habitantes desta região menos feliz... Para a
malta de irmãos retardados que nos envolverá, seremos simples desencarnados,
ignorantes do próprio destino...
... - Há governo estabelecido num reino estranho e sinistro quanto
este? Indagou André Luis.
- Como não? Respondeu Gúbio, nosso amoroso instrutor, Na
atualidade, este grande empório de padecimentos regenerativos permanece
dirigido por um sátapra de inqualificável impiedade, que aliciou para si
próprio o pomposo título de grande Juiz, assistido por assessores políticos e
religiosos tão frios e perverso s quanto ele mesmo..
-E por que permite Deus semelhante absurdo? Pergunta André Luis.
- Pelas mesmas razões educativas através das quais não aniquila
uma nação humana quando desvairada pela sede de dominação, desencadeia guerras cruentas
e destruidoras, mas a entrega à expiação dos próprios crimes e ao infortúnio de
si mesma, para que aprenda a integra-se na ordem eterna que preside à vida
universal. De período a período, contado cada um por vários séculos a
matéria utilizada por semelhantes inteligências é revolvida e
reestruturada, qual acontece nos círculos terrenos, mas o Senhor visita
os homens pelos homens que se santificam, corrige igualmente as criaturas por
intermédio das criaturas que se endurecem ou bestializam..
- Significa então que os gênios malditos, demônios de todos os
tempos... - exclamei reticencioso.
-Somos nós mesmos - completou o Instrutor, quando nos desviamos,
impenitentes da Lei....
Adiantamo-nos, caminho afora, como se fazia possível...
- Mas não há recursos de soerguer semelhantes comunidades?
Pergunta André Luis.
- A mesma Lei de esforço próprio funciona igualmente aqui. Não
faltam apelos santificantes de Cima, contudo com a ausência da intima
adesão dos interessados ao ideal da melhoria própria é impraticável
qualquer iniciativa legítima em matéria de reajustamento geral.
Questões para estudo:
1 - "Após a travessia de várias regiões "em
descida", com escalas diversas, penetramos vasto domínio de sombras."
Podemos então entender que no Umbral existem várias escalas de Umbral?
2 - "Aquelas árvores estranhas, de frondes ressecadas,
mas vivas, seriam almas convertidas em silenciosas sentinelas de dor, qual a
mulher de Lot, transformada simbolicamente em estátua de sal?" André Luiz
faz esta pergunta, mas ela fica sem resposta.. Qual seria sua resposta para a
pergunta dele? Seria possível essa transformação de espírito?
3 - "De quando em quando, grupos hostis de entidades
espirituais em desequilíbrio nos defrontavam, seguindo adiante, indiferentes,
incapazes de registrar-nos a presença."
Por que a presença dos benfeitores não era notada por aquelas
entidades menos felizes?
4 - "Não faltam apelos santificantes de Cima, contudo com a
ausência da intima adesão dos interessados ao ideal da melhoria própria é
impraticável qualquer iniciativa legítima em matéria de reajustamento
geral." Se o espírito não desejar verdadeiramente se regenerar, não terá
como faze-lo apenas por intercessões alheias?
Leitura de apoio:
- No Mundo Maior de AL (Cap. 17)
- O livro dos Espíritos:
Parte Segunda: Do mundo espírita ou mundo dos espíritos
Parte Quarta: Das penas e gozos futuros
Conclusão do estudo
Juntamente com o instrutor Gúbio e com Elói, também trabalhador no
serviço de socorro a entidades em desequilíbrio, André Luiz começa a nova
tarefa que lhes foi confiada, de socorro espiritual a Margarida.
Margarida fora filha de Gúbio em pretérita existência e agora,
encarnada, encontrava-se enferma e vítima de violento processo obsessivo por
parte de espíritos desafetos desde o passado. A sua libertação da influência
desses obsessores é a tarefa ora iniciada pelos benfeitores.
Além disso, deveriam, também, os socorristas, prestar auxílio
a espíritos que se encontravam em sofrimento nas regiões umbralinas.
Começando a tarefa, os três
benfeitores se deslocaram à região descrita nesse capítulo.
Questões propostas para estudo
1.- "Após a travessia de várias regiões "em
descida", com escalas diversas, penetramos vasto domínio de
sombras...". Podemos então entender que no Umbral existem várias escalas
de Umbral?
No Umbral, assim como nas regiões celestiais, existem vários graus
de vibração. No capítulo anterior, vimos que André Luiz e o instrutor Gúbio
compareceram a uma reunião em que um espírito de alta elevação - Matilde -
desceu de região mais elevada a fim de reunir-se com eles. Para que
pudesse atingir esse objetivo, porém, foi necessária a presença
de doadores de fluidos sublimados, para que Matilde, ao descer para o local da reunião,
seu perispírito fosse adaptado aos fluidos daquela região.
Portanto, também o Umbral tem regiões que se diferem por vibrarem
em faixas com densidades diversas, que foram atravessadas, com
várias escalas, pelos benfeitores espirituais.
2.- "Aquelas árvores estranhas, de
frondes ressecadas, mas vivas, seriam almas
convertidas em silenciosas sentinelas de dor,
qual a mulher de Lot, transformada simbolicamente
em estátua de sal?" André Luiz faz esta pergunta, mas ela
fica sem resposta. Qual seria sua resposta para a pergunta dele?
Seria possível essa transformação de espírito?
O espírito, por menos evoluído e perseverante no mal
que esteja, não retrograda, ensina-nos a Doutrina.
Transformar-se o espírito em árvore seria involuir ao reino vegetal, pelo qual
já houvera passado. A citação de André Luiz é uma metáfora, simbolizando que naquela
região de tão baixa vibração até as árvores espelham sofrimento.
3.- "De quando em quando,
grupos hostis de entidades espirituais em desequilíbrio nos
defrontavam, seguindo adiante, indiferentes, incapazes de registrar-nos a
presença."
Por que a presença dos benfeitores não era notada por aquelas
entidades menos felizes?
No mundo espiritual, existe uma hierarquia irresistível, conforme
os Espíritos disseram a Kardec na resposta à questão 274 do Livro dos
Espíritos. Essa hierarquia é estabelecida com base na ascendência moral
dos espíritos. Os espíritos que se encontravam naquela região eram
de baixíssima vibração, muito atrasados, ainda, em sua evolução. Ante espíritos
da elevação de Gúbio e André Luiz, eles sequer tinham condições de vê-los.
A ascendência moral dos dois benfeitores sobre eles era tão grande que os
colocava em faixa vibratória muito superior, impossibilitando aqueles
sofredores de vê-los.
4.- "Não faltam apelos santificantes de Cima, contudo
com a ausência da íntima adesão dos
interessados ao ideal da melhoria própria é impraticável qualquer iniciativa
legítima em matéria de reajustamento geral." Se o espírito não desejar
verdadeiramente se regenerar, não terá como fazê-lo apenas por
intercessões alheias?
A intercessão é um fator que se torna poderoso aliado no processo
regenerativo do espírito em sofrimento, como temos visto através de inúmeros
exemplos contidos nas obras de André Luiz. No entanto, o fator primeiro,
principal e insubstituível, é a vontade sincera do próprio espírito
em buscar sua regeneração. Sem essa determinação, através do esforço para
alcançar a transformação por meio de uma reforma íntima sintonizada com a Lei
de Deus, a intercessão, ainda que por parte de espíritos que tenham
mérito para tanto, por suas conquistas evolutivas, por si só, não
terá o condão de conseguir o resultado desejado, que é o reencontro do espírito
sofredor com o Criador, do qual, momentaneamente, se afastou.
Muita paz a todos
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