Livro em estudo: No Mundo Maior
Referência: Capítulo 20 – último cap.
Tema: No Lar de Cipriana
Trechos do Capítulo:
Encerrada a
semana de estudos que me propusera e guardando valores novos no espírito,
acompanhei Calderaro, em pleno crepúsculo, a benemérita fundação nas zonas
inferiores, a que o Assistente chamara “Lar de Cipriana”.
(...)
A pesquisa
cedera lugar à meditação, o raciocínio ao sentimento. Recolhera extenso
material referente às manifestações da mente, obtendo valiosas conclusões para
definir desequilíbrios da alma; examinara diversos doentes, com os quais
travara relações; identificara moléstias cujas causas se prendiam às mais
profundas e menos conhecidas raízes do espírito; entre as novidades, porém,
encontrara um enfermo que me transferira da ardente curiosidade intelectual às
acuradas reflexões no tangente ao destino e ao ser.
Reconhecia,
agora, que, para conseguir a sabedoria com proveito, era indispensável adquirir
amor.
(...)
Poderia, em
verdade, Ter avançado muito no domínio dos conhecimentos novos, conquistado
simpatias prestigiosas, renovado as concepções da vida e do Universo,
melhorando-as; no entanto, de que me valeriam semelhantes troféus se me não
fosse possível socorrer um benfeitor em dificuldade?
(...)
A maioria
dos companheiros que aí se agitavam não eram portadores de luminosa expressão,
mas típicas personalidades humanas em processo regenerador. Com exceção de
Cipriana e dos assessores que lhe compunham o séquito, a comunidade, não
pequena, era formada de criaturas evidentemente inferiores: homens e mulheres
análogos, no aspecto, aos que povoam os círculos carnais.
(...)
_ Irmã
Cipriana idealizou este amorável reduto de restauração espiritual, e
concretizou-o , usando os próprios irmãos sofredores e perturbados que vagueiam
nas regiões circunvizinhas.
É claro que
não reside sistematicamente aqui; todavia, neste colégio regenerador passa
grande parte do tempo, que consagra ao seu ministério santificante nas esferas
de baixo nível de evolução. No fundo, a organização funciona sob a vigilância
dos próprios companheiros que vão melhorando. Trata-se, pois, de importante
escola de reajustamento anímico, de auto-reconhecimento e de preparação, para
indivíduos de boa-vontade. (...)Contudo, o instituto é de região inferior para
criaturas que desejem melhorar suas condições de existência. Educandário de
trânsito, sob a ação direta dos que dele colhem proveito, passou, destarte, a
valioso núcleo de instrução e amparo. Individualidades libertas da carne, em
penosas condições íntimas nos setores do conhecimento, aqui recebem precioso
concurso, a fim de se readaptarem convenientemente à vida.
(...)
_ A
venerável instrutora (...) montou aqui verdadeira oficina de restauração do espírito.
(...) O programa fundamental de Cipriana é o esquecimento do mal com a
valorização permanente do bem, à luz da esperança em Deus. A princípio, a
organização custou-lhe muitos sacrifícios, em matéria de tempo e de direito que
lhe mereciam os méritos pessoais; no transcurso dos anos, porém, elementos por
ela mesmo formados passaram a superintender a obra e a conservá-la.
(...)
Cipriana,
assumindo a direção da prece, fez-se acompanhar pelos colaboradores diretos que
a seguiam no momento.
(...)
Logo após, a
palavra comovente da instrutora vibrou no ambiente, exonerando a proteção do
Cristo:
“Senhor
Jesus,
Permanente
inspiração de nossos caminhos,
Abre-nos,
por misericórdia,
Como sempre,
As portas
excelsas
De Tua
provid6encia incomensurável....
Doador da
Vida,
Acorda-nos a
consciência
Para semearmos
ressurreição
Nos vales
sombrios da morte;
Distribuidor
do Sumo Bem,
Ajuda-nos a
combater o mal
Com as armas
do espírito;
Príncipe da
Paz,
Não nos
deixes indiferentes
À discórdia
Que vergasta
o coração
De nossos
companheiros sofredores;
Mestre da
Sabedoria,
Afugenta
para longe de nós
A sensação
de cansaço
À frente dos
serviços
Que devemos
prestar
Aos nosso
irmãos ignorantes;
Emissário do
Amor Divino
Não nos
concedas paz
Enquanto não
vencermos
Os monstros
da guerra e do ódio,
Cooperando contigo,
Em tua
augusta obra terrestre;
Pastor da
Luz Imortal
Fortalece-nos,
Para que
nunca nos intimidemos
Perante as
angústias e desesperos das trevas;
Distribuidor
da Riqueza Infinita,
Supre-nos as
mãos
Com teus
recursos ilimitados,
Para que
sejamos úteis
A todos os
seres do caminho,
Que ainda se
sentem minguados
De teus dons
imperecíveis;
Embaixador
Angélico,
Não nos
abandones ao desejo
De repousar
indebitamente,
E
converte-nos
Em teus
servidores humildes,
Onde
estivermos;
Mensageiro
da Boa Nova,
Não permitas
Que nossos
ouvidos adormeçam
Ao coro dos
soluços
Dos que
clamam por socorro
Nos círculos
do sofrimento;
Companheiro
da Eternidade,
Abençoa-nos
as responsabilidades e deveres;
Não nos
relegues à imperfeição
De que ainda
somos portadores!
Dá-nos,
amado Jesus, o favor de servir-Te
E que o
Supremo Senhor do Universo Te glorifique
Para sempre.
Assim seja!
...
(...)
Encerrada a
reunião, Cipriana, com admirável simplicidade, veio despedir-se de mim.
(...)
E
ponderando, em silêncio, a grandeza de Deus, verti copioso pranto de júbilo,
dando guarida às intraduzíveis sensações que me invadiam a alma, extasiada e
feliz sob nova esperança!
Bibliografia de apoio
Leitura
completa do capítulo 20 – NMM
LE
ESE
LM
Questões para início de nosso estudo:
01) Como entender e situar para nós mesmos(justificando) as
seguintes assertivas:
1. A) “A
pesquisa cedera lugar à meditação, o raciocínio ao sentimento. Recolhera
extenso material referente às manifestações da mente, obtendo valiosas
conclusões para definir desequilíbrios da alma; examinara diversos doentes, com
os quais travara relações; identificara moléstias cujas causas se prendiam às
mais profundas e menos conhecidas raízes do espírito; entre as novidades,
porém, encontrara um enfermo que me transferira da ardente curiosidade
intelectual às acuradas reflexões no tangente ao destino e ao ser.
1.B)
“Reconhecia, agora, que, para conseguir a sabedoria com proveito, era
indispensável adquirir amor.”
1.C)”
Poderia, em verdade, Ter avançado muito no domínio dos conhecimentos novos,
conquistado simpatias prestigiosas, renovado as concepções da vida e do
Universo, melhorando-as; no entanto, de que me valeriam semelhantes troféus se
me não fosse possível socorrer um benfeitor em dificuldade?”
02) Qual o
papel do conhecimento para nossa evolução? Qual o papel do sentimento para
nosso crescimento? Eles se encontram ou são separados? Um vive sem o outro? Por
que?
03) Como
entender e comparar para o Mundo Terreno e para nós próprios a seguinte
assertiva: “No fundo, a organização funciona sob a vigilância dos próprios
companheiros que vão melhorando. Trata-se, pois, de importante escola de
reajustamento anímico, de auto-reconhecimento e de preparação, para indivíduos
de boa-vontade. (...) Contudo, o instituto é de região inferior para criaturas
que desejem melhorar suas condições de existência. Educandário de trânsito, sob
a ação direta dos que dele colhem proveito, passou, destarte, a valioso núcleo
de instrução e amparo. Individualidades libertas da carne, em penosas condições
íntimas nos setores do conhecimento, aqui recebem precioso concurso, a fim de
se readaptarem convenientemente à vida.” Justificar.
04) Como
entender e verificar junto ao nosso mundo material(justificando) a seguinte
afirmativa, justiçando, à Luz da DE: “O programa fundamental de Cipriana é o
esquecimento do mal com a valorização permanente do bem, à luz da esperança em
Deus. A princípio, a organização custou-lhe muitos sacrifícios, em matéria de
tempo e de direito que lhe mereciam os méritos pessoais; no transcurso dos
anos, porém, elementos por ela mesmo formados passaram a superintender a obra e
a conservá-la.”
05) O que é
Prece? Por que fazê-la?
06) Como você
compreende o texto da prece realizada por Cipriana? Justificar.
Conclusão do estudo
QUESTÕES PROPOSTAS PARA ESTUDO
01) Como entender e situar para nós mesmos (justificando)
as seguintes assertivas:
1.A) “A
pesquisa cedera lugar à meditação, o raciocínio ao sentimento.
Recolhera extenso material referente às manifestações da mente, obtendo
valiosas conclusões para definir desequilíbrios da alma; examinara diversos
doentes, com os quais travara relações; identificara moléstias cujas causas se
prendiam às mais profundas e menos conhecidas raízes do espírito; entre as novidades,
porém, encontrara um enfermo que me transferira da ardente curiosidade
intelectual às acuradas reflexões no tangente ao destino e ao ser.
Em um certo
momento, é preciso que deixemos a realidade que, dia a dia, aparece à nossa
frente e nos dediquemos à reflexão. É necessário deixar aflorar os sentimentos,
fazer prevalecer o "eu" interno sobre as questões objetivas. É o
momento de meditação.
Foi a que se
entregou André Luiz, ao comparecer ao "Lar de Cipriana".
Às vezes, um
fato nos chama a essa realidade - no caso de André Luiz, foi o reencontro
com seu avô, que se encontrava em deplorável estado de sofrimento. E esse fato,
na maior parte dos casos inesperados e sofridos, é o responsável pelo nosso
despertamento.
1.B) “Reconhecia, agora, que, para conseguir a sabedoria
com proveito, era indispensável adquirir amor.”
O Cristo, em
sua passagem pela carne, enfatizou, de maneira didática, que o amor é o
combustível que impulsiona o espírito à evolução. A sabedoria, resultado do progresso
intelectual - uma das asas da evolução - somente tem valia se acompanhada do
amor ao próximo. O amor também é uma conquista que o espírito tem que buscar durante
sua trajetória, estando encarnado ou na erraticidade.
1.C) "Poderia, em verdade, ter avançado muito no
domínio dos conhecimentos novos, conquistado simpatias prestigiosas, renovado
as concepções da vida e do Universo, melhorando-as; no
entanto, de que me valeriam semelhantes troféus se me não fosse possível
socorrer um benfeitor em dificuldade?”
Nessa
passagem, André Luiz ressalta o valor de um outro sentimento que também é
imprescindível ao progresso do espírito em evolução: a gratidão. Mais uma vez o
Autor aponta a prevalência de um atributo moral sobre o intelectual. De que nos
serve dominar todas as ciências se não formos capazes de nos reconhecer gratos
a quem outrora nos ajudou (no caso referido, André Luiz reconhecia-se grato ao
seu avô, que lhe propiciou a formação em medicina).
02) Qual o papel do conhecimento para nossa evolução?
Qual o papel do sentimento para nosso crescimento? Eles se encontram ou
são separados? Um vive sem o outro? Por que?
Respondendo
a questão proposta por Allan Kardec, os Espíritos disseram que o progresso
moral decorre do intelectual, mas nem sempre o segue imediatamente (questão 780
de O Livro dos Espíritos). Isso importa dizer que ambos, conhecimento e
sentimento, que representam o progresso intelectual e o moral, devem caminhar
juntos, pois são as chamadas "duas asas da evolução".
No entanto,
nem sempre - ou melhor, raramente - isso vem a acontecer. A história da humanidade
não deixa dúvida: o progresso intelectual está sempre à frente.
O moral, sempre atrasado em relação àquele, vai sendo
alcançado lentamente, à reboque do desenvolvimento material (tecnológico e
científico). E isso é fácil de se compreender, se considerarmos a
característica do planeta. A humanidade terrena ainda se encontra muito presa à
matéria, pelo que prioriza o progresso intelectual, mais próximo das coisas
materiais, em detrimento do progresso moral, mais ligado às questões
espirituais.
03) Como entender e comparar para o Mundo Terreno e para nós
próprios a seguinte assertiva: “No fundo, a organização funciona sob a
vigilância dos próprios companheiros que vão melhorando. Trata-se, pois, de
importante escola de reajustamento anímico, de auto-reconhecimento e de
preparação, para indivíduos de boa-vontade. (...) Contudo, o instituto é
de região inferior para criaturas que desejem melhorar suas condições de existência.
Educandário de trânsito, sob a ação direta dos que dele olhem proveito, passou,
destarte, a valioso núcleo de instrução e amparo. Individualidades libertas da
carne, em penosas condições íntimas nos setores do conhecimento, aqui
recebem precioso concurso, a fim de se readaptarem convenientemente à vida.”
Justificar.
Trata-se de
uma descrição que traça o caráter da Instituição em que se encontravam o Autor
e o Assistente Calderaro. Pelo que nos diz André Luiz, assim como a Terra, o
"Lar de Cipriana" é um local de passagem para espíritos ainda em
caminho da evolução. Em que pese situar-se em região inferior, é habitado
por espíritos devedores mas que já se conscientizaram de necessidade de se
melhorarem-. São espíritos que já fizeram a opção pelo bem e que se encontram
em busca do caminho certo.
Como na
Terra, cabe àqueles que já avançaram um pouco mais a tarefa de auxiliar os mais
necessitados, exercitando a prática da caridade.
04) Como entender e verificar junto ao nosso mundo
material (justificando) a seguinte afirmativa, justificando, à Luz da
Doutrina Espírita: “O programa fundamental de Cipriana é o esquecimento do mal
com a valorização permanente do bem, à luz da esperança em Deus. A princípio, a
organização custou-lhe muitos sacrifícios, em matéria de tempo e de direito que
lhe mereciam os méritos pessoais; no transcurso dos anos, porém, elementos
por ela mesmo formados passaram a superintender a obra e a conservá-la.”
Temos que tomar
consciência que o mal não é criação divina. É
fruto da ótica desajustada com a qual o ser humano enxerga o mundo, baseado
em seu orgulho e egoísmo. Em verdade, todas as coisas, por piores que nos pareçam
em determinada circunstância, sempre resultam no bem, em progresso e evolução.
Valorizar o mal é não nos dar a chance de tirarmos proveito, em favor de nós
próprios, das circunstâncias que a vida nos apresenta. Em contrapartida,
valorizar o bem é plantar sempre uma semente de otimismo em cada evento da
nossa vida. Mas, temos que entender que essa mudança de postura exige esforço e
sacrifício, pois a humanidade terrena, no estágio em que se encontra,
valoriza muito mais o mal que o bem, o que acarreta dores e sofrimentos (nem tão
dolorosos ou sofríveis assim) aos que buscam uma postura diferente. Mas, afinal,
alguém tem de começar uma mudança, e esse alguém é sempre o que tiver maiores
esclarecimentos.
05) O que é Prece? Por que fazê-la?
Na definição
dos Espíritos, a prece é um ato de adoração e de pensamento a Deus. É pôr-se em
comunicação com ele para louvá-lo, pedir-lhe e agradecer-lhe.
Devemos
cultivar o hábito da prece como forma de haurirmos a energia e a confiança
necessárias na luta contra as tentações e pelo cumprimento das Leis Naturais.
Aquele que ora com sinceridade, fazendo uma prece vinda do mais profundo do seu
ser, se torna melhor, pois tem sempre o socorro dos benfeitores espirituais a
serviço de Deus, que os intuem à prática do bem, único meio de evoluirmos.
06) Como você compreende o texto da prece realizada por
Cipriana? Justificar.
Em cada
trecho ela faz uma rogativa de força para seu trabalho e para o trabalho de
inúmeros benfeitores. Pede que a vontade d'Ele se cumpra, que o mal se afugente e
tudo concorra para o trabalho edificante. É uma exaltação às qualidades
superiores das quais Jesus era portador, ao mesmo tempo em que é um
pedido que Ele nos conceda a possibilidade de criarmos em nós essas
mesmas qualidades. Se procurarmos ver em profundidade o
ensinamento que a irmã Cipriana nos dá nessa prece, veremos que ela nos chama a
atenção às qualidades de Jesus, para que as percebamos em nós mesmos,
desenvolvendo-as e aplicando-as na nossa reforma moral, bem como no auxílio aos
nossos irmãos.
Abraços a
todos e muita paz.
Equipe Nosso
Lar
CVDEE
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