CAPÍTULO XI: AMAR O PRÓXIMO COMO A SI MESMO
INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS: O EGOÍSMO - ITEM 12
Blaise
Pascal, cientista francês e filósofo religioso, nasceu em 19 de junho de 1623,
em Clermont. Estudou com seu pai, Pascal d’Etienne, um nobre e funcionário do
governo, demonstrando uma genialidade precoce em matemática e ciência,
principalmente física.
Aos
16 anos escreveu um Tratado sobre as secções dos cones, que ganhou o respeito
dos matemáticos de Paris. Aos 19, construiu uma máquina calculadora, para
ajudar seu pai nos cálculos complicados que precisava fazer no seu trabalho na
prefeitura.
Desenvolveu
estudos em geometria, hidrodinâmica, hidrostática e pressão atmosférica,
descobriu a lei, que foi denominada Lei de Pressão Pascal.
A ele é creditado a descoberta da
teoria matemática da probabilidade.
Em
1646, seu pai sofreu um acidente e foi cuidado, com muita dedicação por dois
enfermeiros jansenistas, até curar-se, deixando a família impressionada com o
ideal religioso.
Na
noite de 23 de novembro de 1654, Pascal teve uma experiência espiritual,
entrando em estase, por duas horas, teve uma visão, que o levou a decidir-se
pela religião católica.
Participou
do movimento religioso na França, conhecido como Jansenismo, segundo as idéias
de Cornelius Otto Jansen (1585-1636), teólogo e bispo católico, holandês. Seus
escritos foram publicados dois anos após sua morte, num livro chamado
Augustinus, que confrontava a teologia de Santo Agostinho com as tendências do
catolicismo de então, principalmente, os jesuítas.
Em
defesa do teólogo Antoine Arnauld, jansenista ativo, excluído da Faculdade de
Teologia de Paris, onde era professor, Pascal, escreveu 18 cartas, a um
provincial e aos jesuítas, mais tarde publicadas em livro “Letres
Provinciales”, sendo também condenado pelos professores de Teologia da
Sorbonne.
A
partir de 1655, viveu de modo ascético e desenvolveu marcantes trabalhos na
área da filosofia, sendo, nessa área, sua obra mais importante “Pensamentos”,
escritos nos seus últimos anos de vida na Terra, onde apresenta suas idéias
sobre a fé em Deus e sobre o sofrimento humano, publicado anos após seu
desencarne, em 19 de agosto de 1662, de um tumor cancerígeno no estômago, que
chegou ao cérebro. *
“Se os homens se amassem,
reciprocamente, a caridade seria mais bem praticada. Mas para isso, seria
necessário que vos esforçásseis no sentido de livrar o vosso coração dessa
couraça que o envolve a fim de torná-lo mais sensível ao sofrimento do
próximo.”
Assim,
inicia Pascal sua mensagem.
A
couraça a ser eliminada é a do egoísmo, que impede o homem de sensibilizar-se
com as necessidades dos outros, com suas dores e seus sofrimentos, levando-o a
ver-se, somente a si, como o centro de tudo e de todos
A
rigidez, em relação aos demais, mata os bons sentimentos, impedindo-os de se
desenvolver.
Assim,
o egoísmo impede o desenvolvimento do amor ao próximo, que deve se desenvolver,
segundo determinação divina, nos corações de toda a humanidade.
Pascal
também cita Jesus, como O Modelo a ser seguido.
Ensinava,
exemplificava, atendia a todos que o procuravam, ouvindo-os, dando-lhes
atenção, não se importando com as reações de ninguém, sem receio do que
pudessem pensar ou falar, como demonstram diversas passagens dos Evangelhos,
tais como: a conversa com a samaritana, que muito surpreendeu seus discípulos
(João, IV: 1 a 30), a visita à casa de Zaqueu, mal visto por seus conterrâneos,
por ser cobrador de impostos (Lucas: XIX: 1 a 10), curando aos sábados, dia
proibido às atividades não religiosas, sendo essas as prescritas pela religião.
(Mateus, 12: 1 a 8), comendo com publicanos e pecadores (Mateus, IX: 10 a 12) e
muitas mais.
Com
serenidade, continuava a dizer coisas novas, contrariando, muitas e muitas vezes,
as concepções da época.
Sabia
que provocava revolta em uns, medo em outros, mas continuava ensinando,
despertando consciências, aliviando dores, curando doenças, esclarecendo
dúvidas, estimulando inteligências a pensar, sereno, tranqüilo, consciente da
sua tarefa de lançar sementes aos que o ouviam, porque confiava em Deus, nas
Suas leis e na perfectibilidade dos homens.
Jesus
é o Maior Exemplo de vivência de amor ao próximo, sem qualquer sinal de
egoísmo.
Quando
grande parte dos homens, ou a sua maioria tiver a preocupação de viver a
caridade, uns para com os outros, quando procurarem fazer bem aos seus
próximos, sem eximir-se da responsabilidade, que é de todos, do auxilio mútuo,
sempre, nas suas necessidades, o mal, envergonhado, se anulará, porque se
sentirá deslocado.
Então,
os egoístas restantes quererão aprender a amar o próximo como a si mesmo.
Pascal
conclama os espíritas a darem esse exemplo, sendo caridosos para com todos,
indistintamente.
Lembremo-nos,
nós, os espíritas, que a caridade começa em casa, devendo continuar nos Centros
Espíritas, nos locais de trabalho, de lazer, expandindo-se por toda parte, onde
estivermos.
“O egoísmo é a negação da caridade.
Ora, sem a caridade, não há tranqüilidade na vida social, e digo mais, não há
segurança. Com o egoísmo e o orgulho, que andam de mãos dadas, essa vida será
sempre uma corrida favorável ao mais esperto, uma luta de interesses, em que as
mais santas afeições são calcadas aos pés, em que, nem mesmo os sagrados laços
de família são respeitados”.
Essas
duas últimas frases de Pascal parecem-me muito apropriadas ainda para os dias
de hoje, diante da situação de violência e de insegurança, existentes em quase
todas as nações, e da valorização da inteligência, do dinheiro e do poder,
usados com esperteza, com malícia, com mentiras em favor de interesses
particulares ou públicos, no desprezo aos sofrimentos, necessidades materiais e
espirituais de muitos.
Sem
o combate individual e coletivo na eliminação do egoísmo e do orgulho, os
homens continuarão fazendo sua evolução espiritual de forma muito mais lenta e
mais sofrida do que com a caridade, que estimula a solidariedade, a
fraternidade entre todos, homens e nações, levando-os ao amor ao próximo como a
si mesmo.
*
Dados extraídos da Internet: Jornal Mundo Espírita- setembro de 2001
Bibliografia:
KARDEC, Allan - “O Evangelho Segundo o
Espiritismo”
Leda de Almeida Rezende Ebner
Novembro / 2009
JOÃO 4
1
Quando, pois, o Senhor soube que os fariseus tinham ouvido dizer que ele,
Jesus, fazia e batizava mais discípulos do que João
2
(ainda que Jesus mesmo não batizava, mas os seus discípulos)
3
deixou a Judéia, e foi outra vez para a Galiléia.
4 E
era-lhe necessário passar por Samária.
5
Chegou, pois, a uma cidade de Samária, chamada Sicar, junto da herdade que Jacó
dera a seu filho José;
6
achava-se ali o poço de Jacó. Jesus, pois, cansado da viagem, sentou-se assim
junto do poço; era cerca da hora sexta.
7 Veio
uma mulher de Samária tirar água. Disse-lhe Jesus: Dá-me de beber.
8 Pois
seus discípulos tinham ido à cidade comprar comida.
9 Disse-lhe
então a mulher samaritana: Como, sendo tu judeu, me pedes de beber a mim, que
sou mulher samaritana? (Porque os judeus não se comunicavam com os
samaritanos.)
10
Respondeu-lhe Jesus: Se tivesses conhecido o dom de Deus e quem é o que te diz:
Dá-me de beber, tu lhe terias pedido e ele te haveria dado água viva.
11
Disse-lhe a mulher: Senhor, tu não tens com que tirá-la, e o poço é fundo;
donde, pois, tens essa água viva?
12 És
tu, porventura, maior do que o nosso pai Jacó, que nos deu o poço, do qual
também ele mesmo bebeu, e os filhos, e o seu gado?.
13
Replicou-lhe Jesus: Todo o que beber desta água tornará a ter sede;
14 mas
aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede; pelo contrário, a água
que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que jorre para a vida eterna.
15
Disse-lhe a mulher: Senhor, dá-me dessa água, para que não mais tenha sede, nem
venha aqui tirá-la.
16
Disse-lhe Jesus: Vai, chama o teu marido e vem cá.
17
Respondeu a mulher: Não tenho marido. Disse-lhe Jesus: Disseste bem: Não tenho
marido;
18
porque cinco maridos tiveste, e o que agora tens não é teu marido; isso
disseste com verdade.
19
Disse-lhe a mulher: Senhor, vejo que és profeta.
20
Nossos pais adoraram neste monte, e vós dizeis que em Jerusalém é o lugar onde
se deve adorar.
21
Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me, a hora vem, em que nem neste monte, nem em
Jerusalém adorareis o Pai.
22 Vós
adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos; porque a salvação
vem dos judeus.
23 Mas a
hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em
espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem.
24 Deus
é Espírito, e é necessário que os que o adoram o adorem em espírito e em
verdade.
25
Replicou-lhe a mulher: Eu sei que vem o Messias (que se chama o Cristo); quando
ele vier há de nos anunciar todas as coisas.
26
Disse-lhe Jesus: Eu o sou, eu que falo contigo.
27 E
nisto vieram os seus discípulos, e se admiravam de que estivesse falando com
uma mulher; todavia nenhum lhe perguntou: Que é que procuras? ou: Por que falas
com ela?
28
Deixou, pois, a mulher o seu cântaro, foi à cidade e disse àqueles homens:
29
Vinde, vede um homem que me disse tudo quanto eu tenho feito; será este,
porventura, o Cristo?
30
Saíram, pois, da cidade e vinham ter com ele.
LUCAS 19
1 Tendo
Jesus entrado em Jericó, ia atravessando a cidade.
2 Havia
ali um homem chamado Zaqueu, o qual era chefe de publicanos e era rico.
3 Este
procurava ver quem era Jesus, e não podia, por causa da multidão, porque era de
pequena estatura.
4 E
correndo adiante, subiu a um sicômoro a fim de vê-lo, porque havia de passar
por ali.
5
Quando Jesus chegou àquele lugar, olhou para cima e disse-lhe: Zaqueu, desce
depressa; porque importa que eu fique hoje em tua casa.
6
Desceu, pois, a toda a pressa, e o recebeu com alegria.
7 Ao
verem isso, todos murmuravam, dizendo: Entrou para ser hóspede de um homem
pecador.
8
Zaqueu, porém, levantando-se, disse ao Senhor: Eis aqui, Senhor, dou aos pobres
metade dos meus bens; e se em alguma coisa tenho defraudado alguém, eu lho
restituo quadruplicado.
9
Disse-lhe Jesus: Hoje veio a salvação a esta casa, porquanto também este é
filho de Abraão.
10
Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido.
MATEUS 12
1
Naquele tempo passou Jesus pelas searas num dia de sábado; e os seus
discípulos, sentindo fome, começaram a colher espigas, e a comer.
2 Os
fariseus, vendo isso, disseram-lhe: Eis que os teus discípulos estão fazendo o
que não é lícito fazer no sábado.
3 Ele,
porém, lhes disse: Acaso não lestes o que fez Davi, quando teve fome, ele e
seus companheiros?
4 Como
entrou na casa de Deus, e como eles comeram os pães da proposição, que não lhe
era lícito comer, nem a seus companheiros, mas somente aos sacerdotes?
5 Ou
não lestes na lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado, e
ficam sem culpa?
6 Digo-vos,
porém, que aqui está o que é maior do que o templo.
7 Mas,
se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifícios, não
condenaríeis os inocentes.
8
Porque o Filho do homem até do sábado é o Senhor.
MATEUS 9
10 Ora,
estando ele à mesa em casa, eis que chegaram muitos publicanos e pecadores, e
se reclinaram à mesa juntamente com Jesus e seus discípulos.
11 E os
fariseus, vendo isso, perguntavam aos discípulos: Por que come o vosso Mestre
com publicanos e pecadores?
12
Jesus, porém, ouvindo isso, respondeu: Não necessitam de médico os sãos, mas
sim os enfermos.
Centro
Espírita Batuira
cebatuira@cebatuira.org.br
Rua Rodrigues Alves,588
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