nl03_13- LIVRO NO MUNDO MAIOR _Psicose afetiva
Seguindo Calderaro, fomos, em plena noite,
atender infortunada irmã quase suicida.
Penetramos a residência confortável,
conquanto modesta, percebendo a presença de várias entidades infelizes.
O assistente pareceu-me apressado. Não se
deteve em nenhuma apreciação.
Acompanhei-o, por minha vez, até humilde
aposento, onde fomos encontrar jovem mulher em convulsivo pranto, dominada por
desespero incoercível. A mente acusava extremo desequilíbrio, que se estendia a
todos os centros vitais do campo fisiológico.
- Pobrezinha - disse o orientador
comovidamente - não lhe faltara a Divina Bondade. Tudo preparou de modo a fugir
pelo suicídio, esta noite; entretanto, as Forças Divinas nos auxiliarão a
intervir...
(...)
Torturantes pensamentos baralhavam-lhe a
mente. Registrando-lhe os secretos apelos, compungia ouvir-lhe os gritos de
desespero e as suplicas ardentes.
Seria crime - pensava - amar alguém com tal
excesso de ternura? onde jazia a Justiça do Céu, que lhe não premiava os
sacrifícios de mulher dedicada a paz doméstica? aspirava a ser alegre e feliz,
como venturosas companheiras de sua meninice; ansiava a tranquilidade do
matrimonio digno, com a expectativa de receber alguns filhinhos, concedidos
pela Bondade Infinita de Deus! Seria aspiração condenável sonhar com a
edificação de modesto lar, com a proteção de um companheiro simples e bondoso,
quando as próprias aves possuíam seus ninhos? Não trabalhara sempre pela
felicidade dos outros? porque desconhecidas razoes relegara Gustavo ao
abandono? Os calos das mãos e os sinais do rosto não lhe roboravam a dedicação
ao serviço honesto? Teria a pena valido sofrer tantos anos, perseguindo uma
realização que se lhe afigurava, agora, impossível? Não! não pretendia
demorar-se onde o vício triunfava tão facilmente, espezinhando a virtude! Não
obstante a fé que lhe alertava o coração, preferia morrer, enfrentar o
desconhecido... Sentia-se desajustada, sem rumo, quase louca. Não seria mais
razoável - inquiria a si própria - buscar as trevas do sepulcro de que
apodrecer num catre de hospício?
Estirada no leito, a infeliz mergulhada o
rosto nas moas, soluçando sozinha, inspirando-nos piedade.
Calderaro interrompeu o serviço de
assistência, fitou-me com significativa expressão e comunicou:
- Tenho instruções para impor-lhe o sono mais
profundo, logo depois da meia-noite.
O orientador prosseguiu atento, envolvendo-a
mansamente, em fluidos calmantes. Dentro em pouco, cedendo a irresistível
dominação, moca recostou-se vencida nos travesseiros, no estado a que o
magnetizador comum chamaria "hipnose profunda".
Estavam, agora, justo de nós, Mariana, que
fora dedicada genitora de Antonina, e Márcio, iluminado espirito ligado a ela,
desde séculos remotos.
Parcialmente desligada do envoltório
grosseiro, Antonina ergueu-se, em seu organismo perispiritico, encantada,
feliz...
Mariana recolheu-a, carinhosa, estringiu-a de
encontro ao peito, pronunciando palavras enternecedoras.
- Mãezinha, ajude-me! não quero mais viver na
Terra! não me deixe voltar ao corpo pesado... O destino escorraça-me. Sou
infeliz! Tudo me e adverso... Arrebata-me daqui... para sempre!
A nobre matrona contemplava-a, triste, quando
Márcio se aproximou, fazendo-se visto pela estimada enferma.
Acercou-se Márcio mais intimamente,
pousou-lhe a luminosa destra sobre a fronte e falou com ternura:
- Antonina, porque esse desanimo, quando a
luta redentora apenas começa? Olvidaste, acaso, que não somos órfãos? Acima de
todos os obstáculos paira a Infinita Bondade. Recusas a "porta
estreita", que nos proporcionara o venturoso acesso ao reencontro? Não
forces a situação! Acalma-te! Não nos bastara o presente, cheio de abençoado
serviço e renovadora luz? Um dia, reconquistaras o patrimônio da memória total;
por ora, contenta-te com as dadivas limitadas. Aproveita os minutos na
recomposição do destino, vale-te das horas para reconduzir tuas aspirações a
esferas superiores. Que motivos te sugerem este crime, que e o provocar a
morte? que razoes te conduzem os passos na direção do precipício tenebroso? Tua
mãe e eu sentimos, de longe, o perigo, e aqui estamos para ajudá-la... (...)
Não sou teu juiz, sou teu amigo da eternidade. Não terei o consolo de ouvir-te?
(...) Fala! ...
Animada, Antonina balbuciou, tímida:
- Estou exausta...
- Contudo, jamais foste esquecida. ...
(...)
- Tenho sonhado com a posse de um lar...,
desejo viver para um homem que, a seu turno, me auxilie a levar a
existência..., idealizo receber de Deus alguns filhinhos que eu possa
acariciar! ... Será delinquente a mulher que busca santificar os princípios
naturais da vida? Depois de mourejar anos a fio pela felicidade dos que me são
caros, noto que o destino escarnece de minhas esperanças. Será virtude viver
entre pessoas alegres e felizes, quando nosso coração queda morto?
Márcio ouviu-a fraternalmente, e,
acrescentou, mais compreensivo:
- "Abnegada amiga, não permitas que a
sombra de algumas horas te empane a luz dos séculos porvindouros. E possível,
Antonina, que te sintas tão lamentavelmente só, quando o Supremo Senhor te
concedeu o sublimo lar no mundo inteiro? A humanidade e nossa família, os
filhinhos da dor nos pertencem. (...) No entanto, querida, e da Vontade
Superior que recebas, por enquanto, as vantagens que podem ser encontradas na
solidão. Se ha períodos de florescimento nos vales humanos, dentro dos quais
nos inebriamos em plena primavera da Natureza, existências se verificam,
aparentemente isoladas e desditosas, nas culminância da meditação e da renúncia,
a cuja luz nos preparamos para novas jornadas santificadoras. Não suponhas que
a fatal passagem do sepulcro nos abra a porta da liberdade; segue-nos a Lei, a
toda parte, e o Supremo Senhor, se exerce a infinita compaixão, não despreza a
justiça inquebrantável. Dá-nos, invariavelmente, a Eterna Sabedoria o lugar
onde possamos ser mais úteis e mais felizes. Declara-te desertada e infeliz, e
no entanto, ainda não recenseaste as possibilidades sublimes que te rodeiam.
Dizei-te incapacitada de abraçar os pequeninos de Deus, mas, porque tamanho
exclusivismo para os rebentos consanguíneos? Não enxergaste, ate hoje, as
crianças abandonadas, nunca viste os filhinhos da miséria e da privação? Se não
podes ser mãe de flores da própria carne, porque motivo não te fazes tutora
espiritual dos pequenos necessitados e sofredores? Acreditas, Antonina, que
possamos ser absolutamente felizes, escutando gemidos a nossa porta? Haverá
perfeita alegria num coração que pulsa ao lado de um coro de lagrimas? O mundo
não e propriedade nossa. Nos, os filhos do Altíssimo, e que fomos trazidos a
cooperar nas obras que nos cercam. E verdadeira infelicidade acreditar-se
alguém favorito dos Céus, como se o Pai Compassivo e Sábio não passasse de
frágil ditador! ... Lembra-te de que o todo Poderoso não se adstringe ao nosso
particularismo de criaturas falíveis, e não te esqueças de que nos pesam,
perante a universidade dEle, inalienáveis deveres de trabalho, exercitando os
preciosos recursos que nos concedeu, a fim de alcançarmos, um dia, a perfeição
da sabedoria e do amor. Sofres em tua organização, que orientaste para o
personalismo, porque um homem, cujo o padrão psíquico se harmonizou com o teu
em muitos aspectos, modificando depois seu rumo de vida, te relegou ao esquecimento.
... As inquietações do sexo tomaram vulto na intimidade do teu santuário, e
padeces longo assedio de tribulações. Mas... dar-se-á que presumas no sexo a
fonte exclusiva do amor? Serás também vítima desse engano? O amor e divino a
irradiar-se através de todas as magnificências da alma. Por vezes somos
privados de sensações que ansiáramos, inibidos de usar as energias criadoras
das formas físicas, a fim de buscarmos patrimônios mais altos do ser; nem por
isso, contudo, tais percalços nos impedem a exteriorização do sublime
sentimento... O que tortura a mente humana em tais ocasiões e o clima do
cárcere organizado por nos mesmo, amurados no egoísmo feroz, não sabemos perder
por alguns dias, para ganhar na eternidade, nem ceder valores transitórios,
para conquistar os dons definitivos da vida. Efetivamente, se não podes
partilhar a experiência do homem escolhido, em face das circunstancias que te
compelem a renúncia, porque não lhe consagrar o puro amor fraternal, que eleva
sempre? Estaríamos, acaso, impedidos de transformar em irmãos os seres que admiramos?
... Se o amas, em verdade, porque tortura-lo com o sarcasmo do suicídio, ao
invés de cobrar forças para espera-lo, ao fim do dia da existência mortal? Se
não podes ser o cântaro de água pura para o viajor querido, porque não ser o
oásis que o aguardara no deserto das desilusões inevitáveis? Além disso, como
chegaste a sentir tão clamoroso desamparo, se também te aguardamos, ávidos aqui
de tua afeição e de teu carinho? Porque razão esperar os rebentos da carne para
exemplificar o verdadeiro amor? Jesus não os teve, e, no entanto, todos nos
sentimos tutelados de sua infinita abnegação. Prometes, Antonina, modificar as
disposições mentais doravante? A mulher digna e generosa, excelsa e crista,
olvida o mal e ama sempre..."
Comovidos, vimos a interlocutora ajoelhar-se
de novo, e exclamar solenemente:
- Comprometo-me a modificar minha atitude, em
nome de Deus.
Nesse instante, o emissário espalmou as mãos
sobre a fronte da enferma, envolvendo-a de jactos de luz que não tocaram tão
somente a matéria perispiritica, mas se estenderam além, até no corpo denso,
fixando-se particularmente nas zonas do encéfalo, do tórax e dos órgãos feminis.
(...) Incumbiu-se Calderaro de auxilia-la a retomar o veículo pesado nas
primeiras horas da manhã clara.
(...)
Com efeito, daí a minutos Antonina despertou,
como que outra criatura; sentia-se inexplicavelmente reanimada, quase feliz.
Um dos pequenos sobrinhos penetrou o
aposento, chamando-a. A generosa tia contemplou-a, enlevada.
(...)
Contemplou a encantadora criança pobremente
vestida, a solicitar-lhe a companhia para descerem ao pequeno jardim, onde
flores novas desabrochavam. Que importa insignificante malogro do coração
diante dos trabalhos sublimes que poderia executar, na sua posição de mulher
sadia e jovem? Os filhinhos da irmã não lhe pertenciam igualmente? não seria
mais nobre viver para ser útil, esperando sempre da Inesgotável Misericórdia?
- Espera! já vou, meu filho!
- Questões para estudo -
1) Este e um lindo e delicado capitulo, que
nos mostra problemas e angustias de uma jovem mulher - Antonina. Ele nos fala
de importantes temas, tais como: suicídio, angustias e desejos femininos, amor
e sexo, adoção e maternidade, caridade, reencarnação; através das sublimes
orientações de Márcio. Cite-as analisando e comentando a respeito.
a) angustia e desejos femininos.
b) amor e sexo.
c) adoção e maternidade
d) suicídio
e) reencarnação
f) caridade
2) O que você entende a respeito das afirmações abaixo:
a) "Não permitas que a sombra de algumas
horas te empane a luz dos séculos porvindouros".
b) "Não suponhas que a fatal passagem do
sepulcro nos abra portas a liberdade".
c) "O que tortura a mente humana ... e o
clima do cárcere organizado por nos mesmos".
d) "Lembra-te de que o Todo Poderoso não
se adstringe ao nosso particularismo de criaturas falíveis..."
3) Responda você esse questionamento nos dado por Márcio e
explique sua resposta.
"Presumas no sexo a fonte exclusiva do
amor?"
4) Finalizo este estudo com uma simples
pergunta:
Existem realmente motivos que nos levem a cometer
a loucura do suicídio?
Conclusão:
Suicídio. Essa é a temática do presente
capítulo.
Acompanhando o assistente Calderaro, André
Luiz foi em socorro espiritual a infortunada irmã que se encontrava prestes a
cometer suicídio.
Inconformada em ter sido desprezada por
pessoa a quem, durante anos, nutriu um sincero e dedicado amor, Antonina, a
quase suicida, não encontrava forças para enfrentar a dura realidade do
abandono a que se viu relegada por aquele que tanto amava e com quem sonhou um
dia manter um lar feliz, rodeada de filhos.
Com o auxílio de Calderaro e André Luiz,
Antonina, desdobrada pelo sono físico, encontrou-se com sua desencarnada
genitora e com benfeitor que fizera parte de suas relações afetivas
em existência pretérita. Através de uma amorosa preleção por parte deste,
foi que a pretensa suicida compreendeu o equívoco do ato que quase praticara,
despertando, no dia seguinte, novamente motivada para o prosseguimento da
caminhada.
Questões propostas para estudo
1. - Este é um lindo e delicado capítulo,
que nos mostra problemas e angustias de uma jovem mulher - Antonina. Ele nos
fala de importantes temas, tais como: suicídio, angustias e desejos femininos,
amor e sexo, adoção e maternidade, caridade, reencarnação, através das sublimes
orientações de Márcio. Cite-as, analisando e comentando a respeito.
a) angústia e desejos femininos
Os desejos, quaisquer que sejam, são consequências
naturais do nosso estágio na carne. Cabe ao espírito encarnado
"administrá-los", de modo a não permitir que a sua exacerbação venha
lhe provocar algum tipo de desequilíbrio.
No caso em estudo, trata-se de desejos
amorosos, que, talvez mais que qualquer outro, podem trazer graves distúrbios
comportamentais, se não controlados. A jovem mulher nutria profundo amor
pelo parceiro e imaginava uma união estável, que a levasse ter muitos filhos,
num lar harmonioso. Desfeito o sonho, veio-lhe a decepção e, com ela, uma
angústia.
Vemos, portanto, que a angústia, pode ser
causada não só pela expectativa de um acontecimento
desejado como também pela decepção por sua frustração.
b) amor e sexo
O amor é o bem maior que devemos perseguir.
Não somente para dele usufruirmos, como uma maneira de encontrarmos a
felicidade, mas, principalmente, para doá-lo. Não foi outra a lição do Cristo.
Seu conceito, porém, é muito amplo e poderíamos enumerar diversas formas pelas
quais ele pode se manifestar. Uma delas é através do ato sexual, que
parece ser o sentido em que aqui se emprega o termo "sexo".
Nesse sentido, estudamos no capítulo XI que o
"sexo" tem a sublime função de propiciar uma troca de energia entre
duas pessoas que se amam, além de possibilitar a procriação da espécie.
Tudo devendo ser guiado sempre pelo amor e respeito.
c) adoção e maternidade
Adoção: - um aspecto seria a da previsão
necessária de fazer vir ao lar um Espírito cujas afinidades e/ou reequilíbrio
sejam necessários ser feitos junto a determinada família, cujos pais, por algum
motivo, não poderão emprestar os caracteres biológicos para a reencarnação desse
espírito. Outro, de um desenvolvimento maior do sentimento de amor fraterno de
alguns seres que chama, agrega o Espírito a um determinado lar.
Certo, no entanto, é que a adoção de filhos
não obedece a circunstâncias fortuitas. Há sempre uma mobilização do
Plano Espiritual no sentido de encaminhar crianças órfãs ou cujos pais perderam
o pátrio poder e, consequentemente, sua guarda aos lares a que se destinam. Ou
seja, a Espiritualidade sempre trabalha para colocar filhos que precisam de pais
no endereço certo de pais que precisam de filhos.
Maternidade: - é uma das missões do Espírito
feminino, a mais profunda, sublime delas, uma vez que irá através dela o
exercitar mais próximo do Amor Puro, do Amor Real com que Jesus tão bem
nos exemplificou.
d) suicídio
O suicídio voluntário importa numa transgressão
da Lei de Deus (Livro dos Espíritos, questão 944). Grave falta,
posto que pela sua prática o espírito destrói o corpo físico que recebeu por
misericórdia divina para utilizar em sua evolução, resulta inútil, pois, após
um longo período de perturbação, constata-se vivo. Vivo e com os mesmos
problemas, agora acrescidos de mais um.
Antonina, intuída por benfeitor espiritual a
quem era ligada há muitas existências, chegou à conclusão de que valia
"viver", diante dos trabalhos sublimes que poderia executar, como mulher
sadia e jovem, pelos filhinhos da irmã, que também lhe pertenciam e, enfim,
para ser útil, aguardando sempre a Misericórdia Divina.
e) reencarnação
Esse é um tema que merece um estudo
exclusivo, o que, aliás, temos feito nessa e em outras Salas. Para não
deixar de dizer alguma coisa a respeito, podemos dizer que, quando não há
remédio, o remédio é a reencarnação.
f) caridade
Benevolência para com todos, indulgência para
as imperfeições alheias, perdão das ofensas. Essa é a definição
de caridade dada pelos Espíritos a Kardec (questão 886 do Livro dos Espíritos).
Paulo, em sua Segunda Carta aos Coríntios,
também conceitua a caridade com sabedoria:
"Ainda quando eu falasse todas as
línguas dos homens e a língua dos próprios anjos, se eu não tiver caridade,
serei como o bronze que soa e um címbalo que retine; ainda quando tivesse o dom
da profecia, que penetrasse todos os mistérios, e tivesse perfeita ciência de
todas as coisas, ainda quando tivesse toda a fé possível, até ao ponto de
transportar montanhas, se não tiver caridade, nada sou. E, quando houvesse
distribuído os meus bens para alimentar os pobres e houvesse entregado meu
corpo para ser queimado, se não tivesse caridade, tudo isso de nada me
serviria.
A caridade é paciente, é branda e benfazeja;
a caridade não é invejosa; não é temerária, nem precipitada; não se enche
de orgulho; não é desdenhosa; não cuida de seus interesses; não se agasta, nem
se azeda com coisa alguma; não suspeita mal; não se rejubila com a
injustiça, mas se rejubila com a verdade; tudo suporta, tudo crê, tudo espera,
tudo sofre."
2. - O que você entende a respeito das
afirmações abaixo:
a) "Não permitas que a sombra de
algumas horas te empane a luz dos séculos porvindouros"
Quis o benfeitor Marcio ensinar que os
problemas circunstanciais não devem nos levar a atitudes que venham a
comprometer nossa evolução espiritual futura. O sofrimento é passageiro,
ao passo que nossa existência é eterna. A intenção foi fazer Antonina entender que,
por causa de problemas eventuais, não poderia ela adotar um comportamento do
qual mais tarde, inevitavelmente, se arrependeria, pois lhe traria outros
sofrimentos, quiçá até maiores.
b) "Não suponhas que a fatal passagem
do sepulcro nos abra portas a liberdade"
Marcio explicou à enferma que, após a morte
do corpo físico, encontrar-nos-emos vivos como sempre, mas em espírito.
Continuaremos a ser o que somos, ou seja, a desencarnação não nos
modificará simplesmente por deixarmos o invólucro material para trás. Ao contrário,
iremos nos deparar frente a frente conosco, num espelho sem roupas, sem
máscaras, mas simplesmente nós, verdadeiramente espíritos.
c) "O que tortura a mente humana ... é
o clima do cárcere organizado por nós mesmos".
Significa que, em certas ocasiões, o
sofrimento que sentimos é resultado de inquietações por nós mesmos criadas,
transformando-se no que o Instrutor denominou de "cárcere organizado
por nós mesmos". Como ele disse, "amurados no egoísmo feroz, não
sabemos perder por alguns dias, para ganhar na eternidade, nem ceder valores
transitórios, para conquistar os dons definitivos da vida".
d) "Lembra-te de que o Todo Poderoso
não se adstringe ao nosso particularismo de criaturas falíveis..."
Quis demonstrar que o Pai sabe que somos
falíveis e perfeitamente passíveis de erros.
Porém nos dá sempre um anjinho da guarda e a
infinita e constante Providencia Divina de benfeitores que se desdobram por
nós. Sendo assim, não estamos desamparados a ponto de cometermos erros
gigantescos para nós e nossos irmãos... erros até que se fossem repensadas as
circunstancias seriam perfeitamente evitados, não fossem nossos primitivos
impulsos.
3. - Responda você esse questionamento nos
dado por Márcio e explique sua resposta:
"Presumas no sexo a fonte
exclusiva do amor?"
O sexo, como já dito e estudado
anteriormente, é UMA das formas de se manifestar o amor. O amor é um sentimento
sublime e que não tem barreiras. Absurdo seria presumir-se que sexo é sinônimo
de amor. Sexo é uma das formas de sua manifestação, pois o amor se manifesta em
diferentes situações: entre amigos, na família, em um relacionamento conjugal,
entre mãe e filho, entre irmãos.... O que importa é amar.
4. - Finalizo este estudo com uma simples pergunta:
Existem realmente motivos que nos levem a cometer a loucura do suicídio?
Em nenhuma hipótese o suicídio se justifica.
Em primeiro lugar, porque, não existindo a morte, é um ato absolutamente
inócuo. A primeira grande decepção que o suicida
experimenta, após longo período de perturbação em baixas zonas do mundo
espiritual, é, ao recobrar a consciência, constatar que está vivo.
Procurou fugir da vida pelo ato fatal e violento e de nada adiantou.
Os problemas que o levaram a esse gesto não foram resolvidos.
E o que é pior. Adquiriu um que não
tinha e que, certamente, é mais grave e de reparação mais penosa.
As dificuldades que a vida na carne se nos
apresenta são o remédio que necessitamos para nos corrigir, recolocando-nos no
rumo da nossa evolução. Como disse Jesus, seu jugo é suave e leve o seu fardo.
Ninguém recebe um fardo que não possa carregar. O suicídio é a porta
falsa pela qual alguns pensam fugir dos problemas. A literatura espírita
é rica em obras acerca do assunto, com narrações impressionantes dos
sofrimentos por que passam espíritos que enveredaram por esse equivocado
caminho.
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