Estudo Evangélico
Livro: “PALAVRAS DE VIDA ETERNA”
Francisco C. Xavier / Emmanuel
Estudo n. 21
TEMA:
NA
PALAVRA E NA AÇÃO
"E tudo o que fizerdes seja
na palavra, seja na ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças
a Deus Pai." Paulo (Colossenses 3:17).
No capítulo três dessa epístola o
Apóstolo Paulo exorta a comunidade cristã de Colossos a permanecer em Cristo
traçando um roteiro de ação: "(...) deixai a ira, a maledicência, a
palavra torpe da vossa boca, não mintais uns para os outros despojando-vos do
homem velho com todas as suas obras (...), revesti-vos de entranhas de
misericórdia, de benignidade, de humildade, de modéstia, de paciência (...),
perdoando-vos mutuamente (...). Mas sobretudo tende caridade que é o vínculo da
perfeição (...). A palavra do Cristo habite em vós abundantemente em toda a
sabedoria (...)". E conclui: "E tudo o que fizerdes seja na palavra,
seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus
Pai".
Sobre esse texto e no mesmo
sentido Emmanuel reflete que não basta dizer-se cristão, afirmar-se cultor do
Evangelho; isso pouco vale já que o simples falar ou a compreensão intelectual
da proposta não implica na respectiva prática. O cristão se identifica pela
vivência no exemplo dos princípios superiores contidos no Evangelho. Agindo
assim torna-se elemento de transformação onde estiver, é luz disseminando, pela
forma como vive, posicionamentos cristãos. Como tal torna-se anúncio vivo da bondade
e do amor de Jesus. Ao aceitar o Cristo o cristão assume compromissos devendo
agora agir como seu representante fiel.
As exortações do apóstolo
tornam-se atuais uma vez que ainda somos "cristãos sem Cristo", isto
é, nosso proceder em nada ou em quase nada reflete o Mestre.
Qual a dificuldade maior para a
vivência evangélica?
Consiste principalmente na
dificuldade que se encontra para se despojar das imperfeições entre as quais o
ódio, a avareza, a vingança, as más inclinações, aspectos estes em que a
maioria dos homens se detém, pois que ainda se compraz neles.
Contudo é do nosso interesse
buscar os ideais superiores através da progressiva depuração espiritual. Para
isso é necessário o exame minucioso, a auto-análise do comportamento,
observando nossos passos, avaliando ações de modo a aplicar-lhes as diretrizes
evangélicas, libertando-nos das sombras, renovando-nos para melhor. Nesse
trabalho estabelece-se integração entre o ensino e a prática, sentindo no
íntimo tudo quanto o Evangelho preceitua como orientação que estabelece
trajetória segura ao Espírito Imortal. Sem isso dificilmente ou até mesmo
impossível raciocinar e servir com Jesus.
Assim:
* Se já
pregamos o amor, devemos praticá-lo na forma de caridade;
* Se
anunciamos a misericórdia, a piedade deve ser a tônica de nossas ações;
* Se
falamos de integridade moral, a honestidade deve ser o sentido de nossos
passos;
* Se
lembrarmos o Evangelho, a nossa palavra deve ser boa e justa, transmitindo
segurança e certeza.
Seja onde e com quem for,
buscar o lado luminoso das criaturas. A natureza inferior do homem terreno
leva-o, por similitude, a destacar o lado sombrio das pessoas, as coisas más.
Nesse trabalho de renovação é dever exercitar-se na procura do melhor e do Bem
nas várias situações, a fim de que não sejamos enganados pela malícia que nos é
própria.
Diante de situação infeliz, se
não houver possibilidade de ação mais direta, contribuamos com vibrações salutares
da prece de forma a construir entendimento, paz, harmonia, alívio, esperança,
etc... naturalmente tal comportamento não exclui a análise do fato que
funcionará como busca da aprendizagem de lições valiosas e importantes, não
incidindo jamais em julgamento.
O exercício das lições
evangélicas incorporadas à vida nos mais diferentes aspectos é uma necessidade
para capacitar e dar segurança ao Espírito em trajetória de crescimento
Os ensinos do Mestre, neste sentido, foram inúmeros:
* "E
por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que digo". (Lc. 6:46).
* "Se
sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes". (Jo. 13:17).
Paulo entendendo o convite e a
importância dele aconselhava a que se retificassem as atividades do plano
exterior, renovando palavras e ações, exortando igualmente para a elevação dos
sentimentos, uma vez que ter apenas atitudes externas, melhoradas pelo verniz
da educação, não significa expressão elevada de posição espiritual; a elevação
dos sentimentos sim trata de mudança profunda, íntima, aquisição de valores
imperecíveis do Espírito.
O cristão deve pelo trabalho
contínuo que faz consigo estruturar-se em conduta espontânea, natural; para
isso necessita cuidar mais do Espírito do que das aparências.
Nos dias atuais como
identificamos o Mestre em nossos sentimentos, pensamentos e ações?
O Espiritismo que é o
"Cristianismo Redivivo" tem levado a reformulação do nosso modo de
ser?
Continuamos alimentar vícios,
paixões degradantes, pensamentos de ordem inferior, ódios, vinganças,
melindres, etc. Vivendo descomprometidos com a Doutrina escolhida?
Nossa vida é a de quem vive em
Cristo?
"Brilhe vossa luz diante dos
homens para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai que está
nos céus". (Mt. 5:16).
O estudo é claro: - Se Jesus é
modelo e guia as atitudes têm que ser coerentes. Cabe portanto viver como
filhos da luz, iluminando caminhos, afastando as sombras que ainda há em nós e
ao nosso redor.
Sejamos de fato cristãos com
Cristo saindo da preguiça, da inércia moral para uma vida plena de
espiritualidade. Iluminados pelas bênçãos do Evangelho, promovamos o Espírito
Imortal, valorizando todas as oportunidades de fazer o Bem, o melhor onde e com
quem estivermos.
Não basta nos dizermos cristãos,
é preciso patenteá-lo na vivência.
Bibliografia.
* Xavier,
Francisco Cândido. "Palavras de Vida Eterna: na Palavra e na Ação".
Ditada pelo
* Espírito
Emmanuel, 17ª ed. Uberaba, MG. CEC, 1992.
* Allan
Kardec. "O Evangelho segundo o Espiritismo: cap. XVIII, item 6".
* Godoy,
Paulo A. "Evangelho de Redenção: Padrões para a Vivência do
Espiritismo". São Paulo, SP. FEESP, 1996.
* Palhano
Jr., L. "A Carta de Tiago". Niterói, RJ. Editora Fráter, 1992.
* Novo
Testamento: Paulo (Colossenses 3:1 a 17).
Iracema Linhares Giorgini
Março / 2003
CENTRO ESPÍRITA BATUÍRA - RIB. PRETO
– SP
cebatuira@cebatuira.org.br
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