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segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

O Livro dos Espíritos Estudo 38


INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA DOUTRINA ESPÍRITA

Livro Primeiro

As Causas Primárias
Capítulo I

Deus

                                                    I.        Deus e o Infinito
                                                  II.        Provas da Existência de Deus
                                                III.        Atributos da Divindade
                                                 IV.        Panteísmo


I - Deus e o Infinito - 1 a 3

Prosseguindo nossas reflexões sobre Deus, Infinito abordadas no estudo anterior, novas propostas surgem levando-nos a encontrar Deus, que embora imersos Nele, tão longe e distante O percebemos.
Vejamos:
"(...) Pela síntese, o Espírito se eleva à noção de uma lei única
- a lei e força universais, que valem por expressão ativa do pensamento divino.
Luz, calor, eletricidade, magnetismo, atração, afinidade, vida vegetal, instinto, inteligência, tudo deriva de Deus.
O sentimento do belo, a estesia as ciências, a harmonia matemática, a geometria, iluminam essas forcas múltiplas e lhes dão o perfume do ideal. Seja qual for o prisma pelo qual o pensador observe a Natureza, encontra uma trilha conducente a Deus - força viva cujas palpitações, através de todas as formas, ele as sentirá no estremecer da sensitiva, como no canto matinal dos passarinhos.
Tudo é numero, correspondência, harmonia, revelação de uma causa inteligente, agindo universal e eternamente".
"(...) É fora dos tumultos da sociedade mundana, é no silencio das profundas meditações que a alma pode rever-se, em face da glória do invisível, manifestada pelo visível.
É nessa visualização de Deus na Terra, que a alma se eleva à noção do verdadeiro.
O ruído longínquo do oceano, a paisagem solitária, as águas cujos murmúrios valem sorrisos, o sono das florestas entrecortado de anseios suspirosos, a altivez impassível das montanhas, tudo abrangendo de alto, são manifestações sensíveis da força que vela no âmago de todas as coisas". 2
"(...) sombras noturnas que flutuais pela encosta das montanhas...
Perfumes que baixais das florestas...
Surdos rumores oceânicos...
Calmarias profundas de noites estreladas...
Tendes-me falado de Deus, certo, com eloqüência mais íntima e mais empolgante, que todos os livros humanos!”1
      Nesse refletir, perceberemos ou pressentimos a ação da lei de harmonia que governa tudo, cercando os mais íntimos seres de uma vigilância instintiva que guarda o tesouro da vida continuamente a se vivificar.
"(...) A direção inteligente do Universo deve ser constatada ao mesmo titulo das formas matemáticas. Obstinar-se em só considerar a criatura com os olhos do corpo e jamais com os do Espírito, é parar na superfície". 1
      O equilíbrio ecológico perfeito, a estrutura de uma arvore, a composição do ar, da água, esta, nas proporções exatas de oxigênio e hidrogênio possibilitando-lhe ser vitalizadora e não corrosiva, enfim, detalhes nos quais estamos imersos, mergulhados sem percebê-los como determinações inteligentes na Criação.

"(...) No fundo (e nisso reside a maravilha), as leis que rege as relações do som, da luz, do calor, é a mesma que rege o movimento, a formação e o equilíbrio das esferas, de igual maneira que lhes regula as distâncias. Esta lei é, ao mesmo tempo, a dos números, das formas e das idéias. É a lei de harmonia por excelência: é o pensamento, é a ação divina vislumbrada!". 2

      Sob esses raciocínios, a idéia de Deus se destaca majestosa, serena acenando para a alma como fonte inesgotável de força, luz e inspiração.
      Estudamos em Doutrina Espírita, com Allan Kardec que não há efeito sem causa e que todo efeito inteligente tem uma causa inteligente.
      Aplicada tal premissa ao estudo do mundo e das leis universais, falam de uma causa inteligente no Universo, constituindo-se por isso, as reflexões sobre Deus, como um dos pontos essenciais da proposta espírita, aliás, Deus, um dos seus princípios - o primeiro, porque neste, tudo se liga, se coordena e encadeia!
      Deus se mostra na sua obra, compreensão que possibilita identificar essa presença na vida como componente fundamental em que Sua presença imanente se manifesta no íntimo de cada um, na consciência profunda de sobrepor-se, buscando no desenvolver das características perfectíveis a integração na busca do Ideal, no viver da vida com a visão da espiritualidade como Espírito imortal que é.

Bibliografia:
Kardec, Allan - O Livro dos Espíritos - 1 a 3
Flamarion, Camille - Deus na Natureza Cap. V
Denis, Leon - O grande enigma IV

Leda Marques Bighetti
Agosto / 2004

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