INTRODUÇÃO
AO ESTUDO DA DOUTRINA ESPÍRITA
Livro
Primeiro
As
Causas Primárias
Capítulo
I
Deus
I.
Deus e o Infinito
II.
Provas da Existência
de Deus
III.
Atributos da
Divindade
IV.
Panteísmo
II - Provas da Existência de Deus
- 4 a 9
"(...) 4 - Onde podemos encontrar as provas da
existência de Deus?
__ Num axioma que aplicais às vossas ciências: Não
há efeito sem causa. Procurai a causa de tudo o que não é obra do homem, e
vossa razão vos responderá".
Comentário
de Allan Kardec:
"(...) Para crer em Deus é suficiente lançar os
olhos às obras da Criação. O Universo existe; ele tem, portanto, uma causa.
Duvidar da existência de Deus seria negar que todo efeito tem uma causa, e
avançar que o nada pode fazer alguma coisa".
Crer
em algo superior é intuitivo, isto é, o homem traz consigo, se bem que não em
crença racional, mas como sentimento inato de um ser que lhe é superior.
Reconhece, embora não explique e nem
entenda, uma força maior inerente à própria vida, natural e não decorrente de
uma cultura imposta de fora para dentro.
Nos
estágios primitivos entende-a como algo que lhe governa a vida determinando-lhe
o destino.
Esse
desconhecido inspira-lhe medo, e ele cria cultos que em síntese, representam o
reconhecimento da própria fraqueza, da necessidade de socorro e proteção.
Como
materializa essa idéia de ajuda ?
Segundo
o que pensa, o que acha que pode preservá-lo dos males. Cria, plasma, simboliza
nessa criação uma força superior em formas que podem ir desde um animal muito
forte, a um indivíduo brutal, ou sábio, ou belo, enfim, que reconhece com
qualidades que não tendo, não tem e que não entendendo admira.
O
passo seguinte, será criar formas de como agradar essa força, de como atrair
simpatia, comunicar-se com ela, organizando agora cerimônias, oferendas e
rituais, capazes na sua idéia de manter os cuidados do "deus" sobre
si e os que lhe são caros, incluindo todas as posses e bens que dispõe.
Sol,
lua, estrelas, montanhas, enfim, tudo quanto não entende, receia, teme será
digno de receber aquilo que possua de melhor: oferece a colheita, sacrifica
animais, seres humanos em meio a cânticos e danças, com os quais busca agradar
prestando culto.
Essa
mente embrionária não oferecia condições para entender de outra forma. Dessa
insegurança, desconhecimentos e busca, surgem, nascem os vários deuses,
representando como que uma especialização das forças divinas ajustando-se cada
um às necessidades e interesses do momento com divindade para fertilidade,
guerra, amor, ódio, vingança, colheita, poder, etc.
Todos
tinham algo em comum: eram antropomórficos, isto é, tinham as formas e os
atributos humanos, conceitos, paixões, comportamentos próprios do homem que não
tendo desenvolvido seu psiquismo interpreta e projeta em todas as coisas em
apreciações e termos exclusivamente humanos.
Deus
nessa época é visto como um homem, que vive nas alturas, rodeado das coisas que
o mesmo homem acha que é bom: belezas, delícias, músicas, odaliscas, como na
morada dos deuses orientais; pessoas sempre belas e jovens com entre os deuses
gregos ou a idéia sombria, vingativa e irritada do Jeová dos Judeus que pune
até a terceira ou quarta geração.
Em
"O Espírito e o Tempo" do Prof. Herculano Pires, detalha cada fase
vivenciada chamando-as de "horizonte", isto é, limites da própria
visão e "horizontes culturais", com a significação dos meios em que
se desenvolveram as diferentes fases da evolução humana.
Sob
essas reflexões, se perguntarmos como Allan Kardec o fêz aos Espíritos,
teríamos igual resposta:
"(...) 5 - Que conseqüência podemos tirar do
sentimento intuitivo, que todos os homens trazem consigo da existência de Deus?
__ Que Deus existe: pois de onde lhes viria esse
sentimento, se ele não se apoiasse em nada? É uma conseqüência do princípio de
que não há efeito sem causa.
6 - O sentimento íntimo da existência de Deus, que
trazemos conosco, não seria o efeito da educação e o produto de idéias
adquiridas?
__ Se assim fosse, por que os vossos selvagens
também teriam esses sentimentos?
Prossegue
o comentário de Allan Kardec:
"(...) Se o sentimento da existência de um ser
supremo não fosse mais que o produto de um ensinamento, não seria universal e
nem existiria, como as noções científicas, senão entre os que tivessem podido
receber esse ensinamento".
Nesse sentimento inato, portanto,
encontra-se a noção de Deus, a prova desse existir a exteriorizar-se,
"(...) Onipresente, falar-nos pelas suas
cores, pelos sons e pelos movimentos; tem sorrisos para as nossas alegrias,
gemidos para as nossas tristezas, simpatia para todas as nossas aspirações.
Filhos da Terra, nosso organismo está em consonâncias vibratórias com todos os
movimentos que constituem a vida da Natureza: ele os compreende e deles
compartilhamos, de modo a nos deixarem nalma uma repercussão profunda, a menos
que o artifício nos tenha atrofiado. Congênita do princípio
da criação, nossa alma reencontra o infinito na Natureza".
"(...) Deus é potência e ato naturais; vive na
Natureza como nele vive ela. O Espírito se faz pressentir através de formas
materiais, mutáveis. Sim, a Natureza tem harmonias para a alma, tem quadros
para o pensamento, tem tesouros para as ambições do Espírito e ternuras para as
aspirações do coração. Sim, ela os tem porque não nos é estranha, não está de
nós segregada e somos um com ela.
Ora, a força viva da Natureza, essa vida mental que
reside nela, essa organização peculiar ao destino dos seres, essa sabedoria e
onipotência no entretenimento da criação, essa comunicação íntima de um
espírito universal entre todos os seres, que coisa, outra, poderá significar
senão a revelação da existência de Deus, a manifestação de um pensamento
criador, eterno, imenso?" 2
Bibliografia:
1 1 KARDEC, Allan.O Livro dos Espíritos - 4
a 9
2. FLAMMARION, Camille. Deus na Natureza - cap. V
Leda Marques Bighetti
Outubro / 2004
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