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segunda-feira, 17 de novembro de 2008

45 - O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

CAPÍTULO V: BEM-AVENTURADOS OS AFLITOS


ITEM 19: O MAL E O REMÉDIO

           Nova mensagem de Santo Agostinho, na qual ele conclama o homem a ver a realidade do Espírito sujeito à reencarnações na Terra, mundo de expiações e de provas.

           Usa, ele, de frases contundentes e realistas, a fim de relembrar aos homens sua condição de imperfeição e rebeldia, que os impele a viver em um mundo, onde a dor, o sofrimento, dificuldades e obstáculos são o remédio para os seus males.

           Não devemos, nem podemos, querer passar uma existência na Terra em alegrias constantes, visto que, se assim fora, nós permaneceríamos estacionados nos prazeres e valores materiais, sem conhecer a felicidade que nos espera e da qual já usufruímos em determinadas situações e com determinadas pessoas.

           Essa ânsia de felicidade, que todos temos dentro de nós, reflete a certeza do nosso destino.

           Se nos vemos presos a um mundo inferior, sujeitos a vicissitudes e dores, e se aceitamos Deus, como Fonte de Amor, Justiça e Misericórdia, só podemos deduzir que temos o que precisamos para atingir nosso destino de perfeição e de felicidade.

           Santo Agostinho, que viveu na Terra envolto nos prazeres materiais, transformando sua vida, quando percebeu que havia prazeres e objetivos mais condizentes à sua situação de filho de Deus, bem sabe das lutas internas de quem se dispõe a desenvolver seu potencial divino que traz em si.

Por isso, usa de frases severas, claras e realistas para estimular em nós, a aceitação da nossa imperfeição e a da Terra.

           Ele assim o faz porque, somente partindo dessa realidade, podemos nos esforçar para compreender a bênção das vicissitudes que o viver na Terra proporciona.

           Precisamos, pois, entender as leis naturais, que nos levam a compreender e a aceitar as vicissitudes terrenas como necessárias a Espíritos rebeldes à lei do amor.

           Em assim fazendo, seremos capazes de agradecer a Deus todas essas tribulações, que nos ferem, mas que nos levam a idéias e vivências mais dignas de filhos de Deus.

           Conclama-nos Santo Agostinho a reconhecermos Deus, no Seu amor e sabedoria, não só nos momentos do riso, mas também, nos momentos do choro. A pensarmos na vida eterna, no seu significado, o que nos dá a dimensão exata dessas vicissitudes: frações diminutas de tempo, diante da eternidade e frações diminutas de sofrimentos diante da felicidade plena a ser conseguida.

           Por isso ele escreve: “Até quando vossos olhos só alcançarão os horizontes marcados pela morte? Quando, enfim, vossa alma quererá lançar-se além dos limites do túmulo? Mas, ainda que tivésseis de sofrer uma vida inteira, que seria isso ao lado da eternidade de glória reservada àquele que houver suportado a prova com fé, amor e resignação? Procurai, pois, a consolação para os vossos males no futuro que Deus vos prepara, e vós, os que mais sofreis, julgai-vos-eis os bem-aventurados na Terra."

           Seremos, pois, bem-aventurados, já na Terra, se soubermos bem sofrer as aflições desse viver, porque o choro não será de revolta, de desespero, de desânimo, mas de alegria pela liberação das impurezas perispirituais e espirituais que provocarão. Então, seremos capazes de dizer: - " Obrigado, meu Deus, por me julgardes digno de libertar-me, agora, de algumas das minhas mazelas, que eu mesmo criei , na infringência de Vossas sábias leis."

           E continua Santo Agostinho, com severidade amorosa, lembrando que quando o Espírito estava no plano espiritual, antes da reencarnação, escolhera sua prova, julgando-se capaz de vencê-la. Por que, pois, reclamar no momento de realizá-la?

           Cita ele os que pediram fortuna e glória, para lutar contra a tentação de usá-los para seu próprio prazer e os que pediram males físicos e morais para lutar com todas as suas forças; sabiam, quando pediram ou aceitaram, que, quanto mais lutassem contra as tentações internas, mais possibilidades teriam de sair vitoriosos, e que a morte poderia deixar sair "uma alma esplendente de alvura, purificada pelo batismo da expiação e do sofrimento."

           Existe um remédio infalível para aliviar os que sofrem?

           Diz Santo Agostinho: “Um só é infalível: a fé, voltar os olhos para o céu. Se no auge de vossos mais cruéis sofrimentos, cantardes em louvor ao Senhor, o anjo de vossa guarda vos mostrará o símbolo da salvação e o lugar que devereis ocupar um dia. A fé é o remédio certo para o sofrimento. Ela aponta sempre os horizontes do infinito, ante os quais se esvaem os poucos dias de sombras do presente." " ...Lembrai-vos de que aquele que crê se fortalece com o remédio da fé, e aquele que duvida, um segundo, da sua eficácia é punido, na mesma hora, porque sente, imediatamente, as angústias pungentes da aflição."

           O espiritismo, proporcionando a fé raciocinada, a que se desenvolve pela compreensão e entendimento das leis naturais ou divinas, facilita - e muito! - o desenvolvimento dessa fé, não só aceita pelo sentimento e pelo amor, mas, também pela razão. Essa fé é inquebrantável, mesmo frente aos maiores sofrimentos, aos piores reveses.

Leda de Almeida Rezende Ebner

Fevereiro / 2005

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