D. Villela
Ao transmitir-nos a Boa Nova, Jesus direcionou seu ensino, sobretudo, para o terreno moral, afirmando, igualmente, a nossa natureza espiritual. E conquanto em várias passagens se referisse a Deus como criador supremo – “na casa de meu Pai há muitas moradas” (João, 14:2) –, não fez o Mestre qualquer referência a detalhes da Criação que, aliás, não seriam compreendidos por seus ouvintes, dado o nível dos conhecimentos na época. Posteriormente seus seguidores, ao abordarem a questão do surgimento dos astros, da própria Terra e dos seres que a habitam, foram levados a adotar as idéias que a esse respeito constavam dos textos de Moisés, sobretudo o primeiro deles, justamente intitulado “Gênese”. Os estudos bíblicos modernos reconhecem a existência de uma fase preliminar, de transmissão oral, daqueles conceitos antes de se fixarem em forma escrita, bem como a presença, neles, de idéias de culturas vizinhas que em alguns casos foram assimiladas pelos israelitas.
Isso é geralmente admitido no tocante à Criação, que é apresentada em duas narrativas diferentes: a primeira, numa seqüência de seis dias (pois no sétimo Deus teria descansado), e a segunda, com a lenda de Adão e Eva no paraíso, de onde foram expulsos. Admite-se que a primeira descrição, mais elaborada, seja resultado da permanência dos judeus na Mesopotâmia, para onde foram como escravos (século VI a.C.), lá tomando conhecimento das noções mais desenvolvidas acerca da astronomia já alcançadas pelos povos ali instalados, incorporando-as, então, aos seus textos sagrados. Aquelas idéias, como é compreensível, continham erros grosseiros quando comparadas aos conhecimentos que a ciência séculos mais tarde nos trouxe – e na verdade continua a trazer – relativamente a esse tema, mas foram considerados como “a verdade” pela ortodoxia cristã com forte desgaste, sobretudo a partir do século XIX, para a própria religião que passou a ser considerada por muitos como um conjunto de lendas aceitas apenas pelas pessoas incultas ou destituídas de senso crítico.
A Doutrina Espírita constituiu a resposta do Alto à necessidade moderna de racionalidade e coerência na abordagem da temática tradicionalmente religiosa (origem do universo e da vida, nossa natureza espiritual, existência de leis no terreno moral) que, assim como o conhecimento cientifico, passou a ser abordada com os instrumentos da observação e da razão, colocando-a, dessa forma, na ordem natural. O Espiritismo não contém verdades sobrenaturais reveladas mas informações consistentes sobre a nossa origem e destinação, bem como sobre o prosseguimento da vida em planos extra-físicos. Quanto à Criação e o ser humano, ela esclarece que não somos os únicos habitantes da Casa do Pai onde as inumeráveis moradas acolhem a família universal a que pertencemos sem ter ainda noção dessa realidade para cuja percepção, contudo, caminhamos, na Terra, sob a direção sábia e amorosa de Jesus, nosso Mestre incomparável e amigo fiel.
“A Gênese” (capítulo 12, itens 1 a 12).
SERVIÇO ESPÍRITA DE INFORMAÇÕES
Boletim Semanal
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Lar Fabiano de Cristo
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boletimsei@lfc.org.br
Sábado, 22/3/2008 – no 2086
Ao transmitir-nos a Boa Nova, Jesus direcionou seu ensino, sobretudo, para o terreno moral, afirmando, igualmente, a nossa natureza espiritual. E conquanto em várias passagens se referisse a Deus como criador supremo – “na casa de meu Pai há muitas moradas” (João, 14:2) –, não fez o Mestre qualquer referência a detalhes da Criação que, aliás, não seriam compreendidos por seus ouvintes, dado o nível dos conhecimentos na época. Posteriormente seus seguidores, ao abordarem a questão do surgimento dos astros, da própria Terra e dos seres que a habitam, foram levados a adotar as idéias que a esse respeito constavam dos textos de Moisés, sobretudo o primeiro deles, justamente intitulado “Gênese”. Os estudos bíblicos modernos reconhecem a existência de uma fase preliminar, de transmissão oral, daqueles conceitos antes de se fixarem em forma escrita, bem como a presença, neles, de idéias de culturas vizinhas que em alguns casos foram assimiladas pelos israelitas.
Isso é geralmente admitido no tocante à Criação, que é apresentada em duas narrativas diferentes: a primeira, numa seqüência de seis dias (pois no sétimo Deus teria descansado), e a segunda, com a lenda de Adão e Eva no paraíso, de onde foram expulsos. Admite-se que a primeira descrição, mais elaborada, seja resultado da permanência dos judeus na Mesopotâmia, para onde foram como escravos (século VI a.C.), lá tomando conhecimento das noções mais desenvolvidas acerca da astronomia já alcançadas pelos povos ali instalados, incorporando-as, então, aos seus textos sagrados. Aquelas idéias, como é compreensível, continham erros grosseiros quando comparadas aos conhecimentos que a ciência séculos mais tarde nos trouxe – e na verdade continua a trazer – relativamente a esse tema, mas foram considerados como “a verdade” pela ortodoxia cristã com forte desgaste, sobretudo a partir do século XIX, para a própria religião que passou a ser considerada por muitos como um conjunto de lendas aceitas apenas pelas pessoas incultas ou destituídas de senso crítico.
A Doutrina Espírita constituiu a resposta do Alto à necessidade moderna de racionalidade e coerência na abordagem da temática tradicionalmente religiosa (origem do universo e da vida, nossa natureza espiritual, existência de leis no terreno moral) que, assim como o conhecimento cientifico, passou a ser abordada com os instrumentos da observação e da razão, colocando-a, dessa forma, na ordem natural. O Espiritismo não contém verdades sobrenaturais reveladas mas informações consistentes sobre a nossa origem e destinação, bem como sobre o prosseguimento da vida em planos extra-físicos. Quanto à Criação e o ser humano, ela esclarece que não somos os únicos habitantes da Casa do Pai onde as inumeráveis moradas acolhem a família universal a que pertencemos sem ter ainda noção dessa realidade para cuja percepção, contudo, caminhamos, na Terra, sob a direção sábia e amorosa de Jesus, nosso Mestre incomparável e amigo fiel.
“A Gênese” (capítulo 12, itens 1 a 12).
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