Dicas Para
Estudar O Evangelho 1
SEMU - Sociedade
Espírita Mãos Unidas - Ivan Renê Franzolim
Além da interpretação
dos textos, hoje facilitada pela ótica do Espiritismo, procure conhecer mais
sobre esse documento que vêm influenciando o mundo há dois mil anos.
O evangelho é tão
importante como instrumento para orientar a evolução humana, que devemos
conhecê-lo de todas as maneiras possíveis.
Ele não é um livro
apenas um bom livro, daqueles que lemos uma ou duas vezes e já basta. O
evangelho é um livro que deve estar impresso na mente, relido e estudado
constantemente até que tenhamos atingido o nível evolutivo esperado neste
mundo, respondendo de forma natural e automática a todos os estímulos da vida,
segundo seus ensinamentos.
É preciso conhecer a
vida de Jesus e estudar a história da época, para compreender a cultura e os
costumes do povo. Auxilia bastante conhecer a geografia da região, seu clima,
além da fauna e da flora que existia.
Estudar os primeiros
anos da igreja católica, conhecendo a vida e a obra das principais
personalidades, as influências sofridas, o contexto nos quais ocorreram os
primeiros concílios é importante para reinterpretar certa passagens.
Imprescindível
conhecer o Antigo Testamento e os outros documentos contidos no Novo Testamento.
Aprimora nossa concepção conhecer também os evangelhos denominados apócrifos.
Igualmente relevante é conhecer as diferentes traduções do evangelho e
confrontar seus textos.
Relacionamos alguns
livros como sugestão para sua pesquisa e estudo, apenas não especificamos o
dicionário da bíblia, pois existem vários que o leitor poderá escolher.
* Fragmentos dos
Evangelhos Apócrifos - Vozes
* Curso básico de
história da igreja - Roland Fröhlich, Paulinas
* Apócrifos - os
proscritos da bíblia - Mercuryo
* Evangelhos
Gnósticos - Mercuryo
* São Paulo e seu
tempo - E. Cothenet, Paulinas
* A Bíblia hoje -
Alfred Läpple, Paulinas
* Vida de Jesus -
Ernesto Renan, Lello & Irmão
* A Igreja dos
Apóstolos e dos Mártires - Daniel-Rops, Quadrante
* História do
Cristianismo - Ambrogio Donini, Edições 70
* Jesus de Nazaré -
Rinaldo Fabris, Loyola
* A origem do
cristianismo - Iakov Lentsman, Caminho
* Vida e Religiões no
Império Romano - J. Comby, Paulinas
* O judaísmo - do
exílio ao tempo de Jesus - Claude Tassin, Paulinas
Conhecendo
melhor o evangelho
O que realmente
significa o Evangelho para os espíritas? Essa é uma pergunta que ouvimos
costumeiramente daquele grande contingente de pessoas que se simpatizam com a
Doutrina, mas que ainda não se decidiram a abraçá-la de fato.
Em primeiro lugar
devemos evidenciar que o Espiritismo é essencialmente Cristão. Os espíritas
acreditam seriamente que Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida; por isso o
Espiritismo se propõe a reviver o cristianismo primitivo - aquele estágio
inicial em que os homens, mais próximos do Cristo, puderam absorver e viver
seus postulados com o mínimo de influências intelecto-sociais-religiosas.
Tanto o Catolicismo
como o Protestantismo acreditam que o Antigo Testamento e o Evangelho
constituem a Revelação Divina - sustentáculo maior das religiões e, como tal,
consideram que esses documentos representam a própria palavra de Deus.
Do ponto de vista
dessas religiões, Deus sendo a expressão máxima da perfeição, a sua palavra
representaria também a mesma perfeição, isto é, a verdade absoluta.
Assim, através de um
raciocínio lógico, chegaram a conclusão que esses manuscritos, contém o
conhecimento integral acerca da existência humana e da sua ligação com o
criador. Dessa forma, essa verdade suprema seria estática, imutável,
inquestionável (daí os dogmas) e ainda, passível de se alcançar durante a vida
carnal (exemplos dos santos), afinal, para essas Doutrinas a vida material é
uma só.
O Espiritismo está
alicerçado na Lei de Evolução. Essa é a característica que o difere de todas as
outras religiões. Para ele a evolução é compulsória, o que evolui é o princípio
espiritual que habita em cada um de nós e que nasceu igual a todos: simples e
ignorante.
Baseado em Kardec,
Emmanuel, André Luiz e Humberto de Campos, o Espiritismo também aceita o
princípio da Revelação Divina, mas no sentido de uma permissão do Pai, para que
seus competentes emissários, cujo nível evolutivo é adequado ao progresso moral
da humanidade, possam transmitir novos ensinamentos indicando o caminho rumo à perfeição.
Para isso, eles se
valem do processo natural de comunicação entre mentes, ou seja: a mediunidade.
Esse foi o caso dos profetas, sábios e grandes líderes religiosos da nossa
civilização, exceção se faz a Jesus - o condutor da humanidade, intérprete
maior da vontade Divina.
Os médiuns porém, por
mais preparados que tenham sido para as suas missões, estão condicionados ao
livre-arbítrio, tomando suas decisões sob a influência de suas tendências
inferiores em processo de burilamento. Sendo assim, é natural que a recepção e
transmissão das ideias dos espíritos superiores, ocorram segundo a capacidade
intelectual e moral de cada um. A fidelidade às mensagens espirituais é
diretamente proporcional ao grau de sintonia e apassivação que o médium consiga
obter e por quanto tempo ele mantém. Dada essa dificuldade, é comum que as
mensagens possuam determinada parcela das ideias do próprio médium, o que
"ipso facto", não tira o mérito da comunicação se o teor e os
objetivos da mensagem não for alterado.
Sob o prisma do
conhecimento histórico, sabemos hoje que os Evangelhos foram escritos muito
tempo depois dos fatos ocorridos, em outras localidades e por pessoas que não
foram testemunhas oculares. Nenhum Evangelho foi encontrado na sua versão
original, as cópias mais antigas que dispomos é do século IV e alguns
fragmentos do ano 200. Mateus, ou melhor, um discípulo ignorado dele, deve ter
escrito seu Evangelho no ano 70 ou pouco após, Lucas também, Marcos uns cinco
anos antes e João, isto é, um discípulo desconhecido dele, provavelmente
escreveu seu Evangelho no ano 90. Alguns pesquisadores opinam que todos os
Evangelhos foram redigidos entre os anos 100 e 130, ampliando ainda mais a
distância entre os acontecimentos e sua narração.
Todos os
historiadores são unânimes em afirmar que o Novo Testamento, incluindo aí os
quatro evangelhos, sofreu interpolação de mensagens, isto é, suprimiram e/ou
acrescentaram palavras e até pequenos textos, com a intenção de dar mais
credibilidade e atender a conceitos e necessidades religiosas da época. Não há
consenso apenas quanto as partes que foram alteradas.
Até o século IV os
evangelhos foram copiados manualmente por diversas vezes. Tudo indica que eles
tenham sido escritos em grego na sua versão original. Algumas palavras e expressões
usadas na época de Cristo foram transformadas em vocábulos mais conhecidos e
para isso sofreram uma interpretação de competência duvidosa. Caso algum dos
originais tenha sido escrito em Aramaico, a situação piora em razão das
dificuldades de encontrar termos equivalentes em outra língua.
Segundo Emmanuel em
Paulo e Estevão, o Evangelho de Mateus foi o primeiro a circular entre os novos
cristãos, a partir do ano 35. De conformidade com esta mesma fonte, Marcos
(João Marcos - evangelista) fez a primeira viagem com Paulo de Tarso aos 16
anos.
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