Powered By Blogger

Pesquisar este blog

Páginas

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Céu inferno_052_2ª parte cap. IV - Espíritos Sofredores - Príncipe Ouran

Céu inferno_052_2ª parte cap. IV - Espíritos Sofredores - Príncipe Ouran

TEXTO PARA ESTUDO

Um Espírito sofredor se apresenta sob o nome de OURAN, anteriormente príncipe russo.
P. Quereis nos dar alguns detalhes sobre a vossa situação?
R. Oh! Bem-aventurados os humildes de coração, o reino do céu lhes pertence! Orai por mim. Bem-aventurados são aqueles que, humildes de coração, escolhem, para passarem suas provas, uma posição modesta! Não sabeis, vós todos que a inveja devora, a qual estado que está reduzido um daqueles a que chamais os felizes da Terra; não sabeis as brasas ardentes que acumulam sobre sua cabeça; não sabeis os sacrifícios que a riqueza impõe quando se quer aproveitá-la para a salvação eterna! Que o Senhor me permita, a mim, orgulhoso déspota, vir expiar, entre aqueles que esmaguei com a minha tirania, os crimes que o orgulho me fez cometer! Orgulho! Repeti esse nome sem cessar para que jamais vos esqueçais que ele é a fonte de todos os sofrimentos que nos oprimem! Sim, abusei do poder e do favor dos quais gozava; fui duro, cruel, para os meus inferiores que deveriam curvar-se a todos os meus caprichos, satisfazer todas as minhas depravações. Quis para mim a nobreza, as honras, a fortuna, e sucumbi sob o peso que tomei acima de minhas forças.
Os Espíritos que sucumbem, geralmente, são levados a dizerem que tinham uma carga acima de suas forças; é um meio de se escusar aos próprios olhos, e ainda um resto do orgulho: eles não admitem ter falido por suas faltas. Deus não dá a ninguém acima do que se pode carregar; não pede a ninguém mais do que se possa lhe dar; não exige que a arvore nascente carregue os frutos daquela que tem todo o seu crescimento. Deus dá aos Espíritos a liberdade; o que lhes falta é a vontade, e a vontade depende só deles; com a vontade, não há inclinações viciosas que não se possam vencer; mas, quando se compraz numa tendência, é natural que não se façam esforços para superá-la. Não é necessário, portanto, senão tomar a si as consequências que disso resultem.
P. Tendes a consciência de vossas faltas, é um primeiro passo para a melhoria.
R. Esta consciência é ainda um sofrimento. Para muitos Espíritos, o sofrimento é um efeito quase material, porque, agarrados ainda à humanidade de sua última existência, não percebem as sensações morais. O meu Espírito está desligado da matéria, e o sentimento moral aumentou de tudo o que as sensações cruas físicas tinham de horrível.
P. Entrevedes um fim para os vossos sofrimentos?
R. Sei que não serão eternos; o fim não entrevejo ainda; me é necessário antes recomeçar a prova.
P. Esperais recomeçar hoje?
R. Não sei ainda.
P. Tendes a lembrança de vossos antecedentes? Eu vos pergunto com um fim instrutivo.
R. Sim, teus guias aí estão e sabem o que te é necessário. Vivi sob Marco Aurélio. Ali, poderoso ainda, já sucumbi pelo orgulho, causa de todas as quedas. Depois de errar por séculos, quis experimentar uma vida obscura. Pobre estudante, mendiguei o meu pão, mas o orgulho aí estava sempre; o Espírito adquirira em ciência, mas não em virtude. Sábio e ambicioso, vendi a minha alma a quem mais desse, servindo para todas as vinganças, todos os ódios. Sentia-me culpado, mas a sede de honrarias, de riquezas, abafava os gritos de minha consciência. A expiação ainda foi longa e cruel. Enfim, quis, na minha última encarnação, recomeçar uma vida de luxo e de poder; pensando dominar os escolhos, não escutei os avisos: orgulho que ainda me levou a fiar no meu próprio julgamento, antes que no daqueles amigos protetores que não cessam de velar sobre nós; sabes o resultado desta última tentativa.
Hoje, enfim, compreendo e espero na misericórdia do Senhor. Deponho aos seus pés o meu orgulho vencido, e peço-lhe carregar as minhas espáduas com o mais pesado fardo de humildade; com a ajuda de sua graça, o peso parecer-me-á leve. Orai comigo e para mim; orai também para que este demônio de fogo não devore em vós os instintos que vos elevam para Deus. Irmãos em sofrimento, que o meu exemplo vos sirva, e nunca olvideis que o orgulho é o inimigo da felicidade, porque dele decorrem todos os males que assaltam a Humanidade e a perseguem até nas regiões celestes.
O guia do médium – Tivestes dúvidas sobre este Espírito, porque a sua linguagem não te pareceu de acordo com o seu estado de sofrimento, que acusa a sua inferioridade. Não temas: recebeste uma instrução séria; por sofredor que este Espírito seja, ele é bastante elevado em inteligência, para falar como o fez. Não lhe falta senão a humildade, sem a qual nenhum Espírito pode chegar a Deus. Essa humildade ela a conquista agora, e esperamos que, com a perseverança, saíra triunfante de uma nova prova.
Nosso Pai celeste é cheio de justiça em sua sabedoria; leva em conta os esforços que o homem faz para domar os seua maus instintos. Cada vitória obtida sobre vós mesmos é um degrau transposto nessa escala da qual uma extremidade se apóia na vossa Terra, e da qual a outra se detém aos pés do Juiz supremo. Subi, pois, com ardor; eles são agradáveis a vencer para aqueles que têm a vontade forte. Olhai sempre para o alto, para vos encorajar, porque infeliz daquele que se detém e olha para trás! É então atingido pelo deslumbramento, o vazio que o cerca o apavora; acha-se sem força e diz: De que serve querer avançar ainda? Tão pouco fiz do caminho! Não, meus amigos, não olheis para trás. O orgulho está incorporado no homem; pois bem! Empregai esse orgulho para vos dar a força e a coragem para rematar a vossa ascensão. Empregai-o para dominar as vossas fraquezas, e subirdes ao cume da montanha eterna.

QUESTÕES PARA ESTUDO
1.Por que os Espíritos que sucumbem nunca aceitam que eram eles mesmos os culpados, sempre dizendo que carregavam um fardo maior do que aguentavam?
2.Para muitos Espíritos, o que seria o sofrimento?
3.Segundo Ouran, o que seria o orgulho?
4.O guia do médium disse que ele não deveria duvidar desta mensagem. Qual a justificativa?
5.Ainda segundo o guia do médium, o que caracteriza a justiça na sabedoria divina?

CONCLUSÃO

1.Porque é um meio de se desculpar aos seus próprios olhos e, ainda, um resto de orgulho. Eles não admitem falhar por seus erros. Deus não dá a ninguém acima do que pode carregar; não pede a ninguém mais do que se possa lhe dar; não exigem que a árvore nascente carregue os frutos daquela que tem todo o seu crescimento. Deus dá aos Espíritos a liberdade; o que lhes falta é a vontade, e ela depende só deles. Com a vontade, não há inclinações viciosas que não se possam vencer. Mas, quando se compraz numa tendência, é natural que não se façam esforços para superá-la. Não é necessário tomar senão a si as consequências que disso resultem.
2.Seria um efeito quase material, porque ainda estão agarrados à sua última existência, não percebendo as sensações morais.
3.O inimigo da felicidade, porque dele decorrem todos os males que assaltam a Humanidade e a perseguem até nas regiões celestes.
4.Ele disse que Kardec teria dúvidas devido à linguagem usada pelo Espírito, que não tinha lhe parecido de acordo com o seu estado de sofrimento, que acusa sua inferioridade. Disse que não temesse, pois havia recebido uma instrução séria; por sofredor que o Espírito seja, ele é bastante elevado em inteligência, para falar como o fez. Não lhe falta senão a humildade, sem a qual nenhum Espírito pode chegar a Deus. Essa humildade ele conquistaria naquele momento e, com perseverança, sairia triunfante de uma nova prova.

5.Deus é cheio de justiça em sua sabedoria: leva em conta os esforços que o homem faz para domar os seus maus instintos. Cada vitória obtida sobre vós mesmos é um degrau transposto nessa escala da qual uma extremidade se apoia na vossa Terra, e da qual a outra se detém aos pés do Juiz supremo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário