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segunda-feira, 24 de novembro de 2008

EU QUERO SER UMA TELEVISÃO

Lucinha

Em uma sala de aula, a professora pediu aos alunos para fazerem uma redação dizendo o que gostariam de ser, se pudessem escolher.

Um dos alunos escreveu o seguinte:

“Eu queria ser uma televisão, para receber toda a atenção e o carinho de meus pais. Lá em casa, a televisão sempre foi o centro das atenções. Quando ela está falando, ninguém pode falar, principalmente se for a hora da novela ou do futebol.

Quando meu pai chega do trabalho, ao invés de brincar comigo, ele pega o controle remoto da televisão e nem olha pra mim. Os meus pais não resolvem os meus problemas tão rápidos quanto resolvem um defeito que aparece na televisão, pois a vida deles não tem graça sem aquele aparelho.

Enfim, eu só queria que eles cuidassem de mim como cuidam de sua TV...”

Este texto, infelizmente, reflete a conduta de muitos pais para com os filhos.

O ritmo alucinante da vida atual nos leva ao stress: é a batalha que travamos para nos mantermos no emprego; é a distância que temos que percorrer e o trânsito caótico que temos que enfrentar para ir e vir do local do trabalho; é o medo de vivermos numa cidade tão violenta; é a dúvida quanto ao futuro; é... é...

Isto faz com que nós, pais, cheguemos muitas vezes em casa com os nervos à flor da pele.

“Que alívio! Consegui chegar ao lar-doce-lar!”

Tudo o que queremos é um bom banho, uma gostosa refeição, assistir àquele programa preferido e depois dormir o sono dos justos. Afinal, merecemos, depois de um dia de trabalho!

E os filhos? Como vão as crianças? Perguntamos, mas nem sempre ouvimos as respostas.

- Papai, veja o que eu fiz hoje na escola! - diz o menino, mostrando um desenho que ele considera a sua obra-prima.

Mas o cansaço é tanto que mal murmuramos: - Que lindo!

Argumentamos nós, pais estressados: - Chego cansado do trabalho, mas o que eu faço é para o bem dele. Preciso garantir um futuro melhor para os meus filhos. Amanhã, se eu morrer, como é que eles ficarão?

- Ficarão órfãos, ou melhor, continuarão órfãos, porque já o são de pais vivos.

Está na hora de refletirmos sobre o tempo que dedicamos à nossa família. Trabalhar é preciso, para termos uma estabilidade na vida, mas tudo dentro de limites razoáveis.

Jesus nos disse para que não nos inquietássemos pelo dia de amanhã, pois a cada dia basta o seu fardo.

Em nome de uma garantia futura, de ordem material, deixamos de garantir o presente e o presente deve ser alicerçado na ligação afetiva entre pais e filhos. De que adianta acumular bens se o único bem que o filho quer é o amor dos pais - e este amor ele não tem?

De que adianta ter muitos imóveis, casa de campo, casa de praia, se dentro de casa não há aconchego? É melhor um casebre com amor, com união, do que um palácio solitário.

De que adianta ter carros possantes e velozes, se eles não conseguem diminuir a distância do coração entre os pais e filhos?

De que adianta saber tudo sobre informática e falar vários idiomas, se eles não conseguem decodificar a linguagem e o sentimento da alma dos filhos?

Pai/Mãe! O tempo urge!

Não deixe para demonstrar amanhã o amor que você sente pelo seu filho! Faça isto hoje! Mostre-lhe, através de palavras e gestos, todo o amor que invade o seu coração! Abrace-o! Beije-o!

Diga-lhe: - Eu amo você, meu filho! Dedique muitos momentos para ele! Ele é mais importante que qualquer empresa!

Você tem um compromisso com ele, que foi firmado na espiritualidade! Ele é temporariamente seu filho, mas ele é, antes de tudo, filho de Deus! Que responsabilidade você tem de educar o filho de Deus! Aja com o coração e não se arrependerá. Aja com amor e você receberá da espiritualidade as forças necessárias para conduzi-lo na estrada do bem nesta existência.

 

O jornal O APRENDIZ é uma publicação bimestral do CEMA - Centro Espírita Maria Angélica

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5.000 exemplares - Jornalista responsável: Gustavo Poli - DRT/RJ: 9019198

Ano 2 Nº 4 janeiro-março 2003

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