(Guia
dos Médiuns e dos Doutrinadores)
Contém o ensino especial dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o Mundo Invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os escolhos que se podem encontrar na prática do Espiritismo.
Contém o ensino especial dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o Mundo Invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os escolhos que se podem encontrar na prática do Espiritismo.
MANIFESTAÇÕES
FÍSICAS ESPONTÂNEAS
Estudo 29: itens 82 a 86 - Ruídos, Barulhos e Perturbações
Os fenômenos tratados
no capítulo IV são provocados. Sucede, porém, às vezes, produzirem-se
espontaneamente, sem intervenção da vontade, até mesmo contra a vontade, pois
que freqüentemente se tornam muito importunos. Além disso, para excluir a
suposição de que possam ser efeito de imaginação superexcitada pelas idéias
espíritas é que se produzem entre pessoas que nunca ouviram falar disso e
quando menos elas podiam esperar.
No capítulo que
estamos estudando, Allan Kardec explica que tais fenômenos, cuja manifestação
se poderia considerar como de prática espírita natural, são muito importantes,
porque excluem as suspeitas de conivência. Por isso mesmo, recomenda, às
pessoas que se ocupam com os fatos Espíritas, que registrem todos os desse
gênero, que lhes cheguem ao conhecimento, mas, sobretudo, que lhes verifiquem
cuidadosamente a realidade, através de minucioso estudo das circunstâncias, a
fim de adquirirem a certeza de que não são joguetes de uma ilusão, ou de uma
mistificação.
Ruídos, barulhos e perturbações.
De todas as
manifestações espíritas, as mais simples e mais freqüentes são os ruídos e as
pancadas. Neste caso, principalmente, é que se deve temer a ilusão, porquanto
uma infinidade de causas naturais pode produzi-los: o vento que assobia ou que
agita um objeto, algo que a gente mesmo está movendo sem perceber, um efeito
acústico, um animal escondido, um inseto, etc., até mesmo, brincadeiras de mau
gosto. Aliás, os ruídos espíritas apresentam um caráter especial, revelando
intensidade e timbre muito variado, que os tornam facilmente reconhecíveis e
não permitem sejam confundidos com os estalidos da madeira, com as crepitações
do fogo, ou com o tique-taque monótono do relógio. São pancadas secas, ora
surdas, fracas e leves, ora claras, distintas, às vezes retumbantes, que mudam
de lugar e se repetem sem nenhuma regularidade mecânica. De todos os meios de
controle, o mais eficaz e que não deixa dúvida quanto à origem, é submetê-los à nossa vontade. Se as pancadas se fizerem ouvir do lado que se indicar, se responderem
ao pensamento de alguém, dando o número pedido, aumentando ou diminuindo sua
intensidade, não se pode negar a presença de uma causa inteligente, porém, a
falta de resposta nem sempre prova o contrário.
Uma vez comprovado
que as manifestações são reais, seria racional temê-las? Só podem ser afetadas
as pessoas que acreditam tratar-se do diabo, como as crianças que temem o
lobisomem ou o bicho-papão. Essas manifestações, em certas circunstâncias,
aumentam e adquirem persistência desagradável. É necessária uma explicação a
respeito, pois é natural que então se queira afastá-las.
Afirmou Kardec, que
as manifestações físicas têm por fim chamar a nossa atenção para alguma coisa e convencer-nos da presença de
um poder superior ao do homem. Também disse que os Espíritos elevados não se ocupam com esta ordem de
manifestações; que se servem dos Espíritos mais imperfeitos para produzi-las.
Atingida a finalidade acima indicada, cessa a manifestação.
Acrescenta exemplos
que tornarão a questão mais compreensível.
Transcrevemos a
seguir, relato que o Codificador faz: "... quando iniciava meus estudos de
Espiritismo, trabalhando uma noite nesse assunto, ouvi golpes que soaram ao meu
redor durante quatro horas consecutivas. Era a primeira vez que tal coisa me
acontecia. Verifiquei que não tinham nenhuma causa acidental, mas no momento
não pude saber nada mais. Nessa época, trabalhava com um excelente médium
escrevente e, no dia seguinte, perguntei ao Espírito, que por seu intermédio se
comunicava, qual a causa daquelas pancadas.
Respondeu-me ele, Era, o teu Espírito Familiar que queria falar-te. - O que queria dizer-me? Resposta: Ele está aqui, pergunta-lhe. - Tendo-o interrogado, aquele Espírito se deu a conhecer sob um nome
alegórico. (Vim a saber depois, por outros Espíritos, que pertence a uma
categoria muito elevada e que desempenhou na Terra importante papel.) Apontou
erros no meu trabalho, indicando-me as linhas onde se encontravam;
deu-me úteis e sábios conselhos e acrescentou que estaria sempre comigo e
atenderia ao meu chamado todas as vezes que o quisesse interrogar. A partir de
então, com efeito, esse Espírito nunca mais me abandonou.
Dele recebi muitas
provas de grande superioridade e sua intervençãobenévola e eficaz socorreu-me tanto nos problemas de vida material quanto nos metafísicos.
Desde a nossa primeira conversa, as pancadas cessaram.
De fato, o que
desejava ele? Estabelecer comunicação regular comigo; mas, para isso, precisava
me avisar. Dado o aviso, explicada a sua razão e estabelecidas as relações
regulares, as pancadas se tornaram inúteis. Não se toca o tambor para acordar
os soldados, quando eles já se levantaram".
Acrescenta Kardec,
fato quase semelhante que sucedeu a um dos seus amigos. Havia algum tempo, no
seu quarto se ouviam ruídos diversos, que já se iam tornando fatigantes.
Apresentando-lhe ocasião de interrogar o Espírito de seu pai, por um médium
escrevente, soube o que queriam dele, fez o que foi recomendado e daí em diante
nada mais ouviu. Deve-se notar que as manifestações deste gênero são mais raras
para as pessoas que dispõem de meio regular e fácil de comunicação com os
Espíritos.
Concluindo nossos
estudos sobre os itens indicados, relembramos que são comuns os relatos dessas
manifestações de Espíritos que se comunicam através de pancadas, ruídos e
perturbações, objetivando chamar a atenção para alguma necessidade que
apresentam, e que a melhor maneira de atendê-los, é através da prece, e também
buscando a orientação de uma casa espírita, onde todos os envolvidos podem ser
adequadamente esclarecidos e atendidos.
Em nosso próximo
estudo, trataremos do lançamento de objetos.
BIBLIOGRAFIA
KARDEC, Allan - O Livro dos Médiuns: 2.ed. São Paulo:
FEESP, 1989 - Cap. V - 2ª Parte
Tereza Cristina D'Alessandro
Dezembro / 2003
Dezembro / 2003
Centro Espírita Batuira
cebatuira@cebatuira.org.br
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