Helio Nogueira de Sá
O perispírito é conhecido desde tempos imemoriais. Ele foi chamado de Kha no Egito, Rouach na cabala hebraica, Linga Sharira na Índia, Néphesph pelos hebreus e Ochema pelos gregos.
Pitágoras o denominava de carne sutil da alma, Aristóteles de corpo sutil e etéreo e Paracelso de corpo astral ou Evestrum. Os russos o designam corpo biosplámico, os brasileiros de modelo organizador biológico e os ingleses de corpo etérico.
Terminologia vasta foi usada até que Kardec o consagrou como Perispírito.
No inicio da Codificação, os espíritos não deram muitas elucidações a respeito da composição e função do perispírito, devido à ciência não estar desenvolvida na época. Graças ao avanço desta e a esclarecimentos de André Luiz e de Emmanuel, há melhor condição para entendê-lo.
O Espírito é principio inteligente e imortal. É quem pensa, sente e determina.
O perispírito apenas o reveste, conferindo-lhe individualidade durante a vida no espaço.
O perispírito servirá de molde na formação do futuro ser, pois é quem possui as leis organogênicas a orientá-la.
Deve ficar claro que esse invólucro não é a própria alma e sim apenas uma vestimenta, matéria inerte, sem vida e sem sensação. Ele não pensa. É só o elemento de ligação entre a alma e o corpo. Por seu intermédio é que nós, seres encarnados, podemos nos relacionar com os desencarnados.
Gabriel Delanne, no livro “A Reencarnação”, pág. 61, esclarece: “O perispírito (...) é o desenho vital que cada um de nós realiza e conserva durante toda a existência.
Já à pág. 144, acrescenta: “É o molde no qual a matéria física se incorpora, ou mais exatamente, o plano ideal que contem as leis organogênicas do ser humano (...).
Assim, em resumo sistemático, podemos citar como principais funções do perispírito:
* Constituir o elemento de ligação entre o espírito e o corpo físico;
* Moldar o corpo (organizador biológico);
* Exercer função reparadora orgânica;
* Manter a individualidade do espírito desencarnado;
* Veicular a mediunidade;
* Identificar o grau de evolução do espírito;
* Sede da memória, onde todas as ocorrências das diversas reencarnações ficam gravadas.
Hermínio Miranda, em “A memória e o tempo”, frisa que nos intervalos entre uma vida e outra, no mundo póstumo, o ser humano segue vivendo sem o seu corpo físico que ficou abandonado à decomposição. Porém, o espírito continua ligado a um corpo semimaterial, para o qual Kardec propôs o nome de perispírito, que é onde se gravam as experiências das diversas vidas.
Os autores atribuem como principais propriedades do perispírito:
- É um dos mais importantes produtos do fluido cósmico, sendo dele uma condensação, em torno de um foco de inteligência ou alma;
- Torna-se menos denso à medida que o Espírito evolui. Segundo Léon Denis, é no cérebro desse corpo espiritual, que os conhecimentos se armazenam;
- É o órgão sensitivo, por meio do qual se percebe as causas espirituais que escapam aos sentidos corpóreos.
Para terminar essa rápida visão do perispírito, vale citar Bezerra de Menezes, que no livro “A loucura sob novo prisma” é enfático ao esclarecer que a prova mais positiva da existência do perispírito, na união do corpo com a alma, é a bicorporeidade, que é a faculdade ou dom que têm certos indivíduos de se apresentarem ao mesmo tempo em dois lugares distintos, de um lado o corpo material e do outro a reprodução fluídica desse corpo, uma condensação do perispírito.
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