CAPÍTULO V: BEM — AVENTURADOS OS AFLITOS
ÍTEM 20: A FELICIDADE NÃO É DESTE MUNDO
O autor espiritual François-Nicolas-Madelaine, que foi na Terra, Cardeal Molot, deu esta mensagem em Paris, em 1863, na qual demonstra porque na Terra não é possível a felicidade plena.
Inicia lembrando que a falta de felicidade é uma queixa generalizada, sentida pelos homens de qualquer classe social, desde os que nada possuem de bens materiais até os mais ricos, desde os doentes até os que gozam de saúde, desde os jovens até os mais velhos.
”Nem mesmo a fortuna, nem o poder, nem mesmo a juventude em flor, são condições essenciais da felicidade. Digo mais: nem mesmo a reunião dessas três condições, tão cobiçadas...", visto que dissabores, tribulações, dores e sofrimentos fazem parte da vida de todos os homens. Todos, de alguma maneira, sofrem nesta vida terrena, o que nos leva a concluir que , de fato a felicidade plena não existe na Terra, levando-nos à compreensão dela ser um mundo de expiações e de provas.
E a razão não nos permite aceitar que a Terra seja a única morada dos homens, que somente nela e, numa única existência, seja possível alcançar a felicidade que todos almejam, destino inserido por Deus na essência espiritual de cada um.
Tantos bilhões (?) de anos, desde a criação do princípio inteligente, para o homem chegar neste ponto de evolução, viver uns anos em um mundo lindo, mas pleno de lutas e dissabores, desencarnar, sem haver conhecido a felicidade, tendo-a apenas vislumbrado em determinados momentos e sofrido a desilusão ao constatar que, na maioria das vezes, o que pensara ser felicidade era apenas uma grotesca sensação dela, pois, terminava em fastio e sofrimentos!
Não, a Terra é um mundo, dentre muitos outros mundos habitados por Espíritos, de acordo com seu grau evolutivo. Mundo transitório, para os rebeldes, com muita dificuldade em viver segundo as leis divinas do Bem e do Amor.
”Há muitas moradas na Casa de meu Pai", disse Jesus, demonstrando que há outros melhores, aguardando-nos e que permaneceremos em mundos inferiores, enquanto não nos capacitarmos para viver em mundos melhores.
Como tudo evolui no Universo infinito, os seres e as coisas, a Terra, um dia será um mundo melhor, assim como já foi inferior ao que é, um mundo primitivo.
Esse progresso depende, exclusivamente, do progresso da sua humanidade. À medida que os homens evoluem intelectual e moralmente, progride também, o mundo que os acolhe.
O autor nos conclama a observar o progresso já realizado na Terra, desde seus primórdios até hoje, incluindo o progresso moral já realizado, embora muito aquém do intelectual , esclarecendo que se muito já foi feito, muito mais se pode fazer agora que o espiritismo veio trazer os conhecimentos que faltavam, para auxiliar e apressar esse progresso, principalmente , no plano moral e social.
Conclama-nos a despojarmo-nos do homem velho e a entregarmo-nos à divulgação do espiritismo, que já deu início à nossa regeneração, considerando isso, um dever de quem quer para seus irmãos, a luz sagrada que já recebeu, a fim de que a felicidade na Terra não seja apenas uma palavra vã.
O espiritismo, pelos seus princípios, mostra que a felicidade para a qual fomos criados não se encontra na obtenção ou no uso de coisas externas ao homem, como muita gente ainda hoje admite, sofrendo por obtê-la, chegando muitas vezes a perder-se em infrações graves, sem, contudo alcançá-la.
Felicidade é um estado interior, provocado por sentimentos e emoções que se originam na consciência do dever cumprido, do ter feito todo o bem que lhe foi possível, do não ter feito mal a ninguém e, quando isso ocorreu, houve a tentativa de corrigir e reparar a falta cometida.
Felicidade está dentro de cada um, na maneira como valoriza seu viver na Terra, seus companheiros de jornada evolutiva e faz do seu viver um prazer.
Essa felicidade é possível senti-la, aqui na Terra, mesmo não merecendo viver em mundos melhores, por necessitar ainda das experiências que só os mundos de expiações e provas podem oferecer, mesmo sofrendo tribulações e dificuldades.
Demonstrando, o espiritismo, ser o próprio homem, pelas suas ações, causa do sofrimento na Terra, facilita um viver mais consciente das suas necessidades espirituais e de como satisfazê-las, sem provocar dores e sofrimentos em si e nos outros.
Esforcemo-nos, pois, para vivermos o bem e um dia, a Terra será um mundo mais feliz, mais solidário, mais prazeroso.
Leda de Almeida Rezende Ebner
Março / 2005
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