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domingo, 13 de dezembro de 2015

Nl04 04 Numa Cidade Estranha

Nl04 04 Numa Cidade Estranha

CVDEE - Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo
Sala Virtual de Estudos Nosso Lar
Estudos destinados às obras de André Luiz
Obra em estudo: Libertação

Tema: Numa cidade estranha
Referência: Capítulo IV

Resumo do capítulo

... Além dos serviços referentes ao encargo particular que nos mobilizava, entraríamos em algumas atividades secundárias de auxílio...
... Após a travessia de várias regiões "em descida", com escalas diversas, penetramos vasto domínio de sombras.
... A volitação fácil se fazia impossível...
A vegetação exibia aspecto sinistro e angustiado. As árvores não se vestiam de folhagem farta e os galhos, quase secos, davam a idéia de braços erguidos em súplicas dolorosas.
As aves agoureiras de grande tamanho crocitavam em surdina, semelhando-se a pequenos monstros alados espiando presas ocultas..
... Aquelas árvores estranhas, de frondes ressecadas, mas vivas, seriam almas convertidas em silenciosas sentinelas de dor, qual a mulher de Lot, transformada simbolicamente em estátua de sal?
... De quando em quando, grupos hostis de entidades espirituais em desequilíbrio nos defrontavam, seguindo adiante, indiferentes, incapazes de registrar-nos a presença. Falavam em alta voz, em português degradado, mas inteligível, evidenciando pelas gargalhadas, deploráveis condições de ignorância...
... Avançamos mais profundamente, mas o ambiente passou a sufocar-nos. Repousamos, de algum  modo, vencidos de fadiga singular e Gúbio nos esclareceu:
- Nossas organizações perispiríticas, não devem reagir contra as baixas vibrações deste plano...
... Atravessamos importantes limites vibratórios e cabe-nos entregar a forma exterior ao meio que nos recebe, a fim de sermos realmente úteis aos que nos propomos auxiliar. Finda nossa transformação transitória, seremos vistos por quaisquer dos habitantes desta região menos feliz... Para a malta de irmãos retardados que nos envolverá, seremos simples desencarnados, ignorantes do próprio destino...
... - Há governo estabelecido num reino estranho e sinistro quanto este? Indagou André Luis.
- Como não?  Respondeu Gúbio, nosso amoroso instrutor, Na atualidade, este grande  empório de padecimentos regenerativos permanece dirigido por um sátapra de inqualificável impiedade, que aliciou para si próprio o pomposo título de grande Juiz, assistido por assessores políticos e religiosos tão frios e perverso s quanto ele mesmo..
-E por que permite Deus semelhante absurdo? Pergunta André Luis.
- Pelas mesmas razões educativas através das quais não aniquila uma nação humana quando desvairada pela sede de dominação, desencadeia guerras cruentas e destruidoras, mas a entrega à expiação dos próprios crimes e ao infortúnio de si mesma, para que aprenda a integra-se na ordem eterna que preside à vida universal. De período a período, contado cada um  por vários séculos a matéria utilizada por semelhantes  inteligências é revolvida e reestruturada, qual  acontece nos círculos terrenos, mas o Senhor visita os homens pelos homens que se santificam, corrige igualmente as criaturas por intermédio das criaturas que se endurecem ou bestializam..
- Significa então que os gênios malditos, demônios de todos os tempos... - exclamei reticencioso.
-Somos nós mesmos - completou o Instrutor, quando nos desviamos, impenitentes da Lei....
 Adiantamo-nos, caminho afora, como se fazia possível...
- Mas não há recursos de soerguer semelhantes comunidades? Pergunta André Luis.
- A mesma Lei de esforço próprio funciona igualmente aqui. Não faltam apelos  santificantes de Cima, contudo com a ausência da intima adesão dos interessados ao ideal da melhoria própria  é impraticável qualquer iniciativa legítima em matéria de reajustamento geral.

Questões para estudo:

1 - "Após a travessia de várias regiões "em descida", com escalas diversas, penetramos vasto domínio de sombras." Podemos então entender que no Umbral existem várias escalas de Umbral?

2 - "Aquelas árvores estranhas, de frondes ressecadas, mas vivas, seriam almas convertidas em silenciosas sentinelas de dor, qual a mulher de Lot, transformada simbolicamente em estátua de sal?" André Luiz faz esta pergunta, mas ela fica sem resposta.. Qual seria sua resposta para a pergunta dele? Seria possível essa transformação de espírito?

3 - "De quando em quando, grupos hostis de entidades espirituais em desequilíbrio nos defrontavam, seguindo adiante, indiferentes, incapazes de registrar-nos a presença."
Por que a presença dos benfeitores não era notada por aquelas entidades menos felizes?

4 - "Não faltam apelos santificantes de Cima, contudo com a ausência da intima adesão dos interessados ao ideal da melhoria própria  é impraticável qualquer iniciativa legítima em matéria de reajustamento geral." Se o espírito não desejar verdadeiramente se regenerar, não terá como faze-lo apenas por intercessões alheias?

Leitura de apoio:

- No Mundo Maior de AL (Cap. 17)
- O livro dos Espíritos:
Parte Segunda: Do mundo espírita ou mundo dos espíritos
Parte Quarta: Das penas e gozos futuros

Conclusão do estudo

Juntamente com o instrutor Gúbio e com Elói, também trabalhador no serviço de socorro a entidades em desequilíbrio, André Luiz começa a nova tarefa que lhes foi confiada, de socorro espiritual a Margarida.
Margarida fora filha de Gúbio em pretérita existência e agora, encarnada, encontrava-se enferma e vítima de violento processo obsessivo por parte de espíritos desafetos desde o passado. A sua libertação da influência desses obsessores é a tarefa ora iniciada pelos benfeitores.
Além disso, deveriam, também, os socorristas, prestar auxílio a espíritos que se encontravam em sofrimento nas regiões umbralinas.
Começando a tarefa, os três benfeitores se deslocaram à região descrita nesse capítulo.

Questões propostas para estudo

1.-  "Após a travessia de várias regiões "em descida", com escalas diversas, penetramos vasto domínio de sombras...".  Podemos então entender que no Umbral existem várias escalas de Umbral?
No Umbral, assim como nas regiões celestiais, existem vários graus de vibração. No capítulo anterior, vimos que André Luiz e o instrutor Gúbio compareceram a uma reunião em que um espírito de alta elevação - Matilde - desceu de região mais elevada a fim de reunir-se com eles. Para que pudesse atingir esse objetivo,  porém,  foi  necessária  a presença de doadores de fluidos sublimados, para que Matilde, ao descer para o local da reunião, seu perispírito fosse adaptado aos fluidos daquela região.
Portanto, também o Umbral tem regiões que se diferem por vibrarem em faixas com densidades diversas, que foram atravessadas,  com  várias  escalas,  pelos  benfeitores espirituais.

2.-  "Aquelas  árvores  estranhas,  de  frondes  ressecadas,  mas  vivas,  seriam  almas convertidas  em  silenciosas  sentinelas  de  dor,  qual  a  mulher  de  Lot,  transformada simbolicamente em estátua de sal?" André Luiz faz esta pergunta,  mas  ela  fica  sem resposta. Qual seria sua resposta para a pergunta dele? Seria possível essa transformação de espírito?
O espírito, por menos evoluído e perseverante  no  mal  que  esteja,  não  retrograda, ensina-nos a Doutrina. Transformar-se o espírito em árvore seria involuir ao reino vegetal, pelo qual já houvera passado. A citação de André Luiz é uma metáfora, simbolizando que naquela região de tão baixa vibração até as árvores espelham sofrimento.

3.- "De quando em quando, grupos hostis de entidades espirituais  em  desequilíbrio  nos defrontavam, seguindo adiante, indiferentes, incapazes de registrar-nos a presença."
Por que a presença dos benfeitores não era notada por aquelas entidades menos felizes?
No mundo espiritual, existe uma hierarquia irresistível, conforme os Espíritos disseram a Kardec na resposta à questão 274 do Livro dos Espíritos. Essa hierarquia é estabelecida com base na ascendência moral  dos  espíritos. Os espíritos que se encontravam naquela região eram de baixíssima vibração, muito atrasados, ainda, em sua evolução. Ante espíritos da elevação de Gúbio e André Luiz, eles sequer tinham condições de vê-los. A ascendência moral dos dois benfeitores sobre eles era tão grande que os colocava em faixa vibratória muito superior, impossibilitando aqueles sofredores de  vê-los.

4.-  "Não faltam apelos santificantes de Cima, contudo com a ausência da íntima  adesão  dos interessados ao ideal da melhoria própria é impraticável qualquer iniciativa legítima em matéria de reajustamento geral." Se o espírito não desejar verdadeiramente  se  regenerar, não terá como fazê-lo apenas por intercessões alheias?
A intercessão é um fator que se torna poderoso aliado no processo regenerativo do espírito em sofrimento, como temos visto através de inúmeros exemplos contidos nas obras de André Luiz. No entanto, o fator primeiro, principal e insubstituível, é a vontade sincera do próprio espírito em buscar sua regeneração. Sem essa determinação, através do esforço para alcançar a transformação por meio de uma reforma íntima sintonizada com a Lei de Deus, a intercessão, ainda que por parte de espíritos que tenham  mérito  para tanto, por suas conquistas evolutivas, por si só, não terá o condão de conseguir o resultado desejado, que é o reencontro do espírito sofredor com o Criador, do qual, momentaneamente, se afastou.

Muita paz a todos

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