A Fé Ativa construindo uma Nova Era 5
Módulo/Eixo Temático: A Fé Ativa
Dos Médiuns (Allan Kardec, in “O Livro dos Médiuns”
– cap. XIV, item 159)
Todo aquele que
sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium.
Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio
exclusivo. Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuam alguns
rudimentos. Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns.
Todavia, usualmente, assim só se qualificam aqueles em quem a faculdade
mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de
certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos
sensitiva. E de notar-se, além disso, que essa faculdade não se revela, da
mesma maneira, em todos. Geralmente, os médiuns têm uma aptidão especial para
os fenômenos desta, ou daquela ordem, donde resulta que formam tantas
variedades, quantas são as espécies de manifestações. As principais são: a dos
médiuns de efeitos físicos; a dos médiuns sensitivos, ou impressionáveis; a dos
audientes; a dos videntes; a dos sonambúlicos; a dos curadores; a dos
pneumatógrafos; a dos escreventes, ou psicógrafos.
A Fé Transporta Montanhas (Allan Kardec, in “O
Evangelho Segundo o Espiritismo” – cap. XIX)
Poder da fé
1. Quando ele veio ao encontro do povo, um homem
se lhe aproximou e, lançando-se de joelhos a seus pés, disse: Senhor, tem
piedade do meu filho, que é lunático e sofre muito, pois cai muitas vezes no
fogo e muitas vezes na água. Apresentei- o aos teus discípulos, mas eles não o
puderam curar. Jesus respondeu, dizendo: Ó raça incrédula e depravada, até
quando estarei convosco? Até quando vos sofrerei? Trazei- me aqui esse menino.
- E tendo Jesus ameaçado o demônio, este saiu do menino, que no mesmo instante
ficou são. Os discípulos vieram então ter com Jesus em particular e lhe
perguntaram: Por que não pudemos nós outros expulsar esse demônio? - Respondeu-
lhes Jesus: Por causa da vossa incredulidade. Pois em verdade vos digo, se
tivésseis a fé do tamanho de um grão de mostarda, diríeis a esta montanha:
Transporta-te daí para ali e ela se transportaria, e nada vos seria impossível.
(S. MATEUS, cap. XVII, vv. 14 a 20.)
2. No sentido
próprio, é certo que a confiança nas suas próprias forças toma o homem capaz de
executar coisas materiais, que não consegue fazer quem duvida de si. Aqui,
porém unicamente no sentido moral se devem entender essas palavras. As
montanhas que a fé desloca são as dificuldades, as resistências, a má-vontade,
em suma, com que se depara da parte dos homens, ainda quando se trate das
melhores coisas. Os preconceitos da rotina, o interesse material, o egoísmo, a
cegueira do fanatismo e as paixões orgulhosas são outras tantas montanhas que
barram o caminho a quem trabalha pelo progresso da Humanidade. A fé robusta dá
a perseverança, a energia e os recursos que fazem se vençam os obstáculos,
assim nas pequenas coisas, que nas grandes. Da fé vacilante resultam a
incerteza e a hesitação de que se aproveitam os adversários que se têm de combater;
essa fé não procura os meios de vencer, porque não acredita que possa vencer.
3. Noutra acepção,
entende-se como fé a confiança que se tem na realização de uma coisa, a certeza
de atingir determinado fim. Ela dá uma espécie de lucidez que permite se veja,
em pensamento, a meta que se quer alcançar e os meios de chegar lá, de sorte
que aquele que a possui caminha, por assim dizer, com absoluta segurança. Num
como noutro caso, pode ela dar lugar a que se executem grandes coisas.
A fé sincera e
verdadeira é sempre calma; faculta a paciência que sabe esperar, porque, tendo
seu ponto de apoio na inteligência e na compreensão das coisas, tem a certeza
de chegar ao objetivo visado. A fé vacilante sente a sua própria fraqueza;
quando a estimula o interesse, toma-se furibunda e julga suprir, com a
violência, a força que lhe falece. A calma na luta é sempre um sinal de força e
de confiança; a violência, ao contrário, denota fraqueza e dúvida de si mesmo.
4. Cumpre não
confundir a fé com a presunção. A verdadeira fé se conjuga a humildade; aquele
que a possui deposita mais confiança em Deus do que em si próprio, por saber
que, simples instrumento da vontade divina, nada pode sem Deus. Por essa razão
é que os bons Espíritos lhe vêm em auxílio. A presunção é menos fé do que
orgulho, e o orgulho é sempre castigado, cedo ou tarde, pela decepção e pelos
malogros que lhe são infligidos.
5. O poder da fé
se demonstra, de modo direto e especial, na ação magnética; por seu intermédio,
o homem atua sobre o fluido, agente universal, modifica-lhe as qualidades e lhe
dá uma impulsão por assim dizer irresistível. Daí decorre que aquele que a um
grande poder fluídico normal junta ardente fé, pode, só pela força da sua
vontade dirigida para o bem, operar esses singulares fenômenos de cura e
outros, tidos antigamente por prodígios, mas que não passam de efeito de uma
lei natural. Tal o motivo por que Jesus disse a seus apóstolos: se não o
curastes, foi porque não tínheis fé.
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