Sobre esse tema, um tanto polêmico na sociedade atual,
vejamos o que é dito no Livro dos Espíritos:
"693. São contrários à lei da Natureza as leis e
os costumes humanos que têm por fim ou por efeito criar obstáculos à
reprodução?
'Tudo o que embaraça a Natureza em sua marcha é contrário
à lei geral.'
a) - Entretanto, há espécies de seres vivos, animais e
plantas, cuja reprodução indefinida seria nociva a outras espécies e das quais
o próprio homem acabaria por ser vítima. Pratica ele ato repreensível,
impedindo essa reprodução?
'Deus concedeu ao homem, sobre todos os seres vivos, um
poder de que ele deve usar, sem abusar. Pode, pois, regular a reprodução, de
acordo com as necessidades. A ação inteligente do homem é um contrapeso que
Deus dispôs para restabelecer o equilíbrio entre as forças da Natureza e é
ainda isso o que o distingue dos animais, porque ele obra com conhecimento de
causa. Mas, os mesmos animais também concorrem para a existência desse
equilíbrio, porquanto o instinto de destruição que lhes foi dado faz com que,
provendo à própria conservação, obstem ao desenvolvimento excessivo, quiçá
perigoso, das espécies animais e vegetais de que se alimentam.'
694. Que se deve pensar dos usos, cujo efeito consiste em
obstar à reprodução, para satisfação da sensualidade?
'Isso prova a predominância do corpo sobre a alma e
quanto o homem é material.'"
Claro que o sexo, no caso do ser
humano, não se trata “apenas” de um ato reprodutivo. Ele envolve também todo um
leque de questões afetivas e morais que o colocam acima disso. Mas claro também
que, como qualquer outra coisa, não deve ser objeto de abuso por nossa parte.
Em uma situação ideal de caráter moral-espiritual o homem não seria vítima (ou
escravo) do prazer sensual e, por conseguinte, não precisaria lançar mão de
quaisquer métodos contraceptivos, barrando assim o curso da vida. No entanto,
considerando-se os níveis de materialidade do ser humano atual, a justificação
de tais métodos acaba por encontrar ressonância em seu pensamento, mesmo que
ainda ressaltando-se a questão moral de que sempre, ligado ao sexo, deve
existir os sentimentos de amor e carinho entre o casal, não se tornando esses
artifícios um meio para a obtenção desenfreada de prazer carnal sem aquisição
de responsabilidades posteriores.
Quanto mais envolto em um maior nível
de espiritualidade, menos o homem lançará mão de tais artifícios, mas leva-se
um tempo para se conseguir isso. O correto ao ser humano é sempre buscar
estender mais à frente os seus limites, adentrando em novos níveis na escala
evolutiva do espírito. Fixando-se onde está, aprenderá pelo modo mais lento e
mais sofrível, mas, com certeza, ascenderá a uma maior espiritualidade com o
passar dos tempos, uma vez que tal é a lei da Natureza e achar possível conter
o seu fluxo seria mera ilusão.
- Conhecendo o
Espiritismo sem preconceitos
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