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terça-feira, 30 de setembro de 2008

REFLEXÕES SOBRE O MAGISTÉRIO DE JESUS

*Assaruhy Franco de Moraes

 

“(...) Tendo-os ouvido, disse-lhes Jesus: –  Não são os que gozam saúde que precisam de médico” (Mateus, 9:12).

O Mestre de Nazaré, em todos os momentos de sua estada terrena, exemplificou com lições inesquecíveis que somente sua autoridade moral poderia expressar.

A passagem de Mateus é um exemplo de como a cegueira e o orgulho podem agir diante da invigilância.

Os fariseus eram o alvo de Jesus sempre que ele procurava mostrar a iniqüidade humana, as facetas mais distorcidas do caráter do homem e, principalmente, a falsidade e a hipocrisia.

Eles se julgavam os verdadeiros defensores da qualidade das Escrituras, mas fora das aparências eram moralmente dissolutos, extremamente orgulhosos e pretendiam dominar o povo, pregando um fundamentalismo ostensivo e falso.

O magistério de Jesus contradizia essas posturas e, por essa razão, os fariseus tornaram-se seus inimigos, mas nem por isso ele recuou, dando-nos eterna lição de coragem ante a certeza do bom combate.

Jesus acolhia em seu coração magnânimo os infelizes, os moralmente decaídos, os doentes, os párias sociais, enfim, gente de má vida, aí incluídos os publicanos, odiados por serem coletores de impostos para Roma.

Todo aquele que estudar o Sermão da Montanha em sua essência vai entender a verdadeira missão do Cristo entre nós; perceberá que Ele tinha a preocupação principal com os doentes da alma, aqueles que precisavam assumir os valores exarados no Livro da Vida e, moralmente analfabetos, não conseguiam ler as lições divinas.

É quase certo que os fariseus, ao criticarem a atitude de Jesus, que aceitou a companhia de criaturas “condenáveis”, não tenham percebido a grandeza da resposta que receberam, mesmo porque não deveriam sentir-se “doentes”. O orgulho não só bloqueia a razão, como interrompe a percepção da realidade, tornando viva uma frágil e inconsistente sensação de poder e glória.

 

SERVIÇO ESPÍRITA DE INFORMAÇÕES

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Sábado, 26/7/2008 no 2104

 

LENDO PARA VOCÊ

LIVRO É NOTÍCIA

CHICO XAVIER, MANDATO DE AMOR

Tanto quanto os inúmeros testemunhos da imortalidade da alma dados por Francisco Cândido Xavier ao mundo, como médium, deixou ele também para todos o exemplo do que é ser um verdadeiro cristão-espírita.

E, transcorridos seis anos da sua desencarnação, Chico Xavier ainda hoje continua sendo lembrado, no Brasil e no restante do mundo, por sua humildade, disciplina, força de trabalho, simplicidade e abnegação. No livro “Chico Xavier, mandato de amor”, de Geraldo Lemos Neto com publicação da União Espírita Mineira (UEM), o leitor pode conhecer um pouco mais os fatos que assinalaram a vida do saudoso médium.

Sem fazer apologia exacerbada da figura do médium, o livro apresenta, num trabalho de grande riqueza biográfica, o mineiro Chico, de vida singela, mas marcada por inúmeros acontecimentos mediúnicos que sempre lhe deixavam, e aos que com ele tinham contato, muitas lições de elevado teor moral. É o que se percebe em narrativas como esta, envolvendo uma jovem senhora, e que deixa evidente como as emoções desajustadas podem repercutir no outro. Conta o livro que tal senhora chegou junto de Chico reclamando de muitas dores de cabeça, sendo, então, aconselhada por ele a juntar-se à assistência, a fim de participar da reunião, prestes a ser iniciada.

“Emmanuel me disse que aquela senhora teve uma discussão muito forte com o marido, chegando quase a ser agredida fisicamente. O marido desejou dar-lhe uma bofetada e não o fez por uma questão de recato natural. Contudo, agrediu-a vibracionalmente, provocando uma concentração de fluidos deletérios que lhe invadiram o aparelho auditivo, causando a dor de cabeça. Tão logo começou a reunião, Dr. Bezerra colocou a mão sobre sua cabeça e vi sair de dentro de seu ouvido um cordão fluídico escuro, negro, que produzia a dor.

Eu estava psicografando mas, orientado por Emmanuel, pude acompanhar todo o fenômeno” – conta Chico, no livro, onde também estão reunidas algumas das entrevistas concedidas por ele aos órgãos da imprensa espírita e não-espírita, bem como de amigos seus, como a senhora Carmem Pena Perácio, que orientou os primeiros contatos de Chico com o serviço mediúnico.

Em 1967, ela falou para o jornal “O Espírita Mineiro” sobre os episódios que mais lhe emocionaram nesses dias, dentre os quais a visão de um Espírito que só viria a ser mediunicamente percebido por Chico quatro anos mais tarde, o qual teria grandiosa participação na missão mediúnica que estava prestes a começar.

“A voz declarava ser Emmanuel, amigo espiritual de Chico. Depois de ouvi-lo, surgiu, em minha visão mediúnica, uma bela entidade, com vestes sacerdotais e apresentando uma aura tão brilhante que, através da luz que irradiava, eu podia ver seu rosto calmo, tranqüilo e sorridente.

Depois de identificar-se como sendo amigo espiritual do jovem ali presente conosco, recomendou-me: ‘Irmã, fale ao Chico para tomar do lápis e papel’. Imediatamente, providenciamos a busca deste material, sob forte emoção. Alguns instantes depois, Chico passou a receber uma mensagem” – afirma ela.

Apesar das suas 298 páginas, em formato 16,5x23,5, o livro é daqueles que se lê de um único fôlego, tantas as curiosidades que guarda, sem falar no farto material de pesquisa e consulta que oferece, incluindo fotos e cópias de documentos de época. É dividido em cinco capítulos:

“Em torno de Chico”, “A Doutrina em versos”, “Mensageiros da Espiritualidade Maior”, “Suas palavras ao longo do tempo” e “Uma vida para sempre”. Neles se encontram abordagens sobre temas como: “Arnaldo Rocha”, “Casos de psicometria”, “Materializações”, “Pretos velhos”, “Teresa de Ávila”, “Os livros de Dr. Inácio Ferreira”, “Eu vi o Chico receber a primeira mensagem”, “Regressão da memória” e “Evangelização da criança”. No encerramento da obra, há uma relação com os livros publicados pelo conhecido médium.

“Chico Xavier, mandato de amor” pela UEM. Pedidos para a Rua Guarani, 315 – Centro – CEP 30120-040 Belo Horizonte, MG – telefone (31) 3201-3038 e página www.uemmg.org.br. 

DEPRESSÃO

Se a depressão já causa prejuízos em pessoas sem problemas de saúde física, nas portadoras de diabetes ela pode acarretar complicações ainda maiores, já que dificulta a adesão aos  medicamentos contra a doença metabólica, à dieta adequada e a exercícios, levando ainda a uma maior propensão ao fumo. A solução para o problema é apontada por um recente estudo da Universidade de Washington, que sugere o reforço no tratamento da depressão em diabéticos para melhorar o resultado no tratamento contra o diabetes, tudo isso sem aumento de custos. Do estudo, participaram 329 pacientes, divididos em dois grupos, analisados por 12 meses: um recebeu educação sobre depressão e mudanças de comportamento e puderam escolher o tratamento com antidepressivos ou com terapia; e no outro foi aplicado o tratamento convencional para o diabetes.

A conclusão é que os que também tiveram tratamento contra a depressão apresentaram melhora significativa no tratamento do diabetes. Essa constatação, segundo os estudiosos, pode representar, num período de cinco anos, uma redução de 3.900 dólares no custo do tratamento de um diabético.

As informações são da reportagem “Tratar depressão é importante para o controle do diabetes, indica estudo”, publicada na página www.boasaude.com, em 26 de junho.

Entendendo a saúde sob um aspecto mais amplo que aquele observado tão unicamente sob o ponto de vista físico, todos os que já tiveram a oportunidade de conhecer o pensamento espírita sabem que as doenças, com raríssimas exceções, têm seu nascedouro no espírito.

Assim sendo, portanto, se torna sempre aconselhável, paralelamente ao tratamento médico, também realizar a terapêutica espiritual, sobretudo com a aplicação do passe e da água fluidificada. E ainda como parte desse tratamento, vale igualmente buscar boas leituras, como a desta página de autoria de Emmanuel, intitulada “Depressões”, parte do livro “Coragem” (ed. CEC), de Espíritos diversos, psicografado por Chico Xavier.

Diz assim:

“Se trazes o espírito agoniado por sensações de pessimismo e tristeza, concede ligeira pausa a ti mesmo, no capítulo das próprias aflições, a fim de raciocinar.

Se alguém te ofendeu, desculpa.

Se feriste alguém, reconsidera a própria atitude.

Contratempos do mundo estarão constantemente no mundo, onde estiveres.

Parentes difíceis repontam de todo núcleo familiar.

Trabalho é lei do Universo Disciplina é alicerce da educação.

Circunstâncias constrangedoras assemelham-se a nuvens que aparecem no firmamento de qualquer clima.

Incompreensões com relação a caminhos e decisões que se adote são empeços e desafios, na experiência de quantos desejem equilíbrio e trabalho.

Agradar a todos, ao mesmo tempo, é realização impossível.

Separações e renovações representam imperativos inevitáveis do progresso espiritual.

Mudanças equivalem a tratamento da alma, para os ajustes e reajustes necessários à vida.

Conflitos íntimos atingem toda criatura que aspire a elevar-se.

Fracassos de hoje são lições para os acertos de amanhã.

Problemas enxameiam a existência de todos aqueles que não se acomodam com estagnação.

Compreendendo a realidade de toda pessoa que anseie por felicidade e paz, aperfeiçoamento e renovação, toda vez que sugestões de desânimo nos visitem a alma, retifiquemos em nós o que deva ser corrigido e, abraçando o trabalho que a vida nos deu a realizar, prossigamos à frente.”

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Danilo Carvalho Villela

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Sábado, 26/7/2008 no 2104

 

COM OS OLHOS DO ESPÍRITO (IV)

Giovanni Scognamillo

 

Por acréscimo da Misericórdia Divina este nosso planeta Terra, abençoada escola de   aprendizado, tem hospedado uma grande quantidade de espíritos superiores, muitos oriundos de outros planetas, que aqui chegam com o propósito de ajudar o progresso geral de Humanidade.

Alguns raramente retornam ao nosso meio, no entanto, uma boa percentagem renova as reencarnações missionárias, enquanto outros permanecem em nossa psicosfera, na condição de orientadores espirituais.

Vejamos, por exemplo, a atitude do Dr. Bezerra de Menezes (1831-1900), que permanece conosco desde 1831 quando aqui chegou e que após a sua desencarnação renunciou à vivência nos planos mais elevados para estar junto aos nossos problemas e dificuldades, como benfeitor incansável, aliviando nossos padecimentos.

Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832), assim como os demais instrutores, não foi um privilegiado, mas provou possuir uma inconteste inteligência e aptidões diversas e, acima de tudo, uma acentuada interação com o Mundo dos Espíritos, o que facilitou em muito o desempenho de sua nobilitante tarefa no vasto universo das letras, como temos mostrado nessa seqüência de artigos, inspirados na conferência proferida pela escritora espiritualista Paola Giovetti no Centro de Estudos Parapsicológicos de Bolonha, na Itália, a qual foi publicada pela revista italiana “Luce e Ombra” (Luz e Sombra), em seu número 2, ano 107.

Crônicas da época identificam Goethe como um dos maiores escritores da língua alemã, e acrescentamos que ele dispunha, além desse merecido reconhecimento, uma poderosa antena psíquica que lhe possibilitava o contato com o imenso mundo invisível.

A Espiritualidade atuava sobre sua mediunidade diversificada e ostensiva, figurando na biografia de Goethe um interessantíssimo episódio de premonição.

Achava-se o literato em sua casa, na cidade de Weimar. Acomodado ao leito, olhava através da janela. Lá em cima, brilhavam os astros. De repente, começa a desenhar-se, à sua apurada percepção, um quadro inquietador. Ele pressente um acontecimento funesto. Desce do leito e corre gritando em direção ao aposento do camareiro, e convidando o mesmo, aponta para os astros e lhe pergunta se está vendo algo de anormal. Este responde negativamente: para ele, o céu noturno apresentava a aparência habitual. Goethe, agitado e dando sinais de preocupação, diz ao serviçal:

“Ouça, nós estamos vivendo um momento solene. Neste instante está acontecendo, ou virá acontecer, um grande terremoto (apontando para o alto), o quadro ainda está lá mostrando a natureza em convulsões”. Este fato se deu na noite de 16 de fevereiro de 1783, e uma semana depois todos ficaram sabendo que um grande terremoto havia destruído a cidade de Messina, região sul da ilha da Sicília, na Itália. Apesar da grande distância que separava o médium-poeta do local do evento, ele “assistiu” a todo o ocorrido, pois o descreveu antecipadamente. Eis a premonição.

Como prometemos em artigo anterior, apresentamos breves dados de Lavater.

Johann Kaspar Lavater (1741-1801) foi uma das glórias da Suíça e destacou-se como teólogo da Reforma Luterana, médium psicógrafo, filósofo, poeta, magnetista e fundador da Fisiognomonia, que estudava a personalidade a partir dos traços fisionômicos. Goethe desfrutou da amizade desse grande homem, que enviou várias mensagens à Imperatriz da Rússia Maria Feodorowna, mensagens estas por ele mesmo psicografadas e que foram analisadas e divulgadas por Allan Kardec na “Revista Espírita” de 1868. Lavater, sua mediunidade e suas mensagens serão objeto de nossos estudos, oportunamente, e serão divulgadas por este boletim.

Nos despediremos de Goethe com o próximo artigo, ofertando aos queridos amigos leitores o pensamento do médiumescritor sobre a reencarnação, a imortalidade e a comunicabilidade dos Espíritos.

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Sábado, 26/7/2008 no 2104

FÉ E REALIZAÇÃO

Danilo Carvalho Villela

 É natural o ato de crer.

A atitude de confiança que nos leva a entrar em um elevador sem antes verificar-lhe o estado de conservação decorre de um contexto de conhecimento e observação pois, conforme sabemos, elevadores são feitos segundo especificações técnicas que garantem sua segurança que é, além disso, periodicamente verificada por pessoal qualificado. A prática mostra, por isso, que podemos utilizá-los no dia-a-dia dispensando-nos daquele cuidado.

A religião tem utilizado abordagem análoga na fundamentação da fé, identificando a ação divina na formação e funcionamento do Universo, acrescentando, porém, que existem igualmente leis no campo moral, fato não constatável à primeira vista, mas cuja veracidade o Espiritismo demonstra. É interessante observar, a propósito, a atitude curiosa de alguns defensores do materialismo que atribuem o funcionamento do Universo e da vida – extremamente complexos e delicados – ao acaso, cuja característica principal é justamente a aleatoriedade, ou seja, o oposto da regularidade observada nos fenômenos naturais.

Todos sabemos que a confiança nas próprias forças e a vontade empregada com discernimento e perseverança têm permitido aos grandes realizadores atingir seus objetivos, superando embora imensas dificuldades.

Analogamente, a fé religiosa, ou seja, a certeza quanto à existência do mundo espiritual (que não percebemos com nossos sentidos) e de leis morais (cujo funcionamento não apresenta o mecanismo do plano material) tem possibilitado às almas de escol produzir feitos extraordinários no campo moral, dentre os quais destaca-se o permanente alinhamento de suas ações e atitudes com as Leis Divinas.

Como esclarece um benfeitor espiritual:

“A fé é humana ou divina conforme o homem aplica suas faculdades à satisfação das necessidades terrenas, ou das suas aspirações celestiais e futuras. O homem de gênio, que se lança à realização de algum grande empreendimento, triunfa, se tem fé, porque sente em si que pode e há de chegar ao fim colimado, certeza que lhe faculta imensa força. O homem de bem que, crente em seu futuro celeste, deseja encher de belas e nobres ações a sua existência, haure na fé, na certeza da felicidade que o espera, a força necessária, e ainda aí se operam milagres de caridade, de devotamento e de abnegação. Enfim, com a fé não há maus pendores que não se chegue a vencer”.

“O Evangelho segundo o Espiritismo” (capítulo 19, item 12).

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Sábado, 26/7/2008 no 2104

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

FÉ HUMANA E FÉ RELIGIOSA

Karina Lopes

 A fé sempre interessou às pessoas ligadas à religião, porém sempre é questionado: por que a psicologia não fala dessas coisas?

A palavra fé não pertence ao vocabulário usual da nossa ciência; remete mais, obviamente, a um vocabulário religioso, e é empregada por adeptos, pregadores, teólogos. A fé se pronuncia ativamente sobre um sentido da vida, trazendo significados sobre o que acontece conosco e com o mundo. Não cabe à psicologia manifestar-se sobre tal coisa. Talvez seja por isso que esse termo é substituído por outros mais gerais, e sem conotação religiosa, como “motivação” ou “valor”.

Se a psicologia não se pronuncia sobre o conteúdo de uma fé, é certo que essas atitudes são experiências vividas pelas pessoas.

A psicologia pode então explorar essas vivências e, através delas, referir a fé como aquilo que realmente anima a vida de uma pessoa ou lhe dá sentido; a fé seria, então, a ligação com o esperado, a determinação e a vivência de opções que mobilizam o ser humano. Pode-se definir a fé como uma determinada estrutura de sentido e de valores que cada um constrói para dar significado à sua existência; é o significado de que cada um precisa para viver.

Isso não quer dizer que essa fé seja religiosa; ela pode se tornar religiosa em função de sua intensidade e envolvimento.

A fé se torna “religiosa” quando se crê totalmente, mesmo não havendo nenhuma referência a uma divindade; é uma “entrega total” àquilo em que se acredita.

O uso popular do termo quando se diz “sigo religiosamente meu horário” ou “sou um torcedor religioso” mostra essa dimensão de totalidade, ou seja, existe uma relação entre a fé simplesmente humana e a propriamente religiosa, onde esta faz com que possamos dizer que ela é um fenômeno intrinsecamente humano. Sempre temos uma fé, mesmo que não seja religiosa. O ser humano precisa de fé; isso é inerente à sua condição. A fé é o sentido de vida, que começa individualmente, e que se expande para·grupos, sociedades e nações.

Sendo assim, é evidente que a fé é conceito necessário para se dar conta do humano, e se a psicologia não chegar aí, estará distante de seu objeto, que é o ser humano.

Do boletim “Vanguarda”, publicação da Entidade Espírita Cáritas (Rua Coronel Fernão Guedes de Souza, 225 – Jardim Armênia – CEP 08780-640 Mogi das Cruzes, SP).

LIVRO É NOTÍCIA

A CAMINHO DA LUZ

De 17 de agosto a 21 de setembro de 1938, o médium Francisco Cândido Xavier tomou do lápis para escrever mais uma obra da autoria de seu mentor espiritual, Emmanuel.

Letra a letra, linha a linha, página a página, o médium mineiro ia vendo surgir diante dos seus olhos a História da civilização, contada, porém, de uma forma nada habitual, pois que mostrando o lado espiritual dos grandes acontecimentos narrados. Nascia assim a obra “A caminho da luz”, vinda a lume em 1939 através do trabalho editorial da Federação Espírita Brasileira, que hoje publica a 37a edição desse livro, que já vendeu, só no Brasil, mais de 348 mil exemplares e se encontra atualmente publicado em outros três idiomas: castelhano, tcheco e esperanto.

Embora Emmanuel diga, na conclusão do livro, que seu trabalho pode pecar pela síntese excessiva, já que não tinha em vista uma nova autópsia da Historia do globo em suas expressões sociais e políticas, mas buscava sim revelar os ascendentes místicos que dominam os centros do progresso humano, o livro não deixa de impressionar pela quantidade de respostas que dá ao leitor. Inicia com esclarecimentos em torno da gênese planetária, a partir do que oferece um panorama do que foram os primeiros dias no orbe terreno, as construções celulares e os primeiros habitantes do planeta.

Fala dos milhares de Espíritos impelidos a vir para a Terra, oriundos da constelação de Capela, que, naquele tempo, muito se assemelhava, em termos evolutivos, ao nosso planeta de agora.

“As grandes comunidades espirituais, diretoras do cosmos, deliberaram, então, localizar aquelas entidades, que se tornaram pertinazes no crime, aqui na Terra longínqua, onde aprenderiam a realizar, na dor e nos trabalhos penosos do seu ambiente, as grandes conquistas do coração e impulsionando, simultaneamente, o progresso dos seus irmãos inferiores” – informa Emmanuel, que menciona alguns dos povos originários de Capela, dentre os quais os egípcios, os hindus e os hebreus, que vieram a constituir a raça mais forte e mais homogênea.

No livro, Emmanuel desmente uma tese bastante discutida por alguns grupos, a de que Jesus, antes do seu messianismo, teria aurido conhecimentos junto aos essênios, cujas escolas na época destacavam-se pela elevada cultura. “Desde os seus primeiros dias na Terra, (Jesus) mostrou-se tal qual era, com a superioridade que o planeta lhe conheceu desde os tempos longínquos do princípio” – afirma.

O trecho do livro destinado à História romana é um destaque à parte. Nele, Emmanuel deixa transparecer todo o seu conhecimento daquela cultura, na qual viveu e teve seu primeiro encontro com o Cristo. E assim prossegue em suas narrativas, excursionando pelo Cristianismo nascente, discorrendo sobre a sua propagação, a missão de Paulo de Tarso, o Apocalipse de João – sobre o qual tece elucidativos comentários –, a Idade Medieval, a Inquisição, as Cruzadas, os movimentos regeneradores, a Revolução Francesa, chegando, então, ao surgimento do Espiritismo na segunda metade do século XIX.

A publicação tem 25 capítulos, distribuídos em 262 páginas, com formato 12,5x17,5cm. Com nova apresentação gráfica, compõe hoje a chamada “Coleção Emmanuel”, que reúne alguns dos trabalhos do conhecido autor espiritual.

“A caminho da luz” pode ser facilmente encontrado nas livrarias das Casas Espíritas ou adquirido diretamente junto ao Departamento Editorial da FEB, Rua Souza Valente, 17 – São Cristóvão – CEP 20941- 040 Rio de Janeiro, RJ – telefone (21) 3860-3159 e página eletrônica www.febnet.org.br.

KARDEC ECOLÓGICO

A edição de junho do caderno “JB Ecológico”, encarte especial do “Jornal do Brasil”, homenageou a personalidade de Allan Kardec, traçando a relação de sua obra com o pensamento ecológico moderno.

O texto, de autoria de Luciano Lopes e intitulado “A ecologia espiritual de Allan Kardec”, apresenta uma nota biográfica sobre o educador francês, cujo rosto aparece estampado numa foto. Destaca ainda, ao longo das quatro páginas do artigo, trechos de frases de Kardec, ou constantes na obra por ele codificada, as quais evidenciam o caráter conscientizador da Doutrina Espírita, sobre diversos pontos, como a Ecologia, por exemplo: “As belezas naturais são tão diferentes que estamos longe de as conhecer. Os Espíritos são sensíveis a essas belezas, segundo as aptidões que tenham para as apreciar e compreender.

Para os Espíritos elevados, há belezas de conjunto diante das quais se apagam, por assim dizer, as belezas dos detalhes”; “O solo é a fonte principal de onde se originam todos os outros recursos, pois, afinal de contas, esses recursos são simples transformações dos produtos do solo”; “E, por ser ingrato, o homem a despreza.

A terra, no entanto, é excelente mãe.

Muitas vezes, também, o homem acusa a natureza daquilo que só resulta da sua imperícia ou da sua imprevidência”; “A  terra produziria sempre o necessário, se o homem soubesse contentar-se com o necessário”.

O caderno “JB Ecológico” de junho pode ser lido também pela internet, na página www.jb.com.br, por assinantes do “Jornal do Brasil” ou pessoas cadastradas.

Transcorridos 139 anos da desencarnação de Allan Kardec, e vendo a projeção que tem alcançado a Doutrina Espírita no que diz respeito à sua divulgação em escala mundial, melhor se pode avaliar a importância do papel do Codificador e da missão que realizou, numa tarefa que, certamente, não lhe deve ter sido, em muitos momentos, nada fácil, como afirma o benfeitor Emmanuel, no livro “A caminho da luz” (ed. FEB), psicografado por Chico Xavier, ao discorrer sobre “A tarefa do missionário”.

“A tarefa de Allan Kardec era difícil e complexa. Competia-lhe reorganizar o edifício desmoronado da crença, reconduzindo a civilização às suas profundas bases religiosas” – diz Emmanuel.

E ainda sobre Allan Kardec, vale recordar as palavras do Espírito Camilo, no livro “Cintilação das estrelas” (Editora Fráter), psicografado por José Raul Teixeira.

“Com Allan Kardec, a Doutrina Espírita avança. Ao decaído, estende a mão que socorre e o arrimo que o apruma, em nome da caridade. Aos que estão de pé, fala-lhes de sua missão no mundo, sem que se percam na inutilidade vaidosa ou nos labirintos da impiedade. A ninguém promete salvação, embora faculte paz pelos compromissos devidamente atendidos. Ninguém vai ameaçado com os terrores infernais, entretanto, todos tomam posse das noções de responsabilidade à frente dos próprios atos.

E, quando o Bandeirante da Verdade tomba, rompendo as cadeias que o detinham no chão terrestre, prossegue além, vencidas as pelejas humanas, atendendo aos serviços de Jesus, cuidando das almas sofridas e em processo de burilamento, que ainda se acham vinculadas aos processos planetários.

Legítimo Benfeitor da Humanidade, na vibração que a tua memória enseja, dizemos:

– Ave, Allan Kardec! Teus discípulos novos e singelos, saudamos-te, nos umbrais da Era Nova, que impulsionaste com tua luta” – conclui.

 

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Sábado, 19/7/2008 no 2103