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domingo, 15 de março de 2009

POR TRABALHO

Senhor Jesus, não nos deixes sem a bênção do trabalho honesto que nos garanta o pão de cada dia...

Que sejamos úteis aos Teus propósitos.

Se foste humilde carpinteiro em Nazaré, por que recusamos a tarefa simples que nos destinas?

Que os nossos braços não se cruzem na ociosidade e na indignação, sobrecarregando os que lutam para nos sustentarem.

Sempre haverá algo de nobre a fazer à espera de nossas mãos!

Não existe moeda que se compare àquela com que nos remuneras...

Que valerá mais que o Teu sorriso de aprovação?

Que nunca cessemos de servir alegando cansaço ou decepção.

Dá-nos, Senhor, uma nova oportunidade!


Pelo Espírito: Irmão José
Do livro: Preces e Orações
Psicografia: Carlos A. Baccelli

sábado, 14 de março de 2009

O LIVRO DOS MÉDIUNS * Estudo 12

Estudo 12 *Capítulo III – Método

O Espiritismo é toda uma Ciência, toda uma Filosofia e quem desejar conhecê-lo seriamente deve pois, como primeira condição, submeter-se a um estudo sério e persuadir-se de que, mais do que qualquer outra ciência, não se pode aprendê-lo brincando.
A Doutrina Espírita se relaciona com todos os problemas da humanidade e seu campo de abrangência é imenso.
A crença nos Espíritos constitui a sua base, mas isto não basta para fazer um espírita esclarecido, como a crença em Deus não basta para fazer um teólogo. O ponto de partida é a existência da alma.
O seu ensino deve seguir alguns procedimentos para chegar-se com segurança à convicção.
Esse ensino não se processa somente na tribuna, mas também através da conversação e o ensino metódico parte do conhecido para o desconhecido.
Para o materialista o conhecido é a matéria e existe dois tipos de materialistas: aqueles que o são por sistema (faz parte de sua vida) e aqueles que são por indiferença.
Ao tentar convencer um incrédulo mesmo através de fatos, convém assegurar-se se ele crê na sua existência, na sua sobrevivência ao corpo e na sua individualidade após a morte.
Se a sua resposta for negativa é tempo perdido falar-lhe dos Espíritos. Isto é uma regra.
Refletindo sobre as várias categorias de crentes no Espiritismo, em primeiro lugar encontraremos os espíritas:
1. Sem o saber, que mais parece uma subdivisão das classes dos vacilantes.
2. Aqueles que se convenceram estudando diretamente o assunto e neste item encontramos:
2.a) Os que acreditam pura e simplesmente nas manifestações, que são os espíritas experimentadores.
2.b) Os que se interessam pelo aspecto filosófico do Espiritismo e admitem a moral sem praticar, que são os Espíritas imperfeitos.
2.c) Outros que praticam a moral espírita e aceitam as suas conseqüências, que são os verdadeiros espíritas ou os espíritas cristãos.

O professor Herculano Pires, em nota de rodapé em o Livro dos Médiuns, destaca que Allan Kardec emprega espíritas-cristãos, como designação do verdadeiro espírita, para distinguir daqueles que não seguem os princípios do Espiritismo.
4- Encontramos ainda, os espíritas exaltados que é uma espécie de adeptos mais nociva do que útil à causa do Espiritismo. Eles são enganados facilmente por espíritos mistificadores ou por pessoas que procuram explorar a credulidade.
Os meios de convicção, ou seja uma forma de levar alguém a pensar e refletir sobre princípios do Espiritismo, variam tremendamente segundo as individualidades.
Um se convence pelas manifestações espíritas, outros por manifestações inteligentes, mas a maioria se convence pelo raciocínio.
Será útil procurar convencer um incrédulo obstinado?
Muitas vezes a nossa insistência em persuadi-lo o leva a crer na sua importância pessoal, que é uma razão para se obstinar.
Aquele que não se convence pelo raciocínio, nem pelos fatos, deve ainda sofrer a prova da incredulidade, que é uma necessidade deste Espírito em evolução.
Devemos deixar a providência, o cuidado de encaminhá-lo a circunstâncias mais favoráveis.
No ensino do Espiritismo, tem-se que lidar com inteligências dotadas de liberdade e que provam a cada instante, não estarem sujeitas aos nossos caprichos. O verdadeiro espírita jamais servirá para exibições.
O meio mais simples de evitar inconvenientes é começando pela teoria.
O estudo prévio da teoria tem a vantagem de mostrar a grandeza do objetivo e o alcance desta Ciência.
Aquele que se inicia vendo uma mesa girar ou bater pode inclinar-se à zombaria, porque dificilmente imaginaria que de uma mesa possa sair uma Doutrina regeneradora da Humanidade.
Os que crêem sem ter visto, porque leram e compreenderam, ao invés de superficiais são os mais ponderados. O aspecto filosófico é para eles o principal, e os fenômenos propriamente ditos são apenas o acessório.
Quem refletir a respeito compreenderá claramente que se pode fazer a abstração das manifestações, sem que a doutrina tenha que por isso desaparecer.
As manifestações colaboram, a confirmam, mas não constituem um fundamento essencial.
Seria absurdo supor que estejamos aconselhando a negligência dos fatos, pois foi pelos fatos que chegou-se a teoria.
Tudo isto foi fruto de um trabalho assíduo de muitos anos e de muitas observações de Allan Kardec e toda a sua equipe de trabalho.
Bibliografia:
Kardec, Allan – O Livro dos Médiuns,
Kardec, Allan - O que é o Espiritismo.

Elisabeth Maciel

5 - O Livro dos Espíritos

Estudo 5
Introdução do Estudo da Doutrina Espírita
II. Alma – Princípio Vital e Fluido Vital
Principio Vital e Fluido Vital
1. Definição e Conceito:
Princípio Vital - causa primária
o - elemento predominante na constituição de um corpo orgânico
o - base – germe
Fluido Vital - diz-se da forma como esse princípio acima se expande ou corre à maneira de uma substância liquida, gasosa ou gás fluente, suave, brando, corrente, espontâneo.
Defina-se que: em Doutrina Espírita Princípio Vital, Fluido Vital é o princípio da vida material e orgânica, seja qual for sua fonte. É comum à todos os seres vivos desde as plantas até o homem.
3. Sempre se entendeu assim ?
Não. Para uns, Princípio Vital é uma propriedade da matéria, um efeito que se produz quando esta se encontra em determinadas circunstâncias.
Segundo outros, e essa é a idéia mais comum, Princípio Vital se encontra num fluido especial universalmente espalhado, do qual cada ser absorve e assimila uma parte durante a vida, como vemos, por exemplo, os corpos inertes absorverem a luz.
Para a Doutrina Espírita, é ele, princípio da vida material e orgânica. É comum a todos os seres vivos, desde as plantas até o homem.
No sentido material, poderíamos dizer que, plantas, animais e minerais são formados dos mesmos princípios.
Nos seres orgânicos, porém, há um princípio especial, inapreensível e que é definido como Princípio Vital. É conhecido também pelos nomes de energia latente ou energia efetivada. Ativo no ser vivente é extinto no ser morto. Desse modo, não há atividade orgânica sem fluido vital e vice-versa. É esse princípio que distingue, dá propriedades, diferenciando matéria orgânica das substâncias inorgânicas.
A Química que decompõe e recompõe a maior parte dos corpos inorgânicos, decompõe também corpos orgânicos, porém, não chega a reconstituir uma folha morta, prova simples, mas evidente que há no ser vivo, o que quer que seja, algo, inexistente nos outros.
Fluido Vital, princípio vital não tem existência própria, mas integrado no sistema de unidade do elemento gerador, é uma das modificações do Fluido Cósmico, que é criação divina.
4. Como a matéria " absorveria " esse princípio ?
Admite – se :
e. Ao se formar os seres orgânicos assimilaram o Princípio Vital por ser necessário à destinação deles, ou,
f. Que esse princípio se desenvolveu em cada indivíduo, por efeito mesmo da combinação dos elementos, tal como se desenvolveu em certas circunstancias, o calor, a luz, a eletricidade.
Combinando-se sem o Princípio Vital, o oxigênio, hidrogênio, nitrogênio e carbono, formariam um mineral, um corpo inorgânico. O Princípio Vital, modificando a constituição molecular desse corpo dar-lhe-ia propriedades especiais. Em lugar de uma molécula mineral, teríamos uma molécula de matéria orgânica.
A observação mostra que todos os seres orgânicos possuem uma força íntima que produz e manterá o fenômeno da Vida, enquanto essa força existir.
Essa vida é comum a todos os seres orgânicos; independe da inteligência e do pensamento.
Inteligência e pensamento serão faculdades próprias de certas espécies orgânicas.
Ainda – entre as espécies orgânicas, dotadas de inteligência e pensamento, há uma, dotada de senso moral especial, que lhe dá incontestável superioridade perante as outras e que é, sem dúvida, a espécie humana.
A atividade do Princípio Vital é alimentada durante toda a vida pela ação e funcionamento dos órgãos. Cessada essa ação por motivo da morte, o Princípio Vital se extingue. O efeito produzido por esse princípio sobre o estado molecular do corpo, subsistirá mesmo depois dele extinto, como, por exemplo, o calor na carbonização da madeira. Extingue-se " evapora-se ", lentamente até que nada mais reste.
Caracteriza-se a matéria orgânica, por um ciclo que se inicia ao " nascer " e caminha para o " morrer ".
7. Mas por que morrer? Por que se extingue?
Excetuando-se casos de acidente, destruição dos tecidos por moléstias etc.; mantendo-se constantes as condições gerais (água – ar – calor – alimentos) indispensáveis ao entretenimento da vida, dir-se-ia que os órgãos se " gastam ". E por que?
Se admitirmos na célula fecundada certa quantidade de força vital ( contida nas células originais dos pais no instante da fecundação ) tudo torna-se mais compreensível.
Esse reservatório de energia potencial proveniente dos pais, transforma-se em energia natural à medida que se organiza a matéria.
No começo – ação enérgica – assimilação, agrupamento das moléculas ultrapassando a desassimilação – o indivíduo cresce. A seguir, o equilíbrio das perdas e ganhos, a estabilidade até a chegada da senectude, onde a força vital não mais é suficiente para alimentar os tecidos. Sobrevém aí a morte: o organismo desagrega-se, a matéria retorna ao mundo inorgânico.
No caso do homem, a união do perispírito à matéria carnal, que já vimos, se efetua sob a influência do princípio vital do gérmen; cessa desde que esse princípio deixa de atuar em conseqüência da desorganização do corpo.
Mantida que era, por uma força atuante, tal união se desfaz, logo que essa força deixa de atuar. O perispírito se desprende, molécula por molécula e ao Espírito é restituído a liberdade.
Assim frise-se – a morte do corpo pela extinção do fluido vital determina a partida do Espírito. Este, permanece com sua individualidade; pouco a pouco, suas faculdades vão adquirindo maior poder de penetração e ele se percebe real, com toda uma bagagem de sentimentos, desejos, preferências e gostos que o caracterizaram. O princípio da vida, no entanto no corpo que deixou, extinguiu-se; a matéria se decompõe provando-se aí a existência de dois princípios distintos – o princípio vital e o princípio espiritual.
Ainda, é esse fluido vital a extinguir-se, “volatizar-se”, nessa matéria que
" esfria " que desencarnados infelizes buscam " sugar ".
8. Por que Allan Kardec, nessa Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita coloca essas reflexões Alma e Princípio Vital, juntos?
Muitos naturalistas, especialistas em História Natural, do passado, procuraram explicar a vida intrínseca na natureza orgânica. Percebiam, sabiam haver "algo" operante por meios que lhes fugiam às análises, força particular que não só fabricava vida como reparava órgãos. À falta de palavra própria e por perceberem aí uma espécie de substância imaterial, chamavam de "alma", fundando o animismo em fisiologia. Entre os muitos seguidores, Stahl é considerado seu fundador, por haver demonstrado cientificamente a diferença radical entre os fenômenos de natureza "morta" e os de natureza viva. Essa "alma" regia todos os fenômenos vitais.
Havia ainda os vitalistas, cientistas, pesquisadores que afirmando a necessidade de um princípio físico-químico para explicar os fenômenos vitais, referiam-se a eles como "espírita", com o sentido de idéia predominante, significado, sentido diretriz sem a participação do corpo. Afirmavam ainda que, a natureza dessa força era diferente entre os animais e o homem.
Em meio a essas afirmações, surge Flourens com suas "Considerações gerais sobre análises orgânicas" e defende a idéia de que: "Acima de todas as propriedades particulares e determinadas há uma força, um princípio geral, comum, que todas as propriedades particulares implicam e de que se fazem presumidas, e o qual, sucessivamente, pode ser isolado, destacado de cada uma sem deixar de existir. Que princípio será esse? Seja qual for é essencialmente isso, há uma força geral e una, da qual todas as forças particulares mais não são que expressões ou modalidades".
O pensamento espírita fala que tudo o que existe na Terra, provém de inumeráveis modificações da força e da matéria. A força vital entra no quadro das leis gerais e ao cientista, a nós compete evidenciar a sua presença nos seres vivos, compartilhando da opinião de Flourens.
Kardec reflete que diante das várias opiniões e correntes do pensamento, é impróprio e até de gerar confusões quanto ao real sentido da palavra " alma " na Doutrina Espírita.
Considera que, se permanecêssemos em manter e usar o mesmo termo, teríamos que ajuntar-lhe um qualificativo, por exemplo:
Alma – Vital - para designar o princípio da vida material – seria comum a todos os seres orgânicos – planta – animais – homem.
Alma – Intelectual - para o princípio da inteligência – próprio este dos animais e homem.
Alma – Espírita - para o princípio da nossa individualidade após a morte – esta, somente usável quando se referisse ao homem
Kardec enfatiza ser necessário ao espírita, ao que se interesse por Espiritismo, compreender esses usos e explicações, uma vez que no decorrer dos estudos que se aprofundarão, freqüentemente se repetirá o vocábulo alma, Espírito, fluido ou princípio vital e que deverão ser entendidos no sentido que a Doutrina lhes dá, cuidando assim de se evitar enganos, por um pensar ou interpretar, entender diferente:
Alma – princípio inteligente, imperceptível e indefinível como o pensamento. No estudo dos nossos conhecimentos impossível concebê-la isolada de modo absoluto da matéria. O perispírito, formado de matéria sutil, fará dela um ser circunscrito, definido e limitado à sua individualidade espiritual.
Espírito – embora usado com o mesmo significado de alma não exprime a mesma idéia – o que se significará como Espírito será exatamente a união da alma ao perispírito (alma + perispírito = Espírito) , (alma + perispírito + corpo material = homem)
Princípio Vital
Fluido Vital – princípio especial, contido no Fluido Cósmico – criação divina – inapreensível – ativo no ser vivente extinto no ser morto. Não há atividade orgânica sem fluido vital.
Estabelecidas, evidenciadas as idéias e a importância desses conhecimentos e explicações, o Codificador, convida-nos a passar ao principal objetivo desta instrução preliminar – " A Doutrina e seus contraditores " – assunto de nossa próxima página .
Bibliografia
o "O Livro dos Espíritos" – Allan Kardec – Introdução II
o "Dicionário da Língua Portuguesa" – Aurélio pág. 303-509-676-270-450
o "A Gênese" – Allan Kardec – Cáp. X – itens 16 a 19/Cáp. XI – 17-18-19
o "A Evolução Anímica" – Gabriel Delanne – cap. I e V

Leda Marques Bighetti

Importância e Necessidades da Infância

Parte II
A educação moral, formação de hábitos bons, é imprescindível para a reforma espiritual (ordem, aceitação de regras, honestidade, sinceridade, valorização do trabalho, etc.) e consiste no conjunto de hábitos adquiridos.
No "Livro dos Espíritos", Kardec refere que quando se pensa na massa de indivíduos sem princípios, sem freios e entregues aos próprios instintos, compreende-se as conseqüências desastrosas que resultam de suas ações. Quando ocorrer a educação moral, quando for praticada, o homem terá hábitos de ordem, de previdência para si e para com os outros, e de respeito por tudo. A desordem e a imprevidência são duas chagas que uma educação bem entendida pode curar.
Educação é um processo, que ocorre gradativamente (uma série de acontecimentos, uma somatória) de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral do ser humano.
Não se pode omitir aqui o aspecto religioso. Sabendo ser nossos filhos, Espíritos imortais, necessitam dessa experiência humana para aperfeiçoar-se.
Os conhecimentos da imortalidade da alma, reencarnação, lei de causa e efeito, pluralidade dos mundos, etc., são elementos preciosos e vêm completar, reexplicar as lições de Jesus, trazendo conhecimentos que auxiliarão o homem a perceber que o ‘Reino de Deus’, será o desenvolvimento das qualidades que existem em si.
A criança deve ser incentivada a freqüentar a Evangelização. Os pais podem demonstrar interesse pelo conteúdo das aulas, conversando com a criança já na volta para casa, por exemplo: "Como foi o estudo hoje? Sobre o que conversaram? Você gostou? Por quê? Como poderemos usar tal proposta? Ou: Por que não usá-la?". Durante a semana, sem cobrar, ou reforçar com palavras, os pais devem ter atitudes coerentes com essa conversa.
Estar em contato com os Evangelizadores é outra excelente forma de participar, principalmente no caso de ser a criança mais fechada, não muito comunicativa.
Notando ainda, qualquer procedimento diferente, conversar com o Evangelizador. Montará ele, em discussão com o grupo, aula, atividades, situações em que aquela determinada situação será trazida à discussão.
Citamos o exemplo de determinado preconceito, surgido ou notado em uma classe e que, pela profundidade e abrangência, motivou toda uma Campanha estendendo esta para estudo em todos os trabalhos do Centro Espírita, abrindo-se em detalhes tão intensos e pessoais, que à primeira vista, ou sem essa sensibilização não teríamos percebido.
Relacionar os estudos, associando-os com diálogos, aos acontecimentos, programas de TV, filmes, livros infantis é outra excelente forma participativa. Sem ser impositiva, cobrativa ou "moralizadora" (no sentido de: ‘Viu? Não falei? Faça sempre assim. Não faça nunca assim.’) essa forma leva a criança a perceber a Vida como extensa oferta onde terá que fazer opções e ser responsável em cada escolha feita (responsável no sentido em que: 1- a escolha infringe o direito do outro; 2- as respostas serão proporcionais, imediatas ou não).
Todo aquele que trabalha com criança, sejam pais, educadores, avós, tios, etc., necessitam promover o desenvolvimento desses Espíritos. Esse desenvolvimento vai se dar através de um processo de aprendizagem ministrado principalmente através de exemplos de vida. O ditado popular ‘faça o que falo, mas não o que eu faço’ não funciona, não tem efeito, pois o modelo é fundamental para a aquisição do comportamento.
Os pais devem se preparar continuamente para a função de educadores. Como já colocado anteriormente, a participação, o estar junto é imprescindível. É preciso, porém, cuidado para que esses aspectos não sejam invasores do espaço necessário à própria criança. Sem isso, os pais podem, por excesso, imiscuir-se de tal modo, que a criança fica sem ação de decisão, uma vez que esperará que os pais lhe digam o que fazer.
A "Escola de Pais", nos Centros Espíritas, geralmente se constitui em excelente espaço onde essas e tantas outras necessidades são discutidas.
No processo de aprendizagem, recorde-se, é importante a presença e participação dos pais. O aprendizado da criança começa já no ventre da mãe, o que pressupõe a postura harmônica de ambos, pai e mãe.
A criança necessita ser preparada para ser responsável pelo seu próprio desenvolvimento. Deve participar ativamente da aprendizagem. Atingir a maturidade significa ser responsável (cumpridor dos deveres) e assumir os desafios da vida. Para isso a criança deverá assumir pequenas responsabilidades em casa desde pequena e ao mesmo tempo devemos ajudá-la e encorajá-la a vencer as dificuldades que surgem.
Ao educar uma criança os pais estão retomando seu próprio processo educativo. De maneira geral, esse processo tem ocorrido pela imposição do cumprimento de ordens e normas, e não através da reflexão, análise das condutas e dos sentimentos.
(Continua na próxima página)
Bibliografia:
• Kardec, A. O Livro dos Espíritos, perg. 685.
• Maldonado, M. T. Comunicação entre Pais e Filhos. São Paulo: Saraiva, 1994.

Nanci A. R. Martins

PALAVRAS DE VIDA ETERNA - Estudo 17

Francisco C. Xavier - pelo Espírito Emmanuel
NA SENDA DO CRISTO
“Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem”. – Jesus. (Mateus, 5:44)

Nas diferentes épocas, a vivência cristã assume proporção desafiadora aos que buscam a verdade em virtude das circunstâncias e compromissos que a envolvem. Surgem e multiplicam-se impedimentos que parecem conspirar contra os propósitos de enobrecimento, ameaçando o avanço de quem se decide romper com o erro e com a viciação.
No atual estágio evolutivo é natural que isso aconteça, pois, ainda é difícil perceber que dores e dificuldades significam impositivos valiosos para a evolução espiritual e que correspondem às reações frente a ações livremente praticadas.
Na jornada terrestre não há quem passe incólume, em regime de exceção, face aos transtornos de ordem material e espiritual. Mesmo aos Espíritos missionários são exigidas as contribuições morais, com as quais exemplificam aos contemporâneos e aos pósteros as supremas lições, de que suas existências se fazem portadoras. Assim aconteceu com o Cristo e com os seus companheiros de ministério que testemunharam a Boa Nova, atravessando dificuldades, lutas e sofrimentos.
Lembra Emmanuel que “com o corpo físico retomamos nossos débitos, nossas deficiências, nossas fraquezas e nossas aversões... E não superaremos os entraves da própria libertação providenciando ajuste inadequado com os nossos desejos inconseqüentes, com inúteis petitórios de protecionismo e vantagens inferiores”.
A existência tem objetivos definidos, finalidade superior, e será nessa identificação que, através das reencarnações, se processará o desenvolvimento espiritual pelo trabalho pessoal para o qual dispomos dos recursos indispensáveis e necessários, vivendo com os homens como criatura humana que somos, não preservando, não usando de artimanhas negativas, não nos adaptando aos modismos, vulgarizando-nos e pervertendo-nos.
O cristão deve penetrar-se do “espírito do Cristo”, do bem, do amor, conforme os ensinou e viveu Jesus.
Na senda do Cristo não há lugar para acomodação aos hábitos da ociosidade, ao gozo indiscriminado, ao comportamento dúbio, à religiosidade no templo, ao desequilíbrio nas atividades e na convivência social.
“Acusar, reclamar, queixar-se, não são verbos conjugáveis no campo de nossos princípios.”
Destaca a orientação de Jesus: “Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem” como máxima que encerra uma filosofia ético-moral de reflexos espirituais inamovíveis, em razão das conseqüências de que é portadora. Aplicando-a compete viver de tal modo que cada necessidade, dor, aflição se sinta auxiliada por nossos exemplos e atitudes renovando-se no Bem. Amando, cultivando a fraternidade em relação àqueles que se comprazem em ser-nos inamistosos ou adversários é forma de contribuir, dessedentar, reabastecer de esperança, alegria, aqueles que não sabem amar e por isso se obstinam em criar embaraços.
Amemos os nossos inimigos, não lhes retribuindo o mal, orando por eles, pois um dia cederão ao impulso sublime do amor.
Importa reconhecer e viver os ensinamentos insubstituíveis de Jesus, onde a extraordinária mensagem do amor estabelece a orientação segura, os rumos libertadores, encorajando-nos a avançar na direção da plenitude.
Bibliografia
Xavier, Francisco Cândido. “Palavras de Vida Eterna: Na Senda do Cristo”. Ditada pelo Espírito Emmanuel, 17 ed. Uberaba – MG – CEC. 1992.
Franco, Divaldo Pereira. “Vida: Desafios e Soluções: Objetivos da vida humana”. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis, 2 ed. Salvador – Ba – Livraria Espírita Alvorada Editora. 1997.
Franco, Divaldo Pereira. “Nascente de Bênçãos: Compromisso com o amor”. Ditada pelo Espírito Joanna de Ângelis, 1 ed. Salvador – Ba – Livraria Espírita Alvorada Editora, 2001.

Iracema Linhares Giorgini

MEDIUNIDADE * Estudo 16

Estudo 16 - Perda e Suspensão da Mediunidade
Ao tratarmos da perda e suspensão da mediunidade é necessário relembrar que a mediunidade não é uma improvisação nem um acontecimento fortuito. Pelo contrário, ela faz parte da constituição do homem e tem suas raízes plantadas em causas e decisões anteriores ao momento de sua eclosão. Constitui relevante instrumento de evolução, porém, mesmo sendo percebida, assim, como qualidade, sabemos que o grau de intensidade dessa faculdade não é proporcional ao desenvolvimento moral de seu detentor, do qual independe.
O uso que o médium faz da sua faculdade é o que mais influi sobre os Espíritos bons, sendo ele o responsável pela condução adequada ou não, das suas experiências mediúnicas, favorecendo intermitências e suspensões momentâneas.
Explicam os Espíritos em O Livro dos Médiuns, questão 220, que o médium pode ter o exercício mediúnico suspenso, momentaneamente, por diversas razões, caracterizadas pelo afastamento dos Espíritos Bons que não querem ou não podem servir-se dele.
São considerados motivos para o afastamento dos Bons Espíritos:
• Mau uso da mediunidade:
o Futilidades;
o Finalidades ambiciosas;
o Recusa-se a transmitir mensagens;
o Recusa-se a colaborar no esclarecimento ou ajuda aos necessitados;
o Quando não aproveita as instruções e orientações recebidas.
• Possibilitar ao médium servir como instrumento de outros Espíritos.
• Demonstração de solicitude do Amigo Espiritual pelo médium que necessita de repouso. Nesse caso, ele não permite que outros Espíritos o substituam junto ao médium.
• Para experimentar a paciência e avaliar a perseverança de médiuns bons.
O afastamento do Espírito Bom deve sempre levar o médium a reflexões sobre como pode melhorar a sua relação de trabalho com o mundo espiritual; deve ajudá-lo a refletir sobre os próprios procedimentos, sobre a necessidade de estudo e principalmente sobre o seu trabalho pessoal no Bem.
Ainda em O Livro dos Médiuns os Espíritos esclarecem que a suspensão da atividade mediúnica não implica afastamento dos Espíritos Amigos: “...O médium se acha na situação da pessoa que tivesse perdido a vista momentaneamente, mas não foi abandonada pelos amigos, embora não os veja.” . A seguir completam “... Se a falta da mediunidade pode privá-lo das comunicações por meio material com certos Espíritos, não o priva das comunicações mentais.”
Acrescentam ainda que nem sempre a suspensão é uma censura, pois pode ser uma demonstração de benevolência, e que o médium deve consultar a sua consciência, perguntar a si mesmo que uso tem feito de sua faculdade, que bem tem resultado disso para os outros, que proveito tem tirado dos conselhos que lhe deram, e saberá distinguir a censura da ação benevolente.
Constata-se que o maior obstáculo à utilização da mediunidade é o conjunto das imperfeições do médium. Allan Kardec ao identificar o caráter de missão conferido à mediunidade, perguntou aos Espíritos por que Deus a designa a homens imperfeitos e não aos homens de bem, sendo que eles responderam que são os imperfeitos que dela necessitam para se aperfeiçoarem, e para que tenham a possibilidade de receber bons ensinamentos.
Podemos concluir que, ante a constatação de que se é portador da mediunidade, tem o indivíduo o direito de consultar o seu livre-arbítrio, decidindo-se entre assumir o seu exercício, ou não. Se optar pelo exercício mediúnico, deve o médium investir no seu aperfeiçoamento moral, criando condições para se tornar um médium educado, com desempenho mediúnico voluntário e disciplinado. Se preferir recusar a mediunidade, estará rejeitando uma dádiva da vida para o seu desenvolvimento espiritual, abandonando excelente roteiro evolutivo.
Quando surgem motivos de ordem existencial involuntários e incontroláveis, tais como doenças, deveres profissionais, desequilíbrios emocionais, desestruturando a mente do médium , os próprios Amigos Espirituais providenciam interrupções temporárias, as quais também podem servir como provas, visando chamar a atenção do trabalhador quanto à correta vivência dos seus deveres.
A mediunidade não constitui obstáculo na caminhada do seu portador, porém não é aquisição apressada que se obtém por meio de facilidades humanas. Quando aceita com alegria e responsabilidade, transforma-se em instrumento de crescimento e evolução, pois encaminha o médium ao trabalho com Jesus.
Bibliografia
KARDEC, Allan - O Livro dos Médiuns: 2.ed. São Paulo:FEESP, 1989 - Cap. XVII, q. 220, itens 1-16 Neves, J.; Azevedo, G.; Calazans, N.; Ferraz, J. - “Reuniões Mediúnicas - Projeto Manoel P. de Miranda”, 2.ed. Salvador:LEAL, 1993, 7. Vivência
Ressalva: referente ao estudo 15, - A Mediunidade na Criança e no Jovem, o capítulo de O Livro dos Médiuns estudado é o XVIII, q.221, itens 6, 7 e 8 e não XXI como indicado
Tereza Cristina D'Alessandro

36 - A GÊNESE

CAPÍTULO VI
URANOGRAFIA GERAL
SUCESSÃO ETERNA DOS MUNDOS
"É assim que tudo serve, tudo se encadeia na Natureza, desde o átomo primitivo ao arcanjo, pois ele mesmo começou pelo átomo. Admirável lei de harmonia, de que o vosso Espírito limitado ainda não pode abranger o conjunto. "Questão 540 de "O Livro dos Espíritos"

“Na Natureza nada se perde, tudo se transforma.” Antoine Laurent Lavoisier (1743/1794

Neste subcapítulo o Espírito Galileu, antecipando-se à Ciência, esclarece que a "morte" de um astro, semelhante a metamorfose que se dá com um ser vivente, dá origem a outro astro ou outro mundo, conseqüência lógica da Sabedoria Divina que nada produz de inútil.

"(...) as mesmas leis que o elevaram (o astro) acima do caos tenebroso e que lhe gratificaram os esplendores da vida, as mesmas forças que o governaram durante os séculos de sua adolescência e que o conduziram à idade madura e à velhice, vão presidir a desagregação de seus elementos constitutivos para entregá-los ao laboratório de onde a potência geratriz extrai sem cessar as condições de estabilidade geral. Estes elementos vão voltar a essa massa comum de éter, para se assimilar a outros corpos ou para regenerar outros sóis (...)".1

Recorde-se que o livro "A Gênese" foi publicado em 1868.
Transcrevemos abaixo, a notícia publicada no portal G1 em 5 de janeiro de 2009:

"Estudo diz que estrelas mortas podem dar pistas sobre evolução de planetas.

Washington, 5 jan 2009 (EFE). - As estrelas mortas abrigam as pistas sobre a evolução dos planetas, especialmente da Terra, segundo um estudo divulgado hoje perante uma reunião da Sociedade Astronômica dos Estados Unidos em Long Beach, Califórnia.
Essas estrelas, conhecidas como "anãs brancas", estão cobertas por restos de asteróides que contêm os materiais a partir dos quais foram formados os planetas, segundo o estudo preparado por pesquisadores da Universidade da Califórnia.
O observatório espacial Spitzer da NASA (agência espacial americana) detectou com seu telescópio infravermelho um total de oito dessas "anãs brancas", circundadas pelos restos de asteróides.
Um comunicado do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL, na sigla em inglês) da NASA informa que, até agora, os resultados sugerem que os materiais que formam a Terra e outros corpos rochosos do sistema solar poderiam ser muito comuns no universo.
"Se fossem moídos os asteróides e os planetas rochosos, seria obtido o mesmo pó que vemos nos sistemas de estrelas", indicou Michael Jura, que apresentou os resultados do estudo perante a Sociedade Astronômica dos Estados Unidos.
"Isto nos diz que as estrelas têm asteróides como os nossos e que, portanto, poderiam ter planetas rochosos", acrescentou.
Os asteróides e os planetas se formam a partir de pó que gira em torno de estrelas jovens e quando esse pó se junta, forma em última instância os planetas. Os asteróides são o material restante.
Por outra parte, quando uma estrela como o sol se aproxima do fim de sua vida, se transforma em um gigante candente que consome os planetas próximos e altera a órbita dos asteróides e planetas externos.
No fim, essa estrela se encolhe e se converte no que os astrônomos chamam de "anã branca".
Spitzer observou vestígios de asteróides em torno das anãs brancas com seu espectrógrafo infravermelho que lhe permitiu estabelecer sua constituição mineral.
Nos oito sistemas observados, Spitzer determinou que o pó contém materiais de silício similares à olivina, encontrada em muitos lugares da Terra.
"Esta é uma pista que indica que o material rochoso que circunda estas estrelas evoluiu de forma similar ao nosso", indicou Jura.
“Os dados fornecidos por Spitzer também sugerem que não há carbono nesses escombros rochosos, como outros asteróides e planetas rochosos do sistema solar que mostram poucos sinais desse elemento, acrescentou o JPL. EFE”2
Asteróides são objetos rochosos e metálicos que orbitam o Sol, mas são pequenos demais para serem considerados planetas. São conhecidos por planetas menores. A dimensão dos asteróides varia desde Ceres, que tem um diâmetro de cerca de 1000 km, até a dimensão de pequenas pedras.3
Bibliografia:
1 - KARDEC, Allan. A Gênese. 19. Ed., São Paulo, SP: LAKE, 1999, cap. VI, itens 48-52, p. 111-114
2 - http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia
3 - http://www.if.ufrgs.br/ast/solar/portug/asteroid.htm#intro


Adelino Alves Chaves Jr.

sexta-feira, 13 de março de 2009

ENTRE SOCOS E CHUTES

A onda dos pitboys
Felipe Ross
Não é de hoje que vêm acontecendo brigas nas noitadas, porém de um tempo para cá parece que virou moda trocar socos, chutes, garrafadas e até facadas em portas de boates, shows ou festas. Os personagens dessas pancadarias são os famosos “pitboys” que, com seus corpos marombados, medem forças por status e fama.
O pior de tudo são as desculpas arranjadas pelos “fortões” para brigar.
Dizem que um chegou na namorada do outro, ou olhou com cara feia para o outro, mas a grande verdade é que sentem prazer em lutar.
Outro fato intrigante pode ser observado através da prioridade dos “pitboys” na night. Para eles, brigar é mais interessante do que namorar, dançar e encontrar os amigos. Na cabeça deles, um soco é mais prazeroso do que um beijo.
Por trás desta pinta de brigão esconde-se uma grande covardia, pois os “pitboys’ não entram nas brigas sozinhos, chegam acompanhados da sua galera, transformando, assim, o local da pancadaria em um verdadeiro campo de batalha.
Quando analisamos esta situação pela ótica da Doutrina Espírita, sabemos que, além de machucarem outras pessoas pela agressão física, os “pitboys” agridem o seu próprio espírito, colocando-se em sintonia com influências de baixo padrão vibratório, atraindo péssimas companhias espirituais, fluidos negativos e comprometendo-se nesta vida e em existências futuras.
Tudo isso nos permite concluir que ser um “pitboy” não tem nenhuma vantagem: só traz prejuízos, machuca o corpo e desequilibra o espírito.

…E não os impeçais

NILZA TERESA ROTTER PELÁ
de Ribeirão Preto, SP
Apresentaram-lhe então algumas crianças, a fim de que ele as tocasse, e, como seus discípulos afastassem com palavras ásperas os que lhas apresentavam, Jesus, vendo isso, zangou-se e lhes disse: “Deixai que venham a mim as criancinhas e não as impeçais, porquanto o reino dos céus é para os que se lhes assemelham. - Digo-vos, em verdade, que aquele que não receber o reino de Deus como uma criança, nele não entrará”.- E, depois de as abraçar, abençoou-as, impondo-lhes as mãos. (S. Marcos, cap. X, vv. 13 a 16.)
No texto em epígrafe, passagem do Evangelho de Marcos, Jesus faz uma proposta a todos nós no sentido de que as crianças não devem ser impedidas de vir até ele. A primeira vista parece que essa assertiva era adequada ao tempo de Jesus, mas que hoje, entre os cristãos, ela já se faz sem sentido, uma vez que todas famílias dentro de seu credo religioso cristão têm o cuidado de adequar a criança aos preceitos colocados pela religião escolhida para nortear suas vidas.
A proposta de Jesus, porém é mais abrangente não se trata apenas de cumprir preceitos, de encaminhar para o cristianismo, mas não obstruir o caminho da criança até o cristianismo. Esse alerta bem atual ainda nos dias de hoje deve ser assunto de reflexão do educador seja ele pai, mãe, professor, familiar.
Se estou encaminhando como posso estar obstruindo ao mesmo tempo? Não seria isto uma contradição? Entretanto mostrar o caminho não quer dizer que a tarefa está completa, pois ainda se faz necessário não criar obstáculos para a jornada.
Quais seriam esses obstáculos que se poderia colocar no caminho do infante em direção a Jesus?
Um deles sem dúvida é a valorização primordial da vida material em detrimento da vida espiritual. O conceito de bem sucedido ainda é centrado no sucesso dos empreendimentos da vida material, mesmo que esse sucesso tenha deixado mágoa ao longo do caminho o que geralmente é visto como inevitável na competição pela busca do melhor salário, melhor posição social, mais prestígio.
O exemplo dado no cotidiano da vida que gera padrão de comportamento na criança é um sério impedimento na construção de valores centrados no amor ou pelo menos respeito ao próximo. Muitas vezes o adulto não dimensiona a influência que seu comportamento exerce sobre a criança que passa a incorporar atitudes que julga serem boas por estarem vindo de seu cuidador a quem considera pessoa importante. Assim desrespeitar regras de trânsito, contar mentira para se safar de constrangimento, usar palavras de baixo calão, fazer observações maldosas sobre pessoas e tantos outros deslizes considerados pequenos são observados e incorporados pela criança.
No cap. V de “O Evangelho Segundo o Espiritismo” (Bem-aventurados os aflitos – Causas atuais das aflições) encontramos “Quantos pais são infelizes com seus filhos, porque não lhes combateram desde o princípio as más tendências! Por fraqueza, ou indiferença, deixaram que neles se desenvolvessem os, do orgulho, do egoísmo e da tola vaidade, que produzem a germens da secura do coração; mais tarde, quando colhem o que semearam, admiram-se e se depois afligem da falta de deferência com que são tratados e da ingratidão deles”. Fraqueza e indiferença dos pais aqui se apresentam como obstáculos para impedir a criança a desenvolver comportamentos novos em seu repertório moral. Lembramo-nos de certa reunião de pais e evangelizadores em uma casa espírita onde estava sendo abordado o tópico – falta às atividades – quando um casal justificou a falta de seus filhos porque “afinal domingo era o único dia que podiam dormir até mais tarde e trazer regulamente as crianças significava levantar-se cedo no domingo”. Argumentos dessa natureza evidenciam a valorização de outros aspectos da vida em detrimento a oferecer aos filhos a sentir que atividades espirituais são tão ou mais importantes que atividades materiais.
Outro aspecto que a isso se relaciona é que nesta fase da infância os Espíritos são suscetíveis à ação do ambiente e aos ensinamentos que lhe são formadores de caráter conforme está evidenciado no capítulo VIII de “O Evangelho Segundo o Espiritismo” (Bem-aventurados os que têm puro o coração) – “(…) é necessário esse estado de transição para que o Espírito tenha um novo ponto de partida e para que esqueça, em sua nova existência, tudo aquilo que a possa entravar. Sobre ele, no entanto, reage o passado. Renasce para a vida maior, mais forte, moral e intelectualmente, sustentado e secundado pela intuição que conserva da experiência adquirida.”
Nesse novo ponto de partida onde a criança está sendo encaminhada ao cristianismo o que estamos colocando em seu caminho? Alavancas? Obstáculos? Observemos nosso comportamento na busca de identificar essas duas situações no nosso relacionamento com as crianças quer sejamos pai, mãe, professor ou familiar.
Fevereiro de 2006, edição n°. 241
Jornal Eletrônico Verdade e Luz
USE de Ribeirão Preto
Intermunicipal de Ribeirão Preto - Caixa Postal, 827 - 14001-970 - Ribeirão Preto, SP

Considerações sobre a paciência e a doçura




JORGE JOSSI WAGNER
de Ribeirão Preto, SP
Vivemos presentemente numa sociedade em que os atritos, de tão comuns, se tornaram corriqueiros, não despertando a atenção e a preocupação que tal tema deveria ter. Nas mais diversas situações, vemos que saber esperar a sua vez é uma situação muito rara. Quase todos querem ser atendidos primeiro, visto que, sob a sua ótica, o seu problema é mais urgente do que o dos demais. Assim, nada mais justo que ele tenha a preferência, não se importando com os outros, aliás, os outros nem são percebidos por ele.
Essa situação de total egoísmo falta de educação e agressividade em relação ao seu semelhante, infelizmente, ocorre com uma freqüência muito grande. Quantas vezes, independente da condição social, cultural ou religiosa e temos a oportunidade de testar os nossos conhecimentos e o grau de assimilação aos ensinamentos religiosos, falhamos fragorosamente. Isso ocorre porque existe uma grande diferença entre o aprendizado teórico e a prática diária frente aos nossos semelhantes.
Jesus, o mestre por excelência, estabeleceu como lei a prática da doçura, da moderação, da afabilidade e da paciência, como os caminhos seguros para a conquista do equilíbrio entre as pessoas. A conquista dessas virtudes exige esforço e o reconhecimento das nossas imperfeições. Quantas vezes ouvimos as pessoas dizerem: "sou muito bom, mas não me contrarie"; "aqui mando eu"; "tenho suportado tudo calado". São frases que podem aparentemente dourar uma situação, mas, na realidade estão longe daquilo que necessitamos para nos tornarmos melhores espíritos.
Não estamos aqui para suportar as pessoas, mas sim para aprender a amá-las. Saber ouvir é um ato de caridade, sempre. Ser autoritário, além de ser um atentado à educação, revela a falta de paciência, tão necessária para que o entendimento se estabeleça.
A paciência é uma virtude que se conquista diariamente. Ela nos dá a oportunidade de observar o mundo ao nosso redor, fazendo ver que existe muito mais além de nós mesmos.
Os ensinamentos que Jesus nos trouxe, e que ainda hoje, passados mais de dois milênios, estamos procurando entender, são pródigos em mostrar o caminho que conduz para a evolução espiritual. Mas, é necessário compreender que sem esforço não se conquista nada. Que para torna-se uma pessoa de bem é preciso exercitar a paciência e a doçura. Que todos têm o direito de expressar as suas opiniões, mesmo que elas sejam diferentes das nossas.
A paz e o equilíbrio serão conquistados na medida em que nos esforçarmos para por em prática os ensinamentos de que já somos possuidores. É preciso, no entanto, boa vontade e perseverança, elementos essenciais na luta para vencer as imperfeições.
Agosto de 2005, edição n°. 235
Jornal Eletrônico Verdade e Luz
USE de Ribeirão Preto
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PALAVRAS DE VIDA ETERNA – ESTUDO 15






























Francisco Cândido Xavier pelo Espírito Emmanuel
BENIGNIDADE
"Sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus em Cristo vos perdoou" - Paulo (Efésios, 4:32)

A grande maioria dos homens está mais interessada em tudo quanto se relacione ao bem-estar da vida terrena, a satisfação pessoal, deixando de cuidar da vida espiritual. Mesmo quando bem intencionados, desejosos de realizar boas obras não cuidam do próprio adiantamento, dando vazão às paixões de ordem inferior.

No entanto faz-se necessário aprimorar-se, amar o bem, sentir pelo outro enfim, orientar a existência pelos princípios superiores do Evangelho.

Por isso, o apóstolo Paulo prescreve: "Sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus em Cristo vos perdoou".

Essa benignidade aconselhada, é entendida como disposição favorável à prática do bem; é a conduta com a qual o homem consegue superar suas dificuldades de ordem pessoal e social.

É sabido que as maiores dificuldades do homem residem no relacionamento interpessoal justamente porque não respeita o próximo, não faz a ele tudo quanto deseja para si, detendo-se no egoísmo, no orgulho e vaidade que levam a ver só a si, a buscar somente seu benefício prejudicando e infelicitando o próximo, criando grilhões que o prendem nos círculos inferiores em dores e apreensões.

A recomendação apostólica leva a refletir sobre a necessidade de modificação das condições espirituais que se expressarão em ações melhores, de seguir outro rumo, que leve a relacionamento significativo, regido pela solidariedade, brandura, indulgência, perdão..., identificando nesse proceder o caminho do progresso real, no trabalho incessante que culmina na modelação íntima em renovações constantes. Nos exemplos que se seguem no texto em estudo há o convite a que se pense sobre a generosidade e o amor do Pai pelas suas criaturas manifestando-se na tolerância aos reiterados erros; na ajuda desinteressada que seus mensageiros prestam a todos que dela necessitam; nas novas oportunidades, sempre oferecidas, à renovação; não havendo ninguém que não tenha em suas mãos os valores com os quais possa trabalhar seu potencial espiritual, aquele realmente capaz de promover a felicidade.

Observando a generosidade das concessões divinas por toda parte, renovemo-nos para o bem, permanecendo atentos às menores oportunidades de ajudar, aproveitando-as quanto possível, porquanto pelas nossas ações seremos enriquecidos ou depreciados em nossos recursos.

É da Lei que "a cada um seja dado segundo suas obras".

Exortados pelos pensamentos do apóstolo Paulo, usemos constante benignidade uns para com os outros, porque somente assim viveremos no clima de Jesus, na construção do Reino de Deus.

Bibliografia.
• Xavier, Francisco Cândido. "Palavras de Vida Eterna: Benignidade". Ditada pelo Espírito Emmanuel, 17 ed. Uberaba – MG – CEC. 1992.
• Rizzini, Carlos Toledo. "Evolução Para o Terceiro Milênio: Introdução e Princípios Doutrinários". 9 ed. Sobradinho – DF – Edicel. 1990.

Iracema Linhares Giorgini

MEDIUNIDADE *Estudo 15:


Estudo 15: A Mediunidade na Criança e no Jovem
Mediunidade é faculdade humana natural pela qual se estabelecem as relações entre os homens e os Espíritos; pertence ao campo da comunicação. Natural constatá-la na criança e no jovem, pois são Espíritos em experiências no mundo material, em processo de desenvolvimento físico, intelectual e moral, através dos quais serão ampliadas as suas potencialidades.
Analisando o aflorar da mediunidade em diferentes ciclos do desenvolvimento humano, o professor Herculano Pires, no livro Mediunidade, esclarece que as crianças possuem a mediunidade, por assim dizer, à flor da pele,porém são resguardadas pela influência benéfica dos espíritos protetores, que as religiões chamam de anjo da guarda. Nessa fase infantil, as manifestações, em sua maioria são mais de caráter anímico; a criança projeta a sua alma nas coisas e nos seres que a rodeiam, recebem inspirações de amigos espirituais, às vezes vêem e denunciam a presença de espíritos. Quando passam dos sete ou oito anos, integram-se melhor no condicionamento da vida terrena, desligando-se progressivamente das relações espirituais e dando mais importância às relações com os encarnados. Encerra-se o primeiro ciclo mediúnico para abrir o segundo. Considera-se então que a criança não tem mediunidade, a fase anterior é levada à conta da imaginação e da fabulação infantil.
Allan Kardec, pergunta aos Espíritos na questão 221. de O Livro dos Médiuns, nos seguintes itens:
Item 6. : “Será inconveniente desenvolver a mediunidade das crianças?”.
- Certamente. E sustento que é muito perigoso. Porque estes organismos frágeis e delicados seriam muito abalados e sua imaginação infantil muito superexcitada. Assim, os pais prudentes as afastarão dessas idéias, ou pelo menos só lhes falarão a respeito no tocante às conseqüências morais.
Item 7. : “Mas há crianças que são médiuns naturais, seja de efeitos físicos, de escrita ou de visões. Haveria nesses casos o mesmo inconveniente?”
- Não. Quando a faculdade se manifesta espontânea numa criança, é que pertence à sua própria natureza e que sua constituição é adequada. Não se dá o mesmo quando a mediunidade é provocada e excitada. Observe-se que a criança que tem visões, geralmente pouco se impressiona com isso. As visões lhe parecem muito naturais, de maneira que ela lhe dá pouca atenção e quase sempre as esquece. Mais tarde a lembrança lhe volta à memória e é facilmente explicada, se ela conhecer o Espiritismo.
Item 8. : “Qual a idade em que se pode, sem inconveniente, praticar a mediunidade?”
- Não há limite preciso na idade. Depende inteiramente do desenvolvimento físico e mais particularmente do desenvolvimento psíquico. Há crianças de doze anos que seriam menos impressionadas que algumas pessoas já formadas. Refiro-me à mediunidade em geral, pois a de efeitos físicos é mais fatigante para o corpo. Quanto à escrita há outro inconveniente, que é a falta de experiência da criança, no caso de querer praticá-la sozinha ou fazer dela um brinquedo.
Analisando essas explicações, entendemos que a questão da idade está subordinada tanto às condições do desenvolvimento físico, quanto às do caráter ou amadurecimento moral. No entanto, o que ressalta claramente das respostas acima é que não se deve forçar o aflorar mediúnico das crianças, e que, caso haja o aflorar espontâneo, deve-se empregá-la com grande seriedade, sendo necessário dar às crianças em geral, o ensino moral do Espiritismo, preparando-as para uma vida bem orientada pelo conhecimento doutrinário, sem qualquer excitação prematura das faculdades psíquicas que se desenvolverão no tempo devido.
É geralmente na adolescência, a partir dos doze ou treze anos que se inicia o segundo ciclo. No primeiro ciclo só se deve intervir no processo mediúnico com preces e passes, para abrandar as excitações naturais da criança, quase sempre carregadas de reminiscências estranhas do passado carnal ou espiritual. Na adolescência o seu corpo já amadureceu o suficiente para que as manifestações mediúnicas se tornem mais intensas e positivas, necessitando de esclarecimentos e condução adequados sobre a mediunidade.
As reuniões de estudo, especificamente as de Mocidade, voltadas para a integração do adolescente e jovem à Vida, quando conduzidas por evangelizadores preparados, representam importante fator de esclarecimento e desmistificação das nossas relações com os Espíritos. Há adolescentes que se integram rápida e naturalmente à nova situação e se preparam seriamente para a atividade mediúnica. Outros rejeitam a mediunidade, por associá-la a inúmeras renúncias. Muitos rejeitam as diretrizes espirituais instaladas em suas consciências, criando desvios e perturbações que trarão conseqüências mais tarde.
Nesse período, o adolescente se abre para contatos mais profundos com a vida e o mundo, sendo necessário ampliar sua visão da Vida, à luz da Doutrina Espírita. Estimulá-lo a fazer escolhas adequadas, mostrando-lhe que há renúncias necessárias, principalmente as relacionadas a si mesmo. Os exemplos dos familiares influem mais em suas opções do que ensinos e exortações. Começa a tomar conta de si mesmo e a firmar sua personalidade, necessitando ser respeitado, amado e compreendido, a fim de estruturar mais facilmente, o caminho que percorrerá com destino à Perfeição.
O adolescente e o jovem, este se enquadrando no terceiro ciclo, podem e devem ser estimulados a se descobrirem como Espíritos, plenos de potencialidades a serem desenvolvidas, vivenciando diversas experiências que lhes possibilitem crescimento espiritual. Merecem orientação adequada que os preparem para trabalhar com Jesus, onde quer que estejam, aprendendo a servir, participando como agentes modificadores do meio, independente da idade cronológica, mas cientes da responsabilidade espiritual de fazer o melhor e ser feliz.
Muitos jovens crêem existir incompatibilidade entre o descobrir e experimentar as belezas e alegrias naturais da vida e a vivência mediúnica; falta-lhes, por ausência de conhecimento, o entendimento de que por serem Espíritos, vivem em constante relação com outros Espíritos, encarnados e desencarnados, sendo imprescindível disciplinar essa convivência, colocando o Evangelho em seu sentir, pensar e agir.
Quanto antes a criança e o jovem receberem esclarecimentos sobre a realidade espiritual da qual fazem parte, mais prontamente se tornarão aptos a trabalhar com Jesus, o que não implica exclusão de vivências no mundo; significa estar no mundo sem ser do mundo, daí a mediunidade fundamentar-se na vida de relação, estabelecendo convivências, exigindo definição de propósitos, atitudes diferentes, possibilitando crescimento moral e espiritual, que tornarão esses Espíritos, hoje crianças ou jovens, em homens de bem, construtores do Mundo Melhor, ao qual todos aspiramos.
Bibliografia:
• KARDEC, Allan - O Livro dos Médiuns: 2a. ed. São Paulo: FEESP, 1989 - Cap. XXI, q. 221, itens 6, 7 e 8.
• PIRES, J. Herculano - Mediunidade: 2a. ed. São Paulo: PAIDÉIA, 1992 - Cap. I.
Tereza Cristina D'Alessandro

75 - O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

CAPÍTULO VIII; BEM-AVENTURADOS OS PUROS DE CORAÇÃO

INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS: ITEM 18: DEIXAI VIR A MIM OS PEQUENINOS

A belíssima mensagem é de JOÃO, o Evangelista. O primeiro impulso é , simplesmente, copiá-la, para manter a sua beleza e a sua sublimidade. Mas, se estamos estudando este livro, precisamos tecer comentários sobre ela. Vamos, então, fazê-lo.
Inicia ele, pelo título da mensagem, que é o apelo de Jesus aos seus discípulos, que queriam afastar as crianças, por pensarem que elas incomodariam o Mestre, que tinha o que dizer a adultos, não a crianças, que não poderiam compreendê-lo.
Explica, então, que esse apelo de Jesus não era dirigido somente às crianças, embora ele “lhe conquistaria o coração das mulheres, que são todas mães.” Dirigia-se também “às almas que gravitam nos círculos inferiores, onde a desgraça desconhece a esperança. Jesus chamava a si a infância intelectual da criatura formada: os fracos, os escravos, os viciosos.”
“Os sãos não precisam de médico e sim, os doentes; não vim chamar os justos e sim, os pecadores.” (Marcos, 2: 17) “Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei.” (Mateus. 11: 28 )
Naquele apelo, queria Jesus que os homens aceitassem seus ensinos, se entregassem a ele, com a confiança das crianças, e essa idéia transparece em muitas de suas frases, registradas nos Evangelhos.
Assim, na sua maneira de ensinar, aproveitando as situações naturais, falando pouco, com muito significado, Jesus “ submetia as almas à sua terna e misteriosa autoridade”, que vinha da sua pureza de espírito, conquistada através dos tempos em outro mundos materiais, visto que ele já era puro, quando a Terra ainda não existia.
“Ele foi a flama que espantou as trevas, o clarim matinal que tocou a alvorada. Foi o iniciador do Espiritismo, que deve, por sua vez, chamar a si, não as crianças, mas os homens de boa vontade. A ação viril está iniciada: não se trata mais de crer, instintivamente, e obedecer de maneira mecânica; é necessário que o homem siga a lei inteligente, que lhe revela a sua universalidade.”
O espiritismo, conclamando à fé raciocinada, “ ... a que pode enfrentar a razão face a face, em todas as épocas da humanidade”, satisfaz, plenamente, as exigências da inteligência do homem atual, que quer crer apenas naquilo que compreende, desde que não tenha uma postura preconceituosa, de “oposição sistemática e interessada”, conforme escreveu Kardec, neste livro que estamos estudando, no capítulo XIX, item 7.

“Meus bem-amados, eis chegados os tempos em que os erros explicados se transformarão em verdades. Nós vos ensinaremos o verdadeiro sentido das parábolas. Nós vos mostraremos a correlação poderosa, que liga o que foi ao que é.”
Realmente, os Espíritos desencarnados, que trouxeram a revelação espírita, codificada por Allan Kardec, continuam, sob a égide de Jesus, ensinando-nos sempre mais, na medida do aprofundamento do nosso entendimento intelectual e moral.
E quanto mais estudamos a Boa Nova, trazendo seus ensinos para nosso cotidiano, mais cresce, em nós, a gratidão e o amor ao Mestre Jesus, a Allan Kardec e a todos os Espíritos que trabalham em benefício desta humanidade rebelde à lei do AMOR.
Assim, João, o evangelista, o apóstolo que, talvez, mais tenha vivenciado o Amor ao próximo, talvez ( uma vez mais ) assim nos pareça, por ter tido uma existência muito mais longa do que os demais, termina essa mensagem: “Eu vos digo, em verdade: a manifestação espírita se eleva no horizonte, e ei aqui seu enviado, que vai resplandecer como o sol sobre o cume dos montes.”
O “seu enviado” pela manifestação espírita é o Espiritismo, que, realmente, resplandece na mente e no coração de quem o conhece, iluminando sua jornada evolutiva, com seus esclarecimentos sobre os ensinos de Jesus, tornando-os, cada vez mais atualizados, mais necessários e, conseqüentemente, mais possíveis de serem vividos pelos homens na Terra.
Bibliografia:
KARDEC, Allan - “O Evangelho Segundo o Espiritismo”

Leda de Almeida Rezende Ebner

9 *O CÉU E O INFERNO

"6 . – A felicidade está na razão direta do progresso realizado, de sorte que, de dois Espíritos, um pode não ser tão feliz quanto o outro, unicamente por não possuir o mesmo adiantamento intelectual e moral, sem que por isso precisem estar, cada qual, em lugar distinto. (...)
Sendo a felicidade dos Espíritos inerente às suas qualidades, haurem-na eles em toda parte em que se encontram, seja à superfície da Terra, no meio dos encarnados, ou no Espaço".
(O Céu e O Inferno, Cap. III - O CÉU. Grifos nossos)
A palavra céu está comumente associada em religião a algum lugar onde desfrutamos de "recompensas". Assim, pode parecer estranho não querer circunscrever um lugar para esse céu. Poderíamos indagar, então, qual o céu dos Espíritos? Acreditamos que sim. Não no sentido de ser possível localizá-lo numa região determinada. Mas como qualquer lugar em que algo especial possa ser sentido, algo como um estado de harmonia, de suficiência afetiva, o reino dos Céus, mencionado por Jesus.
Nessa ordem de idéias, o que realmente impressiona é encontrar nas palavras de Kardec acima, uma ligação entre duas idéias muito simples: progresso e felicidade. Simples dissemos nós, será? Talvez sim, mas a exigir uma certa aptidão para ver, os olhos de ver. Então, procuremos entender isso um pouco melhor. Mas, não esqueçamos leitor, duas (ou mais) cabeças pensando pode não levar a nada se os corações não estiverem dispostas a amar.
No mês anterior mencionamos um processo subentendido nas palavras de Kardec. Vale recordar:
• Conhecimento e experiência, levando ao desenvolvimento de novas faculdades, `a ampliação da percepção e, conseqüentemente, maior sensibilidade (novos gozos).
O que queríamos dizer com isso? Pode parecer de início que se trata de algum curso, com professores, matérias, etc. Assim, freqüentaríamos uma "escola" (para adquirir conhecimento), desenvolveríamos atividades (para ganharmos experiência) e, como resultado, teríamos adquirido mais habilidades. Habilidade para perceber, fazer, organizar, etc. Acabaríamos por nos tornarmos mais sensíveis, isto é, capazes de apreender nuances que antes sequer imaginávamos... Bem, isso, de certa forma, pode ser exemplificado quando educamos o nosso ouvido para a música. O que acontece? Começamos a distinguir aspectos que antes simplesmente não existiam para nós. Uma coisa é ser ouvinte de música, outra é se envolver com ela, exercitar-se nela, perceber-se por si mesmo nela, vivenciá-la. Então, algo acaba acontecendo. Poderíamos chamar de maturidade, habilidade, percepção, etc. Pouco importa o nome. O fato é que algo ocorreu conosco nesse processo. Mudamos. Veja, amigo leitor. Não mudamos algo. Nós mudamos.
E o que tudo isso tem a ver com o título da nossa discussão? Façamos a "ponte": Que espera, o leitor, da outra vida?
Examinemos melhor a questão do céu, então, com Kardec, complementando-a com a colocação acima. Ora, se alguma coisa esperamos da outra vida, nada obteremos porque não existe uma outra vida, existe uma só vida e inúmeras existências. Por outro lado, desejar apenas uma melhor existência na Terra ou alhures, pode significar simplesmente que ainda não amamos, nossos atos estariam vinculados a um secreto egoísmo, uma secreta intenção de barganha com a Divindade. Mais ou menos assim: Nós nos comportamos bem, espalhamos o bem a mãos-cheias, beneficiamos o próximo e Ele, uma divindade de fora, nos recompensaria, premiando-nos com uma mansão Celeste ou uma reencarnação venturosa, em que seremos ricos ou desfrutaremos de uma boa situação social. Será isso o reino dos céus?
É claro que a dedicação ao próximo nos trará benefícios. Mas é preciso cuidado, pois isso também pode demonstrar o apego a alguma coisa que imaginamos que deve existir. E, se não for bem como esperávamos? Talvez o melhor seja que não esperemos o nosso céu depois da morte, mas que comecemos a vivê-lo aqui e agora. E é justamente isso que a colocação de Kardec nos ajuda a entender.
"A felicidade está na razão direta do progresso realizado" ou que "(...) a felicidade dos Espíritos [é] inerente às suas qualidades"
Ainda em O Céu e o Inferno:
"O homem foi criado para a atividade; a atividade do Espírito é da sua própria essência; e a do corpo, uma necessidade."
O que podemos perceber então? Progresso exige atividade criadora. O Reino de Deus não é uma recompensa que nos será dada mais tarde, quando formos bonzinhos. Ele já se encontra dentro de cada um e, na medida em que criamos as condições necessárias à sua emersão, Ele virá para fora de nós, empolgando todo o nosso ser, e seremos seu instrumento e seu arauto no mundo.
É claro que para criar essas condições necessitamos de auxílio, orientação, cuidados. Afinal, como isso acontece? O que podemos fazer? Três idéia poderosas se somam às anteriores: atividade, qualidade e felicidade. Ou, juntando as três, assim resumir: Qual a força da nossa motivação? Afinal, como dizia Weber, filósofo, as idéias nada mais são que trilhos nos quais o interesse corre. Questões que procuraremos abordar no próximo "encontro", por enquanto ficando com o pensamento de Schiller:
"Para que a verdade triunfe na luta com a força, ela deve se transformar primeiro numa força e se ligar a algum impulso como seu advogado, no reino dos fenômenos, pois os impulsos são as únicas forças geradoras no mundo do sentimento".
E não foi isso o que Jesus fez? Deu força à Verdade pela ação do seu exemplo?

Vanderlei Luiz Daneluz Miranda

2 - Evolução do Princípio Inteligente

- Reino Animal - Nematelmintos
Quanto ao HABITAT estes animais podem ter:
VIDA LIVRE - medem poucos milímetros de comprimento.
PARASITA - de plantas e animais - podem atingir até alguns metros de comprimento.
PARASITA - o que é?

Definição dicionário - Que, ou o que vive a custa alheia; animal que vive à custa de outro ser organizado, deste retirando tudo o que necessita para a sua própria
subsistência.

Seria a condição de parasita algo natural, criada por Deus?
• Não! O parasitismo entre os animais não decorre de uma condição natural, mas de uma autêntica adaptação deles a modo particular de Comportamento. Por que isto aconteceu?
• Do ponto de vista da evolução, as relações entre os seres independentes tornaram-se progressivamente mais íntimas e atravessaram as fases de Comensalismo, inquilinismo e mutualismo até chegar ao parasitismo.
• Comensalismo - associação de dois indivíduos que são beneficiados sem causar prejuízo para o hospedeiro.
• Inquilinismo - associação de dois indivíduos, vivendo um deles no interior do outro, sem se nutrir à custa dele, mas aproveitando-se dos alimentos por ele captados.
• Mutualismo - forma de simbiose de que ambos os associados tiram vantagens.
• Parasitismo - associação de dois indivíduos em que um deles tira vantagens com prejuízo do outro.
• Por necessidade de sobrevivência ou por escassez de alimentos, os seres foram se adaptando, e no regime de adaptação a que se entregaram, sofreram mutações de vulto a lhes exprimirem na forma, como:
Reduções ou acentuações orgânicas:
1. Degeneração ou total extinção do aparelho digestivo, porque, vivendo na corrente abundante de sucos nutritivos já elaborados, passam a prescindir de sistema intestinal próprio - convertem os órgãos bucais em órgãos de fixação e passam a realizar a nutrição por osmose, utilizando toda a superfície do corpo.
2. Quando o parasita costuma ingerir grande massa de sangue, há um desenvolvimento anormal do intestino médio, que se transforma em uma bolsa volumosa a funcionar por depósito de reserva para longos jejuns eventuais - sanguessugas e mosquitos.
3. Perda dos apêndices locomotores - em virtude do parasitismo, muitos platelmintos e anelídeos perderam os apêndices locomotores, substituindo-os por ventosas ou ganchos.
Órgãos dos sentidos, movimentação rápida, coordenação de movimentos são muito importantes para os organismos de vida livre, que capturam seu alimento, no ambiente natural em que vivem. Um endoparasita, por exemplo, não necessita de estruturas visuais, desde que vive sempre mergulhado na escuridão do interior do corpo do hospedeiro.
Dentro do mesmo filo, platelmintos, os animais de vida livre são os que mostram maior complexidade estrutural.
Os animais parasitas muitas vezes, sofreram simplificação morfológica, resultado de sua adaptação ao organismo hospedeiro.
Para se traçar uma linha evolutiva são levados em consideração as características morfofisiológicas. Nesse caso, os parasitas não são muito considerados porque perderam muitas características devido a sua adaptação.
E no hospedeiro, quais as transformações causadas pelo parasitismo?
Uma série de doenças humanas são provocadas por nematodos. Uma delas, muito conhecida, é o "amarelão", causada por Necator americanus ou também por Ancylostoma duodenale. Esses vermes, quando adultos, habitam o intestino delgado. Na sua região bucal, existem projeções pontiagudas, em forma de dentes, com as quais os vermes perfuram a parede intestinal, pois sua alimentação consiste de sangue sugado pelo hospedeiro. A lesão intestinal provoca hemorragia e a perda constante de sangue torna o indivíduo hospedeiro anêmico e alquebrado, reduzindo muito sua capacidade de trabalho.
Outra doença é a triquinose, causada por larvas de Trichiunella spiralis que atingem a musculatura do homem, encistando-se e provocando sensações extremamente dolorosa.
Há ainda a elefantíase, causada por parasitas conhecidas como filárias que, quando adultos, habitam os vasos linfáticos, geralmente dos membros inferiores do homem e em grande número podem causar obstruções dos vasos linfáticos provocando edemas que deformam as pernas, dando-lhes aspecto da perna de um elefante.
Com isto concluímos que o parasitismo tanto é prejudicial ao parasita quanto ao hospedeiro.
CONTINUA...
Bibliografia:
Obsessão Desobsessão - Suely Caldas Schubert
Evolução em Dois Mundos - André Luiz
Libertação - André Luiz
O Perispírito e suas Modelações - Luiz Gonzaga Pinheiro
Mediunidade - José Herculano Pires
Biologia volume II - Amabis & Martho

Maria Sueli Bertoldi Pereira

O LIVRO DOS MÉDIUNS * Estudo nr.11


Estudo nr.11 - Capítulo III - Método

Semelhante incompreensão acontece também nas pesquisas psíquicas , quando o método estatístico não pode ter o valor e a expressão que se lhe quer emprestar, justamente porque o Espírito, o pensamento e a vontade não são forças mecânicas que se submetem inteiramente às experiências de laboratório.
Admissíveis, sem dúvida, serão os processos a serem utilizados visando a evitar as fraudes e embustes, tal como o fizeram os investigadores do passado e o fazem os da atualidade.
Todavia, exigências naturais, prudência e cautela, necessárias ao controle das pesquisas não devem ser confundidas com métodos científicos rígidos e inaplicáveis, por incompatíveis.
Frivolidades, fraudes, diversões, prestidigitação e toda sorte de passatempo devem ser permanentemente combatidos pelos espíritas sinceros, em face aos prejuízos que causam aos praticantes, atingindo, por via indireta, a seriedade com que deve ser praticada a Doutrina.
A generalidade dos sábios do mundo, ao lado das cautelas naturais que devem presidir o trato das questões atinentes ao Espiritismo, ainda não se aperceberam da extraordinária força do pensamento e do poder resultante das afinidades psíquicas, para só citar dois fatores essenciais nas experiências com o mundo invisível.
Muitos deles ainda não entenderam que as inteligências libertas do jugo da matéria não podem ser tratadas pelos mesmos sistemas aplicados a forças mecânicas, nem se subordinam passivamente a controles de laboratório.
Se não se levar em consideração seres livres, com vontade própria, mas sem o revestimento físico, capazes de determinar os rumos de fenômenos inabituais , tal como acontece nas intervenções dos Espíritos no mundo corpóreo, qualquer experiência ou investigação pode fracassar, ou levar a deduções falsas, por desconhecimento das leis naturais que regem as relações entre dois mundos diferentes em sua estrutura.
Daí os constantes insucessos nas pesquisas de sábios e especialistas sem o necessário lastro em matéria de ciência psíquica. A ignorância das causas e condições atuantes somada à insuficiência das regras aplicadas, inadequadas aos fins objetivados, determinam fracassos, erros e falsas deduções.
A suspeita permanente, a desconfiança indiscriminada, a inadequação de meios, a ignorância do que é o mundo espiritual são fatores que favorecem a manifestação freqüente de entidades inferiores interessadas sem perturbar, em fortalecer convicções erradas, sem simular e incentivar fraudes e mistificações nos sensitivos, visando a desacreditar experiências mal conduzidas, numa mescla de falso e verdadeiro, de difícil distinção.
O Mundo Espiritual, é constituído por seres benfazejos e maléficos, só através do Espiritismo pode ser melhor conhecido. Sem as luzes da Doutrina, muitos podem tornar-se vítimas das potências inferiores capazes de conduzir os imprudentes e despreparados ao erro, à obcecação às obsessões.
À medida que o observador atento e estudioso, moralizado e interessado na obra do Bem, isento de preconceitos e imbuído do desejo de servir penetra nos domínios do invisível, pouco a pouco compreende a grandiosidade da obra do Criador do Universo que não se restringe à ordem física mas se estende aos domínios do Espírito imperecível, muito mais vastos e complexos.
Observará também que em toda parte se manifestam a ordem e a harmonia em tudo, embora pelas nossas limitações, muitas vezes só chegamos a perceber o lado negativo das coisas.
próxima edição:
Capítulo III - Método – continua
Bibliografia:
Kardec, Allan – O Livro dos Médiuns,
Kardec, Allan – O Livro dos Espíritos,
Kardec, Allan - O que é o Espiritismo,
Borges, Juvanir – Tempo de Transição.

Elisabeth Maciel

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Conflitos de Culpa

Atualmente percebe-se um grande número de pessoas, principalmente de jovens, que carregam consigo o sentimento de culpa e os seus conflitos. Muitas podem ser as causas de tal questão:
• Registros no inconsciente profundo, resultantes de comportamentos inadequados ou destrutivo em outras existências ou na atual;
• " Ignorância medieval " nele ainda remanescente, que a tudo quanto ignorava, por parecer aético ou imoral, transformava em pecado, culpa imundice, propiciando sentimentos ultrajantes e vergonhosos àqueles que passavam pelas experiências dignas de punição;
• Convivência doentia com pais neuróticos e irritados, que gritam e acusam, que maltratam e agridem a criança que, se sentindo impossibilitada de tolerá-los ,foge-lhes da presença, refugiando-se no seu quarto ou no mundo particular da imaginação
Quando se trata dos registros no inconsciente profundo, inadvertidamente o paciente experimenta a desagradável sensação de haver escamoteado a verdade ou agido erradamente, sem que ninguém tivesse idéia ou conhecimento dos seus atos reprocháveis. Porque os dissimulou com vigor ou conseguiu nega-los com veemência, permanece-lhe a crença subjacente de que, num ou noutro momento pode ser chamado à prestação de contas ou ser desmascarado, tombando em descrédito ou sofrendo a zombaria de quem hoje lhe oferece confiança e amizade.

Acoimado pela culpa, foge dos relacionamentos de qualquer natureza, cultiva o mau humor, processa erradamente o que houve, sempre considerando que todas as queixas e reprimendas, advertências e observações que o alcançam têm por meta censurá-lo, humilhá-lo, estigmatizá-lo...

No que diz respeito à "ignorância medieval" ocorre a vergonha de si mesmo assomando ainda hoje como sinal de permanência emocional nos dias sombrios da intolerância, considerando ignóbil ou vulgar, promíscuo ou sujo, todo e qualquer comportamento menos adequado ou mais primitivo, e assim se eximindo de culpa. Devido a esse comportamento emocional, tem dificuldade em assumir a responsabilidade pelos seus erros, enganos e equívocos, tendo ainda sempre desculpas para justificar o que considera reprovável.

Muitos pais acusam os filhos de ser um peso nas suas vidas ou responsável pelos problemas e transtornos que experimentam, passa a sentir culpa, de que não consegue liberar-se, prosseguindo numa adolescência incompleta, na qual surge a vergonha da própria sexualidade, por parecer-lhe algo impuro.

Quando a culpa aparecer no indivíduo deve-se assumi-la e trabalhar com naturalidade, o sentimento de perdão e compreensão aos pais e aos fatores que trabalharam para a sua instalação facultam-lhe o desaparecimento paulatino até a total desintegração.

O hábito saudável de aceitar-se como se encontra libera da autocrítica recriminatória, portanto, autopunitiva.
Bibliografia:
O Despertar Do Espírito – Divaldo P. Franco / Joanna de Ângelis

Hérin Andréas

O LIVRO DOS MÉDIUNS Estudo nr. 07*

(Guia dos Médiuns e dos Doutrinadores)
Contém o ensino especial dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o Mundo Invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os escolhos que se podem encontrar na prática do Espiritismo.
Estudo nr. 07
Capitulo II - O maravilhoso e o sobrenatural.
Por todas as considerações já feitas, fica cada vez mais evidente a importância do conhecimento para bem compreender a atuação das leis divinas e naturais no universo.

O Espiritismo não aceita todos os fatos considerados maravilhosos.

Longe disso, demonstra a impossibilidade de muitos deles e o ridículo de algumas crenças que constitui, propriamente falando, a superstição.

Os adversários do Espiritismo o acusam de despertar idéias supersticiosas.

Mas, o que é que há de comum entre a doutrina que ensina a existência do mundo invisível, comunicando-se com o visível, e fatos da natureza do que relatamos, que são os verdadeiros tipos de superstição?

Se os que o atacam a esse respeito tivessem dado ao trabalho de estuda-lo, antes de julga-lo levianamente, saberiam que não só condena as práticas divinatórias, como lhes demonstra a nulidade.

O estudo sério do Espiritismo, tende a destruir as crenças realmente supersticiosas.

Na maioria das crenças populares há, quase sempre, um fundo de verdade, desnaturado e ampliado. São os acessórios, as falsas aplicações, que a bem dizer, constituem a superstição.

Assim é que os contos de fadas e de gênios repousam sobre a existência dos espíritos bons e maus, protetores ou malévolos.

Todas as estórias de aparição têm sua fonte no fenômeno muito real das manifestações espíritas visíveis e mesmo tangíveis.

Tal fenômeno, hoje perfeitamente verificado e explicado, entra na categoria dos fenômenos naturais, que são uma conseqüência das leis eternas da criação.

Mas o homem raramente se contenta com a verdade que lhe parece muito simples, ele a reveste com as quimeras criadas pela imaginação e é então que cai no absurdo. Ocorre ainda, os que têm interesse em explorar essas mesmas crenças, às quais se juntam um prestígio fantástico, próprio a servir os seus objetivos.

Daí a turba de adivinhos e de ledores de sorte contra os quais a lei se ergue com justiça.

O Espiritismo verdadeiro, racional, não é pois, mais responsável pelo abuso que dele possam fazer, nem mesmo a medicina pelas formulas ridículas e praticas empregadas por charlatães ou ignorantes.

Ainda uma vez, antes de julga-lo dai-vos o trabalho de estudá-lo.

Concebe-se o fundo de verdade de certas crenças, mas talvez se pergunte sobre o que pode repousar tais crenças?

Parece-nos que tem origem no sentimento intuitivo dos seres invisíveis, aos quais se é levado atribuir um poder, que por vezes não têm.

A existência de espíritos enganadores, que pululam a nossa volta, por força da inferioridade do nosso globo, como insetos daninhos num pântano, e que se divertem à custa dos crédulos, predizendo-lhes um futuro quimérico, sempre próprio a adular seus gostos e desejos; é um fato do qual temos provas diárias pelos médiuns atuais.

O que se passa aos nossos olhos aconteceu em todas as épocas, pelos meios de comunicação em uso conforme o tempo e o lugar.

Eis a realidade.

Com o auxílio do charlatanismo e da cupidez a realidade passou para o estado de crença supersticiosa.

Criticar o que o próprio Espiritismo refuta, é demonstrar ignorância do assunto e argumentação inócua. Daí a pergunta até onde vai a crença do Espiritismo? Lede e observai que o sabereis.

A aquisição de qualquer ciência exige tempo e estudo.

Quando não se tem tempo para aprender uma coisa, não se pode falar dela, e, menos ainda julgá-la, se não se quiser ser acusado de leviandade.
Resumo das proposições já vistas:
1. Todos os fenômenos espíritas têm como princípio a existência da alma, sua sobrevivência e manifestações.
2. Decorrendo de uma lei da natureza, esses fenômenos nada têm de maravilhoso e sobrenatural.
3. Muitos fatos são considerados sobrenaturais porque a sua causa não é conhecida.
4. Entre os fatos qualificados de sobrenaturais, o Espiritismo demonstra a impossibilidade de muitos e os coloca entre as crenças supersticiosas.
5. Embora o Espiritismo reconheça um fundo de verdade em muitas crenças populares, eles não aceita que todas as estórias fantásticas criadas pela imaginação sejam da mesma natureza.
6. Julgar o Espiritismo pelos fatos que ele não admite é dar prova de ignorância e desvalorizar por completo a própria opinião.
7. A explicação dos fatos admitidos pelo Espiritismo, de suas causas suas conseqüências morais, constitui toda uma ciência e uma filosofia que exigem estudo sério, perseverante e aprofundado.
8. O Espiritismo só pode considerar como crítico sério aquele que tudo viu, tudo estudou, em tudo se aprofundando com paciência e perseverança de um observador consciencioso em sentido pleno, fazendo constatações e averiguações lógicas.
Conforme O Livro dos Médiuns esse crítico (altamente qualificado) ainda está para aparecer.
Bibliografia:
• Kardec, Allan – O Livro dos Médiuns,
• Kardec, Allan – O que é o Espiritismo.
• Kardec, Allan – Revista Espírita 1860

Elisabeth Maciel

O HOMEM SER PREDESTINADO À EVOLUÇÃO - Estudo 10*

Estudos anteriores:
Outubro
Novembro
Dezembro
Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Maio
Junho Estudo 1 - Reflexões para entender o tema
Estudo 2 - O papel das civilizações
Estudo 3 - Evolução
Estudo 4 - As instituições
Estudo 5 - As Civilizações e a cultura
Estudo 6 - A Revolução Industrial dos Séculos XIX e XX
Estudo 7 - A Vinda de Jesus ao Planeta Terra
Estudo 8 - O Espirit.como prop.para se entender a pres.do ser humano na Terra
Estudo 9 - As guerras são as Catástrofes na Terra

Estudo 10 - A Educação para a Humanização
Educação: Frize-se e recorde-se que ao usar o termo "Educação", não se fala aqui em intelectualização, em saber coisas. Mas no ato ou efeito de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral do ser, visando sua melhor integração e atuação individual e social. Constituiu-se como o aperfeiçoamento integral de todas as faculdades humanas, usadas pelo próprio ser, que se renovando sempre, atua no meio que cresce com ele.
Considerando o homem primitivo em seu desenvolvimento avalia-se que ele se desenvolveu através das funções do "sentir", do "pensar" e do "fazer".
São funções que se conjugam e se completam para propiciar desenvolvimento ao ser humano.
Ele sente, deseja, anseia, pensa, imagina, faz, refaz e cria novos modos de fazer. É a causa e o preparo para desenvolver as práticas da tecnologia. Ao "fazer" no sentido de realizar o sentir e o pensar, o homem cria a instrumentalização para o trabalho e para o seu conforto material, cresce no aspecto intelectual. A corrente do "saber" se faz pela relação: a cada "prática" corresponde uma "teoria" e, também, a cada "teoria" correspondem novas "práticas".
A inteligência é a propulsora do fazer e pensar. O acúmulo do conhecimento dá condições ao ser humano de conquistar sua autonomia e acentuar a responsabilidade na sua formação cultural e moral.
O Espírito sente, é sensível e amoroso por natureza. As emoções, as aspirações e o amor são os sentimentos que o fazem revelar a espiritualidade.
O homem sente os impulsos de doar-se ao mundo. Ele modela a própria formação cultural, moral e social conjuntamente com o que a sociedade lhe oferece; resultando, de todas essas relações, as propostas de ideais que, espiritualmente estabelece para si.
A consciência do individual e do social vêm de uma prática que envolve estes procedimentos: sentir, pensar e repensar, fazer e refazer, criar e recriar, discernir, julgar, optar, decidir, refletir e construir sua filosofia de vida.
Humanizar-se (decorrerá desse trabalho que o homem, ao educar-se realiza consigo; tornando-se realmente humano – menos fera – benévolo, afável, tratável, civilizado, bondoso, benfeitor, que ama seus semelhantes, que age, deseja e trabalha visando o bem da Humanidade) é o efeito da conscientização dos valores humanos e é incorporação desses valores na conduta humana. Essa consciência de comportamento e de conduta faz com que o cidadão ofereça certa qualidade ao social.
Como ser histórico, que é o homem, tem a responsabilidade de estar presente e atuante nos meios sociais para transferir à sociedade o sentido da qualidade de vida.
Concluirmos – o homem pelo seu modo de sentir, pensar e agir influi no processo cultural a exteriorizar-se no campo social.
Deveria agir só após a reflexão da conseqüência de suas ações (naturalmente o faz por impulsos). A reflexão é, ou deveria ser o pensar no que se sente, para depois agir, ou não, conforme o maior ou menor número de Bem que suas atitudes gerarão a si e principalmente aos outros.
Ninguém, ao sentir, pensar e agir o faz só por si e para si. O campo envolve produtos das relações:
• Eu e eu
• Eu e o outro
• Eu e a sociedade
• Eu e o mundo.
Na função social e histórica em que o ser humano se coloca, não há como negar, que o homem é um ser inacabado, a completar-se continuamente como a fazer a própria história. É a característica de não estar pronto, dominando todo o saber e o fazer, portanto, o evoluir eternamente é a predestinação do Espírito. Ele tem a perspectiva do futuro no seu presente.
A educação, como um processo de vida, direciona esse homem para fins futuros.
Permeia ela as tendências e as conduz para as aspirações da vida moral e ética.
Entretanto, tudo isso tem relação com os tipos do processo educativo.
A educação deve ser o recurso para conduzir o homem a ser ético e consciente da sua responsabilidade na construção de uma realidade social.
A sociedade terá as características que resultam das relações dos seres humanos que, por sua vez, passa a expressar uma cultura, a qual, determinará os valores para a conduta desse homem. É uma interdependência a resultar a realidade a que o ser humano fica relativamente sujeito.
A educação deve dar os meios para fazer homens livres, conscientes, criativos e responsáveis pelos seus destinos, opções e realizações.
O homem criativo é o ser que à base da curiosidade em objetivos e ideais desvenda novo saber como metas de vida. E, homens responsáveis são aqueles que têm a consciência de que o futuro é obra de suas opções e do seu trabalho realizado agora.
Desta forma, consciência da realidade e a ação sobre o social são ocorrências que se relacionam; são inseparáveis constituintes do ato transformador dos sistemas sociais.
Assim entendido, a orientação no mundo porá a questão das finalidades da "ação" ao nível da percepção crítica da realidade.
O caráter político (sistema respeitante aos direitos de todos com habilidade no trato das relações humanas, visando o melhor para todos, tendo em vista os objetivos almejados. Política é o processo que se usa para resolver os problemas sociais que afetam o indivíduo) da educação é a marca que torna libertadora ou não.
Cada sociedade cria o seu sistema de educação de acordo com os valores que a norteiam. Se a sociedade é quem estrutura a educação ela o faz em função dos interesses políticos de quem detém o poder.
Mais que nunca faz-se ela imprescindível uma vez que passa a ser um fator fundamental para preservação de sistemas políticos, formando seres conscientes e livres.
Por isso, é que a transformação radical e profunda dos ideais da educação, como sistema libertador do ser humano, só se dará quando a sociedade estiver num processo de transformação consciente onde cada qual se entenda como elo básico, fundindo-se aí os ideais maiores do próprio existir.
Considerando-se a família como célula principal da sociedade percebe-se que há muito o que se realizar no campo da educação. É ela o grupo social que chega diretamente ao indivíduo no período da formação da personalidade.
A criança, o adolescente e o jovem são trabalhados individualmente e em grupo sob as diretrizes da família. Mas a família não educa sozinha; a convivência das crianças com outras crianças, dos adolescentes e jovens com outros adolescentes e jovens é fator de mistura do modo de ser desses elementos. É assim que a sociedade interfere no processo de educação dos indivíduos na família, que se estiver atenta, retornará esses elementos e através do diálogo, onde todos se enriquecem.
A educação em família, deve ter por objetivo o aperfeiçoamento de cada um de seus elementos nos sentidos da moral e da espiritualidade. É na família que o ser processa o dia a dia de seu viver. Portanto, é a família que propõe diretamente, aos seus membros, as regras, os valores morais e espirituais a cada um dos participantes que, frize-se não são estanques e fechados, mas abertos ao dinamismo das análises e retomadas.
Aí está a grande responsabilidade dos pais na escolha do seu sistema de educar os filhos.
Será que os pais entre si, individual e reciprocamente "se educam”?
Será que os filhos estão sendo educados para viverem com dignidade e para serem responsáveis pela sua própria liberdade? É, ela discutida, questionada, avaliada ?
Ao lado desses fatores há a escola, a religião, o trabalho, o companheirismo, os clubes recreativos e toda forma de sociabilidade que dividem, entre si, a responsabilidade de indicar as melhores normas de ação visando o bem estar de todos.
À família entretanto, é que caberá oferecer aos jovens maior lucidez da razão e o maior poder de discernimento para efetuar as suas opções de comportamento e de futuro.
A família ativa e atuante, contribui, assim, para o processo de burilamento dos Espíritos encarnados na Terra.
Na família está o embrião da Evolução Espiritual do Ser Humano.

*Luiza de Campos Freire Favareto