O LIVRO
DOS MÉDIUNS
(Guia
dos Médiuns e dos Doutrinadores)
Por
ALLAN
KARDEC
Contém
o ensino especial dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de
manifestações, os meios de comunicação com o Mundo Invisível, o desenvolvimento
da mediunidade, as dificuldades e os escolhos que se podem encontrar na prática
do Espiritismo.
SEGUNDA
PARTE
DAS
MANIFESTAÇÕES ESPIRITAS
CAPITULO X
NATUREZA
DAS COMUNICAÇÕES
COMUNICAÇÕES
GROSSEIRAS, FRÍVOLAS, SÉRIAS OU INSTRUTIVAS.
Estudo 48 -
Itens 134 a 138
Em nosso estudo
anterior vimos que Allan Kardec utiliza-se da escala espírita para mostrar a
infinita variedade de Espíritos no tocante à inteligência e à moralidade, a
qual permite identificar as diferenças existentes em suas comunicações.
Refletem a elevação ou inferioridade de suas ideias, seu saber ou sua
ignorância, seus vícios e suas virtudes; assemelham-se às dos encarnados, desde
o mais selvagem ao mais esclarecido. Entendemos ser necessário o seu estudo
para compreender a classificação das comunicações feita por Allan Kardec, em:
grosseiras, frívolas, sérias, instrutivas.
Comunicações
grosseiras são as que contêm
expressões que ferem o decoro. Só podem provir de Espíritos de baixa classe,
ainda cobertos de todas as impurezas da matéria, e em nada diferem das que
provenham de homens viciosos e grosseiros. Repugnam a toda pessoa que tenha um
mínimo de sensibilidade, porque, de acordo com o caráter dos Espíritos, elas
serão triviais, ignóbeis, obscenas, insolentes, arrogantes, malévolas e mesmo
ímpias.
Comunicações
frívolas procedem de
Espíritos levianos, zombeteiros, ou brincalhões, antes maliciosos do que maus,
e que nenhuma importância ligam ao que dizem. Como nada de indecoroso encerram,
essas comunicações agradam a certas pessoas, que com elas se divertem, porque
encontram prazer nas confabulações fúteis, em que muito se fala para nada
dizer. Tais Espíritos saem às vezes com tiradas espirituosas e mordazes,
misturando brincadeiras banais com duras verdades, que quase sempre ferem com
justeza. São Espíritos levianos que pululam ao nosso redor e aproveitam todas
as ocasiões para se imiscuírem nas comunicações. A verdade é o que menos os
preocupa, e, por isso, sentem um malicioso prazer em mistificar os que têm a
fraqueza e, às vezes, a presunção de acreditar nas suas palavras. As pessoas
que gostam dessa espécie de comunicação dão, naturalmente, acesso aos Espíritos
levianos e enganadores. Os Espíritos sérios se afastam delas, como os homens
sérios se afastam das reuniões de criaturas irresponsáveis.
Comunicações
sérias são as que tratam de assuntos sérios
e de maneira ponderada. Toda comunicação que exclui a frivolidade e a
grosseria, objetiva um fim útil, ainda que de caráter particular, é, por esse
simples fato, uma comunicação séria. Nem todos os Espíritos sérios são
igualmente esclarecidos; há muita coisa que eles ignoram e sobre que podem
enganar-se de boa-fé. É por isso que os Espíritos verdadeiramente superiores
nos recomendam que submetamos todas as comunicações ao controle da razão e da
mais rigorosa lógica. É, pois, necessário distinguir as comunicações
verdadeiramente sérias das comunicações falsamente sérias, o que nem sempre é
fácil, porque é graças à própria gravidade da linguagem que certos Espíritos
presunçosos e pseudo-sábios tentam impor as ideias mais falsas e os sistemas
mais absurdos. E para se fazerem mais aceitos e se darem maior importância,
eles não tem escrúpulos de se adornar com os nomes mais respeitáveis e mesmos
os mais venerandos.
Comunicações
Instrutivas são as comunicações
sérias cujo principal finalidade consiste num ensinamento dado pelos Espíritos
sobre as Ciências, a Moral, a Filosofia, etc. São mais ou menos profundas,
conforme o grau de elevação e de desmaterialização do Espírito. Para se
retirarem proveitos reais dessas comunicações, é preciso é que elas sejam
regulares e que sejam seguidas com perseverança. Os Espíritos sérios se ligam
aos que desejam instruir-se e perseveram, deixando aos Espíritos levianos a
tarefa de divertir os que só veem nas comunicações uma forma de distração passageira.
Unicamente pela regularidade e frequência dessas comunicações é que se pode
apreciar o valor moral e intelectual dos Espíritos que as dão e a confiança que
eles merecem. Se, para julgar os homens, se necessita de experiência, de mais
ainda, talvez, necessitamos para julgar os Espíritos.
Qualificando de
instrutivas essas comunicações, nós as supomos verdadeiras, pois o que não for
verdadeiro não pode ser instrutivo, ainda que transmitida na mais empolgante
linguagem. Nessa categoria, não podemos, conseguintemente, incluir certos
ensinos que de sério apenas têm a forma, muitas vezes empolada e enfática, com
que os Espíritos que os ditam, mais presunçosos do que instruídos, esperando
iludir os que os recebem. Mas, não podendo suprir a substância que lhes falta,
são incapazes de sustentar por muito tempo o papel que procuram desempenhar, e,
logo mostrariam seu lado fraco.
Atuando sobre os
nossos órgãos e sobre todos os nossos sentidos, podem os Espíritos
manifestar-se à nossa visão, por meio das aparições; ao nosso tato, por
impressões tangíveis, visíveis ou ocultas; à audição pelos ruídos; ao olfato
por meio de odores sem causa conhecida. Este último modo de manifestação, se
bem muito real, é, incontestavelmente, o mais incerto, pelas múltiplas causas
que podem induzir em erro. Daí o nós não demorarmos em tratar dele. O que
devemos examinar com cuidado são os diversos meios de se obterem comunicações,
isto é, uma troca regular e contínua de pensamentos. Esses meios são: as pancadas,
a palavra e a
escrita, os quais serão estudados a seguir.
É importante
analisarmos esses esclarecimentos de Allan Kardec para compreendermos um fato
extremamente importante em nossas reuniões mediúnicas: o ambiente espiritual de
uma reunião é definido pelo somatório dos ambientes íntimos de cada
participante, o qual será responsável por atrair espíritos que se afinizam com
esse mesmo ambiente. Outro aspecto importante a ser considerado é que, na
atualidade, são comuns as reuniões de atendimento e socorro aos desencarnados,
sendo o meio de comunicação mais comum, o que conhecemos por psicofonia (palavra), que é o que melhor se presta ao pronto
esclarecimento dos Espíritos comunicantes.
Em nossos próximos
temas estudaremos esses meios de comunicação.
Bibliografia:
KARDEC, Allan - O
Livro dos Médiuns: 2. Ed. São Paulo: FEESP, 1989 - Cap X - 2ª Parte.
Tereza Cristina D'Alessandro
Julho / 2005
Centro
Espírita Batuira
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