Powered By Blogger

Pesquisar este blog

Páginas

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

ESTUDO 33 O LIVRO DOS MÉDIUNS - SEGUNDA PARTE DAS MANIFESTAÇÕES ESPIRITAS – CAPITULO V – MANIFESTAÇÕES FÍSICAS ESPONTÂNEAS - Item 99 - Particularidades do Fenômeno de Transporte

 (Guia dos Médiuns e dos Doutrinadores) Contém o ensino especial dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o Mundo Invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os escolhos que se podem encontrar na prática do Espiritismo.
SEGUNDA PARTE
DAS MANIFESTAÇÕES ESPIRITAS
CAPITULO V  
MANIFESTAÇÕES FÍSICAS ESPONTÂNEAS
Estudo 33
Item 99 - Particularidades do Fenômeno de Transporte

Relembramos que as manifestações físicas têm por fim chamar a nossa atenção para alguma coisa e convencer-nos da presença de um poder superior ao do homem. O Fenômeno de Transporte pertence aos fenômenos de efeitos físicos e consiste no transporte de corpos ou objetos de um lugar para outro, sem a intervenção de quaisquer recursos materiais de transporte, podendo inclusive, atravessar obstáculos materiais, independendo da distância entre os locais de saída e de chegada. Os experimentos de trazimento de corpos ou objetos para um ambiente totalmente fechado chamam-se aporte (do francês apport); da transferência de um corpo ou objeto para fora de um ambiente fechado, diz-se deporte (do francês: déporté).
Estudando o item 99, verificamos que Allan Kardec interrogou o Espírito que produzia o fenômeno em estudo, porém identificou sua falta de conhecimento sobre o assunto, o que o levou a perguntar ao Espírito Erasto, que, de forma judiciosa, esclareceu conforme transcrevemos:
1a - Dize-nos por que os transportes que acabaste de executar só se produzem estando o médium em estado sonambúlico?
"Por causa da natureza do médium. Os fatos que produzo, quando ele (o médium) dorme, poderia produzi-los igualmente com outro médium em estado de vigília".
2a - Por que demorais tanto a trazer objetos e por que é que avivas a cobiça do médium, excitando-lhe o desejo de obter o objeto prometido?
"Necessito de tempo para preparar os fluidos que servem para o transporte. Quanto à excitação, essa só tem por fim, as mais das vezes, divertir as pessoas presentes e o sonâmbulo".
NOTA DE ERASTO. O Espírito que responde não sabe mais do que isso; não percebe o motivo dessa cobiça, que ele instintivamente aguça, sem lhe compreender o efeito. Julga proporcionar um divertimento, enquanto que, na realidade, provoca, sem o suspeitar, uma emissão maior de fluido. É uma conseqüência da dificuldade que o fenômeno apresenta, dificuldade sempre maior quando ele não é espontâneo, sobretudo com certos médiuns.
3a - A produção do fenômeno depende da natureza especial do médium e poderia produzir-se por outros médiuns com mais facilidade e presteza?
"A produção depende da natureza do médium e o fenômeno não se pode produzir, senão por meio de naturezas correspondentes. Quanto à presteza, o hábito que adquirimos, comunicando-nos freqüentemente com o mesmo médium, nos é de grande vantagem".
4a - As pessoas presentes influem alguma coisa no fenômeno?
"Quando há da parte delas incredulidade, oposição, muito nos podem embaraçar. Preferimos apresentar nossas provas aos crentes e a pessoas versadas no Espiritismo. Não quero, porém, dizer com isso que a má-vontade consiga paralisar-nos inteiramente".
5a - Onde foste buscar as flores e os confeitos que trouxeste para aqui?
"As flores, nos jardins, onde elas me agradam".
6a - E os confeitos? Devem ter feito falta ao respectivo negociante.
"Tomo-os onde me apraz. O negociante nada percebeu, porque pus outros no lugar dos que tirei".
7a - Mas, os anéis têm valor. Onde os foste buscar? Não terás com isso causado prejuízo àquele de quem os tiraste?
"Tirei-os de lugares que todos desconhecem e o fiz de maneira que daí não resultará prejuízo para ninguém".
NOTA DE ERASTO. Creio que o fato foi explicado de modo incompleto, em virtude da falta de conhecimento do Espírito que respondeu. Sim, de fato, pode resultar prejuízo real; mas, o Espírito não quis passar por haver desviado o que quer que fosse. Um objeto só pode ser substituído por outro objeto idêntico, da mesma forma, do mesmo valor. Assim, se um Espírito tivesse a possibilidade de substituir um objeto tirado, não haveria razão para o tirar, pois poderia dar o que serve de substituto.
8a - É possível transportar flores de outro planeta?
"Não, para mim isso não é possível".
A Erasto: Teriam outros Espíritos esse poder?
"Não, isso não é possível, em virtude da diferença dos meios ambientes".
9a - Poderias trazer-nos flores de outro hemisfério; dos trópicos, por exemplo?
"Desde que seja da Terra, posso".
10a - Poderias fazer que os objetos trazidos nos desaparecessem da vista e levá-los novamente?
"Assim como os trouxe aqui, posso levá-los, à minha vontade".
11a - A produção do fenômeno dos transportes não é de alguma forma penosa, não te causa qualquer embaraço?
"Não nos é penosa em nada, quando temos permissão para operá-los. Poderia ser-nos grandemente penosa, se quiséssemos produzir efeitos para os quais não estivéssemos autorizados".
NOTA DE ERASTO. Ele não quer dizer que é penosa embora o seja, pois é forçado a executar uma operação por assim dizer material.
12a - Quais são as dificuldades que encontras?
"Nenhuma outra, além das más disposições fluídicas, que nos podem ser contrárias".
13a - Como trazes o objeto? Será segurando-o com as mãos?
"Não; envolvo-o em mim mesmo".
NOTA DE ERASTO. A resposta não explica de claramente a sua operação, pois na verdade não envolve o objeto na sua pessoa. Como o seu fluido pessoal pode dilatar-se, é penetrável e expansível, ele combina uma parte desse fluido com o fluido animalizado do médium e é nesta combinação que oculta e transporta o objeto que escolheu para transportar. Não é certo dizer, portanto, que o envolve nele mesmo.
14a - Transportaria com a mesma facilidade um objeto mais pesado; de 50 quilos, por exemplo?
"O peso nada é para nós. Trazemos flores, porque agrada mais do que um volume pesado".
NOTA DE ERASTO. É exato. Pode trazer objetos de cem ou duzentos quilos, por isso que a gravidade, existente para Vós, não existe para os Espíritos. Mas, ainda aqui, ele não percebe bem o que se passa. A massa dos fluidos combinados é proporcional à dos objetos. Numa palavra, a força deve estar em proporção com a resistência; donde se segue que, se o Espírito apenas traz uma flor ou um objeto leve, é muitas vezes porque não encontra no médium, ou em si mesmo, os elementos necessários para um esforço mais considerável.
15a - Alguns casos de desaparecimento de objetos, por motivo ignorado, seriam devidos aos espíritos?
"Isso acontece com freqüência, muito mais freqüentemente do que pensais, e poderia ser remediado pedindo ao Espírito a devolução do objeto".
NOTA DE ERASTO. É verdade; mas, às vezes, o que foi levado, levado está. Porque esses objetos que somem da casa são quase sempre levados para muito longe. Mas, como a subtração de objetos exige quase as mesmas condições fluídicas dos transportes, só pode se dar com a ajuda de médiuns dotados de faculdades especiais. Por isso, quando alguma coisa desaparecer, é mais provável que se dava ao vosso descuido que à ação dos Espíritos.
16a - Há efeitos da ação de certos Espíritos que se consideramos como fenômenos naturais?
"Os dias que correm estão cheios de fatos que não compreendeis, porque não pensastes neles e que um pouco de reflexão vos faria ver com clareza".
NOTA DE ERASTO. Não se deve atribuir aos Espíritos, o que é obra do homem.
Mas acreditai na sua influência oculta e constante, produzindo ao vosso redor mil circunstâncias, milhares de incidentes necessários à realização de vossos atos e da vossa existência.
17a - Entre os objetos que os Espíritos costumam trazer, não haverá alguns que eles próprios possam fabricar, isto é, produzidos espontaneamente pelas modificações que os Espíritos possam operar no fluido, ou no elemento universal?
"Não por mim, que não tenho permissão para isso. Só um Espírito elevado pode fazê-lo".
18a - Como introduziste, outro dia, esses objetos na sala que está fechada?
"Levei-os comigo, envoltos, por assim dizer, na minha substância. Não posso dizer mais, porque isso não é explicável".
19a - Como fizeste para tornar visíveis estes objetos, que estavam invisíveis?
"Tirei a matéria que os envolvia".
NOTA DE ERASTO. Não é a matéria propriamente dita que os envolve, mas um fluido tirado em parte do perispírito do médium e em parte (metade de cada um) do Espírito operador.
20a - A Erasto: Um objeto pode ser transportado para um lugar completamente fechado; numa palavra, o espírito pode espiritualizar um objeto material de maneira que ele possa penetrar a matéria?
"Esta questão é complexa. O Espírito pode tornar invisíveis os objetos transportados, mas não penetráveis. Não pode desfazer a agregação da matéria, o que seria a destruição do objeto. Tornando-o invisível, pode carregá-lo quando quiser e só o largar no momento conveniente para fazê-lo aparecer. Bem diferente o que se passa com os objetos que compomos. Nestes introduzimos apenas os elementos da matéria e como esses elementos são essencialmente penetráveis, como atravessamos os corpos mais densos com as mesmas facilidades dos raios solares atravessando as vidraças, podemos perfeitamente dizer que introduzimos o objeto num lugar, por mais fechado que ele esteja. Mas isso somente nesse caso".
Concluindo nosso estudo do capítulo V, através das respostas de Erasto, compreendemos que os Espíritos estão por toda parte, são uma das forças da Natureza em constante ação no Universo. Agem naturalmente ao nosso redor e criam condições para o cumprimento de nossas experiências. Nada há de misterioso ou sobrenatural nisso, mas sim, trata-se de um aspecto da Natureza que o Espiritismo vem esclarecer.

BIBLIOGRAFIA
KARDEC, Allan - O Livro dos Médiuns: 2.ed. São Paulo: FEESP, 1989 - Cap V - 2ª Parte

Tereza Cristina D'Alessandro 
Abril / 2004

Centro Espírita Batuira

cebatuira@cebatuira.org.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário