INFORMAÇÃO
ESPÍRITA
JUVENTUDE
O
JOVEM E SEUS PROBLEMAS
Interessar-se
pelo conhecimento da Doutrina Espírita, acaba gerando no jovem
perquiridor de nosso tempo, dúvidas e mais dúvidas sobre
pontos que não se encontram ampla e explicitamente tratados nas
obras disponíveis.
Essa
a razão pela qual mantém-se este espaço de “INFORMAÇÃO.”
RELIGIÃO
E POLÍTICA
“Porque
a religião e a política se parecem tanto? Há guerra entre os
partidos e como as guerras entre as diversas religiões, cheia de
paixão e ódio e acusações...”
Porque
elas têm praticamente a mesma origem e sempre estiveram lutando pelo
poder. Aliás numa retrospectiva da História, vamos perceber que a
religião antecedeu em muito a política. Na pré-história, o poder
está nas mãos do “feiticeiro”, o homem que fala com os
Espíritos ou Deuses e que pode ter acesso ao conhecimento do
sobrenatural, que conhece o futuro das pessoas e da própria tribo,
os métodos de cura e os ministérios da natureza: ele tem o
poder (porque tem o conhecimento) e por isso, é sempre ouvido
respeitado e temido, mesmo pelo chefe que lhe atende as mais absurdas
recomendações. As grandes nações da História antiga são
teocracias, visto que governadas por homens que se intitulam Deuses
ou se arvoram em detentores da ordenação divina, como os faraós do
Egito rodeados pelos sacerdotes. Ou mesmo Moisés, o chefe dos
hebreus, escolhido pelo seu deus Iavé. O absolutismo, poder político
concentrado na vontade do homem, o rei, por largo tempo passa a noção
de que o soberano representa a própria vontade de Deus. A Igreja
Católica desde a oficialização do Cristianismo como religião do
Estado Romano no século IV, sempre exerceu esse poder de forma
opressora, tendo nas mãos soberanos QUE LHE PRESTAM CEGA OBEDIÊNCIA.
O triste episódio da Santa Inquisição, verdadeiro holocausto em
nome da fé, mostra quanto foi opressor o poder da religião
intolerante, que perseguiu torturou e matou durante séculos,
milhares de pessoas que discordavam de sua linha de pensamento ou
ousavam desagradar o clero. Tão forte é o poder político da
religião que ainda hoje, ano 2000, temos estados governados por
chefes religiosos, caso do Irã (governado pelo Aiatolá), onde a
intolerância é marca indispensável desse poder, promovendo
verdadeiro regime do terror. O Brasil até antes da república tinha
como religião oficial o Catolicismo Romano (como Portugal o tem até
hoje), onde uma religião gozava de todos os privilégios em prejuízo
das outras, exercendo sozinha decisiva influência em todas as
questões de interesse social. Mesmo em nosso dias, quando a
Constituição Federal nos caracteriza como um País democrático,
onde há lugar para todas as crenças e cultos, por causa desse
atavismo religioso arraigado em nossas estruturas arcaicas, o Brasil
ainda depende muito da posição da Igreja para resolver seus mais
graves problemas. Kardec, em OBRAS PÓSTUMAS, tem um artigo
intitulado “AS ARISTOCRACIAS”, em que faz rápido comentário
sobre o caminhar da Humanidade em matéria do poder político,
assinalando as conquistas democráticas que vem sendo alcançadas ao
longo do tempo para a solução dos problemas humanos. Desse modo,
você percebe que a política é filha das religiões e instituições
humanas que sempre se impuseram por meios escusos e métodos
opressores, sonegando a verdade, esclarecendo conflitos e promovendo
guerras de conquistas em torno de interesses exclusivamente
materiais, tudo em nome de Deus, do Bem e da Verdade. As religiões
do presente herdam esse triste caráter da religião do passado
instigando-se os adeptos ao desprezo e ao ódio em relação as
outras crenças.
Nem
mesmo as que se dizem adeptas de Jesus, levam em conta que o
carpinteiro de Nazareth, pregava o amor para com os adversários,
porque isso simplesmente não lhes interessa. Elas querem um Jesus
politicamente agressivo, tão intolerante como elas mesmas,
estabelecendo divisões, preferências, privilégios e condenações,
porque isso lhes garante o poder. A Doutrina Espírita, saída das
mãos de Allan Kardec, nos meados do século passado, veio justamente
combater esse estado de coisas recusando-se terminantemente a ser uma
adversária a mais na saturada arena da competição religiosa,
estruturada em conceitos científicos e filosóficos com
conseqüências morais inatacáveis, ela não é uma instituição
religiosa salvacionista, nem se proclama dona exclusiva da Verdade,
mas representa a síntese de uma evolução do pensamento humano, que
defende a liberdade de crença como condição para o próprio
progresso da Humanidade. Deve-se colocar acima das questiúnculas que
dividem as pessoas ou os grupos religiosos, para proclamar a
verdadeira religião. Não está nesta ou naquela denominação, na
utilização deste ou aquele culto, na freqüência deste ou daquele
tempo, mas na conduta do homem e das coletividades ante os valores
universais do amor e da solidariedade humana.
Atenção!
Todas
as frases apresentadas ao final das matérias deste número foram
extraídas de obras psicografadas pelo médium F. C. Xavier.
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