– ALLAN KARDEC
CAPÍTULO XI – AMAR O PRÓXIMO COMO
A SI MESMO
INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS: ITEM 14
CARIDADE COM OS CRIMINOSOS
Elizabeth de França
lembra, nesta mensagem, da caridade em relação aos criminosos, aos infelizes,
também filhos de Deus, a quem Ele ama e lhes dará o perdão e a misericórdia,
após seu arrependimento, dando-lhes novas oportunidades de reparação e de
aperfeiçoamento, como faz para com todos.
O
amor de Deus, sempre absoluto, não faz distinção de pessoas, porque Ele é
imutável e a parábola da ovelha perdida, narrada por Mateus, 18: 10 a 14, por
Lucas, 15:3 a 7, a dos Trabalhadores da Última Hora, Mateus, 20: 1 a 16, dando
oportunidades a todos que quiseram trabalhar, a parábola do Filho Pródigo,
Lucas, 15:11 a 32, contadas por Jesus, atestam bem o amor do Pai por todos os
seus filhos.
Seu
amor e misericórdia são imutáveis e sua justiça também, portanto, cada um
receberá sempre segundo suas obras.
Lembra
a autora que caridade não é só dar esmolas nem mesmo quando acompanhadas de
palavras de consolação. É muito mais do que isso.
É
ser benevolente, constantemente, e em todas as coisas para com o próximo, e ser
benevolente é ter boa vontade para com os outros, tanta quanto a deseja para
si.
Assim,
ser caridoso com os criminosos não é deixar-lhes livres para continuar
cometendo desatinos, mas sim, compreendê-los como pessoas equivocadas.
Considerá-los
como doentes, muito necessitados, filhos de Deus, criados como todos os demais,
que um dia, graças às leis divinas, tornar-se-ão bons e sábios, exatamente,
como todos.
Ser
caridoso com os criminosos é pensar neles, com piedade pelo que fazem orar por
eles, pedindo a Deus, que eles possam conhecer a realidade da vida espiritual,
eterna e progressiva, a fim de que se arrependam e busquem transformar-se, ao
invés de pensar e dizer: “É um miserável; deve ser extirpado da Terra”.
Jesus
diria isso?!
Afirma
a autora que se deve sempre perdoar os criminosos. Recusando esse perdão, a
pessoa está sendo mais repreensível, mais culpada do que eles, porque quase
sempre esses criminosos “não conhecem a Deus como o conheceis, e lhes será
pedido menos do que a vós”.
Não
se deve esquecer nunca de que os homens são julgados pelas leis divinas,
exatamente com julgam os outros, e que enquanto Espíritos em desenvolvimento,
estamos, todos nós, sujeitos a erros, a enganos e todos precisamos de
indulgência.
Menciona
ela algo muito importante, nem sempre evidenciado, no viver cotidiano: “Não
sabeis que há muitas ações que são crimes aos olhos do Deus de pureza, mas que
o mundo não considera sequer como faltas leves?”
No
processo evolutivo do Espírito imortal, sua responsabilidade nos seus atos, é
sempre de acordo com seu entendimento. Quanto mais inferior, menos se lhe é
exigido, pois, ninguém pode dar o que não possui; quanto mais evolui em
entendimento, mais responsável é pelo que sente, pensa e faz.
Perdoar
aos criminosos, não é, pois, livrá-los das conseqüências dos seus atos, mas
amenizá-las tanto quanto possível, na confiança de sua regeneração, na sua
perfectibilidade e nas leis de Deus.
Um
dia, a lei divina trazida por Jesus reinará no mundo. Para isso é preciso que
nos amemos uns aos outros como filhos de um mesmo Pai, com a mesma origem, o
mesmo destino, as mesmas potencialidades, as mesmas oportunidades.
Por
isso, não devemos desprezar ninguém. A presença de grandes criminosos na Terra
é possível, por ser ela um mundo de expiações e de provas, onde estamos todos
nos desenvolvendo, nas variadas experiências que este viver nos propicia.
Assim,
o bem e o mal se mesclam, para que os homens aprendam e distingui-los,
acolhendo um e rejeitando o outro, mas amparando sempre o que faz o mal.
Dessa
maneira, o mal na Terra pode se constituir em instrumento de aprendizado para a
evolução espiritual do Espírito imortal.
Quando
a lei do amor imperar na Terra, não haverá mais necessidade dessa mescla de bem
e mal “e todos os Espíritos impuros serão dispersados pelos mundos inferiores,
de acordo com as suas tendências” , onde irão continuar seu desenvolvimento
moral.
Bibliografia:
KARDEC, Allan - “O
Evangelho Segundo o Espiritismo”
Leda de Almeida Rezende Ebner
Janeiro/ 2010
Citações bíblicas
MATEUS 18
10 Vede,
não desprezeis a nenhum destes pequeninos; pois eu vos digo que os seus anjos
nos céus sempre vêm a face de meu Pai, que está nos céus.
11
[Porque o Filho do homem veio salvar o que se havia perdido.]
12 Que
vos parece? Se alguém tiver cem ovelhas, e uma delas se extraviar, não deixará
as noventa e nove nos montes para ir buscar a que se extraviou?
13 E, se
acontecer achá-la, em verdade vos digo que maior prazer tem por esta do que
pelas noventa e nove que não se extraviaram.
14 Assim
também não é da vontade de vosso Pai que está nos céus, que venha a perecer um
só destes pequeninos.
LUCAS 15
3 Então
ele lhes propôs esta parábola:
4 Qual
de vós é o homem que, possuindo cem ovelhas, e perdendo uma delas, não deixa as
noventa e nove no deserto, e não vai após a perdida até que a encontre?
5 E
achando-a, põe-na sobre os ombros, cheio de júbilo;
6 e
chegando a casa, reúne os amigos e vizinhos e lhes diz: Alegrai-vos comigo,
porque achei a minha ovelha que se havia perdido.
7
Digo-vos que assim haverá maior alegria no céu por um pecador que se arrepende,
do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento.
MATEUS 20
1
Porque o reino dos céus é semelhante a um homem, proprietário, que saiu de
madrugada a contratar trabalhadores para a sua vinha.
2
Ajustou com os trabalhadores o salário de um denário por dia, e mandou-os para
a sua vinha.
3 Cerca
da hora terceira saiu, e viu que estavam outros, ociosos, na praça,
4 e
disse-lhes: Ide também vós para a vinha, e dar-vos-ei o que for justo. E eles
foram.
5 Outra
vez saiu, cerca da hora sexta e da nona, e fez o mesmo.
6
Igualmente, cerca da hora undécima, saiu e achou outros que lá estavam, e
perguntou-lhes: Por que estais aqui ociosos o dia todo?
7
Responderam-lhe eles: Porque ninguém nos contratou. Disse-lhes ele: Ide também
vós para a vinha.
8 Ao anoitecer, disse o senhor da vinha ao seu mordomo: Chama
os trabalhadores, e paga-lhes o salário, começando pelos últimos até os
primeiros.
9
Chegando, pois, os que tinham ido cerca da hora undécima, receberam um denário
cada um.
10
Vindo, então, os primeiros, pensaram que haviam de receber mais; mas do mesmo
modo receberam um denário cada um.
11 E ao
recebê-lo, murmuravam contra o proprietário, dizendo:
12 Estes
últimos trabalharam somente uma hora, e os igualastes a nós, que suportamos a
fadiga do dia inteiro e o forte calor.
13 Mas
ele, respondendo, disse a um deles: Amigo, não te faço injustiça; não ajustaste
comigo um denário?
14 Toma
o que é teu, e vai-te; eu quero dar a este último tanto como a ti.
15 Não
me é lícito fazer o que quero do que é meu? Ou é mau o teu olho porque eu sou
bom?
16 Assim
os últimos serão primeiros, e os primeiros serão últimos.
LUCAS 15
11
Disse-lhe mais: Certo homem tinha dois filhos.
12 O
mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me toca.
Repartiu-lhes, pois, os seus haveres.
13
Poucos dias depois, o filho mais moço ajuntando tudo, partiu para um país
distante, e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente.
14 E,
havendo ele dissipado tudo, houve naquela terra uma grande fome, e começou a
passar necessidades.
15 Então
foi encontrar-se a um dos cidadãos daquele país, o qual o mandou para os seus
campos a apascentar porcos.
16 E
desejava encher o estômago com as alfarrobas que os porcos comiam; e ninguém
lhe dava nada.
17
Caindo, porém, em si, disse: Quantos empregados de meu pai têm abundância de
pão, e eu aqui pereço de fome!
18
Levantar-me-ei, irei ter com meu pai e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e
diante de ti;
19 já
não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus empregados.
20
Levantou-se, pois, e foi para seu pai. Estando ele ainda longe, seu pai o viu,
encheu-se de compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou.
21
Disse-lhe o filho: Pai, pequei conta o céu e diante de ti; já não sou digno de
ser chamado teu filho.
22 Mas o
pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, e vesti-lha, e
ponde-lhe um anel no dedo e alparcas nos pés;
23
trazei também o bezerro, cevado e matai-o; comamos, e regozijemo-nos,
24
porque este meu filho estava morto, e reviveu; tinha-se perdido, e foi achado.
E começaram a regozijar-se.
25 Ora,
o seu filho mais velho estava no campo; e quando voltava, ao aproximar-se de
casa, ouviu a música e as danças;
26 e
chegando um dos servos, perguntou-lhe que era aquilo.
27
Respondeu-lhe este: Chegou teu irmão; e teu pai matou o bezerro cevado, porque
o recebeu são e salvo.
28 Mas
ele se indignou e não queria entrar. Saiu então o pai e instava com ele.
29 Ele,
porém, respondeu ao pai: Eis que há tantos anos te sirvo, e nunca transgredi um
mandamento teu; contudo nunca me deste um cabrito para eu me regozijar com meus
amigos;
30
vindo, porém, este teu filho, que desperdiçou os teus bens com as meretrizes,
mataste-lhe o bezerro cevado.
31 Replicou-lhe o pai: Filho, tu sempre estás comigo, e tudo o
que é meu é teu;
32 era
justo, porém, regozijarmo-nos e alegramo-nos, porque este teu irmão estava
morto, e reviveu; tinha-se perdido, e foi achado.
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