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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012


Livro: "Palavras de Vida Eterna" - Emmanuel / F.C. Xavier

Lição n. 52 - Palavra Escrita


                      "Examinai tudo, retende o bem". - Paulo
(I TESSALONICENSES, 5:21)


Com as palavras acima dirigidas aos tessalonicenses, o apóstolo Paulo sinaliza a todos os seguidores do Cristo que fiquem longe de toda espécie de mal.

Sem a devida compreensão, pessoas se utilizam das palavras de Paulo para assegurar que os estudiosos do Evangelho devem ler tudo sem restrições. Talvez, no entendimento delas, o fato de seguir os ensinamentos do Cristo é suficiente para dar discernimento e equilíbrio, podendo as pessoas lerem e verem tudo, sem se deixar influenciar pelas obras de conteúdo duvidoso.

Alegam, essas pessoas, que para termos opinião a respeito dos diversos assuntos, sabermos separar o que é bom do que é ruim, precisamos ler tudo o que nos chega às mãos.

Esse pensamento não é totalmente desprovido de verdade, mas, para saber analisar e separar o que é bom, aproveitável, o que vai contribuir para o crescimento das pessoas, que vai aumentar os conhecimentos que elevam o ser, é necessário que seja alguém com amadurecimento mental, que tenha discernimento.

Não é aconselhável que, crianças e pessoas pouco amadurecidas tenham contato com todo tipo de leitura e que tudo vejam, quando sabemos que existem obras de conteúdo duvidoso, que confundem a mente, ainda, infantilizada, exercendo sobre elas influência negativa.

Como cada pessoa está em um grau evolutivo, e, portanto, as necessidades variam de indivíduo para indivíduo, fica evidente que nem todos reúnem condições para avaliar com proveito, não só em relação ao que é escrito, mas, também, às imagens negativas de toda espécie, que hoje é tão comum nos veículos de comunicação.

Em "O Consolador", questão 124, Emmanuel, diz: " A palavra escrita ou falada é um dom divino; é através dela que o homem recebe o patrimônio das experiências sagradas de quantos o antecederam no mecanismo evolutivo das civilizações. É por intermédio de seus poderes que se transmite, de gerações a gerações, o fogo divino do progresso".

As palavras de Jesus, escritas pelos apóstolos no Evangelho, se constituem em alimento da vida eterna, pois, é pelo livro digno que recebemos o ensinamento e a orientação, o reajuste mental e a renovação interior.

Somente os escritos nobres que esclarecem a inteligência e iluminam a razão, serão capazes de vencer as trevas que envolvem a Humanidade, auxiliando o Espírito imortal na sua caminhada evolutiva.

As pessoas que se sentem com equilíbrio suficiente, estão em condições de ler e analisar tudo, desde que não esqueçam que devem reter apenas o que contribui para a sua evolução espiritual, e para ajudar aqueles que, ainda, não pensam com a mesma segurança e equilíbrio.

I TESSALONICENSES 5
21 mas ponde tudo à prova. Retende o que é bom;


Maria Aparecida Ferreira Lovo
Novembro / 2005








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sábado, 28 de janeiro de 2012

O LIVRO DOS MÉDIUNS - Estudo 42


SEGUNDA PARTE

DAS MANIFESTAÇÕES ESPIRITAS

CAPITULO VII MANIFESTAÇÕES FÍSICAS ESPONTÂNEAS BICORPOREIDADE E TRANSFIGURAÇÃO

Estudo 42 - Itens 114 ao 120 - Bicorporeidade

           Buscando estudos anteriores, recordamos que o perispírito, no seu estado normal, é invisível, mas, como é formado de substância etérea, o Espírito, em certos casos, pode, por sua vontade, fazê-lo passar por uma modificação molecular que o torna momentaneamente visível. 

           Conforme o grau de condensação do fluido perispiritual, a aparição é às vezes vaga e vaporosa; de outra, mais nitidamente definida; em outras, enfim, com todas as aparências da matéria tangível. Pode mesmo chegar à tangibilidade real, ao ponto do observador se enganar com relação à natureza do ser que tem diante de si.

           Ao estudarmos a bicorporeidade e a transfiguração compreendemos que são variações de fenômenos de manifestações visuais. A faculdade de emancipação que a alma possui e seu desprendimento do corpo físico durante a encarnação podem dar lugar a fenômenos análogos aos que apresentam os Espíritos desencarnados (aparições). Enquanto o corpo passa pelo sono, o Espírito transportando-se a diversos lugares, pode tornar-se visível e aparecer sob forma vaporosa, quer no sonho quer no estado de vigília. Pode também apresentar-se sob forma tangível, ou pelo menos com uma aparência tão idêntica à real que muitas pessoas podem estar com a verdade quando afirmam tê-lo visto no mesmo instante em dois pontos diferentes. De fato era ele, mas um era o corpo verdadeiro e o outro o Espírito. Foi este fenômeno - por sinal muito raro - que deu origem à crença nos homens duplos, designada de bicorporeidade.

           Nos itens 115, 116 e 117 do capítulo em estudo, Allan Kardec cita exemplos de bicorporeidade e deixamos aos leitores a tarefa de consultá-los, mas o item 118 apresenta uma questão: como pode o corpo viver enquanto o Espírito se ausenta? Pode-se afirmar que o corpo se mantém pela vida orgânica, que independe da presença do Espírito, como se prova pelas plantas, que vivem e não têm Espírito. Mas devemos acrescentar que, durante a vida, o Espírito jamais se retira completamente do corpo.

           Os Espíritos, assim como alguns médiuns videntes, reconhecem o Espírito de uma pessoa encarnada por um traço luminoso que termina no seu corpo (cordão fluídico), fenômeno que jamais se verifica se o corpo estiver morto, pois então a separação é completa. É por meio dessa ligação que o Espírito é avisado, a qualquer distância que estiver, da necessidade de voltar ao corpo, o que faz com a rapidez de uma relâmpago. Disso resulta que o corpo nunca pode morrer durante a ausência do Espírito, e que nunca pode acontecer que o Espírito, ao voltar, encontre a "porta fechada", como afirmam alguns romancistas em histórias para recrear. (O Livro dos espíritos, nº 400 e seguintes).

           Afirma ainda Allan Kardec que o Espírito de uma pessoa viva, afastado do corpo pode aparecer como o de um morto, com todas as aparências da realidade, podendo adquirir a tangibilidade momentânea, fenômeno designado de
 bicorporeidade, o que deu origem às histórias de homens duplos, indivíduos cuja presença simultânea se constatou em dois lugares diversos. Apresenta dois exemplos tirados da História Eclesiástica.

           Santo Afonso de Liguori foi canonizado antes do tempo prescrito, por se haver mostrado simultaneamente em dois sítios diversos, o que passou por milagre. 

           Santo Antônio de Pádua estava pregando na Itália, quando seu pai, em Lisboa, ia ser supliciado, sob a acusação de haver cometido um assassínio. No momento da execução, Santo Antônio aparece e demonstra a inocência do acusado. Comprovou-se que, naquele instante, Santo Antônio pregava na Itália, na cidade de Pádua. 

           Quando evocado e interrogado, acerca do fato acima, Santo Afonso respondeu do seguinte modo:

           1ª Poderias explicar-nos esse fenômeno? 

"Perfeitamente. Quando o homem, por suas virtudes, chegou a desmaterializar-se completamente; quando conseguiu elevar sua alma para Deus, pode aparecer em dois lugares ao mesmo tempo. Eis como: o Espírito encarnado, ao sentir que lhe vem o sono, pode pedir a Deus lhe seja permitido transportar-se a um lugar qualquer. Seu Espírito, ou sua alma, como quiseres, abandona então o corpo, acompanhado de uma parte do seu perispírito, e deixa a matéria imunda num estado próximo do da morte. Digo próximo do da morte, porque no corpo ficou um laço que liga o perispírito e a alma à matéria, laço este que não pode ser definido. O corpo aparece, então, no lugar desejado. Creio ser isto o que queres saber".

           2ª Isso não nos dá a explicação da visibilidade e da tangibilidade do perispírito. 

           "Achando-se desprendido da matéria, conforme o grau de sua elevação, pode o Espírito tornar-se tangível à matéria".

           3ª É indispensável o sono do corpo, para que o Espírito apareça noutros lugares?

           "A alma pode dividir-se, quando se sinta atraída para lugar diferente daquele onde se acha seu corpo. Pode acontecer que o corpo não se ache adormecido, se bem seja isto muito raro; mas, em todo caso, não se encontrará num estado perfeitamente normal; será sempre um estado mais ou menos extático".
 

           NOTA. A alma não se divide, no sentido literal do termo: irradia-se para diversos lados e pode assim manifestar-se em muitos pontos, sem se fragmentar. Dá-se o que se dá com a luz, que pode refletir-se simultaneamente em muitos espelhos.

           4ª Que sucederia se, estando o homem a dormir, enquanto seu Espírito se mostra noutra parte, alguém de súbito o despertasse? 

           "Isso não se verificaria, porque, se alguém tivesse a intenção de o despertar, o Espírito retornaria ao corpo, prevendo a intenção, pois o Espírito lê os pensamentos". 

           Afirma Allan Kardec que explicação inteiramente idêntica foi dada, muitas vezes, por Espíritos de pessoas mortas ou vivas. Santo Afonso explica o fato da dupla presença, mas não a teoria da visibilidade e da tangibilidade.

           Concluindo o estudo sobre a bicorporeidade, Allan Kardec acrescenta que a pessoa que se mostra simultaneamente em dois lugares diversos tem, portanto, dois corpos. Mas desses dois corpos, um é real, o outro é simples aparência. Pode-se dizer que o primeiro tem a vida orgânica e que o segundo tem a vida anímica. Ao despertar o indivíduo, os dois corpos se reúnem e a vida anímica penetra o corpo material. Não parece possível, pelo menos se conhece disso exemplo algum, e a razão o demonstra, que, no estado de separação, possam os dois corpos gozar, simultaneamente e no mesmo grau, da vida ativa e inteligente. Demais, do que acabamos de dizer ressalta que o corpo real não poderia morrer, enquanto o corpo aparente se conservasse visível, porquanto a aproximação da morte sempre atrai o Espírito para o corpo, ainda que por um instante. Daí resulta igualmente que o corpo aparente não poderia ser assassinado, pois não é orgânico e nem formado de carne e osso. Desapareceria, no momento em que o quisessem matar.

           Por mais extraordinário que pareça, este fenômeno não deixa, como todos os outros, de ser incluído na ordem dos fenômenos naturais, pois se fundamenta nas propriedades do perispírito e em leis da Natureza.

           Recomendamos consultar também os livros:

KARDEC, Allan - Revue Spirite, janeiro de 1859: O Duende de Baiona; fevereiro de 1859:

Os agêneres; meu amigo Hermann; maio de 1859: O laço que prende o Espírito ao corpo ;

novembro de 1859: A alma errante; janeiro de 1860: O Espírito de um lado e o corpo do outro ; março de 1860: Estudos sobre o Espírito de pessoas vivas; o doutor V. e a senhorita I; abril de 1860: O fabricante de São Petersburgo; aparições tangíveis ; novembro de 1860:

História de Maria Agreda; julho de 1861: Uma aparição

KARDEC, Allan - Obras Póstumas, 2.ed. São Paulo: LAKE, 1979 - Manifestações dos Espíritos.
AKSAKOF, Alexandre -
 Animismo e Espiritismo, 5.ed., FEB, 1990, cit., vol. II, pp 256 a 262 - Caso da Senhorita Saggé.

           Em nosso próximo estudo veremos o fenômeno da transfiguração.

BIBLIOGRAFIA

KARDEC, Allan - O Livro dos Médiuns: 2.ed. São Paulo: FEESP, 1989 - Cap VII - 2ª Parte

JORGE, Jorge - Antologia do Perispírito: 4. ed. Rio de Janeiro: CELD, 1991 - Referência 262 a 265.

ZIMMERMANN, Zalmino - Perispírito: 1. ed. Campinas: CEAK. 2000 - Cap II - Propriedades do Perispírito.

Tereza Cristina D'Alessandro 
Janeiro / 2005

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O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO – ESTUDO 104


CAPÍTULO XI: AMAR O PRÓXIMO COMO A SI MESMO

INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS: ITEM 15


CARIDADE COM OS CRIMINOSOS


Robert Felicité de Lamennais, que assina esta mensagem, de 1862, foi um padre, filósofo e escritor francês, nascido em Saint - Malo, França em 1782.
             Foi autodidata, tendo sido ordenado sacerdote em 1816, aos 34 anos.
             Escreveu livros defendendo a autoridade da Igreja contra as tendências de independência da Igreja francesa, de 1825 a 1829.
             Depois, muda para um catolicismo mais liberal, funda um jornal L’Avenir (O Futuro), defendendo mais justiça social e a separação da Igreja e do Estado.
             Suas opiniões são condenadas pelo Papa Gregório VI, na encíclica Mirare vos (1832).
             Em 1834, publica Palavras de Um Crente, obra lírica, onde lança um apelo em favor da liberdade da igreja, que provoca sua ruptura com o Vaticano, pela encíclica Singulari nos (1837).
             Continua escrevendo livros, desenvolvendo sua concepção de um cristianismo sem igreja, capaz de reagrupar o povo, conduzindo-o ao progresso pela caridade.
             Em 1841, ataca o governo, e foi condenado á prisão por um ano.
             Em 1848, foi eleito deputado.
             Desencarna em Paris, em 1854, sem ter-se reconciliado com a igreja católica.
             Nesta mensagem de 1862, ele responde à questão:
             “Um homem está em perigo de vida. Para salvá-lo, deve-se expor a própria vida. Mas sabe-se que é um malvado, e que, se escapar, poderá cometer novos crimes. Deve-se, apesar disso, arriscar-se para o salvar?"
             Afirma que responderá segundo o seu “adiantamento moral, desde que se trata de saber se devemos expor a vida, mesmo por um malfeitor.”
             “A abnegação é cega. Socorre-se um inimigo; deve-se socorrer também um inimigo da sociedade...”, justificando essa última afirmativa com o argumento de que, provavelmente, com esse gesto está-se arrebatando-o da morte, mas também da sua vida passada.
             Nesses momentos em que ele corre o risco de desencarne, toda sua vida se ergue diante dele, em frações de segundos, podendo despertá-lo para o arrependimento, para uma transformação, que o faz merecedor de continuar sua existência.
             O Espiritismo, esclarecendo a continuidade da vida do Espírito, demonstra que sempre a caridade deve falar mais alto, independentemente das qualificações das pessoas, pois ninguém pode prever as reações dos homens, diante de um ato de amor.
             Assim, mesmo se não acontecer a vontade de transformar-se, ainda assim, a caridade para com o próximo será sempre a melhor solução, tanto para quem dá como para quem recebe.
             Como ninguém pode saber o que se passa no interior de qualquer pessoa, não se pode deixar de fazer o bem para evitar supostas conseqüências.
             Podemos lembrar também que se houver o desencarne do salvador, provavelmente, ele já estava previsto para ser desta forma, por alguma dívida do passado. Ele fez o que sentiu dever fazer. Mas, mesmo se assim não for, esse desencarne será sempre um ato de amor ao próximo, que o engrandecerá diante da Espiritualidade Maior.
             Sempre que houver a possibilidade de auxiliar alguém, deve-se fazê-lo, sem indagar do seu merecimento ou não. “Podeis salvá-lo: salvai-o.”
  
Bibliografia:
KARDEC, Allan - “O Evangelho Segundo o Espiritismo”

Leda de Almeida Rezende Ebner
Fevereiro / 2010

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quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

O LIVRO DOS ESPIRITOS - Estudo 41


INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA DOUTRINA ESPÍRITA
Livro Primeiro
As Causas Primárias
Capítulo I

Deus

I. Deus e o Infinito
II. Provas da Existência de Deus
III. Atributos da Divindade
IV. Panteísmo


II - Provas da Existência de Deus - 4 a 9


Retomando a pagina do mês anterior, percebemos que ao nos ater as leis da Natureza ela própria prova a ação de uma inteligência ordenadora.

"(...) não somente constantes, mas concordantes e inteligíveis”. 2
"(...) A correlação das forças físicas nos mostra a unidade de Deus, sob todas as formas transitórias de movimentos".2
Deus é uma força inteligente, universal e invisível...
É sentindo-lhe a presença eterna que compreendemos as palavras de Leibnitz: "(...) há metafísica, geometria e moral por toda parte", bem como o velho aforismo de Platão, que podemos traduzir: "(...) Deus é o geômetra que opera eternamente".
Nessas reflexões encontramos abertura, aprofundamento às questões e respostas que seguem:
"(...) 7 - Poderíamos encontrar a causa primária da formação das coisas nas propriedades íntimas da matéria?

__ Mas, então, qual seria a causa dessas propriedades? É sempre necessária uma causa primária".

Comenta Allan Kardec:

"(...) Atribuir a formação primária das coisas às propriedades íntimas da matéria seria tomar o efeito pela causa, pois essas propriedades são em si mesmas um efeito, que deve ter uma causa".

"(...) 8 - Que pensar da opinião que atribui a formação primária a uma combinação fortuita da matéria, ou seja, ao acaso?

__ Outro absurdo? Que homem de bom senso pode considerar o acaso como um ser inteligente?
E, além disso, o que é o acaso?

Nada".

Acresce o Codificador:

"(...) A harmonia que regula as forças do Universo revela combinações e fins determinados, e por isso mesmo um poder inteligente. Atribuir a formação primária ao acaso, seria uma falta de senso, porque o acaso é cego e não pode produzir efeitos inteligentes. Um acaso inteligente já não seria um acaso".

Acaso... Acontecimento fortuito, fato imprevisto, casualidade sem direção, sem rumo, à toa, a esmo, sem reflexão, impensadamente, inconsideradamente, talvez, por ventura, por acaso, improvisos que não têm lugar na Criação.

"(...) Deus aparece-nos sob a idéia de um Espírito permanente e residente no âmago das coisas. Deixa de ser o soberano a governar das alturas celestes, para ser a lei invisível dos fenômenos. Não habita um Paraíso povoado de anjos e de eleitos e sim a amplidão infinita, repleta da sua presença, ubiqüidade imóvel, totalizada em cada ponto do Espaço, em cada instante do tempo ou, por melhor dizer - eternamente infinita e sobranceira a tempo, espaço e ordem de sucessão qualquer".


  "(...) A ordem universal reinante na Natureza, a inteligência revelada na construção dos seres, a sabedoria espalhada em todo o conjunto, qual uma aurora luminosa e, sobretudo, a universidade do plano geral regida pela harmoniosa lei da perfectibilidade constante, apresenta-nos, já, agora, a "onipotência divina" como "sustentáculo invisível" da Natureza, "lei organizadora", "força essencial", da qual derivam todas as forças físicas, como outras tantas manifestações particulares, suas.
Podemos, assim, encarar Deus como um pensamento imanente, residente inatacável na essência mesma das coisas, sustentando e organizando ele mesmo, as mais humildes criaturas, tanto quanto os mais vastos sistemas solares, de vez que as leis da Natureza não mais seriam concebíveis fora desse pensamento, antes são dele eterna expressão". (grifos mantidos)


"(...) para nós, deus não está fora do mundo, nem a sua personalidade se confunde na ordem física das coisas. Ele é o pensamento incognoscível, do qual as leis diretivas do mundo representam uma forma de atividade".2

Sob tais reflexões, onde o acaso?


Bibliografia:
1. KARDEC, Allan.O Livro dos Espíritos - 4 a 9
2. FLAMMARION, Camille. Deus na Natureza - cap. V

Leda Marques Bighetti
Novembro / 2004


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domingo, 22 de janeiro de 2012

PALAVRAS DE VIDA ETERNA - ESTUDO 51


Francisco Cândido Xavier pelo Espírito Emmanuel

PALAVRA FALADA

"Porque não há coisa oculta que não haja de manifestar-se, nem escondida que não haja de saber-se e vir à luz. Vede, pois, como ouvis." - Jesus. (Lucas, 8:17-18.)

           No tema em estudo Emmanuel1 aborda dois aspectos muito importantes a respeito da "Palavra Falada". Num primeiro momento reflete sobre a importância da palavra, a responsabilidade e disciplina do ponto de vista de quem a profere; em seguida destaca que muito mais importante do que saber o que se fala é o "saber ouvir" pois segundo ouvimos podemos semear alívio ou veneno, paz ou guerra, treva ou luz. Isso porque a reação da palavra, a resposta, a continuidade do seu impacto depende de quem a ouve e se não tivermos entendimento, equilíbrio, acabaremos por agravar problemas ao invés de solucioná-los. A oportunidade desses esclarecimentos surge justamente porque ainda não damos à palavra o valor que lhe é devido. Achamos que ela é nada, no entanto, é de importância fundamental, poderoso instrumento de que nos utilizamos no dia-a-dia. Veículo do pensamento é força carreando nosso magnetismo pessoal. Com a palavra podemos construir ou destruir e mais poderosa se torna se for seguida do exemplo pessoal. 
           "(...) por ela recolhemos o ensinamento dos grandes orientadores da Humanidade (...), igualmente com ela recebemos toda espécie de informações no plano evolutivo em que se nos apresenta a luta diária1."
           Alguns exemplos significativos da História demonstram a força e o poder da palavra.
           "Homens como Napoleão Bonaparte e Hitler manobraram tropas e até mesmo nações inteiras sob o encantamento de suas personalidades, conduzindo-as a terríveis confrontos de incalculáveis perdas materiais e humanas (...). Jesus Cristo trouxe pela palavra a Boa Nova e a demonstrou com sua bondade (...); Mahatma Gandhi, (...) conseguiu a independência de seu país com a ordem da "não violência" e o seu exemplo direto (...)2."
           É necessário agir neste campo com a maior prudência, com disciplina e responsabilidade para que não sejamos instrumentos da futilidade e da propagação do mal, pois "nada é tão difícil de abafar como um rumor, nada é tão difícil de cicatrizar como os efeitos de uma história maligna e ociosa."2
Uma vez lançada a palavra foge ao nosso controle.
           Informações, idéias, sugestões de toda espécie nos chegam a cada instante. Compete-nos a reflexão, "o saber ouvir", "lubrificar as engrenagens da audição com óleo do amor puro, a fim de que a nossa língua traduza o idioma da compreensão e da paciência, do otimismo e da caridade, porque nem sempre o nosso julgamento é o julgamento da Lei Divina e, conforme asseverou o Cristo de Deus, não há propósito oculto ou atividade transitoriamente escondida que não hajam de vir à luz".
           Sugerimos para o exercício da boa palavra e do "saber ouvir", o tema "Palavras" de Emmanuel3.

Bibliografia:

  1. Xavier, Francisco Cândido. "Palavras de Vida Eterna: Palavra Falada". Ditado pelo Espírito Emmanuel. CEC. 17a ed. Uberaba, MG. 1992.
  2. Palhano Jr., L. "A Carta de Tiago. O Uso da Palavra". Editora FRÁTER. Niterói, R.J. 1992.
  3. Xavier, Francisco Cândido. "Vinha de Luz: Palavras" Ditado pelo Espírito Emmanuel. FEB. 4a. ed. Rio de Janeiro, RJ. 1997.

Iracema Linhares Giorgini
Outubro / 2005

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sábado, 21 de janeiro de 2012

O LIVRO DOS MÉDIUNS - Estudo 41


SEGUNDA PARTE

DAS MANIFESTAÇÕES ESPIRITAS

CAPITULO V

MANIFESTAÇÕES FÍSICAS ESPONTÂNEAS

Estudo 41 - Itens 111, 112 e 113 - Teoria da Alucinação.
         A seguir, apresentamos definições da ciência sobre a alucinação e, concluindo os estudos das Manifestações Visuais, apresentamos a análise científica de Allan Kardec contida na Teoria da Alucinação.
         Alucinação: percepção sem estímulo externo a qual pode ocorrer em qualquer campo sensorial: auditivo, visual, olfativo, gustativo e tátil.
         É uma sensação, implicitamente vivida pelo indivíduo em/ou de um objeto no mundo externo, mas que na realidade gera-se nele próprio.
         Observadas as mais das vezes, em psicoses, as alucinações também podem ocorrer por efeito de certas drogas e substâncias tóxicas e por irritação mecânica de certas áreas do cérebro como parte de síndromes orgânicas cerebrais.
         Em pessoas saudáveis, podem ocorrer alucinações na hipnose e em estados parciais de sono. Em geral, são projeções de desejos e conflitos profundos. (ver BlaRiston - Dicionário Médico, 2ª ed).
Teoria da alucinação na visão espírita.
         Analisando criteriosamente o assunto, Allan Kardec explica que os que não admitem o mundo incorpóreo e invisível julgam tudo explicar pela palavra alucinação. Esta palavra exprime o engano, a ilusão de quem pensa ter percepções que realmente não tem. Origina-se do latim allucinari, errar, que vem de ad lucem. Mas os sábios ainda não apresentaram, que o saibamos, a razão fisiológica desse fato. 
         As explicações dadas pela Ótica e pela Fisiologia, ainda não esclarecem a natureza e a origem das imagens que se mostram ao Espírito em dadas circunstâncias. Tudo querem explicar pelas leis da matéria; forneçam então, com o auxílio dessas leis, uma teoria, boa ou má, da alucinação. Sempre será uma explicação.
         A causa dos sonhos, a ciência atribui a um efeito da imaginação; mas, não nos diz o que é a imaginação, nem como esta produz as imagens tão claras e tão nítidas que às vezes nos aparecem. Consiste isso em explicar uma coisa, que não é conhecida, por outra que ainda o é menos. A questão permanece. 
         Dizem ser uma recordação das preocupações no estado de vigília. Porém, mesmo que se admita esta solução, que nada resolve, ainda restaria saber qual é esse espelho mágico que conserva assim a impressão das coisas. Como se explicar, sobretudo, essas visões de coisas reais jamais vistas no estado de vigília e nas quais jamais se pensou? Só o Espiritismo nos pode dar a chave desse estranho fenômeno que passa despercebido por ser muito comum, como todas as maravilhas da Natureza que menosprezamos.
         Os sábios não quiseram ocupar-se com a alucinação, mas quer seja real ou não, constitui um fenômeno que a Fisiologia deve poder explicar, sob pena de confessar a sua incompetência. Se, um dia, algum sábio resolver dar não uma definição, mas uma explicação fisiológica veremos se a teoria resolve todos os casos, se não omite os fatos tão comuns de aparições de pessoas no momento da morte, se esclarece a razão da coincidência da aparição com a morte da pessoa. Se fosse um fato isolado, se poderia atribuí-lo ao acaso, mas como é bastante freqüente, o acaso não o explica. Se aquele que viu a aparição houvesse tido a idéia de que a pessoa estava para morrer... Mas a aparição é, na maioria das vezes, da pessoa de quem menos se pensa: a imaginação, portanto, nada tem com isso. 
         Os partidários da alucinação dirão que a alma (se é que admitem uma alma) tem momentos de superexcitação em que suas faculdades são exaltadas. Estamos de acordo, mas quando o que ela vê é real, não há ilusão. Se na sua exaltação a alma vê à distância, é que ela se transporta; e, se ela pode se transportar, por que a da outra pessoa não se transportaria para nos ver? Que na teoria da alucinação levem em conta esses fatos, não se esquecendo de que uma teoria a que se podem opor fatos que a contrariem é necessariamente falsa ou incompleta.
         Aguardando a explicação que venham a oferecer, Allan Kardec afirma: provam os fatos que há aparições verdadeiras, que a teoria espírita explica perfeitamente e que só podem ser negadas pelos que nada admitem fora do organismo. Mas ao lado dessas visões reais existem alucinações, no sentido que se dá a essa palavra? Não se pode duvidar. Qual a sua origem? Os Espíritos é que vão esclarecer-nos sobre isso, porquanto a explicação, parece-nos, está toda nas respostas dadas às seguintes perguntas:
         a) As visões são sempre reais ou são algumas vezes efeito da imaginação? Não serão, algumas vezes, efeito da alucinação? Quando vemos em sonho, ou de outra maneira, o diabo, ou outras coisas fantásticas, que não existem, não será isso um produto da imaginação? 
         — Sim, algumas vezes, quando dá muita atenção a certas leituras, ou a histórias de feitiçarias, que impressionam, a pessoa, lembrando-se mais tarde dessas coisas, julga ver o que não existe. Mas, também, já temos dito que o Espírito, sob o seu envoltório semimaterial, pode tomar todas as formas para se manifestar. Pode, pois, um Espírito brincalhão aparecer com chifres e garras, se o quiser, para divertir-se à custa da credulidade daquele que o vê, do mesmo modo que um Espírito bom pode mostrar-se com asas e com uma figura radiosa.
         b) Podem-se considerar como aparições os rostos e outras imagens que, muitas vezes, se mostram, quando cochilamos ou simplesmente quando fechamos os olhos? 
         — Desde que os sentidos entram em torpor, o Espírito se desprende e pode ver longe, ou perto, aquilo que lhe não seria possível ver com os olhos. Muito freqüentemente, tais imagens são visões, mas também podem ser efeito das impressões que a vista de certos objetos deixou no cérebro, que lhes conserva os vestígios, como conserva os dos sons. Desprendido, o Espírito vê nos seu próprio cérebro as impressões que aí se fixaram como numa chapa fotográfica. A variedade e a mistura dessas impressões formam os conjuntos estranhos e fugidios, que se apagam quase imediatamente, ainda que se façam os maiores esforços para retê-los. A uma causa idêntica se devem atribuir certas aparições fantásticas que nada têm de reais e que muitas vezes se produzem durante uma enfermidade.
         Admite-se que a memória seja o resultado das impressões conservadas pelo cérebro, mas, por qual fenômeno essas impressões tão variadas e múltiplas não se confundem? Mistério impenetrável, porém, não mais estranho que o das ondas sonoras, que se cruzam no ar e que se conservam distintas. Num cérebro são e bem organizado, essas impressões se revelam nítidas e precisas; num estado menos favorável, elas se apagam e confundem; daí a perda da memória, ou a confusão das idéias. Ainda menos extraordinário parecerá isto, ao se admitir, como se admite, em frenologia, uma destinação especial a cada parte e, até, a cada fibra do cérebro.
         As imagens transmitidas ao cérebro pelos olhos deixam ali sua impressão, que permite lembrar-se de um quadro como se ele estivesse presente, embora se trate de uma questão de memória, pois nada se vê. Ora, em certos estados de emancipação, a alma vê o que está no cérebro, onde torna a encontrar aquelas imagens, sobretudo as que mais o chocaram, segundo a natureza das preocupações, ou as disposições íntimas. E assim que reencontra a impressão de cenas religiosas, diabólicas, dramáticas, mundanas, figuras de animais esquisitos, que ela viu outrora em pinturas ou ouviu em narrações, porque também as narrativas deixam impressões. Assim, a alma vê realmente, mas, apenas uma imagem fotográfica no cérebro. 
         No estado normal, essas imagens são fugidias, efêmeras, porque todas as secções cerebrais funcionam livremente, ao passo que, a doença, o cérebro enfraquece, o equilíbrio entre todos os órgãos deixa de existir, conservando somente alguns a sua atividade, enquanto que outros se acham de certa forma paralisados. Daí a permanência de determinadas imagens, que as preocupações da vida exterior não mais conseguem apagar, como se dá no estado normal. Essa a verdadeira alucinação e causa primária das idéias fixas. 
         Como se vê, explicamos esta anomalia por uma lei fisiológica muito conhecida, a das impressões cerebrais. Porém, foi sempre necessário fazer intervir a alma. Ora, se os materialistas ainda não puderam apresentar uma explicação satisfatória desse fenômeno, é porque não querem admitir a alma. Por isso mesmo, dirão que a nossa explicação é má, pois nos apoiamos num princípio que é contestado. Mas contestado por quem? Por eles, mas admitido pela maioria dos homens, desde que há homens na Terra. A negação de alguns não pode constituir lei.
 
         Nossa explicação é boa? Damo-la pelo que possa valer na falta de outra, e, se quiserem, a título de simples hipótese, enquanto outra melhor não aparece; ela pode explicar todos os casos de visões? Certamente que não. Contudo, desafiamos os fisiologistas a apresentarem uma que explique todos os casos. Porque nada apresentam quando pronunciam as palavras - superexcitação e exaltação. Assim sendo, desde que todas as teorias da alucinação se mostram incapazes de explicar os fatos, é que alguma outra coisa há, que não a alucinação propriamente dita. Seria falsa a nossa teoria, se a aplicássemos a todos os casos de visão, pois que alguns poderiam contradizê-la. Pode ser legítima, se aplicada a alguns efeitos. 
         E concluímos o estudo do capítulo VI, transcrevendo as observações de Herculano Pires, tradutor de O Livro dos Médiuns, ao término desse capítulo:
         "As teorias atuais da alucinação referem-se em geral a alterações do sistema nervoso, com excitações dos neurônios sensoriais, especialmente os da visão e da audição. Insiste-se na explicação fisiológica de todos os caso. Mas a recente aceitação científica dos fenômenos paranormais abriu novas perspectivas nesse campo. Os casos referidos por Kardec são aceitos como de natureza extrafísica por toda a escola de Rhine e mesmo as escolas fisiológicas admitem a veracidade das percepções à distância, da transmissão do pensamento, das previsões e da retrocognição ou visão do passado. A alma, como afirma, Allan Kardec, mostra-se novamente indispensável à formulação de uma teoria satisfatória da alucinação".
BIBLIOGRAFIA:
KARDEC, Allan - O Livro dos Médiuns: 2. Ed. São Paulo: FEESP, 1989 - Cap VI - 2ª Parte.
KARDEC, Allan - Revista Espírita, julho de 1861: EDICEL - Ensaio sobre a Teoria da Alucinação e Variedades: As visões do Sr. O.

Tereza Cristina D'Alessandro
Dezembro / 2004

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