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terça-feira, 31 de maio de 2016

A Fé Ativa construindo uma Nova Era 23 #Exortação a Perseverar na Fé

A Fé Ativa construindo uma Nova Era 23

Módulo/Eixo Temático: A Fé Ativa

Exortação a Perseverar na Fé

(Paulo de Tarso, in “Epístola aos Hebreus” – cap. X, itens 19 a 39)

19 Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus,

20 Pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne,

21 E tendo um grande sacerdote sobre a casa de Deus,

22 Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da má consciência, e o corpo lavado com água limpa,

23 Retenhamos firmes a confissão da nossa esperança; porque fiel é o que prometeu.

24 E consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e ás boas obras,

25 Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia.

26 Porque, se pecarmos voluntariamente, depois de termos recebido o conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados,

27 Mas uma certa expectação horrível de juízo, e ardor de fogo, que há de devorar os adversários.

28 Quebrantando alguém a lei de Moisés, morre sem misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas.
29 De quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue da aliança com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça?

30 Porque bem conhecemos aquele que disse: Minha é a vingança, eu darei a recompensa, diz o Senhor. E outra vez: O Senhor julgará o seu povo.

31 Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo.

32 Lembrai-vos, porém, dos dias passados, em que, depois de serdes iluminados, suportastes grande combate de aflições.

33 Em parte fostes feitos espetáculo com vitupérios e tribulações, e em parte fostes participantes com os que assim foram tratados.

34 Porque também vos compadecestes das minhas prisões, e com alegria permitistes o roubo dos vossos bens, sabendo que em vós mesmos tendes nos céus uma possessão melhor e permanente.

35 Não rejeiteis, pois, a vossa confiança, que tem grande e avultado galardão.

36 Porque necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, possais alcançar a promessa.

37 Porque ainda um pouquinho de tempo, E o que há de vir virá, e não tardará.

38 Mas o justo viverá da fé; E, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele.


39 Nós, porém, não somos daqueles que se retiram para a perdição, mas daqueles que creem para a conservação da alma.

domingo, 29 de maio de 2016

ESTUDO 67 O LIVRO DOS MÉDIUNS - SEGUNDA PARTE DAS MANIFESTAÇÕES ESPIRITAS – CAPITULO XVI - MÉDIUNS ESPECIAIS - Estudo 67 - Item 189 Variedades especiais para os efeitos físicos – Médiuns noturnos e médiuns pneumatógrafos

 O LIVRO DOS MÉDIUNS

(Guia dos Médiuns e dos Doutrinadores)

por
ALLAN KARDEC

Contém o ensino especial dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o Mundo Invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os escolhos que se podem encontrar na prática do Espiritismo.

SEGUNDA PARTE

DAS MANIFESTAÇÕES ESPIRITAS

CAPITULO XVI

MÉDIUNS ESPECIAIS

Estudo 67 - Item 189 Variedades especiais para os efeitos físicos – Médiuns noturnos e médiuns pneumatógrafos

Médiuns noturnosos que só na obscuridade obtêm certos efeitos físicos. Esta é a resposta que dada pelo Espírito Erasto sobre a possibilidade de se considerar esses médiuns como uma variedade: 

"Certamente se pode fazer disso uma especialidade, mas esse fenômeno é devido mais às condições ambientes do que à natureza do médium, ou dos Espíritos. Devo acrescentar que alguns escapam a essa influência do meio e que os médiuns noturnos, em sua maioria, poderiam chegar, pelo exercício, a operar tão bem no claro, quanto na obscuridade. 

É pouco numerosa esta espécie de médiuns. É, cumpre dizê-lo, graças a essa condição, que oferece plena liberdade ao emprego dos truques da ventriloquia e dos tubos acústicos é que os charlatães abusam muito da credulidade, fazendo-se passar por médiuns, a fim de ganharem dinheiro. Mas, que importa? Os farsantes de gabinete como os da praça pública serão cruelmente desmascarados e os Espíritos lhes provarão que andam mal, imiscuindo-se na obra deles. Repito: alguns charlatães receberão, de modo bastante rude, o castigo que os desgostará do oficio de falsos médiuns. Aliás, tudo isso pouco durará." - ERASTO.

Médiuns pneumatógrafos os que obtêm a escrita direta. Fenômeno muito raro e, sobretudo, muito fácil de ser imitado pelos trapaceiros. Consiste em se colocar uma folha de papel dobrada em qualquer lugar ou em local indicado pelo Espírito, durante dez minutos, um quarto de hora ou mais. A prece e o recolhimento são essenciais. Numa reunião de pessoas pouco sérias ou curiosas simplesmente nada se obterá e é muito fácil de ser usada por trapaceiros.

Não confundir com médium escrevente ou psicógrafo.

Recordando o estudo do capítulo XIV  Médiuns pneumatógrafos:

Pneumatografia - (Do grego - pneuma - ar, sopro, vento, espírito, e graphô, escrevo.) - Escrita direta dos Espíritos, sem o auxílio da mão de um médium.

O fenômeno da escrita direta é, indiscutivelmente, um dos mais extraordinários do Espiritismo. Mas, por mais estranho que pareça, constitui hoje fato averiguado e incontestável. Se a teoria é necessária para a compreensão dos fenômenos espíritas em geral, talvez mais necessária ainda se faz neste caso que, sem contestação, é um dos mais estranhos que se possam apresentar, porém que deixa de parecer sobrenatural, desde que se lhe compreenda o princípio. 

Em nota à questão 189, Allan Kardec esclarece que: “(...) Os Espíritos insistiram, contra a nossa opinião, em incluir a escrita direta entre os fenômenos de ordem física, pela razão, disseram eles, de que:” Os efeitos inteligentes são aqueles para cuja produção o Espírito se serve dos materiais existentes no cérebro do médium, o que não se dá na escrita direta. A ação do médium é aqui toda material, ao passo que no médium escrevente, ainda que completamente mecânico, o cérebro desempenha sempre um papel ativo.”.

 Dá-se este nome aos médiuns que têm aptidão para obter a escrita direta, o que não é possível a todos os médiuns escreventes (psicógrafos). Esta faculdade, até agora, se mostra muito rara.

Bibliografia:


KARDEC, Allan - O Livro dos Médiuns: 2.ed. São Paulo: FEESP, 1989 - Cap XVI - 2ª Parte – item 189 e item177


BIGHETTI, Leda Marques – Educação Mediúnica “Teoria e Prática” 1º volume: 1.ed Ribeirão Preto: BELE, 2005 – pág 164 e 165
         

Tereza Cristina D'Alessandro
Junho / 2007


Centro Espírita Batuíra
cebatuira@cebatuira.org.br


Ribeirão Preto - SP

sábado, 28 de maio de 2016

#17 – O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO - CAPÍTULO II: MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO ITENS 6 E 7: O PONTO DE VISTA PARTE 2

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO – XVII

CAPÍTULO II: MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO

ITENS 6 E 7: O PONTO DE VISTA

PARTE 2

No estudo anterior vimos como a aceitação do fato da continuidade da vida dá ao homem o equilíbrio e a serenidade para melhor compreender os reveses, as dificuldades do viver na Terra, auxiliando-o a não supervalorizá-los, a compreendê-los, aceitá-los, como desafios próprios do viver na Terra, tendo em vista que aqui estamos de passagem.

Isso não quer dizer que vamos desprezar as coisas materiais, valorizando apenas a espirituais. Não, isso não acontece, visto que o homem traz em si o impulso do progresso e da sobrevivência buscando sempre o seu bem-estar e a melhoria do ambiente onde vive.

“Ele trabalha, portanto, por necessidade, por gosto e por dever e com isso cumpre os desígnios da Providência, que o colocou na Terra para esse fim. Só aquele que considera o futuro pode dar ao presente uma importância relativa, consolando-se, facilmente, de seus reveses, ao pensar no destino que o aguarda.”

A aceitação da vida futura estimula o desenvolvimento da inteligência na busca dos bens materiais, no uso desses prazeres, mas sem prejuízo das necessidades espirituais. Quando Jesus declarou: O meu reino não é deste mundo, referia-se à predominância da valorização que o homem dá aos bens e prazeres materiais, em detrimento dos interesses da alma, que o leva a desenvolver em si o orgulho, o egoísmo e suas consequências.

Aquele que compreende a vida futura valoriza os bens e prazeres da Terra pelos benefícios que eles lhe trazem à alma, como meios de enriquecimento espiritual, colocando as necessidades espirituais acima das necessidades materiais.

Vive-se na Terra para desenvolver as potencialidades do Espírito imortal e essa aceitação leva o homem a dar às coisas da Terra o valor relativo que elas têm para se atingir aquela finalidade.

Kardec faz uma comparação simples e esclarecedora. Escreve que o homem “que se identifica com a vida futura é semelhante a um homem rico, que perde uma pequena soma sem se perturbar; e aquele que concentra os seus pensamentos na vida terrestre é como o pobre que, ao perder tudo o que possui cai em desespero.” Ele usa de duas situações próprias do viver na Terra, para mostrar que aquele que compreende a vida futura age em qualquer circunstância, como o rico que não se abala com a perda de uma quantia de dinheiro que não lhe faz falta. Se vivemos eternamente, por que se desesperar com essa ou aquela situação mais difícil? O que significa tal fato no viver eternamente?

O espiritismo veio, justamente, demonstrar a realidade da vida espiritual, na comprovação da existência do mundo espiritual, ampliando a compreensão do processo evolutivo do homem. A vida na Terra é apenas uma passagem, importante para o aprendizado e crescimento espiritual, mas apenas um “elo do conjunto harmonioso e grandioso da obra do Criador.”

O espiritismo “revela a solidariedade que liga todas as existências de um mesmo ser, todos os seres de um mesmo mundo e os seres de todos os mundos”, oferecendo “uma base e uma razão de ser à fraternidade universal.” “Essa solidariedade das partes de um mesmo todo explica o que é inexplicável, quando apenas consideramos uma parte.”

Os esclarecimentos do espiritismo a respeito da vida futura fornecem ao homem uma visão muito mais ampla e profunda da vida, do ser, da dor, do sofrimento, das leis divinas.

Precisamos estudar refletir, analisar, enfim apreender o melhor possível à idéia de vida eterna, esclarecida pelo espiritismo, introduzi-la dentro de nós, de tal forma que nada sintamos, pensemos e façamos sem sua presença, sem seu norteamento, sem seu direcionamento. Só assim seremos capazes de sentirmo-nos serenos e tranqüilos, confiantes em Deus, em Jesus, diante dos revezes, dos sofrimentos próprios do viver de Espíritos ainda muito imperfeitos em um mundo também imperfeito.

Somente com a certeza da vida futura podemos aproveitar melhor a vida presente, o momento presente, porque ela nos faz olhar dentro e ao redor de nós, com olhos de esperança, de solidariedade, de confiança em Deus, em Jesus, em nós e nos homens.


Leda de Almeida Rezende Ebner
Outubro / 2002

Centro Espírita Batuira
cebatuira@cebatuira.org.br
Ribeirão Preto (SP)


O CENTRO ESPÍRITA BATUIRA esclarece que permanece divulgando os estudos elaborados pela Sra Leda de Almeida Rezende Ebner após o seu desencarne, com a devida AUTORIZAÇÃO da família e por ter recebido a DOAÇÃO DE DIREITOS AUTORIAIS, conforme registros em livros de Atas das reuniões de diretoria deste Centro.

                

sexta-feira, 27 de maio de 2016

ESTUDO EVANGÉLICO 51 - LIVRO PALAVRAS DE VIDA ETERNA - TEMA: PALAVRA FALADA




Livro: Palavras de Vida Eterna


Francisco Cândido Xavier pelo Espírito Emmanuel

 ESTUDO 51

PALAVRA FALADA


"Porque não há coisa oculta que não haja de manifestar-se, nem escondida que não haja de saber-se e vir à luz. Vede, pois, como ouvis." - Jesus. (Lucas, 8:17-18.)

No tema em estudo Emmanuel1 aborda dois aspectos muito importantes a respeito da "Palavra Falada". Num primeiro momento reflete sobre a importância da palavra, a responsabilidade e disciplina do ponto de vista de quem a profere; em seguida destaca que muito mais importante do que saber o que se fala é o "saber ouvir" pois segundo ouvimos podemos semear alívio ou veneno, paz ou guerra, treva ou luz. Isso porque a reação da palavra, a resposta, a continuidade do seu impacto depende de quem a ouve e se não tivermos entendimento, equilíbrio, acabaremos por agravar problemas ao invés de solucioná-los. A oportunidade desses esclarecimentos surge justamente porque ainda não damos à palavra o valor que lhe é devido. Achamos que ela é nada, no entanto, é de importância fundamental, poderoso instrumento de que nos utilizamos no dia-a-dia. Veículo do pensamento é força carreando nosso magnetismo pessoal. Com a palavra podemos construir ou destruir e mais poderosa se torna se for seguida do exemplo pessoal. 

 "(...) por ela recolhemos o ensinamento dos grandes orientadores da Humanidade (...), igualmente com ela recebemos toda espécie de informações no plano evolutivo em que se nos apresenta a luta diária1."

Alguns exemplos significativos da História demonstram a força e o poder da palavra.

"Homens como Napoleão Bonaparte e Hitler manobraram tropas e até mesmo nações inteiras sob o encantamento de suas personalidades, conduzindo-as a terríveis confrontos de incalculáveis perdas materiais e humanas (...). Jesus Cristo trouxe pela palavra a Boa Nova e a demonstrou com sua bondade (...); Mahatma Gandhi, (...) conseguiu a independência de seu país com a ordem da "não violência" e o seu exemplo direto (...)2."

É necessário agir neste campo com a maior prudência, com disciplina e responsabilidade para que não sejamos instrumentos da futilidade e da propagação do mal, pois "nada é tão difícil de abafar como um rumor, nada é tão difícil de cicatrizar como os efeitos de uma história maligna e ociosa."2

Uma vez lançada a palavra foge ao nosso controle.

Informações, idéias, sugestões de toda espécie nos chegam a cada instante. Compete-nos a reflexão, "o saber ouvir", "lubrificar as engrenagens da audição com óleo do amor puro, a fim de que a nossa língua traduza o idioma da compreensão e da paciência, do otimismo e da caridade, porque nem sempre o nosso julgamento é o julgamento da Lei Divina e, conforme asseverou o Cristo de Deus, não há propósito oculto ou atividade transitoriamente escondida que não hajam de vir à luz".

Sugerimos para o exercício da boa palavra e do "saber ouvir", o tema "Palavras" de Emmanuel3.

Bibliografia:

Xavier, Francisco Cândido. "Palavras de Vida Eterna: Palavra Falada". Ditado pelo Espírito Emmanuel. CEC. 17a ed. Uberaba, MG. 1992.

Palhano Jr., L. "A Carta de Tiago. O Uso da Palavra". Editora FRÁTER. Niterói, R.J. 1992.

Xavier, Francisco Cândido. "Vinha de Luz: Palavras" Ditado pelo Espírito Emmanuel. FEB. 4a. ed. Rio de Janeiro, RJ. 1997.

Iracema Linhares Giorgini
Outubro / 2005


Centro Espírita Batuira

cebatuira@cebatuira.org.br
Ribeirão Preto (SP)

quinta-feira, 26 de maio de 2016

Céu inferno_063_2ª parte cap. V - Suicidas - Luís e a pespontadeira de botinas

Céu inferno_063_2ª parte cap. V - Suicidas - Luís e a pespontadeira de botinas

RESUMO PARA ESTUDO

Havia sete para oito meses que Luís G..., oficial sapateiro, namorava uma jovem, Victorine R..., com a qual em breve deveria casar-se, já tendo mesmo corrido os proclamas do casamento.

Neste pé as coisas, consideravam-se quase definitivamente ligados e, como medida econômica, diariamente vinha o sapateiro almoçar e jantar em casa da noiva.

Um dia, ao jantar, sobreveio uma controvérsia a propósito de qualquer futilidade, e, obstinando-se os dois nas opiniões, foram as coisas ao ponto de Luís abandonar a mesa, protestando não mais voltar.

Apesar disso, no dia seguinte veio pedir perdão. (...) Nem protestos, nem lágrimas, nem desesperos puderam demovê-la. Muitos dias ainda se passaram, esperando Luís que a sua amada fosse mais razoável, até que resolveu fazer uma última tentativa: - Chegando a casa da moça, bateu de modo a ser reconhecido, mas a porta permaneceu fechada, recusaram abrir-lha.

(...) O desgraçado moço enterrara uma faca na região do coração, e o ferro ficara-lhe cravado na ferida.

(Sociedade Espírita de Paris, agosto de 1858)

1. - Ao Espírito S. Luís. - A moça, causadora involuntária do suicídio, tem responsabilidade?

R. Sim, porque o não amava.

2. - Então para prevenir a desgraça deveria desposá-lo a despeito da repugnância que lhe causava?

R. Ela procurava uma ocasião de descartar-se, e assim fez em começo da ligação o que viria a fazer mais tarde.

3. - Neste caso, a sua responsabilidade decorre de haver alimentado sentimentos dos quais não participava e que deram em resultado o suicídio do moço?

R. Sim, exatamente.

4. - Mas então essa responsabilidade deve ser proporcional à falta, e não tão grande como se consciente e voluntariamente houvesse provocado o suicídio...

R. É evidente.

5. - E o suicídio de Luís tem desculpa pelo desvario que lhe acarretou a obstinação de Victorine? - R. Sim, pois o suicídio oriundo do amor é menos criminoso aos olhos de Deus, do que o suicídio de quem procura libertar-se da vida por motivos de covardia.

Ao Espírito Luís G..., evocado mais tarde, foram feitas as seguintes perguntas:

1. - Que julgais da ação que praticastes?

R. Victorine era uma ingrata, e eu fiz mal em suicidar-me por sua causa, pois ela não o merecia.

2. - Então não vos amava?

R. Não. A princípio iludia-se, mas a desavença que tivemos abriu-lhe os olhos, e ela até se deu por feliz achando um pretexto para se desembaraçar de mim.

3. - E o vosso amor por ela era sincero?

R. Paixão somente, creia; pois se o amor fosse puro eu me teria poupado de lhe causar um desgosto.

4. - E se acaso ela adivinhasse a vossa intenção persistiria na sua recusa?

R. Não sei, penso mesmo que não, porque ela não é má. Mas, ainda assim, não seria feliz, e melhor foi para ela que as coisas se passassem de tal forma.

5. - Batendo-lhe à porta, tínheis já a ideia de vos matar, caso se desse a recusa?

R. Não, em tal não pensava, porque também não contava com a sua obstinação. Foi somente à vista desta que perdi a razão.

6. - Parece que não deplorais o suicídio senão pelo fato de Victorine o não merecer... E realmente o vosso único pesar?

R. Neste momento, sim; estou ainda perturbado, afigura-se-me estar ainda à porta, conquanto também experimente outra sensação que não posso definir.

7. - Chegareis a compreendê-la mais tarde?

R. Sim, quando estiver livre desta perturbação. Fiz mal, deveria resignar-me... Fui fraco e sofro as consequências da minha fraqueza. A paixão cega o homem a ponto de praticar loucuras, e infelizmente ele só o compreende bastante tarde.

8. - Dizeis que tendes um desgosto... qual é?

R. Fiz mal em abreviar a vida. Não deveria fazê-lo. Era preferível tudo suportar a morrer antes do tempo. Sou portanto infeliz; sofro, e é sempre ela que me faz sofrer, a ingrata. Parece-me estar sempre à sua porta, mas... não falemos nem pensemos mais nisso, que me incomoda muito. Adeus.

Nota - Por isso se vê ainda uma nova confirmação da justiça que preside à distribuição das penas, conforme o grau de responsabilidade dos culpados É à moça, neste caso, que cabe a maior responsabilidade, por haver entretido em Luís, por brincadeira, um amor que não sentia. Quanto ao moço, este já é de sobejo punido pelo sofrimento que lhe perdura, mas a sua pena é leve, porquanto apenas cedeu a um movimento irrefletido em momento de exaltação, que não à fria premeditação dos suicidas que buscam subtrair-se às provações da vida.

QUESTÕES PARA ESTUDO

1. Por que a moça é mais culpada do que o suicida?

2. Quais as atenuantes nesse caso em particular?

3. Como você entende a justiça Divina na aplicação das penas?

Conclusão:

1. Porque foi em função da ação leviana dela em relação a este espírito que provocou a reação do suicídio. ´

2. Foi uma atitude tomada sem premeditação em um momento de grande dor, onde o espírito não pensou no seu ato e nas consequências dele, tendo sido arrebatado, assim, pelo sentimento do momento.

3. A pena é conforme a falta, por isso, nenhuma punição (leia-se consequência de nossos atos negativos) é igual porque não há faltas iguais, embora de mesma natureza.


Sempre haverá atenuantes e/ou agravantes dependendo da razão da ação, do grau evolutivo do espírito e das suas intenções.

quarta-feira, 25 de maio de 2016

A Fé Ativa construindo uma Nova Era 22 #Discurso II

A Fé Ativa construindo uma Nova Era 22

Módulo/Eixo Temático: A Fé Ativa

Discurso II

 (Allan Kardec, in “Viagem Espírita de 1862”)

O Espiritismo apresenta um fenômeno desconhecido na história da filosofia: a rapidez de sua propagação.

Nenhuma outra doutrina oferece exemplo semelhante. Quando se afere o progresso que vem sendo feito, ano após ano, pode-se, sem nenhuma presunção, prever a época em que ele será a crença universal.

A maioria dos países estrangeiros participam do movimento: Áustria, Polônia, Rússia, Itália, Espanha, Constantinopla, etc., contam numerosos adeptos e várias sociedades perfeitamente organizadas. Possuo uma relação onde estão arroladas mais de cem cidades, com grupos em funcionamento. Entre elas, Lyon e Bordeaux ocupam o primeiro lugar. Honremos, pois, essas duas cidades, que se impõem por sua população e sua cultura e onde tão alto e tão firmemente foi hasteada a bandeira do Espiritismo. Muitas outras ambicionam caminhar em suas pegadas.

A esse mesmo respeito palestrei com vários viajantes. Todos estão de acordo em dizer que, a cada ano, registram-se progressos na opinião pública. Os galhofeiros diminuem à vista d’olhos. Mas ao escárnio sucede a cólera.

Ontem riam-se, hoje zangam-se. De acordo com um velho provérbio, isso é de bom augúrio e leva os incrédulos a concluir que à questão deve estar implícito um motivo sério qualquer.

Um fato não menos característico é que tudo quanto os adversários do Espiritismo fizeram para entravar sua marcha, longe de detê-lo, ativou o seu progresso. E pode-se afirmar que, por toda parte, esse progresso está em relação aos ataques sofridos. A imprensa o enalteceu? Todos sabemos que, longe de estender-lhe as mãos, ela lhe tem deitado aos pés; e com isso não conseguiu senão fazê-lo avançar. O mesmo ocorre relativamente aos ataques que, em geral, lhe têm sido endereçados.

Há, pois, com referência ao Espiritismo, um fenômeno que se constitui em uma constante: é que, sem o recurso de qualquer um dos meios habitualmente empregados para alcançar o que se denomina um sucesso, e apesar dos entraves que lhe têm sido impostos, ele não cessa de ganhar terreno, todos os dias, como para dar um desmentido àqueles que predizem seu fim próximo. Será isso uma presunção, uma fanfarrice de nossa parte? Não, trata-se de um fato impossível de ser negado. Ele hauriu sua força em si mesmo, o que prova o poder incoercível dessa ideia. Aqueles a quem isso contraria, pois, farão melhor mudando de partido ou se resignando a deixar passagem franca ao que não podem deter. O caso é que o Espiritismo é uma ideia e quando uma ideia caminha, ela derruba todas as barreiras; não se pode detê-la nas fronteiras, como um pacote de mercadoria. Queimam-se livros, mas não se queimam ideias, e suas próprias cinzas, levadas pelo vento, fazem fecundar a terra onde ela deve frutificar.

Todavia não basta lançar uma ideia ao mundo para que ela crie raízes. Não, certamente! Não se cria à vontade opiniões ou hábitos; o mesmo ocorreu relativamente às invenções e descobertas; mesmo a mais útil se perde se não chega a seu tempo, se a necessidade que está destinada a satisfazer não existe ainda. O mesmo ocorre quanto às doutrinas filosóficas, políticas, religiosas e sociais; é preciso que os Espíritos estejam maduros para aceitá-las. Se chegam muito cedo permanecem em estado latente e, como os frutos plantados fora da estação, não vingam.

Se, pois, o Espiritismo encontra tão numerosas simpatias, é que o seu tempo está chegado, é que os Espíritos estão maduros para recebê-lo, é que ele responde a uma necessidade, a uma aspiração. Tendes disso a prova pelo número, hoje incontável, de pessoas que o acolhem sem estranheza, como algo de muito natural, a partir do momento que se lhes fala a respeito pela primeira vez. E confessam que tudo sempre lhes pareceu ser assim, mas que não eram capazes de definir suas ideias. Sente-se o vazio moral que a incredulidade e o materialismo criam em torno do homem; compreende-se que essas doutrinas cavam um abismo para a sociedade; que destroem os laços mais sólidos: os da fraternidade. E, depois, instintivamente, o homem tem horror ao nada, como a natureza tem horror ao vazio. Eis porque ele acolhe com alegria a prova de que o nada não existe.

Mas dir-se-á, não se lhe ensinou, todos os dias, que o nada não existe? Sem dúvida, isso lhe foi ensinado! Mas, então, como entender que a incredulidade e a indiferença tenham incessantemente crescido neste último século?

É que as provas oferecidas não satisfazem mais, hoje em dia, pois não respondem às necessidades de sua inteligência. O progresso científico e industrial tornou o homem positivo. Este quer se dar conta de tudo. Quer saber o porquê e o como de cada coisa. Compreender para crer se tornou uma necessidade imperiosa. Eis o motivo pelo qual a fé cega já não possui domínio sobre ele. E isso para uns é um mal, para outros um bem. Sem desejar discutir a questão, diremos apenas que assim é a lei da natureza. A humanidade coletivamente, como os indivíduos, tem sua infância e sua idade madura. Quando se encontra na maturidade, atira à distância seu cueiro e quer fazer uso de suas próprias forças, isto é, de sua inteligência. Fazê-la retroceder é tão impossível quanto obrigar um rio a retornar às suas fontes.

Atacar o mérito da fé cega, dir-se-á, é uma impiedade, pois que Deus quer que se aceite sua palavra sem exame.

A fé cega teve sua razão de ser, direi mesmo sua necessidade, mas em um certo período da história da humanidade. Se hoje ela não basta mais para fortalecer a crença, é porque está na natureza da humanidade que assim deve ser. Ora, quem fez as leis da natureza? Deus ou Satã? Se foi Deus, não haverá impiedade em seguir-se suas leis. Se, na atualidade, compreender para crer se tornou uma necessidade para a inteligência, como beber e comer é uma necessidade para o estômago, é que Deus quer que o homem faça uso de sua inteligência: de outro modo não tê-la-ia dado. Há pessoas que não experimentam essa necessidade, que se contentam em crer sem exame. Não as recriminamos e longe está de nós o pensamento de perturbá-las em sua tranquilidade. O Espiritismo, evidentemente, não se destina a elas: se têm tudo o de que necessitam, nada há a oferecer-lhes. Não se obriga a comer à força àqueles que declaram não ter fome. O Espiritismo está destinado àqueles para os quais o alimento intelectual que lhes é dado não basta e o número destas pessoas é tão grande que o tempo não sobra para nos ocuparmos com as outras. Por que, então, se queixam quando não lhes corremos ao encalço? O Espiritismo não procura ninguém, não se impõe a ninguém, limita-se a dizer: “Aqui me tendes, eis o que sou, eis o que trago. Os que julgam ter necessidade de mim, se aproximem, os demais permaneçam onde se encontram. Não é meu propósito perturbar-lhes a consciência nem injuriá-los. A única coisa que peço é a reciprocidade.

Por que, então, o materialismo tende a suplantar a fé? Acaso porque, até o presente, a fé não raciocina? Por que ela diz “Crede!”, enquanto o materialismo raciocina? Estes são sofismas, convenho; porém, boas ou más, são razões que, ao ver de muitos, levam vantagem sobre aqueles que nada oferecem. Acrescentai a isto que o materialismo satisfaz àqueles que se comprazem na vida material, que querem se distrair das consequências do futuro, que esperam, assim, escapar à responsabilidade de seus atos, tendo-se em vista que, em suma, ele é eminentemente favorável à satisfação de todos os apetites brutais. Na incerteza do futuro, o homem se diz: “Aproveitemos o presente. Que benefício me trazem os meus semelhantes? Por que me sacrificar por eles? São meus irmãos, diz-se. Mas de que me servem irmãos que eu perderei para sempre, que amanhã estarão mortos, como eu próprio? Que somos, afinal, uns para com os outros? Muito pouco se, uma vez mortos, nada resta de nós. De que servirá impor-me privações? Que compensação dela me poderá advir se tudo terminará comigo?”

Julgais possível fundar uma sociedade sobre as bases da fraternidade com semelhantes ideias? O egoísmo é a consequência natural de uma posição como essa. De acordo com o egoísmo, cada um tira o melhor para si, mas essa parte melhor é sempre o mais forte que leva. O fraco, por sua vez, raciocinará: “Sejamos egoístas, uma vez que os outros também o são. Pensemos apenas em nós, pois que os outros só pensam em si mesmos.”

Tal é, convenhamos, o mal que tende a invadir a sociedade moderna e esse mal, como um verme roedor, pode arruiná-la em seus fundamentos. Oh! qual não será a culpa dos que a levam por esse triste caminho, dos que se esforçam por rechaçar a crença, dos que preconizam o presente com prejuízo do futuro! Eles terão um terrível débito a resgatar, pelo uso que fizeram de sua inteligência!

E, enquanto isso, a incredulidade deixa em seu rastro um mar de inquietude. Se é cômodo ao homem entregar-se às ilusões, não pode furtar-se de pensar, vez por outra, no que lhe sucederá depois. A contragosto a ideia do nada o enregela. Quereria ter uma certeza e não a encontra; então flutua, hesita, duvida, e a incerteza o mortifica. Sente-se desgraçado em meio aos prazeres materiais que não podem preencher o abismo do nada que se abre a seus pés e onde, supõe, vai ser precipitado.

É nesse momento que chega o Espiritismo, como uma âncora salvadora, como um archote aceso nas trevas de sua alma. Vem tirá-lo da dúvida, vem preencher o horror do vazio, não com uma esperança vaga, porém com provas irrecusáveis, resultantes da observação dos fatos. Vem reanimar sua fé, não apenas dizendo: “Crede, pois isso vos ordeno!”, mas: “Vede, tocai, compreendei e crede!”. Ele não poderia, pois, chegar em momento mais oportuno, seja para deter o mal, antes que se torne incurável, seja para satisfazer às necessidades do homem, que já não crê sob palavra, que aspira racionalizar aquilo em que crê. O materialismo o seduzira por seus falsos raciocínios; aos seus sofismas era preciso opor raciocínios sólidos, apoiados em provas materiais. Para essa luta, a fé cega já se mostrava impotente. Eis por que digo que o Espiritismo veio a seu tempo.

O que falta ao homem é, pois, a fé no futuro! E a ideia que se lhe dá não satisfaz ao seu apetite pelo positivo. É por demais vaga, por demais abstrata. Os laços que o prendem ao presente não são bastante definidos. O Espiritismo, pelo contrário, nos apresenta a alma como um ser circunscrito, semelhante a nós, exceção feita ao envoltório material do qual se desprendeu, mas revestida de um outro envoltório, fluídico, o que é mais compreensível e leva a conceber melhor a individualidade. Mais do que isso, ele prova, pela experiência, as relações incessantes do mundo visível com o mundo invisível, que se tornam, assim, reciprocamente solidários. As relações da alma com o ambiente terreno não cessam com a vida; a alma em estado de Espírito constitui uma das engrenagens, uma das forças vivas da natureza, já não é um ser inútil, que não pensa e não tem senão uma íntima ação durante a eternidade. É sempre, e por toda parte, um agente ativo da vontade de Deus para a execução de suas obras. Assim, conforme a Doutrina Espírita, tudo se concatena, tudo se encadeia no Universo, e nesse grande movimento, admiravelmente harmonioso, as afeições sobrevivem. Longe de se extinguirem, elas se fortificam e se depuram.

Ainda que não houvesse aqui senão um sistema, ele teria sobre os outros a vantagem de ser mais sedutor, embora sem oferecer certeza. Todavia é o próprio mundo invisível que se vem revelar a nós, provar que está, não em regiões do espaço inacessíveis mesmo ao pensamento, mas aqui, ao nosso lado, em torno de nós, e que vivemos em meio dele, como um povo de cegos em meio a um outro, capaz de ver. Isso pode perturbar certas ideias, convenhamos.

Mas diante de um fato, queiramos ou não, temos de nos inclinar. Poder-se-á negar tudo isso, poder-se-á querer provar que não pode ser assim. A provas palpáveis, seria o caso de opor provas mais palpáveis ainda. Todavia o que se oferece?

Apenas a negação!

O Espiritismo apoia-se sobre fatos. Os fatos, de acordo com o raciocínio e uma lógica rigorosos, dão ao Espiritismo o caráter de positivismo que convém à nossa época. O materialismo veio minar toda a crença, solapar os alicerces, substituir a moral pela razão de ser e jogar por terra os próprios fundamentos da sociedade, proclamando o reino do egoísmo. Então os homens sérios se perguntaram para onde um tal estado de coisas nos conduziria e viram um abismo. Eis que o Espiritismo veio preenchê-lo, dizendo ao materialismo: Não irás muito longe, pois aqui estão os fatos que provam a falsidade de teus raciocínios.

O materialismo ameaçava fazer a sociedade mergulhar em trevas, afirmando aos homens: O presente é tudo, o futuro não existe.

O Espiritismo corrige a distorção afirmando: O presente é bem pouco, mas o futuro é tudo. E isto ele o prova.

Um adversário escreveu, de certa feita, em um jornal, que o Espiritismo é cheio de seduções. Ele não podia, involuntariamente, dirigir-lhe um elogio maior, ao mesmo tempo condenando-se de maneira mais peremptória. Dizer que uma coisa é sedutora é, na verdade, dizer que ela satisfaz. Ora, eis aqui o grande segredo da propagação do Espiritismo. Por que não lhe opõem algo de mais sedutor, para suplantá-lo? Se tal não se faz é porque não se tem nada de melhor a oferecer. Por que ele agrada? É muito fácil explicar.

Ele agrada:

Porque satisfaz à aspiração instintiva do homem em relação ao futuro;

Porque apresenta o futuro sob um aspecto que a razão pode admitir;

Porque a certeza da vida futura faz com que o homem enfrente com paciência as misérias da vida presente;

Porque, com a doutrina da pluralidade das existências, essas misérias revelam uma razão de ser, tornam-se explicáveis e, ao invés de ser atribuídas à Providência, em forma de acusação, passam a ser justificáveis, compreensíveis e aceitas sem revolta;

Porque é um motivo de felicidade saber que os seres que amamos não estão perdidos para sempre, que os encontraremos e que estão constantemente junto de nós;

Porque as orientações dadas pelos Espíritos são de molde a tornar os homens melhores em suas relações recíprocas; estes e, além destes, outros motivos que só os espíritas podem compreender.

Em contrapartida, que sedução oferece o materialismo? O nada! Nele todo o consolo que apresenta para as misérias da vida.


Com tais elementos, o futuro do Espiritismo não pode ser duvidoso e, todavia, se devemos nos surpreender com alguma coisa, será com o fato de que tenha franqueado um caminho tão rápido através dos preconceitos. Como e por que meios alcançará a transformação da humanidade é o que nos resta examinar.

Cura pelo amor

Cura pelo amor


Só a família pode ainda fazer alguma coisa. Ao notar que um filho está iniciando na droga, deve chamá-lo para um diálogo, mudá-lo de colégio, de ambiente, principalmente demonstrar o quanto é amado e importante.

Um dos erros dos pais ao fazer esta descoberta é desprezá-lo, acusando-o de viciado e dele se envergonhando.

Muitas vezes o jovem se sente rejeitado e a droga é utilizada como uma agressão à família. Os pais precisam dialogar, principalmente mostrar ao jovem que a liberdade é uma conquista, e um viciado é um pária, algemado pela própria fraqueza. Muitos pais preferem ignorar que o filho consome droga porque é mais fácil ignorar.

- Irmão, inúmeras famílias perguntam o que fazer ao descobrir que o filho é dependente: interná-lo?

- não, tratá-lo, procurando mostrar-lhe como é triste a gente ser escravo de um vício. O próprio obeso sofre o domínio da comida; o maledicente é prisioneiro da sua fraqueza, e assim podemos observar que o vício só domina os fracos. Se seu filho está enfraquecido, cure-o com a fortaleza do amor. As mães devem abandonar as futilidades da vida e tudo fazerem para reconquistar seus filhos. Todos nós jamais deixamos de ser crianças, e quem fica indiferente a um olhar de amor? 

No que, aliás, as mães são mestras!

Muitas vezes os filhos nem desejam ouvir os pais e aí devem ser levados à força ao tratamento?

Não, se eles forem obrigados jamais se libertarão; é fundamental que se tratem por livre e espontânea vontade. O espírito é que precisa curar-se. O homem necessita se descobrir; ele é o dono da sua vida e para torná-la mais digna precisa se ver livre das drogas e voltar a ser ele mesmo.


Luiz Sérgio
in "Consciência"


Psicografia: Irene Pacheco Machado

EVANGELHO ESSENCIAL 9 #9 - BEM-AVENTURADOS OS QUE SÃO BRANDOS E PACÍFICOS

EVANGELHO ESSENCIAL 9
Eulaide Lins
Luiz Scalzitti

9 - BEM-AVENTURADOS OS QUE SÃO BRANDOS E PACÍFICOS

Bem-aventurados os que são brandos, porque possuirão a Terra.
(S.MATEUS, cap. V, v. 4.)

Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus. (Id., v.9.)

Sabes que foi dito aos antigos: Não matarás e quem quer que mate merecerá condenação pelo juízo. - Eu, porém, te digo que quem quer que se puser em cólera contra seu irmão merecerá ser condenado no juízo; que aquele que disser a seu irmão: Raca,

merecerá ser condenado pelo conselho; e que aquele que lhe disser:

És louco,

merecerá ser condenado ao fogo do inferno. (Id., vv. 21 e 22.)

Injúrias e Violências

Jesus faz da doçura, da moderação, da mansuetude, da afabilidade e da paciência, uma lei. Condena a violência, a cólera e até toda expressão descortês que alguém possa usar para com seus semelhantes.
* * *

Por que uma simples palavra pode ser tão grave que mereça severa reprovação? É que toda palavra ofensiva exprime um sentimento contrário à lei do amor e da caridade que deve estabelecer as relações entre os homens e manter entre eles a concórdia e a união; é que constitui um golpe desferido na benevolência recíproca e na fraternidade que alimenta o ódio e a animosidade; é que, depois da humildade para com Deus, a caridade para com o próximo é a lei primeira de todo cristão.
* * *

Enquanto aguarda os bens do Céu, tem o homem necessidade dos da Terra para viver. Apenas o que Jesus lhe recomenda é que não dê aos bens da Terra mais importância do que aos do Céu.
* * *

Até agora os bens da Terra são tomados pelos violentos, em prejuízo dos que são brandos e pacíficos; que a estes falta muitas vezes o necessário, ao passo que outros têm o supérfluo ou em excesso.
* * *

Quando a lei de amor e de caridade for a lei da humanidade, não haverá mais egoísmo; o fraco e o pacífico não serão mais explorados, nem esmagados pelo forte e pelo violento. Tal a condição da Terra, quando, de acordo com a lei do progresso e a promessa de Jesus, se houver transformado em um mundo feliz, pelo afastamento dos maus.
* * *

INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS

A afabilidade e a doçura
Espírito Lázaro –Paris, 1861

O mundo está cheio de pessoas que têm nos lábios o sorriso e no coração o veneno; que são doces, desde que nada as machuque, mas que mordem à menor contrariedade; cuja língua, dourada quando falam pela frente, se transforma em dardo venenoso quando estão por detrás.
* * *

A essa classe pertencem os homens benignos fora de casa, mas que são tiranos domésticos, fazem que suas famílias e seus subordinados lhes sofram o peso do seu orgulho e do autoritarismo, como para compensar o constrangimento que fora de casa se submetem. Não ousando agir autoritariamente com os estranhos, que os colocariam no seu lugar, querem pelo menos ser temidos pelos que não podem resistir-lhes.
* * *

Não basta que os lábios falem leite e mel, pois se o coração nada tem com isso só há hipocrisia. Aquele cuja afabilidade e doçura não são fingidas , jamais se desmente: é o mesmo, tanto em sociedade, como na intimidade. Esse sabe que se, pelas aparências, consegue enganar os homens, a Deus ninguém engana.

A paciência
Um Espírito Amigo- Havre, 1862

Sejam pacientes. A paciência também é uma caridade e deves praticar a lei de caridade ensinada pelo Cristo, enviado de Deus. A caridade que consiste na esmola dada aos pobres é a mais fácil de todas. Outra há muito mais difícil e muito mais meritória: a de perdoarmos aos que Deus colocou em nosso caminho para serem instrumentos dos nossos sofrimentos e para nos submeterem à prova a paciência.
* * *

A vida é difícil, mas se olharmos para os deveres que nos são impostos, nas consolações e compensações que, por outro lado, recebemos, haveremos de reconhecer que são as bênçãos muito mais numerosas do que as dores. O fardo parece mais leve quando olhamos para o alto do que quando se curva o rosto para a terra.
* * *

Coragem! O Cristo é o modelo. Mais sofreu ele do que qualquer um de vocês e nada tinha de que ser acusado, enquanto que vocês tem de expiar o passado e de se fortalecer para o futuro. Sejam pacientes, sejam cristãos. Essa palavra resume tudo.

Obediência e resignação
Espírito Lázaro – Paris, 1863

A doutrina de Jesus ensina sempre a obediência e a resignação, duas virtudes companheiras da doçura e muito ativas, embora os homens erradamente as confundam com a negação do sentimento e da vontade.
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A obediência é o consentimento da razão; a resignação é o consentimento do coração, forças ativas ambas, porque carregam o fardo das provações que a revolta insensata não suporta.
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Cada época é marcada com a característica da virtude ou do vício que a tem de salvar ou perder. A virtude de sua geração é a atividade intelectual; seu vicio é a indiferença moral.
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A cólera
Um Espírito Protetor –Bordéus, 1863

O orgulho lhes leva a julgar-se mais do que são; a não aceitar uma comparação que lhes possa rebaixar; a se considerarem tão acima dos seus irmãos, quer em espírito, quer em posição social, quer mesmo em vantagens pessoais, que o menor paralelo lhes irrita e aborrece. E o que acontece então? - Entregam-se à cólera.
* * *

Procurem a origem desses acessos de loucura passageira que lhes igualam aos brutos, fazendo perder o sangue-frio e a razão; procurem e quase sempre encontrarão como base o orgulho ferido.
* * *

Até mesmo a impaciência, causadas pelas contrariedades muitas vezes infantis, decorre da importância atribuída á sua personalidade, diante da qual entende que todos se devem curvar-se.
* * *

Em seu entusiasmo delirante, o homem colérico a tudo se atira: à natureza bruta, aos objetos inanimados, quebrando-os porque não lhe obedecem. Ah! se nesses momentos pudesse ele observar-se a sangue frio, ou teria medo de si próprio, ou se reconheceria ridículo! Imagine ele por aí que impressão produzirá nos outros.
* * *

Se pensasse que a cólera nada resolve, que lhe altera a saúde e compromete sua própria vida, reconheceria ser ele mesmo a sua primeira vítima.
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A cólera não exclui certas qualidades do coração, mas impede se faça muito bem e pode levar a fazer-se muito mal. Isto deve bastar para induzir o homem a esforçar-se por dominá-la.
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Espírito Hahnemann – Paris, 1863

Segundo a ideia muito falsa de que não é possível alterar a sua própria natureza, o homem se julga dispensado de fazer esforços para se corrigir dos defeitos em que se alegra voluntariamente, ou que exigiriam muita perseverança para serem eliminados.
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É assim que o indivíduo inclinado a encolerizar-se, quase sempre se desculpa com o seu temperamento. Em vez de se considerar culpado, atribui a falta ao seu temperamento, acusando a Deus pelos seus próprios defeitos.
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O corpo não dá impulsos de cólera àquele que não os tem, do mesmo modo que não dá os outros vícios. Todas as virtudes e todos os vícios são próprios da natureza do Espírito. Sem isso, onde estariam o mérito e a responsabilidade?
* * *

o homem só permanece vicioso porque quer permanecer vicioso; mas aquele que deseja corrigir-se sempre o pode fazer.

COMENTÁRIO

BEM-AVENTURADOS OS QUE SÃO BRANDOS E PACÍFICOS

Se estudarmos a vida de Jó iremos nos convencer da misericórdia e complacência de Deus. Jesus, nos convida a sermos brandos e pacíficos, pois que possuiremos a Terra. A afabilidade, a doçura, a paciência, a obediência e a resignação são as virtudes que nos cabe cultivar. Evidente que nos é difícil praticar tais virtudes quanto mais cultivá-las em definitivo. Mas é o que nós exigimos dos nossos irmãos de jornada para conosco e infeliz daquele que não se dispuser a nos oferecer tal tratamento. É comum, em nosso meio, alguns irmãos se dirigirem ao próximo e mesmo ao seu mais próximo, seus familiares, dizendo: você é indelicado, mal-educado, eu irei falar com seu superior, ou familiar mais influente e pedir mais respeito ,se não somos atendidos como queremos. Jesus, amor por excelência, deu-nos o exemplo prático de como deveríamos tratar nosso semelhante para alcançarmos o tratamento que gostaríamos para nós. Vemos no capítulo em estudo que Jesus nos dá a regra direitinho. Será possuidor da Terra aquele que for brando e pacífico, ou seja, será morador da Terra, pois com suas virtudes irá merecer o respeito e a deferência aos homens de bem na Terra. Não essa posse obsessiva de poder, de ter, mas aquela em que compartilhamos dos benefícios de seu produto, da fraternidade ao nosso próximo mais necessitado, e da observância da amorosidade para com aqueles menos favorecidos. E mesmo pela inobservância daquele para com sua posição, deixar o nosso orgulho de lado e sermos complacentes, assim como Deus é para conosco, dando-nos a oportunidade de sermos exemplos àqueles que sofrem, e termos mais brandura e paciência, pois se somos mais aquinhoados é porque quis Deus fossemos seus contemplados para espalhar da sua Misericórdia e complacência entre aqueles que ainda não aprenderam a observar-Lhe isto. Somos responsáveis pela riqueza que nos foi dada para sermos desprendidos, e compartilharmos entre os que necessitam, não de forma protecionista e gerando dependências, mas da forma como Deus ensinou a Jó, dando oportunidades de trabalho e remissão compreensiva de tudo que Ele nos dispõe. Devemos respeito a todos indistintamente, pois estamos de passagem pela Terra em oportunidade disposta a nós para evoluirmos e prestarmos testemunho da nossa compreensão e tolerância amorosa efetiva. Diz Jesus em suma, a ninguém é lícito julgar o próximo, ou fazer prevalecer seu conhecimento, e nem mesmo seus títulos, pois no mundo Espiritual não nos é dado ostentar nenhum destes. E mesmo o menor dos servidores aqui na Terra, poderá ser um espírito muito mais culto e evoluído do que nós em razão da nossa limitada capacidade de medir aqui. Lembremo-nos que somos todos irmãos em Deus, pois fomos criados por Ele para juntos conquistarmos os conhecimentos e evolução moral que nos capacite galgar um novo degrau na escala evolutiva, rumo à perfeição.