Enquanto não usarmos de tolerância uns para com os outros, continuaremos distantes do “amar ao próximo como a si mesmo”.
“Indispensável não entrar em área de atrito, quando se pode contornar o mal aparente a favor do bem real”, disse Joanna de Angelis no livro Convites da Vida.
No caso do erro alheio, quase sempre, o bem real é manter a amizade, o relacionamento, e, principalmente, não ferir ou magoar o outro, porque se um dia temos de amar ao próximo como a nós mesmos, temos de começar a exercer a tolerância com os erros e omissões do nosso mais próximo no momento, tornado-o satisfeito conosco, para mantermo-nos em harmonia.
Se houver a possibilidade de esclarecimento, tal ato deverá ser feito em ocasião propícia, que pode ser após o ato, e a sós.
Todavia, tolerar não significa concordar com o erro. Tolerar os limites e os problemas do próximo, mas nunca dar apoio ao equivoco, ao erro, nem negligência para com o dever.
Chamado a opinar, a verdade deve ser dita, mas mostrando-se amigo do que errou, evidenciando, com suas maneiras, que continua respeitando-o como amigo ou como pessoa.
Ser tolerante com as faltas alheias, mas não as assimilar, nem sintonizar com as fraquezas morais a pretexto de bondade ou gentileza.
Condescendência para com os direitos alheios, não produzindo choque, não escandalizando, é relevante testemunho de tolerância.
Abeiremos do companheiro infeliz, com os valores da compreensão e da fraternidade, porque sua fraqueza já lhe é uma punição. Isso é tolerância.
Allan Kardec formulou uma tríade como base para a felicidade humana: Trabalho, Caridade e Tolerância.
Assim, tolerância sempre, em qualquer lugar na família, no trabalho, nas ruas, nas filas, no Centro Espírita.
Se tratarmos o erro do semelhante como quem cogita de afastar a enfermidade de um amigo doente, estamos, na realidade, concretizando a obra regenerativa, que cabe a todos nós, individual e coletivamente.
O que é ser tolerante com os erros alheios?
É ter compaixão de quem erra, porque seu juiz é a sua própria consciência.
É ajudar o que tomba, pois sua fraqueza já lhe constitui punição.
É compreender as dificuldades alheias, no seu processo evolutivo, tanto quanto queremos que os outros sejam tolerantes conosco.
Colocarmo-nos no lugar de quem erra, sentir suas dificuldades, é um bom começo para o exercício da tolerância.
“Fora da caridade não há salvação”, escreveu Allan Kardec e, se tolerância é o começo da caridade, como escreveu Joanna de Ângelis, precisamos nos esforçar por desenvolver em nós a tolerância com as falhas dos outros, graves ou pequenas, como queremos que os outros sejam tolerantes com as nossas falhas.
Ser tolerante é também, aprender com o infrator, pois ele representa o passado ou o futuro de quem não prossegue no bem, e, todos nós, Espíritos imperfeitos, vivendo em um mundo de expiações e de provas, já erramos muito e ainda continuamos errando, apesar da vontade de viver de acordo com as leis de Deus, ensinadas por Jesus.
Pensemos nisso sempre que formos tentados a criticar alguém.
Ribeirão Preto, julho de 2004.
Leda de Almeida Rezende Ebner
Palestra no C. E. Pai Jacó em 30/07/04.
E utilizares para com os infelizes se transformará na medida emocional de compaixão que receberás, quando chegar a tua vez, já que ninguém é inexpugnável, nem perfeito.”
“Perdoai, Senhor as nossas dívidas assim como nós perdoamos os nossos devedores”, dizemos, toda vez que proferimos a prece do Pai Nosso.”
Bibliografia – Joanna de Angelis, médium D. P. F./
1- Jesus e Atualidade
2- Convites da Vida
3 - Otimismo
Emmanuel, médium F. C. X. – Fonte Viva, cap. 37
Março de 2006, edição n°. 242
Jornal Eletrônico Verdade e Luz
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