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quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Entre a Terra e o Céu_40_Em prece

Entre a Terra e o Céu_40_Em prece

“Um ano depois do casamento de Antonina, dirigimo-nos todos juntos à residência do ferroviário, na qual tantas vezes nos reuníramos entre a prece e a expectação.
 (...)
 O singelo domicílio mostrava-se magnificamente florido, superlotado de amigos sorridentes.
(...)
Obedecendo, porém, a secreto impulso, ao invés de caminhar na direção de Evelina, dirigiu-se para Zulmira, enlaçando-a em lágrimas.
 Havia naquele gesto tanto carinho natural e tanto reconhecimento espontâneo, que intensa emotividade nos tomou de assalto. Tranfundiam-se ali dois corações maternos, na mesma vibração de paz, haurida na vitória interior pelo dever bem cumprido.
(...)
Ali mesmo, o homem tocado de fé viva, o dono da casa rogou a Antonina pronunciasse o agradecimento a Jesus.
(...)
Cerrando as pálpebras, aprecia procurar-nos em espírito, qual antena vibrátil, atraindo a onda sonora.
Clarêncio abeirou-se dela e, tocando-lhe a fronte com a destra, entrou em meditação.
Suavemente impulsionada pelo Ministro, nossa amiga orou com sentida inflexão de voz:
Amado Jesus, abençoa a nossa hora festiva que te oferecemos em sinal de carinho e gratidão.
Ajuda aos nossos companheiros que hoje se consorciam, convertendo-lhes a esperança em doce realidade.
Ensina-nos, Senhor, a receber no lar a cartilha de luz que nos deste no mundo – generosa escola de nossos corações para a vida imortal.
 Faze-nos compreender, no campo em que lutamos, a rica sementeira de renovação e fraternidade em que a todos nos cabe aprender a servir.
Que possamos, enfim, ser mais irmãos uns dos outros, no cultivo da paz, pelo esforço no bem.
Tu que consagraste a ventura doméstica, nas bodas de Cana, transforma a água viva de nossos sentimentos em dons inefáveis de trabalho e alegria.
 Reflete o teu amor na simplicidade de nossa existência, como o Sol se retrata no fio d’água humilde.
Guia-nos, Mestre, para o teu coração que anelamos eterno e soberano sobre os nossos destinos, e que a tua bondade comande a nossa vida é o nosso voto ardente, agora e para sempre. Assim seja.
(...)
 Dirigi-me ao instrutor e indaguei se ele, Clarêncio, conheci a posição de nossa amiga, ao tempo de nosso primeiro contacto.
 _ Sim, sim... – respondeu gentil –, mas não lhes dei a conhecer antecipadamente a significação dela no romance vivo que estamos acompanhando, porque todos nós, meu amigo, precisamos reconhecer que o trabalho é a nossa lição. Movamos a mente no serviço que nos compete e adquiriremos a chave de todos os enigmas.
(...)
A festa alcançara o fim...
Ao lado de nosso orientador, perguntei, reverente:
_ Nossa história terminará, assim, com um casamento risonho, à moda de um filme bem acabado?
Clarêncio estampou o sorriso de sua velha sabedoria e falou:
_ Não, André. A história não acabou. O que passou foi a crie que nos ofereceu motivo a tantas lições. Nossos amigos, pelo esforço admirável com que se dedicaram ao reajuste, dispõem agora de alguns anos de paz relativa, nos quais poderão replantar o campo do destino. Entretanto, mais tarde, voltarão por aqui a dor e a prova, a enfermidade e a morte, conferindo o aproveitamento de cada um. É a luta aperfeiçoando a vida, até que a nossa vida se harmonize, sem luta, com os Desígnios do Senhor.
(...)
_ Odila, enquanto celebramos tua vitória, dize que céu procuras!
(...)
_ Devotado benfeitor, meu lar terrestre é o meu paraíso....
_ mas não ignoras que o domicílio do mundo não te pertence mais.
_ Sim – concordou a interlocutora, respeitosa –, sei disso, entretanto, desejo servir a ele, sem que ele seja meu... Amo meu esposo por inesquecível companheiro da vida eterna, abençoando a admirável mulher a quem ele agora pertence e que passei a querer por filha de minha ternura... Amo meus filhos, apesar de saber que não podem presentemente sentir o calor de meu coração... Deus sabe que hoje amo sem o propósito de ser amada, que me proponho oferecer-me sem retribuição, a fim de aprender com Jesus a dar sem receber...
(...)
_ onde permanece o nosso amor, aí fulgura o céu que sonhamos. Mereces o paraíso que procuras. Retorna, Odila, ao ter lar quando quiseres. Sê para o teu esposo e para as almas que o seguem o astro de cada noite e a bênção de cada dia! O amor puro outorga-te esse direito. Volta e ama...E , quando te ergueres do vale humano, teu coração será como faixa de sol, trazendo ao Cristo os corações que pastorearás no campo imenso da vida!
(...)
Nesse instante, funda saudade assomou-me à alma opressa.
Experimentei a estranha sensação do pai que busca inutilmente os filhos arrebatados ao seu carinho. Ave distante da paisagem que a vira nascer, vi-me atormentado pelo anseio de recuperar, de imediato, o meu ninho...
 (...)
O Vento que soprava célere parecia dizer-me:
_ “Confia!...” O perfume das flores, de passagem por mim, apelava em silencia: “_ Não te detenhas!”E as constelações faiscantes, pendendo da Altura, davam-me a impressão de acenos da luz eterna, concitando-me sem palavras:”_ Luta e aperfeiçoa-te! A plenitude do teu amor brilhará também um dia!...”
Então , numa prece de agradecimento ao Pai Celestial, percebi que meu espírito pacificado sorria de novo, ao toque inefável de sublime esperança.”

QUESTÕES INICIAIS PARA ESTUDO:

01) Geralmente, ou uma boa parte de pessoas, utilizamos a prece para pedir algo, muito pouco a utilizamos como simples fonte de agradecimento ou de conversa íntima com Deus, com Jesus, com a Espiritualidade Superior. Sabemos o real valor da prece? O que é a prece? Justificar.

02) Clarêncio informa a importância da participação de Odila no desenrolar da história e que ele já tinha conhecimento dela, mas afirma a André Luiz que “precisamos reconhecer que o trabalho é a nossa lição. Movamos a mente no serviço que nos compete e adquiriremos a chave de todos os enigmas” Como podemos entender tal orientação?

03) AL estava cismado com o término da história, que achava mais estilo filme bem acabado, quando Clarêncio lhe informa que “Não, André. A história não acabou. O que passou foi a crie que nos ofereceu motivo a tantas lições. Nossos amigos, pelo esforço admirável com que se dedicaram ao reajuste, dispõem agora de alguns anos de paz relativa, nos quais poderão replantar o campo do destino. Entretanto, mais tarde, voltarão por aqui a dor e a prova, a enfermidade e a morte, conferindo o aproveitamento de cada um. É a luta aperfeiçoando a vida, até que a nossa vida se harmonize, sem luta, com os Desígnios do Senhor.”

O que podemos entender das seguintes assertivas:

03 a)” O que passou foi a crie que nos ofereceu motivo a tantas lições”

03 b) “pelo esforço admirável com que se dedicaram ao reajuste, dispõem agora de alguns anos de paz relativa, nos quais poderão replantar o campo do destino”

03 c) “, mais tarde, voltarão por aqui a dor e a prova, a enfermidade e a morte, conferindo o aproveitamento de cada um. É a luta aperfeiçoando a vida, até que a nossa vida se harmonize, sem luta, com os Desígnios do Senhor”

04) Comente a pergunta e a resposta seguinte:

“_ Odila, enquanto celebramos tua vitória, dize que céu procuras!
Devotado benfeitor, meu lar terrestre é o meu paraíso....
_ mas não ignoras que o domicílio do mundo não te pertence mais.
_ Sim – concordou a interlocutora, respeitosa –, sei disso, entretanto, desejo servir a ele, sem que ele seja meu... Amo meu esposo por inesquecível companheiro da vida eterna, abençoando a admirável mulher a quem ele agora pertence e que passei a querer por filha de minha ternura... Amo meus filhos, apesar de saber que não podem presentemente sentir o calor de meu coração... Deus sabe que hoje amo sem o propósito de ser amada, que me proponho oferecer-me sem retribuição, a fim de aprender com Jesus a dar sem receber...

 05) Comente a afirmativa : “_ onde permanece o nosso amor, aí fulgura o céu que sonhamos. Mereces o paraíso que procuras. (...) O amor puro outorga-te esse direito. Volta e ama...E , quando te ergueres do vale humano, teu coração será como faixa de sol, trazendo ao Cristo os corações que pastorearás no campo imenso da vida!”

Conclusão:

QUESTÕES PROPOSTAS PARA ESTUDO

1) Geralmente, ou uma boa parte de pessoas, utilizamos a prece para pedir algo, muito pouco a utilizamos como simples fonte de agradecimento ou de conversa íntima com Deus, com Jesus, com a Espiritualidade Superior.   Sabemos o real valor da prece?  O que é a prece? Justificar.
Conforme ensinam os Espíritos, na resposta à questão 659 do Livro dos Espíritos, "a prece é um ato de adoração. Orar a Deus é pensar nele; é aproximar-se dele; é pôr-se em comunicação com ele." Por meio da prece, podemos nos dirigir ao Criador para louvar, pedir e agradecer. É um instrumento de grande valor, pois, ao fazermos uma prece sincera, o nosso pensamento ganha o espaço e chega aos Mensageiros Divinos que nos guiam. A prece torna-nos receptivos à ajuda do Alto, permitindo-nos sintonizar com os bons espíritos, sem o que não podemos ser atendidos em nossos apelos.                                                                                                                                                                                  
2) Clarêncio informa a importância da participação de Odila no desenrolar da história e que ele já tinha conhecimento dela, mas afirma a André Luiz que “precisamos reconhecer que o trabalho é a nossa lição. Movamos a mente no serviço que nos compete e adquiriremos a chave de todos os enigmas”. Como podemos entender tal orientação?
Clarêncio explicou a André Luiz que sabia como os fatos se desenrolariam, pois esta é uma faculdade que os Espíritos Superiores têm bem desenvolvida. Não lhe revelou, porém, para que o valor do aprendizado não fosse prejudicado, uma vez que é através do trabalho que a lição nos chega da forma que necessitamos. Se viesse a conhecer antecipadamente o desfecho da história, provavelmente, André Luiz não extrairia dela os mesmo ensinamentos.

3) André Luiz  estava cismado com o término da história, que achava mais estilo filme bem acabado, quando Clarêncio  lhe informa que “Não, André. A história não acabou. O que passou foi a crise que nos ofereceu motivo a tantas lições. Nossos amigos, pelo esforço admirável com que se dedicaram ao reajuste, dispõem agora de alguns anos de paz relativa,  nos quais poderão replantar o campo do destino. Entretanto, mais tarde, voltarão por aqui a dor e a prova, a  enfermidade e a morte, conferindo o aproveitamento de cada um. É a luta aperfeiçoando a vida, até que a nossa vida se harmonize, sem luta, com os Desígnios do Senhor.”

 O que podemos entender das seguintes assertivas:

a) ”... O que passou foi a crise que nos ofereceu motivo a tantas lições.”
Clarêncio quis dizer que apenas uma etapa da longa caminhada fora vencida. Estava superada a fase de sofrimento que temos acompanhado nos capítulos anteriores. Todos os personagens envolvidos na trama sofreram as conseqüências dos desequilíbrios gerados em experiências passadas. Suportaram enfermidades físicas, abandono conjugal, morte de filhos, tudo num quadro expiatório penoso, mas necessário à harmonização de todos. Mas apenas uma etapa do processo fora vencida, ressalva o benfeitor.    

 b) “pelo esforço admirável com que se dedicaram ao reajuste, dispõem agora de alguns anos de paz relativa, nos quais poderão replantar o campo do destino”
A Lei Maior é misericordiosa, pois emanada de uma fonte que é toda misericórdia. Após os duros resgates suportados, os protagonistas gozarão de algum tempo de paz, como uma recompensa de Deus pelo esforço com que enfrentaram os sofrimentos indispensáveis aos seus reajustes. Como vimos no estudo do capítulo anterior, passada a época da colheita, agora era chegada a da semeadura. Como disse Clarêncio, era a hora de "replantar o campo do destino", ou seja, de semear a colheita de amanhã.

 c) “mais tarde, voltarão por aqui a dor e a prova, a enfermidade e a morte, conferindo o aproveitamento de cada um. É  a luta aperfeiçoando a vida, até que a nossa vida se harmonize, sem luta, com os Desígnios do Senhor”.
Significa que todos os que se envolveram neste drama, apesar dos resgates a que tiveram de se submeter, ainda terão que passar por duras provas, a fim de demonstrarem que já estão harmonizados com os desígnios da Providência.
Enquanto não aprendemos a aceitar esses desígnios, estaremos sempre sujeitos ao mecanismo utilizado pela Lei Maior para o nosso aprendizado, que é o sofrimento. Para comprovarmos o aprendizado, são indispensáveis as provas.

 4) Comente a pergunta e a resposta seguinte:

“- Odila, enquanto celebramos tua vitória, dize que céu procuras!
- Devotado benfeitor, meu lar terrestre é o meu paraíso....
- Mas não ignoras que o domicílio do mundo não te pertence mais.
- Sim – concordou a interlocutora, respeitosa –, sei disso, entretanto, desejo servir a ele, sem que ele seja meu...  Amo meu esposo por inesquecível companheiro da vida eterna, abençoando a admirável mulher a quem ele agora pertence que passei a querer por filha de minha ternura... Amo meus filhos, apesar de saber que não podem presentemente sentir o calor de meu coração... Deus sabe que hoje amo sem o propósito de ser amada, que me proponho oferecer-me  sem  retribuição, a fim de aprender com Jesus a dar sem receber..."
Odila demonstra o quanto evoluiu, desde o início da história, vencendo a batalha que travou consigo mesma. Deixou de lado o apego aos seus entes queridos, que a fazia obsediar Zulmira e passou a nutrir um sentimento de amor verdadeiro.
Ainda se sentia presa ao lar terreno, porém, não mais com o ciúme exacerbado que antes a dominava. Demonstrava desejo de continuar convivendo com a antiga família, mas, agora, por um motivo nobre, edificante, de servir sem esperar retribuição.

5) Comente a afirmativa : “... onde permanece o nosso amor, aí fulgura o céu que sonhamos.  Mereces  o  paraíso  que procuras. (...) O  amor puro outorga-te esse direito. Volta e ama... E , quando te ergueres do vale humano,  teu  coração  será como faixa de sol, trazendo ao Cristo os corações que pastorearás no campo imenso da vida!”

Embora tivesse seu esforço de transformação reconhecido pela Espiritualidade Superior, com a oferta de trabalho nas esferas mais altas, Odila não se revelava feliz. Seu desejo era retornar ao lar terreno, para ajudar na caminhada  os espíritos queridos que lá havia deixado. Reconhecendo-lhe a transformação redentora por que passara e sentindo-lhe a sinceridade de propósito, Clarêncio atendeu à sua vontade, permitindo sua volta ao seio dos entes que amava. Pelas palavras do benfeitor, entendemos que Odila deverá lá permanecer enquanto sentir essa necessidade e for útil àqueles que ama. Quando sua presença na Terra não mais  se  fizer necessária,  assumirá  sua  tarefa  no  mundo  espiritual, conduzindo ao Cristo aqueles espíritos amados, que a terão como Pastor.

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