Estudo
Evangélico
Livro: “PALAVRAS DE VIDA ETERNA”
Francisco C. Xavier /
Emmanuel
Estudo n. 6
NO RUMO DO AMANHÃ
“Pois que
aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma?”
Jesus (Marcos, 8:36)
Rumo: caminho; direção.
Amanhã: a época vindoura; o
futuro.
A questão apresentada por Jesus aos discípulos é hoje lembrada por
Emmanuel, no sentido de levar-nos a refletir que o ser humano ainda não
despertou para o significado existencial, no sentido real da vida. Continua,
com raras exceções, na visão distorcida da realidade, na falsa atribuição de
valores que o leva a dar maior importância à aparência, a exterioridade,
deixando fora de consideração o que realmente importa para a vida do Espírito
imortal.
A ilusão gerada pelo mundo faz o homem
tomar como essencial tudo aquilo que o impressiona mais e melhor satisfaz seus
desejos. Achando-se mergulhado nas sensações é mais facilmente atingido pelo
que lhe toca os sentidos; não registra as mensagens da vida e os convites para
o crescimento interior. Por isso busca o prazer, a comodidade em detrimento da
renovação, do trabalho para a edificação moral. Situado nesse plano físico,
equivocadamente cultiva idéias de perenidade, volta-se para os valores
objetivos, imediatos, negligenciando as responsabilidades morais, transferindo
a execução dos deveres espirituais. Mostra preocupação exagerada com o triunfo
dos negócios, posse, posição, poder, como se fossem finalidade exclusiva e
única.
Sabendo que a reencarnação é uma experiência de breve curso, isto é,
reconhecendo a fragilidade da organização física em que transita e a
relatividade do tempo terrestre na sua realidade eterna, o cristão deve ter
outra meta na vivência dos acontecimentos comuns do dia-a-dia, usá-los como
fator de auto-aprimoramento moral através de um programa espiritual, buscando
formar hábitos melhores que renovem a conduta, fixando sentimentos
enobrecedores.
Deve conscientizar-se de que o maior bem que pode conseguir em sua vida
é em relação às próprias imperfeições, superando-se, vivendo esse Bem na mente
e no coração.
Portanto, viver sim, as experiências e circunstâncias objetivas da matéria sem
perder ou esquecer a finalidade espiritual. Este o sentido apresentado por
Jesus aos discípulos e que Emmanuel traz neste estudo dizendo:
"Lembra-te de viver conquistando a glória eterna do Espírito.
Diariamente retiram-se da Terra criaturas cujo passo se imobiliza nos
angustiosos tormentos da frustração...
Estendem os braços para o ouro que amontoaram, contudo... esse ouro apenas lhes
assegura o mausoléu ( ... ).
Alongam a lembrança para o nome em que se ilustraram nos eventos humanos,
todavia... ( ... ) a fulguração pessoal de que se viram objeto apenas lhes
acorda o coração para a dor do arrependimento tardio (...).
Contemplam o campo de luta em que desenvolveram transitório domínio, mas... Não
enxergam senão a poeira da desilusão (...).
Sim, em verdade, passaram no mundo em carros de triunfo, na política, na
fortuna, na ciência, na religião, no poder...
No entanto incapazes do verdadeiro serviço aos semelhantes, enganaram tão
somente a si próprios no culto do egoísmo e ao orgulho, intemperança e à
vaidade que lhes devastaram a vida.
E despertaram, além da morte, sem recolher-lhe a renovadora luz".
Do texto reafirma-se que devemos considerar a vida, sendo natural que
centralizemos nossa atenção nesses interesses altamente significativos já que a
vida é bênção de importância imensurável, só por meio dela o Espírito se depura
e aprimora. Sendo objetivo o aperfeiçoamento convém observar até que ponto
nossa atenção está voltada aos ganhos materiais em detrimento dos valores
espirituais. Atender aos afazeres e exigências da vida física, mas acima de
todas as ocupações e atrações da vida terrena estão as nossas necessidades como
Espíritos e que precisam ser atendidas.
Quando Jesus ensina em Lucas 10, 34-42 "Que uma só coisa é
necessária", refere-se justamente aos valores espirituais aos quais
devemos priorizar pois que trabalhados em função dessa imortalidade,
auto-alimentam-se abrindo continuamente perspectivas e horizontes novos,
propiciadores e motivadores para que o ser não se detenha no tédio, no vazio,
no medo ou no desejo de parar.
Se já temos conhecimento da espiritualidade e aspirações superiores, buscar
recurso e tempo para cuidar do aprimoramento espiritual, transformando a vida
física numa contínua vivência dos aspectos espirituais.
Assim, urge treinemos desprendimento, desapego das pessoas e bens,
enriquecendo-nos de amor e bondade no contato com a matéria, recebendo cada dia
como se fosse o último, preparando-nos para o amanhecer perene na outra
dimensão da vida, mas que tem de iniciar-se hoje no Bem vivido.
A esse respeito, ensina Joanna de Ângelis:
"No rio do tempo o hoje é vital.
Vivê-lo com elevação e nobreza é a forma feliz de anular o ontem e programar o
amanhã (...).
Deste modo, constrói-o em luz e em paz, mesmo que estejas caminhando entre
sombras e sobre espículos que te ferem os pés. Não desfaleças, e segue adiante
no rumo do amanhã que começa hoje".
Encerrando, Emmanuel completa:
“(...), procura enquanto é hoje enriquecer o próprio Espírito para o amanhã que
te aguarda, porque consoante o ensino do Senhor, nada vale reter por fora o
esplendor de todos os impérios do mundo, conservando a treva por dentro do
coração".
Bibliografia.
Aurélio Buarque de Holanda Ferreira. Novo Dicionário da Língua
Portuguesa. 1a Edição. Editora Nova Fronteira.
Carlos Toledo Rizzini. Evolução para o Terceiro Milênio. Parte IV.
Capítulo 9. A Doutrina Evangélica. Editora Cultural Espírita Edicel Ltda. 9a
Edição.
Divaldo P. Franco; pelo Espírito Joanna de Ângelis. No Rumo da
Felicidade. Definindo Rumos; Desconhecimento do Futuro. Centro Espírita Dr.
Bezerra de Menezes. Santo André, SP. 1a Edição. 2001.
Iracema Linhares Giorgini
Dezembro / 2001
Dezembro / 2001
Centro Espírita Batuira
cebatuira@cebatuira.org.br
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