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sábado, 14 de março de 2009

MEDIUNIDADE * Estudo 16

Estudo 16 - Perda e Suspensão da Mediunidade
Ao tratarmos da perda e suspensão da mediunidade é necessário relembrar que a mediunidade não é uma improvisação nem um acontecimento fortuito. Pelo contrário, ela faz parte da constituição do homem e tem suas raízes plantadas em causas e decisões anteriores ao momento de sua eclosão. Constitui relevante instrumento de evolução, porém, mesmo sendo percebida, assim, como qualidade, sabemos que o grau de intensidade dessa faculdade não é proporcional ao desenvolvimento moral de seu detentor, do qual independe.
O uso que o médium faz da sua faculdade é o que mais influi sobre os Espíritos bons, sendo ele o responsável pela condução adequada ou não, das suas experiências mediúnicas, favorecendo intermitências e suspensões momentâneas.
Explicam os Espíritos em O Livro dos Médiuns, questão 220, que o médium pode ter o exercício mediúnico suspenso, momentaneamente, por diversas razões, caracterizadas pelo afastamento dos Espíritos Bons que não querem ou não podem servir-se dele.
São considerados motivos para o afastamento dos Bons Espíritos:
• Mau uso da mediunidade:
o Futilidades;
o Finalidades ambiciosas;
o Recusa-se a transmitir mensagens;
o Recusa-se a colaborar no esclarecimento ou ajuda aos necessitados;
o Quando não aproveita as instruções e orientações recebidas.
• Possibilitar ao médium servir como instrumento de outros Espíritos.
• Demonstração de solicitude do Amigo Espiritual pelo médium que necessita de repouso. Nesse caso, ele não permite que outros Espíritos o substituam junto ao médium.
• Para experimentar a paciência e avaliar a perseverança de médiuns bons.
O afastamento do Espírito Bom deve sempre levar o médium a reflexões sobre como pode melhorar a sua relação de trabalho com o mundo espiritual; deve ajudá-lo a refletir sobre os próprios procedimentos, sobre a necessidade de estudo e principalmente sobre o seu trabalho pessoal no Bem.
Ainda em O Livro dos Médiuns os Espíritos esclarecem que a suspensão da atividade mediúnica não implica afastamento dos Espíritos Amigos: “...O médium se acha na situação da pessoa que tivesse perdido a vista momentaneamente, mas não foi abandonada pelos amigos, embora não os veja.” . A seguir completam “... Se a falta da mediunidade pode privá-lo das comunicações por meio material com certos Espíritos, não o priva das comunicações mentais.”
Acrescentam ainda que nem sempre a suspensão é uma censura, pois pode ser uma demonstração de benevolência, e que o médium deve consultar a sua consciência, perguntar a si mesmo que uso tem feito de sua faculdade, que bem tem resultado disso para os outros, que proveito tem tirado dos conselhos que lhe deram, e saberá distinguir a censura da ação benevolente.
Constata-se que o maior obstáculo à utilização da mediunidade é o conjunto das imperfeições do médium. Allan Kardec ao identificar o caráter de missão conferido à mediunidade, perguntou aos Espíritos por que Deus a designa a homens imperfeitos e não aos homens de bem, sendo que eles responderam que são os imperfeitos que dela necessitam para se aperfeiçoarem, e para que tenham a possibilidade de receber bons ensinamentos.
Podemos concluir que, ante a constatação de que se é portador da mediunidade, tem o indivíduo o direito de consultar o seu livre-arbítrio, decidindo-se entre assumir o seu exercício, ou não. Se optar pelo exercício mediúnico, deve o médium investir no seu aperfeiçoamento moral, criando condições para se tornar um médium educado, com desempenho mediúnico voluntário e disciplinado. Se preferir recusar a mediunidade, estará rejeitando uma dádiva da vida para o seu desenvolvimento espiritual, abandonando excelente roteiro evolutivo.
Quando surgem motivos de ordem existencial involuntários e incontroláveis, tais como doenças, deveres profissionais, desequilíbrios emocionais, desestruturando a mente do médium , os próprios Amigos Espirituais providenciam interrupções temporárias, as quais também podem servir como provas, visando chamar a atenção do trabalhador quanto à correta vivência dos seus deveres.
A mediunidade não constitui obstáculo na caminhada do seu portador, porém não é aquisição apressada que se obtém por meio de facilidades humanas. Quando aceita com alegria e responsabilidade, transforma-se em instrumento de crescimento e evolução, pois encaminha o médium ao trabalho com Jesus.
Bibliografia
KARDEC, Allan - O Livro dos Médiuns: 2.ed. São Paulo:FEESP, 1989 - Cap. XVII, q. 220, itens 1-16 Neves, J.; Azevedo, G.; Calazans, N.; Ferraz, J. - “Reuniões Mediúnicas - Projeto Manoel P. de Miranda”, 2.ed. Salvador:LEAL, 1993, 7. Vivência
Ressalva: referente ao estudo 15, - A Mediunidade na Criança e no Jovem, o capítulo de O Livro dos Médiuns estudado é o XVIII, q.221, itens 6, 7 e 8 e não XXI como indicado
Tereza Cristina D'Alessandro

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