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segunda-feira, 29 de abril de 2013



CONSIDERAÇÕES SOBRE A ORIGEM E ORGANIZAÇÃO POLÍTICA DO “NOSSO LAR” (1.ª Parte)


Carlos Renato Soares Sebastião

Tão logo o espírito André Luiz saiu pela primeira vez pelas ruas do NOSSO LAR e algumas explicações a respeito da organização da colônia passaram a ser ensinadas pelo seu amigo e enfermeiro Lísias.
Dessas explicações extraímos que NOSSO LAR foi fundada no século XVI por portugueses desencarnados no Brasil.
No início foi necessária uma grande luta, tendo em vista a presença de substâncias ásperas nas zonas invisíveis da Terra. Prosseguiu o amigo de André Luiz relatando que, onde na ocasião em que a história se passa encontravam-se construções lindíssimas e vibrações delicadas, no início haviam mentes rudimentares, caracterizadas pela matéria grosseira.
No entanto, apesar das dificuldades iniciais, algo que aqui na Terra também encontramos ao analisarmos a formação de todos os Estados, concluímos que os fundadores foram insistentes e bravos, e por isso alcançaram seus objetivos, sobretudo porque conseguiram formar uma cidade onde o trabalho perseverante e a solidariedade fraterna se tornaram a marca registrada, diferenciando-se do que encontramos na esfera carnal, onde, independentemente do tipo de governo, imperam a exploração de homens por outros homens e principalmente a busca por satisfação de paixões, vantagens pessoais e etc.
Ou seja, tanto entre os desencarnados, quanto entre os encarnados, encontramos as mesmas dificuldades e discrepâncias de valores morais e de evolução entre os seres. Entretanto, é possível que na espiritualidade, por razões que buscaremos melhor analisar no curso desse trabalho, tais valores fiquem mais explícitos, tornando mais fácil a organização das sociedades e a manutenção do controle, desde que estejamos tratando de seres realmente engajados na  evolução individual e coletiva.
Lísias explicou ainda que em NOSSO LAR existe uma organização política formada por um Governador Espiritual e mais setenta e dois ministros, divididos em seis ministérios.
Cada ministério exerce uma função “burocrática” dentro da administração do NOSSO LAR e busca gerir um tipo de trabalho específico. São eles: Ministério da Regeneração; da Evolução; da Comunicação; do Esclarecimento; da Elevação; e, da União Divina.
André Luiz foi também esclarecido de que apenas para os seres que estão ligados aos ministérios da Regeneração e da Evolução existe maior suprimento de substâncias alimentares que lembram a Terra, em razão de haver ainda grande número de necessitados nessas duas localidades.
Conforme será aprofundado no momento oportuno, tal situação só ocorreu após muito tempo de descontentamento e reivindicações por parte de muitos habitantes da Colônia.
Importante também ressaltar que, embora não haja um ministério ou alguém responsável diretamente pela “economia” em NOSSO LAR, André Luiz obteve grandes e importantes explicações sobre o bônushora, que a princípio parece ser algo semelhante ao dinheiro que temos contato aqui na Terra.
Apesar de não faltar o essencial a nenhum habitante de NOSSO LAR, o que o torna menos imprescindível do que o dinheiro terrestre, o bônus-hora confere algumas prerrogativas para aqueles que se esforçam para obtê-lo. É como uma ficha de serviço individual, que funciona como valor aquisitivo.
Assim, diante dessas breves considerações históricas e administrativas do NOSSO LAR, creio que possamos passar para o escopo verdadeiro do trabalho que é traçar um paralelo entre a organização política e social da colônia e dos Estados que conhecemos aqui em nosso plano.
BREVES NOCÕES DE ESTADO:
Antes de entendermos profundamente o que vem a ser um Estado de Direito, precisamos ter bastante claro qual o conceito de nação, bem como quais são seus elementos fundamentais e formadores.
A diferença básica que existe entre nação e direito é que na primeira existe uma realidade sociológica diretamente ligada a ordem subjetiva, ao passo que o direito é a realidade jurídica do Estado.
Para a formação de uma nação pressupõe-se a presença de alguns fatores.
São eles:
a) naturais: ligados a território; unidade étnica; e, idioma comum.
b) históricos: ligados as tradições; costumes; religião; e, leis.
c) psicológicos: ligados as aspirações comuns; consciência nacional; e, etc.
Diante disso, passemos a discorrer a respeito de Estado propriamente dito.
Talvez seja quase impossível encontrarmos uma definição capaz englobar todas as características e peculiaridades dos Estados, principalmente porque tal conceito tem evoluído demais desde a antiguidade quando se passou a estudar o assunto.
Todavia, tendo em vista os três elementos fundamentais de qualquer Estado, talvez uma das definições mais simplista e completa seja a oferecida por Clóvis Bevilácqua: O Estado é um agrupamento humano, estabelecido em determinado território e submetido a um poder soberano que lhe dá unidade orgânica.”
Dessa definição extraímos os elementos constitutivos do Estado, ou seja, o agrupamento humano (POPULAÇÃO); o TERRITÓRIO; e, a unidade orgânica (GOVERNO).
Talvez seja dispensável maiores ponderações acerca da necessidade da POPULACÃO, tendo em vista que sem essa substância humana não há que se cogitar da formação do Estado, principalmente levando-se em conta os fatores naturais, históricos e psicológicos que levam a formação de um Estado, conforme já mencionado acima.
O TERRITÓRIO, por outro lado, é a base física onde se delimitam os contornos da aplicação da administração do Estado. É um elemento que dá continuidade e limite espacial da aplicação da realidade jurídica.
Os povos nômades, por exemplo, não possuem individualidade política, pois mesmo que se criem regras, serão Estados transitórios.
O GOVERNO é o exercício do poder soberano, ou seja, a delegação feita pela população para um ser, ou um grupo, exercer o comando naquele território.
JUSTIFICATIVA PARA CRIACÃO DOS ESTADOS
(Teoria Hobbesiana):
Existem diversas conclusões a respeito da justificativa da formação dos Estados.
Porém, entendo ser a mais contemporânea, embora escrita em 1651, a que está exposta no Livro “O LEVIATÔ, de Thomas Hobbes (1588-1679).
Em tal obra, o autor explica que o homem sempre age em benefício próprio por ser naturalmente egoísta e inimigo feroz de seus semelhantes, sendo um misto entre razão e paixão.
Ao contrário do que Aristóteles defendia, Hobbes justifica o poder absoluto do Estado em razão do homem não ser naturalmente sociável, dependendo, portanto, sempre da criação de regras de conduta e normas que delimitem seus direitos e equilibrem as relações. Ou seja, esse pacto (criação de tais regras) só se viabiliza porque o homem, em seu profundo senso de egoísmo, entende que terá benefícios, tais como uma vida menos atribulada e perigosa.
É necessário, para os seres viverem em harmonia, que o Estado exercite a soberania.
Toda vez que esse exercício se enfraquece ou deixa de ser praticado, temos o chamado “estado de natureza”, que também pode ser chamado de “estado de guerra”, onde cada qual buscará apenas os seus interesses pessoais e a satisfação das paixões.
Um exemplo típico dessa situação de “estado de natureza” se dá entre os países, pois todos se encontram em estado de igualdade, sem existir um órgão ou poder soberano superior a eles. Justamente por isso, sempre que há uma divergência de qualquer ordem, a solução é alcançada através da guerra (força).
Obviamente que ninguém gosta de viver num “estado de guerra” e por isso criam-se os pactos, dos quais a sociedade civil é um produto artificial.
Hobbes admitia a existência de Deus. No entanto, segundo ele, o reino de Deus na Terra é civil, onde Deus fala aos homens pela boca do Estado.
Diante dessas brevíssimas considerações a cerca da obra de Hobbes, concluímos de fato sei imprescindível a existência de um Estado soberano capaz de frear os devaneios e abusos cometidos pelos homens em razão de sua busca pela melhor condição individual e etc.
No entanto, vale destacar que ao longo da história da humanidade existiram diversos tipos de governo, sendo que na prática o que vimos foi um controle da massa popular por uma minoria que alcança o exercício do poder soberano.
Isto é, ainda que tenhamos tentado a implantação de sistemas absolutistas, monárquicos, liberais, sociais e etc, nunca alcançamos um nível de consciência plena entre governantes e governados que capacitasse cada indivíduo a possuir uma responsabilidade suficiente para exercer suas atribuições, seja de governar, seja de ser governado, a ponto de viver harmonicamente.
O ESTADO EM NOSSO LAR:
Embora dotado de obvias peculiaridades, o que André Luiz relata sobre a vida em NOSSO LAR demonstra enormes semelhanças com a vida entre os encarnados.
Podemos extrair algumas passagens da obra de André Luiz em que temos situações exatamente semelhantes as que vivemos aqui em nosso plano.
Todavia, o que notamos é que a forma com que as coisas são conduzidas na colônia espiritual diferem sobremaneira da nossa realidade. E essa condução se dá de forma diversa justamente porque, embora a cidade espiritual seja dotada de um governo formado através dos mesmos fatores e fundamentos aqui do nosso plano, o que vemos por lá são governantes conscientes e prontos para implantar sistemas que buscam apenas a melhoria da condição eterna da população.
Da mesma forma, os seres que habitam o NOSSO LAR, se compararmos com os habitantes dos planos materiais, contam com uma visão da vida muito mais clara e objetiva dessa jornada espiritual do ser enquanto espírito eterno e em continuada evolução, mesmo sem estarem num estágio superior na caminhada pela evolução.
Ou seja, devido a já possuírem a certeza da continuidade da vida após o desencarne, entendo ser mais simples para os habitantes da cidade de André Luiz visualizar o todo do universo e entender, pelo menos com um pouco mais de facilidade, que as paixões terrestres e os apegos materiais são objetivos ínfimos se comparados com a longa trajetória evolutiva planejada por Deus.
ORIGEM HISTÓRICA DO NOSSO LAR:
Possivelmente por não ser o objetivo principal do livro, não consta na obra de André Luiz grandes detalhes a cerca da formação da colônia espiritual. Apenas no Capítulo 8 – “Organização de Serviços”, Lísias dá algumas pinceladas a respeito da história da cidade espiritual, conforme já exposto anteriormente.
Apesar dessa rápida abordagem feita no livro, passaremos a divagar pelos próximos parágrafos a respeito do tema.
Lísias explica para André Luiz que toda manifestação de ordem no mundo procede do plano superior e que o pensamento humano, quando inspirado pelas esferas mais altas, é capaz de transformar a “natureza agreste em jardim”.
Ou seja, a comunicabilidade existente entre as esferas materiais e espirituais faz com que o homem, enquanto encarnado, possa absorver um pouco da realidade do mundo espiritual e tentar implantá-la na Terra. Pena que nem sempre (ou nunca) o faz de forma plena.
Conforme já mencionado acima, o homem tem a necessidade de viver em organizações regularmente criadas para que sua natureza primitiva não seja aflorada em todo momento.
Percebemos que também em NOSSO LAR, localizada na terceira esfera espiritual (ainda parte do umbral) há essa necessidade de se criar uma organização política capaz de governar e orientar a população.
Possivelmente na ocasião em que os portugueses fundadores da colônia desencarnaram, se depararam com a necessidade de habitar alguma zona espiritual e viram-se diante de uma realidade amedrontadora, criando-se a necessidade da fundação de uma colônia espiritual organizada e apta a propiciar aos seus habitantes uma evolução espiritual.
Em razão de não estudarmos muito a fundo a respeito das sociedades indígenas na escola oficial e por ter sido colocado em nossas mentes que o Brasil fora “descoberto” por europeus em 1500, quando na verdade a região já era conhecida e habitada sabe-se lá há quanto tempo, acabamos por criar a impressão de que os primeiros habitantes do nosso país não possuíam o mesmo estágio evolutivo dos europeus.
Talvez de fato os índios não gozassem do mesmo estágio intelectual dos portugueses que séculos antes já haviam saído de seus domínios em busca de conhecer novas civilizações, o que possivelmente os dotou de grande sabedoria espiritual e intelectual, capacitando-os a formar uma colônia tão próspera e organizada.
Mas, é importante frisar que, embora os silvícolas do Brasil fossem talvez dotados de menor capacidade construtiva, intelectual e etc, eles devem ter dado sua colaboração para a construção da colônia, principalmente em razão do seu espírito fraterno, de ligação e respeito com a natureza e de certo desapego a realidade material.
Assim, ficou evidente a presença de alguns dos fatores essenciais para a formação das nações, conforme narrado acima, sobretudo os psicológicos, o que deve ter facilitado a insistência da criação da colônia.
Ademais, nunca é exagerado lembrar que em nosso plano muitas vezes a formação dos estados se dá através de batalhas e sangrias, o que, conforme narrado na obra de André Luiz, não foi o caso de NOSSO LAR. (Continua)
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“INFORMAÇÃO”:
REVISTA ESPÍRITA MENSAL
ANO XXXII N° 388
JANEIRO 2009
Publicada pelo Grupo Espírita “Casa do Caminho” -
Redação:
Rua Souza Caldas, 343 - Fone: (11) 2764-5700
Correspondência:
Cx. Postal: 45.307 - Ag. Vl. Mariana/São Paulo (SP)

O Espírito da Letra - Nosso Lar, Cap. 08 - Organização de Serviços (2/3)

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Série: A HISTÓRIA DE UMA MENSAGEM (26.ª Parte)


“A Certeza definitiva de que a vida continua”
(26.ª Parte)

A história da mensagem de hoje nos faz recuar a 16 de agosto de 1980, na cidade de Bragança Paulista, SP. Passava do meio dia e a jovem acadêmica Selma Robles, terceiranista da Faculdade de Odontologia da Universidade São Francisco, preparava-se para voltar à São Paulo, a fim de passar o fim de semana com os pais no bairro da Mooca, quando começou a sentir forte dor de cabeça. Interpretado, a princípio, como um mal estar passageiro, o fato é que a dor de cabeça foi aumentando e apenas duas horas após o início dos sintomas ela já desencarnava. Diante de um quadro clínico tão avassalador e fatal, os médicos nada puderam fazer, nem mesmo conseguiram chegar a um diagnóstico preciso.
Evidentemente um passamento tão repentino traumatizou a todos, especialmente por tratar-se de uma moça reconhecida como meiga, calma e sempre alegre, muito querida por familiares e colegas.

Após inúmeras idas a Uberaba, por fim, na reunião de 29/09/84, quatro anos depois, seus pais receberam uma mensagem da filha, na qual ela reafirma seu grande amor aos pais queridos e, ao mesmo tempo, solicita-lhes mais entendimento e aceitação das Leis de Deus que determinaram seu regresso à Vida Espiritual.
FAMILIARIDADE.
“Contar-lhes o que foi a minha surpresa, ante o desligamento do corpo que me prendia, será um capítulo demorado na minha história, e, por isso, querida mãezinha, estou na certeza de que isso não interessa. Quando me vi longe do corpo, intuitivamente tudo compreendi. Minha avó Amália, que se me deu a conhecer, falou por mim o que eu desejaria perguntar...
O aneurisma fora um problema insopitável. Deu-me todos os detalhes do tratamento e se referia à bondade dos médicos que me amparavam sem possibilidade de me socorrer”.

Selma revela em sua carta certa familiaridade com as experiências de desdobramento, pois, em outra situação ver-se afastada do corpo seria motivo de pânico. A pronta intervenção da avó que ela não conhecera em vida foi outro fator que contribuiu para a tomada de consciência da jovem. Pelo que se percebe, todas essas impressões se deram ainda durante o período em que seu corpo físico não se encontrava morto para esta vida.
ESCLARECIMENTO.
“Desfeita a estrutura do processo enfermiço que me tomava a vida mental, o tumor adquiriu o destaque que não me deixava lugar a qualquer engano.
Compreendo que a ruptura do tumor, que eu trazia sem perceber, represara de sangue todas as áreas de meu cérebro e as explicações da vovó Amália se fizeram para mim somente a confirmação do que eu percebera, mas tudo em torno de mim era diferente.
As saudades de casa invadira minha alma toda e não consegui resistir às lágrimas que me vinham do coração”.
Curiosa também esta parte da mensagem, pois projeta luz sobre a causa-mortis da jovem, diagnóstico não concluído pelos médicos que se viram impotentes ante a rapidez com que tudo se processou.
FÁCIL E DIFÍCIL.
“A desencarnação, em meu caso, fora tão fácil, mas a libertação se consumou com muita dificuldade. Não posso negar aos pais queridos que lhes chorei a falta nas saudades do papai e da Liede, durante muitos dias... O círculo das orações que me rodeava, no entanto, fortaleceu-me de novo para que pudesse pensar e ser-lhes útil”.

Selma nos reafirma a grande diferença e distância existente entre o morrer e o desencarnar, situações totalmente diferentes. Para ser considerado morto basta a extinção das atividades cerebrais, porém para se desencarnar é necessária a superação de uma série de barreiras psicológicas, emocionais e mesmo físicas.
SEM SEQUELAS.
“Da doença que se ocultou tão bem no meu cérebro nada mais me incomoda e, por isso, peço ao Papai e ao seu carinho de mãe a paz de que necessito, porquanto se me entregarem a Deus, como preciso, estou certa de que os meus laços com a vida familiar não me doerão tanto no campo da própria alma”.
Selma garante aos pais não experimentar nenhum tipo de seqüela do acidente vascular de que fora vítima no seu processo desencarnatório. Afinal cinco anos haviam se passado e o tipo de morte de que foi vítima apenas representou a culminância de um programa cármico que cumpria na atual encarnação.
ACEITAR É PRECISO.
“As lágrimas de meu pai Florial me atingem o coração, quase que por gotas de fogo, porquanto sei a extensão do afeto com que sempre me esperou o crescimento para a vida, se possível para o trabalho junto dele mesmo”.
Neste ponto de sua carta Selma chama-nos, mais uma vez, a atenção para o quanto as mentalizações dos entes queridos transformavam-se em aflição e dor para ela no outro lado da vida. Daí a razão de precisarmos difundir este tipo de informação para que a aceitação seja a reação a ser cogitada e implementada por aqueles que ficam na retaguarda do Plano Físico.
A íntegra desta e outras mensagens poderá ser lida no livro VOZES DA OUTRA MARGEM, IDE.


“INFORMAÇÃO”:
REVISTA ESPÍRITA MENSAL
ANO XXXII N° 388
JANEIRO 2009
Publicada pelo Grupo Espírita “Casa do Caminho” -
Redação:
Rua Souza Caldas, 343 - Fone: (11) 2764-5700
Correspondência:
Cx. Postal: 45.307 - Ag. Vl. Mariana/São Paulo (SP)


quarta-feira, 24 de abril de 2013

Kardec Afirma


Em “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”, Questões 526 e 527.

Tendo os Espíritos ação sobre a matéria, podem provocar certos efeitos com o fim de produzir um acontecimento? Por exemplo, um homem deve perecer: sobe então a uma escada, esta se quebra e ele morre. Foram os Espíritos que fizeram quebrar a escada, para que se cumpra o destino desse homem?

É bem verdade que os Espíritos têm influência sobre a matéria, mas para o cumprimento das leis da Natureza e não para as derrogar, fazendo surgir em determinado ponto um acontecimento inesperado e contrário a essas leis. No exemplo que citas, a escada se quebra porque está carunchada ou não era bastante forte para suportar o peso do homem; se estivesse no destino desse homem morrer dessa maneira, eles lhe inspirariam o pensamento de subir na escada que deveria quebrar-se com o seu peso, e sua morte se daria por um motivo natural, sem necessidade de um milagre para isso.

Tomemos outro exemplo, no qual não intervenha o estado natural da matéria. Um homem deve morrer de raio: esconde-se embaixo de uma árvore, o raio estala e ele morre. Os Espíritos poderiam ter provocado o raio, dirigindo-o sobre ele?

É ainda a mesma coisa. O raio explodiu sobre aquela árvore, e naquele momento, porque o fato estava nas leis da Natureza. Não foi dirigido para a árvore porque o homem lá se encontrava, mas ao homem foi dada a inspiração de se refugiar numa árvore, sobre a qual ele deveria explodir. A árvore não seria menos atingida, se o homem estivesse ou não sob ela.

terça-feira, 23 de abril de 2013

“VIGIAI E ORAI“ POR NOSSOS PENSAMENTOS


Já parou para refletir sobre o conteúdo dos seus pensamentos?
Você tem pensamentos otimistas ou pessimistas?
Como você pensa sobre a sua vida?
Tem controle sobre o que pensa? Consegue mudar de pensamento quando quiser?
Da maneira como pensamos, serão feitas as nossas escolhas: as nossas amizades, o tipo de leitura, música, filmes, com o que ocupamos o nosso tempo, a forma como conduzimos a nossa vida.
Ainda não nos conscientizamos da importância da nossa atividade mental.
Somos responsáveis pela qualidade de nossos pensamentos.
O que emitimos, iremos receber na mesma intensidade e freqüência.
Da maneira como pensamos, iremos atrair também as nossas companhias espirituais.
Como pensas – viverás!
I – A ação do pensamento e o poder da vontade
Por vícios de existências anteriores, utilizamos mal o nosso pensamento.
Foram várias encarnações de muita dor e sofrimento, geralmente pelas conseqüências de nossas próprias escolhas.
São pensamentos viciados, mente perturbada por sermos escravos de determinadas paixões.
Sempre desprezamos as oportunidades de mudança de nossos hábitos mentais.
Somos responsáveis pelo conteúdo de nossos pensamentos. E a verdade é que refletimos muito pouco a esse respeito, pois não damos o devido valor de selecionar as ondas mentais que emitimos e recebemos.
Quantas vezes somos responsáveis pelas dificuldades que passamos. São pensamentos de medo, sentimento de incapacidade, e até acreditando que estamos sofrendo uma obsessão... E por conseqüência atraímos determinados acontecimentos não desejáveis em nossas vidas.
Todo carma se inicia a partir de um pensamento mal direcionado. Pois este é carregado de energia, emoções e sentimentos.
Como reverter esta situação?
• Inicialmente precisamos ter a consciência destes pensamentos negativos;
• Procuremos mudar a direção deste estado mental, higienizando nossa mente focando uma imagem otimista, buscando coragem e esperança;
• Manter a vigilância para que estes quadros mentais não retornem;
• Precisamos sempre estar em contato com nossos Mentores Espirituais através da oração, pedindo ajuda para reverter esta situação, e que possamos estar em faixas vibratórias mais elevadas;
• E acima de tudo, utilizemos o nosso poder da vontade. Temos essa força interior e muitas vezes a negligenciamos. A vontade pode impor disciplina interna, mantendo nossos sentimentos e pensamentos na direção do bem. É com essa força que iremos conseguir determinar o rumo de nossas vidas.
“Com o pensamento e a vontade podemos pôr em movimento todas as forças escondidas em nós mesmos. Nossas irradiações fluídicas se impregnam das qualidades ou dos defeitos dos pensamentos e criam, em torno de nós, um ambiente de conformidade com o estado da alma” (Léon Denis  – “Espíritos e Médiuns”)
II – Auto-Obsessão
“O homem não raramente é o obsessor de si mesmo”
(Allan Kardec – Obras Póstumas) A auto-obsessão é quando o indivíduo fica preso em seus próprios pensamentos, em idéias que se repetem (idéias fixas), em emoções negativas que se tornam uma constante, vivendo assim em estados mentais perturbadores que vão se tornando prejudiciais.
A auto-obsessão pode também ser expressa através de complexos de culpa, em mania de doenças, no excessivo cuidado ao próprio corpo exaltando o seu lado narcisista.
Com estes tipos de comportamento podem também abrir brechas às influências obsessivas de Espíritos com propósitos negativos.
Estas pessoas são doentes da alma, são obsessores de si mesmos, muitas vezes trazendo lembranças de um passado que ainda não conseguem se libertar.
Para ilustrar o que foi relatado acima, vamos narrar uma passagem do livro “Tormentos da Obsessão” de Manuel Philomeno de Miranda, ditada ao médium Divaldo Franco. O fato ocorrido se passou no Sanatório Esperança, fundada e dirigida por Eurípides Barsanulfo. Em companhia do Dr. Ignácio Ferreira, Manuel Philomeno narra que se aproximaram de um leito onde se encontrava Honório. Este se apresentava bastante desfigurado, gritando e se debatendo querendo se libertar de algo que o estivesse incomodando e o atormentando, como se fossem agressores invisíveis. Manoel Philomeno em sua análise observou que Honório estava lutando contra formas hediondas que o atacavam. Prontamente, recebeu o auxílio e os esclarecimentos do Dr. Ignácio informando que se tratava de formas-pensamento por ele mesmo criados durante a sua última existência terrena e que continuavam no seu campo mental após o seu desencarne. Essas formas-pensamento adquiriram vida própria por serem alimentadas constantemente pelo medo e pela sua consciência culpada.
Honório mergulhava num processo de auto-obsessão por ter cultivado uma vida sexual desregrada, habituando a criar cenas mentais degradantes, originando assim essas formas-pensamento. Dr. Ignácio dá assim os esclarecimentos finais:
“Os processos de auto-obsessão prolongada deixam seqüelas que somente o tempo e o esforço do paciente poderão drenar, superando-as. (...) O paciente terá pela frente todo um significativo trabalho de reconstrução mental, de reestruturação do pensamento e de mudança de conduta moral.”
É assim que muitos processos de obsessão começam: os obsessores utilizam as formas-pensamento criadas e mantidas pela própria pessoa, manipulando esta energia para assustá-las e atormentá-las.
Portanto, “Vigiai e orai” por nossos pensamentos.
III – Dize-me o que pensas e te direi com quem andas
De acordo com o que pensamos, serão as nossas companhias espirituais.
Pelo pensamento desceremos ao “inferno” ou subiremos ao “céu”. Com ele podemos nos tornar escravos ou poderemos nos libertar.
A obsessão está sintonizada com as faixas mais inferiores de vibração.
A desobsessão, ao contrário, é a mudança na forma de pensar, criando um padrão sintonizado com as esferas mais elevadas, buscando rumos mais nobres e construtivos em nossas vidas.
Ao pensar emitimos vibrações que enviam os nossos desejos e impulsos, podendo manter sintonia com aqueles que pensam como nós, sendo eles encarnados ou desencarnados.
Portanto, precisamos ter a consciência e o cuidado com o ato de pensar. Pois, é através do pensamento é que influenciamos o mundo ao nosso redor.
Geralmente somos atraídos pelo lado sombrio da vida, pelas fatalidades, pelas conversações deprimentes e pessimistas, o que acaba nos envolvendo numa atmosfera de tristeza e desânimo. E estando neste clima, é que atraímos as dificuldades, as doenças começam a ser somatizadas. Portanto é fácil perceber que os pensamentos negativos predominam em nossas mentes.
Joanna de Ângelis, mentora espiritual do médium Divaldo Franco, nos traz com grande sabedoria, as implicações sobre a nossa forma errônea de pensar:
“A vida mental responde pelas atitudes comportamentais, expressando-se em forma de saúde ou doença conforme o teor vibratório de que se revista.
O bombardeio de petardo contínuo, portadores de alta carga destrutiva, agindo sobre os tecidos sutis da alma, desarticula as engrenagens do perispírito que reflete, no corpo e na emoção, as enfermidades de etiologia difícil de ser detectada pelos métodos comuns. (...) Vários tipos de cânceres, alergias e infecções na esfera física, e neuroses psíquicas, tem sua gênese no comportamento mental e nos seus efeitos morais.”
Para anular os pensamentos de teor negativo, devemos utilizar os pensamentos positivos: idéias enobrecedoras, de harmonia, de paz, de mansidão. Mentalizar um ideal superior, e perseverar em conquistá-lo, preenche a nossa mente, evitando as eventuais dispersões e fugas de pensamentos. O nosso objetivo é a disciplina do bem.
IV – Que tipo de energia sua mente plasma?
Um assunto que vamos começar a abordar refere-se às formas-pensamento ou clichês mentais.
Quando pensamos continuamente sobre determinado pessoa ou situação, a nossa mente plasma uma imagem correspondente como se fosse uma fotografia, que é denominada forma-pensamento.
Ou seja, “formas-pensamento são criações mentais que utilizam a matéria fluídica ou matéria astral para compor características de acordo com a natureza do pensamento. Deste modo, encarnados ou desencarnados podem criar formas-pensamento, com características boas ou ruins, positivas ou negativas.” (extraído da Wikipédia)
São “seres” criados quando pensamos.
Muitas vezes suas imagens são confundidas com “espíritos”. Essas imagens são finitas, pois existem enquanto são “alimentadas” fluidicamente. Não possuem inteligência, pois são seres artificiais, sem raciocínio.
Mas agem de acordo com a energia e o sentimento de quem o criou e pensou.
Em seu livro “Compêndio da Teosofia” C. W. Leadbeater descreve da seguinte forma a criação das formas-pensamento:
“Quando um homem dirige o pensamento para um objeto concreto, uma caneta, uma casa, um livro ou uma paisagem, forma-se na parte superior de seu campo mental uma pequena imagem do objeto, que flutua em frente ao seu rosto, ao nível dos olhos. Enquanto a pessoa mantiver fixo o pensamento o objeto, a imagem vai permanecer, e persiste mesmo algum tempo depois. O tempo de duração desta imagem dependerá da intensidade e também da clareza do pensamento”.
V – Formas-pensamento e os seus efeitos
O Ser humano não tem a menor idéia do potencial de seus pensamentos. Como não os visualizamos, não damos a eles o seu devido valor. Pode atuar de uma maneira para prejudicar ou ajudar as pessoas, conforme os sentimentos a ele associados.
O conteúdo moral do pensamento irá determinar as formas exteriorizadas. Se estamos vibrando amor e felicidade, com certeza estaremos levando Luz para a situação mentalizada. Caso contrário, se vibramos ódio, rancor e agressividade, as formas-pensamento a serem criadas terão aparências monstruosas.
Portanto, formas-pensamento são criações mentais modelados de matéria fluídica.
É o resultado da ação da mente sobre as energias mais sutis que estão ao nosso redor, criando formas correspondentes ao que estamos pensando, acompanhada de uma série de cores e aspectos.
A forma-pensamento é de certa maneira uma entidade animada, com intensa atividade, a gravitar em torno do pensamento gerador.
Enquanto este pensamento for persistente, e houver energia emocional para alimenta-lo, ele continuará existindo.
Se este pensamento é egoísta, de inspiração pessoal (como acontece com a maioria dos pensamentos), a forma vagará constantemente ao redor do seu criador, sempre pronta para atuar sobre ele próprio, tantas vezes quantas o encontre em estado passivo.
Para um pensamento de amor, com desejo de proteção, dirigida a um ser querido, irá criar uma forma-pensamento que será direcionada à pessoa desejada, ficando em sua aura como se fosse um guardião, onde poderá ser útil em diversas oportunidades, enquanto esta energia estiver viva.
Agora, um ponto muito importante e que precisamos prestar muita atenção. Para toda forma-pensamento criada, seja ela positiva ou negativa, e que foi emitida com determinada finalidade, somente terá o seu objetivo alcançado se encontrar a mesma sintonia e vibração na aura receptora. Ou seja, o pensamento negativo ou invejoso pode retroceder para quem o gerou, com uma força proporcional à energia empregada para emiti-lo. Por isso, quem tem o coração puro e o espírito elevado, encontra os melhores protetores contra a emissão de sentimentos de ódio e rancor.
Annie Besant e C. W. Leadbeater em seu livro “Formas de Pensamento” nos orientam quanto à qualidade das nossas emissões mentais:
“Assim, pois, as maldições e as bênçãos são comparáveis a pássaros que instintivamente voltam ao seu ninho. Compreender-se-ão, assim, os perigos que há em dirigir pensamentos de ódio a um homem muito evoluído. As formas-pensamento enviadas contra ele são impotentes para alcançá-lo, mas, pelo contrário, retrocedem aos seus criadores e os ferem mental, moral e fisicamente.”
É sempre bom pedir em nossas orações, ajuda àqueles que, mesmo sem querer, exercem prejuízo a outrem pelo seu mau uso do pensamento. Oremos também para que os Mentores amigos nos ajudem a limpar em nossa casa as formas-pensamento negativas que nós mesmos tenhamos criado.
VI – Envelhecemos mais na preocupação do que no trabalho
A teósafa Annie Besant, em seu livro “Poder do Pensamento” nos alerta que envelhecemos mais na preocupação do que no trabalho.
O trabalho nos fortalece o pensamento, desde que não seja muito excessivo.
A preocupação, que é um processo de repetir sempre um mesmo pensamento e sem chegar a nenhum resultado, nos é prejudicial e após certo tempo pode nos levar a um esgotamento nervoso e a uma irritabilidade.
Um excelente exercício para se afastar por algum tempo desta preocupação, é criar uma segunda linha de pensamento, o mais diferente possível, forte e persistente, para que seja suficiente para proporciona um descanso à nossa mente. Quando nos afastamos temporariamente dessa preocupação, obtendo outro foco mental, muitas vezes a solução nos aparece.
O controle mental vem através do nosso esforço, da vontade e da disciplina que cada um queira colocar em sua vida.
Neste momento também é importante o hábito da prece e a boa sintonia com nossos Mentores para obter a paz, a alegria e as bênçãos necessárias para o nosso sucesso.
VII – A importância da Meditação
Para algumas pessoas, a meditação é uma fuga da realidade.
Dizem isto por pura falta de informação.
Ela ajuda a concentração nas nossas atividades do dia-a-dia, tornando-nos mais eficientes e organizados. A meditação proporciona o desenvolvimento da atenção, que é o “vigiai” dos evangelhos cristãos, o “despertai” encontrado nas literaturas islâmicas.
O Dhamnapada budista tem uma maneira notável de apresentar este tema:
“A vigilância é o caminho da imortalidade; a sua ausência é o caminho da morte.
Aqueles que são vigilantes nunca morrem; aqueles que não o são já estão como mortos.”
Mas afinal, o que é meditação? Em certas tradições zen-budistas, elas falam que é “sentar-se tranquilamente, sem fazer nada”. Ou seja, sente-se num lugar confortável, tranqüilo, onde não possa ser incomodado. Desligue o celular. Feche os olhos, procure eliminar aos poucos as suas preocupações.
Observe as suas tensões, as suas emoções, os seus pensamentos...
Tome consciência da sua respiração: inspire levemente pelo nariz, e solte suavemente pela boca. Faça isto diversas vezes até sentir que está fazendo isto naturalmente, sem esforço, e começa a sentir-se relaxado.
Você irá sentir a sua respiração mais lenta, mais suave, mais calma.
Alguns lapsos de atenção podem acontecer, os pensamentos podem começar a “tagarelar”. Se isto acontecer, procure concentrar-se novamente na sua respiração.
Quanto tempo devemos ficar meditando?
No começo tenha a estimativa de mais ou menos 5 minutos. Com algum tempo de prática, perceberá que este tempo não será suficiente. Mas, não fique preocupado excessivamente com isto!
Uma dica para quem tem dificuldade em dormir, e sofre com a insônia: ao deitar-se, concentre-se na respiração. Ao concentrar a atenção na respiração, em vez de nos pensamentos, você consegue “esvaziar” a mente e dormir calmamente.
VIII – Fontes bibliográficas utilizadas como pesquisa
(1) “Mediunidade: Caminho para ser feliz” - Suely Caldas
Schubert
(2) “Obsessão / Desobsessão” - Suely Caldas Schubert
(3) “Os poderes da mente” - Suely Caldas Schubert
(4) “Missionários da Luz” - André Luiz através de Chico Xavier
(5) “Evolução em Dois Mundos - André Luiz através de C. Xavier
(6) Revista Cristã de Espiritismo (agosto de 2008)
(7) “Além da Matéria” - Joseph Gleber através de Robson Pinheiro
(8) “Pensamento e Vontade” - Ernesto Bozzano
(9) “O Poder do Pensamento” - Annie Besant
(10) “Formas de Pensamento” - Annie Besant e C.W.Leadbeater
(11) “A Gênese” - Allan Kardec
(12) “Tormentos da Obsessão” - Manuel Philomeno Miranda através de Divaldo Franco
(13) “Elementos da Meditação” - David Fontana
(14) “Espíritos e Médiuns” - Léon Denis
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REVISTA ESPÍRITA MENSAL
ANO XXXIV N° 400
JANEIRO 2010
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