Danilo Carvalho Villela
Estamos no mundo para aprender a viver e conviver conforme as Leis Divinas. Trata-se realmente de uma aprendizagem pois dispomos de liberdade, não nascendo programados para agir desta ou daquela maneira, embora contando sempre com a ajuda de esclarecidos orientadores e com a natural inclinação para o bem, decorrente de nossa origem divina, que faz com que todos gostem de ter saúde, mesmo quando não saibam preservá-la, e de receber tratamento fraterno, ainda que sejam egoístas ou agressivos. Nada de errado, assim, nessa situação em que se articulam livre-arbítrio e responsabilidade, educação e progresso.
As dificuldades naturais – dada a nossa relativa imaturidade espiritual – que enfrentamos na utilização do corpo, que dão margem a excessos e vícios, e no relacionamento social, ainda tão marcado pelo orgulho e pela ambição, fizeram com que alguns religiosos, de forma simplista, vissem o “mal” em tais experiências, considerando-as perigosas para nossos interesses espirituais e preconizando abstinências e macerações bem como o isolamento e a contemplação como formas de garantirmos contra quedas e ilusões. Não se percebia o equívoco de tentar solucionar um problema agindo sobre os efeitos e não sobre as causas (proibição ao invés de utilização correta), nem o paradoxo de situar a origem do mal em processos naturais estabelecidos pelo Criador. Até mesmo o bem-estar, necessário ao trabalho e ao aproveitamento da existência, foi visto como aliado do erro, devendo ser combatido com cilícios (roupas grosseiras e apertadas, contendo, por vezes, fios de arame farpado, destinadas a incomodar e ferir seus usuários) e posturas desconfortáveis.
A Doutrina Espírita adotou sempre uma posição de equilíbrio, mostrando que devemos viver no corpo e não para ele, e na sociedade, sem abrirmos mão de nossa consciência. Ou seja, cuidar do corpo, que nos possibilita as experiências da vida na Terra, preservando suas condições de utilização pelo maior tempo possível, e agir como membros da comunidade a que pertencemos, respeitando suas normas e convenções sem, contudo, sujeitar-nos a modismos ou adotarmos práticas socialmente admitidas mas inaceitáveis à luz do bem. Essa proposta, que associa participação e discernimento, decorre, e se harmoniza, perfeitamente com o quadro coerente da vida e do Universo, trazido pela Doutrina Espírita, que é de fato o Consolador prometido por Jesus, capaz de atender às expectativas modernas de racionalidade e objetividade na abordagem das questões fundamentais de nossa existência.
Como afirmou um orientador espiritual: “A perfeição está toda, como disse o Cristo, na prática da caridade absoluta; mas, os deveres da caridade alcançam todas as posições sociais, desde o menor até o maior.
Nenhuma caridade teria a praticar o homem que vivesse insulado. Unicamente no contato com os seus semelhantes, nas lutas mais árduas é que ele encontra ensejo de praticá-la. Aquele, pois, que se isola priva-se voluntariamente do mais poderoso meio de aperfeiçoar-se; não tendo de pensar senão em si, sua vida é a de um egoísta”.
“O Evangelho segundo o Espiritismo”
(capítulo 17, itens 10 e 11).
SERVIÇO ESPÍRITA DE INFORMAÇÕES
Boletim Semanal
editado pelo
Lar Fabiano de Cristo
Diretor:
Danilo Carvalho Villela
Editores:
Jorge Pedreira de Cerqueira
Eloy Carvalho Villela
Endereço:
Rua dos Inválidos, 34 - 7o andar
Centro - CEP 20231-044
Rio de Janeiro - RJ
Tel. (21) 2242-8872
Fax (21) 3806-8649
Brasil
Internet: http://www.lfc.org.br/sei
boletimsei@lfc.org.br
Sábado, 7/6/2008 – no 2097
Estamos no mundo para aprender a viver e conviver conforme as Leis Divinas. Trata-se realmente de uma aprendizagem pois dispomos de liberdade, não nascendo programados para agir desta ou daquela maneira, embora contando sempre com a ajuda de esclarecidos orientadores e com a natural inclinação para o bem, decorrente de nossa origem divina, que faz com que todos gostem de ter saúde, mesmo quando não saibam preservá-la, e de receber tratamento fraterno, ainda que sejam egoístas ou agressivos. Nada de errado, assim, nessa situação em que se articulam livre-arbítrio e responsabilidade, educação e progresso.
As dificuldades naturais – dada a nossa relativa imaturidade espiritual – que enfrentamos na utilização do corpo, que dão margem a excessos e vícios, e no relacionamento social, ainda tão marcado pelo orgulho e pela ambição, fizeram com que alguns religiosos, de forma simplista, vissem o “mal” em tais experiências, considerando-as perigosas para nossos interesses espirituais e preconizando abstinências e macerações bem como o isolamento e a contemplação como formas de garantirmos contra quedas e ilusões. Não se percebia o equívoco de tentar solucionar um problema agindo sobre os efeitos e não sobre as causas (proibição ao invés de utilização correta), nem o paradoxo de situar a origem do mal em processos naturais estabelecidos pelo Criador. Até mesmo o bem-estar, necessário ao trabalho e ao aproveitamento da existência, foi visto como aliado do erro, devendo ser combatido com cilícios (roupas grosseiras e apertadas, contendo, por vezes, fios de arame farpado, destinadas a incomodar e ferir seus usuários) e posturas desconfortáveis.
A Doutrina Espírita adotou sempre uma posição de equilíbrio, mostrando que devemos viver no corpo e não para ele, e na sociedade, sem abrirmos mão de nossa consciência. Ou seja, cuidar do corpo, que nos possibilita as experiências da vida na Terra, preservando suas condições de utilização pelo maior tempo possível, e agir como membros da comunidade a que pertencemos, respeitando suas normas e convenções sem, contudo, sujeitar-nos a modismos ou adotarmos práticas socialmente admitidas mas inaceitáveis à luz do bem. Essa proposta, que associa participação e discernimento, decorre, e se harmoniza, perfeitamente com o quadro coerente da vida e do Universo, trazido pela Doutrina Espírita, que é de fato o Consolador prometido por Jesus, capaz de atender às expectativas modernas de racionalidade e objetividade na abordagem das questões fundamentais de nossa existência.
Como afirmou um orientador espiritual: “A perfeição está toda, como disse o Cristo, na prática da caridade absoluta; mas, os deveres da caridade alcançam todas as posições sociais, desde o menor até o maior.
Nenhuma caridade teria a praticar o homem que vivesse insulado. Unicamente no contato com os seus semelhantes, nas lutas mais árduas é que ele encontra ensejo de praticá-la. Aquele, pois, que se isola priva-se voluntariamente do mais poderoso meio de aperfeiçoar-se; não tendo de pensar senão em si, sua vida é a de um egoísta”.
“O Evangelho segundo o Espiritismo”
(capítulo 17, itens 10 e 11).
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Sábado, 7/6/2008 – no 2097
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