Lucia Moysés
Ciência e espiritualidade estão caminhando juntas. Esta constatação pode ser feita ao se tomar conhecimento dos trabalhos sobre mediunidade do Dr. Gary Schwartz, um PhD pela Universidade de Harvard, professor de psicologia, neurologia e psiquiatria na Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, e ex-diretor do Centro de Psicofisiologia da Universidade de Yale.
Tudo começou quando ele ouviu os comentários feitos por um dos seus colegas – o Dr. Paul Pearsall, médico cirurgião – sobre mudanças comportamentais ocorridas em pessoas que haviam recebido um transplante de coração. Deixava-o intrigado o fato de alguns dos seus pacientes passarem a agir como se, além do coração, guardassem também a memória dos doadores.
Seria a memória do coração? Poderiam as células transplantadas revelar algo a respeito do seu dono?
Já há algum tempo, tanto o Dr. Schwartz quanto Linda Russek, uma outra colega de trabalho, igualmente PhD em medicina, se interessavam por questões espirituais, embora nada soubessem sobre a Doutrina Espírita. Ao contrário do seu colega cirurgião, esses médicos achavam plausível que a energia do doador estivesse de alguma forma, presente no transplantado.
Com a permissão do Dr. Pearsall, passaram a analisar os apontamentos que ele fizera sobre dez dos seus pacientes transplantados. Constavam tais apontamentos de observações do próprio cirurgião, relatos de entrevistas feitas com os pacientes e seus familiares e, em alguns casos, de entrevistas com parentes dos doadores.
Um dos casos que lhes parecera mais interessante era o de Glenda, uma jovem médica que havia perdido seu marido David, também médico, em um acidente de carro. Três anos depois do acidente, Dr. Pearsall marcara um encontro com o receptor do coração do seu marido, um rapaz hispânico, e a havia convidado para estar presente. O local seria a capela do hospital onde ele trabalhava. O rapaz e sua mãe estavam quase meia hora atrasados. Nas anotações suas, ele escrevera: “Estava pronto para sugerir a Glenda que fôssemos embora. Sabia que esse assunto mexia muito com os sentimentos dos receptores.
Contudo, quando toquei a sua mão, ela me disse prontamente: – Não, nós devemos esperar. Ele está aqui no hospital. Eu o senti chegar acerca de meia hora atrás. Eu sinto a presença do meu marido. Por favor, espere comigo.”
A reação da moça causara espanto no médico, uma vez que ele sabia da sua formação.
“Ela é bem versada em biociência”, anotara ele, “e, tanto quanto eu, admira o rigor e ceticismo médico da moderna ciência.”
No entanto, ela voltara a lhe dizer: “O coração de David está aqui. Eu nem posso acreditar no que eu estou lhe dizendo, mas eu o sinto. Seu receptor está aqui, neste hospital.”
Naquele momento, a porta se abrira e eles entraram quase correndo, o rapaz e sua mãe, se justificando pelo atraso. “Nós nos perdemos no hospital. Na verdade, já havíamos chegado acerca de meia hora.”
Após os cumprimentos – relata o médico –, Glenda disse: “O que eu vou te pedir me deixa tão embaraçada quanto a você, mas será que eu poderia colocar a minha mão sobre o seu peito?”
Como resposta, o jovem, um tanto constrangido, desabotoara a camisa, pegara-lhe a mão e, gentilmente, colocara-a sobre seu peito nu.
Registra Dr. Pearsall que a mão de Glenda começara a tremer enquanto chorava.
Fechando os olhos, dizia baixinho: “Eu te amo, David. Está tudo copacetic”.
Então, retirando sua mão, apertara o jovem contra seu peito, enquanto todos, ao seu redor, choravam. Em seguida, sentaram-se de mãos dadas, em silêncio.
Falando com o seu forte sotaque latino, a mãe, então, dissera ao médico: “Desde que fez o transplante, ele vive repetindo essa palavra: copacetic. Aliás, essa foi a primeira palavra que ele disse quando voltou da operação. Eu não sei o que significa. Ele diz que tudo está copacetic.
Essa não é uma palavra que eu conheça em espanhol.”
Segundo o cirurgião, Glenda ao ouvir aquela conversa arregalara os olhos e, voltando-se para os dois, dissera: “Essa palavra era nosso sinal de que tudo estava ok. Cada vez que nós discutíamos e fazíamos as pazes, nós deveríamos dizer que tudo estava copacetic.” Era uma espécie de código conhecido apenas por eles dois.
Naquele encontro, Dr. Pearsall ficou sabendo que o jovem transplantado mudara completamente seus hábitos, passando a adotar comportamentos típicos de David, conforme confirmara Glenda, posteriormente.
Ele, que era vegetariano e muito consciente da saúde, passara a adorar carne vermelha e a se empanturrar de fast food; de admirador de heavy metal, transformara-se em um apreciador do rock dos anos 50. E mais, segundo os relatos ouvidos por sua mãe, desde o transplante passara a ter um sonho recorrente no qual luzes rápidas vinham na sua direção, causando-lhe medo, tal como ocorrera na noite em que David desencarnara.
Para Schwartz e Linda, a questão da memória dos transplantados foi a porta de entrada para estudos mais específicos em torno do Espiritismo e da mediunidade. Hoje eles dirigem o Programa de Pesquisas VERITAS do Laboratório para Avanços em Consciência e Saúde, no Departamento de Psicologia da Universidade do Arizona, criado inicialmente para testar a hipótese de que a consciência (ou personalidade/identidade) sobrevive à morte física.
Além disso, ele é o consultor da série de muito sucesso intitulada “Médium”, produzida por uma das maiores redes de TV a cabo dos Estados Unidos com abrangência mundial. Sua presença foi, também, destaque em um outro canal que, no ano passado, apresentou um longo e bem documentado programa, no qual ele falava sobre o Brasil como um país no qual já há muitos avanços no estudo e na prática da mediunidade. Como ilustração, foi feito uma cobertura sobre as atividades mediúnicas desenvolvidas pelo médium goiano João de Abadiana.
É natural que suas análises terminassem por levá-los à constatação de que somos espíritos imortais e que, portanto, nada há de extraordinário no caso relatado sobre a memória do transplantado. Longe de ser o órgão físico (no caso, o coração), o que deve ter sido o responsável pelas lembranças e mudanças comportamentais foi o próprio espírito do doador.
Tudo indica tratar-se de um fenômeno mediúnico.
O mais importante, no entanto, não foi o fenômeno, mas as extrapolações que ambos fizeram, registradas nos vários livros, artigos e pesquisas que publicaram como desdobramento das descobertas sobre a continuidade da vida após a morte. As conclusões a que chegaram têm enchido de esperança e consolação a milhares de pessoas que tomam contato com suas obras. Linda, particularmente, tem se dedicado a estudar as relações existentes entre o amor e a saúde orgânica e mental em pessoas doentes.
Da mesma forma que tais estudos transformaram suas vidas, eles também desejam que a vida de tantos outros sejam transformadas.
Meditando sobre a questão, chegamos à conclusão que é assim que Deus age: usando os caminhos possíveis para tocar o coração do homem, porque, no fundo, o que mais importa é a nossa evolução espiritual.
SERVIÇO ESPÍRITA DE INFORMAÇÕES
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Sábado, 12/4/2008 – no 2089
Ciência e espiritualidade estão caminhando juntas. Esta constatação pode ser feita ao se tomar conhecimento dos trabalhos sobre mediunidade do Dr. Gary Schwartz, um PhD pela Universidade de Harvard, professor de psicologia, neurologia e psiquiatria na Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, e ex-diretor do Centro de Psicofisiologia da Universidade de Yale.
Tudo começou quando ele ouviu os comentários feitos por um dos seus colegas – o Dr. Paul Pearsall, médico cirurgião – sobre mudanças comportamentais ocorridas em pessoas que haviam recebido um transplante de coração. Deixava-o intrigado o fato de alguns dos seus pacientes passarem a agir como se, além do coração, guardassem também a memória dos doadores.
Seria a memória do coração? Poderiam as células transplantadas revelar algo a respeito do seu dono?
Já há algum tempo, tanto o Dr. Schwartz quanto Linda Russek, uma outra colega de trabalho, igualmente PhD em medicina, se interessavam por questões espirituais, embora nada soubessem sobre a Doutrina Espírita. Ao contrário do seu colega cirurgião, esses médicos achavam plausível que a energia do doador estivesse de alguma forma, presente no transplantado.
Com a permissão do Dr. Pearsall, passaram a analisar os apontamentos que ele fizera sobre dez dos seus pacientes transplantados. Constavam tais apontamentos de observações do próprio cirurgião, relatos de entrevistas feitas com os pacientes e seus familiares e, em alguns casos, de entrevistas com parentes dos doadores.
Um dos casos que lhes parecera mais interessante era o de Glenda, uma jovem médica que havia perdido seu marido David, também médico, em um acidente de carro. Três anos depois do acidente, Dr. Pearsall marcara um encontro com o receptor do coração do seu marido, um rapaz hispânico, e a havia convidado para estar presente. O local seria a capela do hospital onde ele trabalhava. O rapaz e sua mãe estavam quase meia hora atrasados. Nas anotações suas, ele escrevera: “Estava pronto para sugerir a Glenda que fôssemos embora. Sabia que esse assunto mexia muito com os sentimentos dos receptores.
Contudo, quando toquei a sua mão, ela me disse prontamente: – Não, nós devemos esperar. Ele está aqui no hospital. Eu o senti chegar acerca de meia hora atrás. Eu sinto a presença do meu marido. Por favor, espere comigo.”
A reação da moça causara espanto no médico, uma vez que ele sabia da sua formação.
“Ela é bem versada em biociência”, anotara ele, “e, tanto quanto eu, admira o rigor e ceticismo médico da moderna ciência.”
No entanto, ela voltara a lhe dizer: “O coração de David está aqui. Eu nem posso acreditar no que eu estou lhe dizendo, mas eu o sinto. Seu receptor está aqui, neste hospital.”
Naquele momento, a porta se abrira e eles entraram quase correndo, o rapaz e sua mãe, se justificando pelo atraso. “Nós nos perdemos no hospital. Na verdade, já havíamos chegado acerca de meia hora.”
Após os cumprimentos – relata o médico –, Glenda disse: “O que eu vou te pedir me deixa tão embaraçada quanto a você, mas será que eu poderia colocar a minha mão sobre o seu peito?”
Como resposta, o jovem, um tanto constrangido, desabotoara a camisa, pegara-lhe a mão e, gentilmente, colocara-a sobre seu peito nu.
Registra Dr. Pearsall que a mão de Glenda começara a tremer enquanto chorava.
Fechando os olhos, dizia baixinho: “Eu te amo, David. Está tudo copacetic”.
Então, retirando sua mão, apertara o jovem contra seu peito, enquanto todos, ao seu redor, choravam. Em seguida, sentaram-se de mãos dadas, em silêncio.
Falando com o seu forte sotaque latino, a mãe, então, dissera ao médico: “Desde que fez o transplante, ele vive repetindo essa palavra: copacetic. Aliás, essa foi a primeira palavra que ele disse quando voltou da operação. Eu não sei o que significa. Ele diz que tudo está copacetic.
Essa não é uma palavra que eu conheça em espanhol.”
Segundo o cirurgião, Glenda ao ouvir aquela conversa arregalara os olhos e, voltando-se para os dois, dissera: “Essa palavra era nosso sinal de que tudo estava ok. Cada vez que nós discutíamos e fazíamos as pazes, nós deveríamos dizer que tudo estava copacetic.” Era uma espécie de código conhecido apenas por eles dois.
Naquele encontro, Dr. Pearsall ficou sabendo que o jovem transplantado mudara completamente seus hábitos, passando a adotar comportamentos típicos de David, conforme confirmara Glenda, posteriormente.
Ele, que era vegetariano e muito consciente da saúde, passara a adorar carne vermelha e a se empanturrar de fast food; de admirador de heavy metal, transformara-se em um apreciador do rock dos anos 50. E mais, segundo os relatos ouvidos por sua mãe, desde o transplante passara a ter um sonho recorrente no qual luzes rápidas vinham na sua direção, causando-lhe medo, tal como ocorrera na noite em que David desencarnara.
Para Schwartz e Linda, a questão da memória dos transplantados foi a porta de entrada para estudos mais específicos em torno do Espiritismo e da mediunidade. Hoje eles dirigem o Programa de Pesquisas VERITAS do Laboratório para Avanços em Consciência e Saúde, no Departamento de Psicologia da Universidade do Arizona, criado inicialmente para testar a hipótese de que a consciência (ou personalidade/identidade) sobrevive à morte física.
Além disso, ele é o consultor da série de muito sucesso intitulada “Médium”, produzida por uma das maiores redes de TV a cabo dos Estados Unidos com abrangência mundial. Sua presença foi, também, destaque em um outro canal que, no ano passado, apresentou um longo e bem documentado programa, no qual ele falava sobre o Brasil como um país no qual já há muitos avanços no estudo e na prática da mediunidade. Como ilustração, foi feito uma cobertura sobre as atividades mediúnicas desenvolvidas pelo médium goiano João de Abadiana.
É natural que suas análises terminassem por levá-los à constatação de que somos espíritos imortais e que, portanto, nada há de extraordinário no caso relatado sobre a memória do transplantado. Longe de ser o órgão físico (no caso, o coração), o que deve ter sido o responsável pelas lembranças e mudanças comportamentais foi o próprio espírito do doador.
Tudo indica tratar-se de um fenômeno mediúnico.
O mais importante, no entanto, não foi o fenômeno, mas as extrapolações que ambos fizeram, registradas nos vários livros, artigos e pesquisas que publicaram como desdobramento das descobertas sobre a continuidade da vida após a morte. As conclusões a que chegaram têm enchido de esperança e consolação a milhares de pessoas que tomam contato com suas obras. Linda, particularmente, tem se dedicado a estudar as relações existentes entre o amor e a saúde orgânica e mental em pessoas doentes.
Da mesma forma que tais estudos transformaram suas vidas, eles também desejam que a vida de tantos outros sejam transformadas.
Meditando sobre a questão, chegamos à conclusão que é assim que Deus age: usando os caminhos possíveis para tocar o coração do homem, porque, no fundo, o que mais importa é a nossa evolução espiritual.
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