O recurso
Começaste o dia recebendo a visita de um amigo, a falar-te da leviandade de um parente que te acuou por faltas que não cometeste.
Para logo te demandaste na irritação e na revolta.
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Em seguida, vieram as compras, segundo lista de encomendas que formulaste na véspera.
Alguns artigos, no entanto, não chegaram nas condições esperadas e, sem qualquer hesitação, devolveste o material recebido com ásperas reclamações.
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Logo após, observaste que o vizinho, involuntariamente, provocou pequeno defeito no sistema de esgotos, prejudicando-te o banheiro, por alguns minutos.
De imediato, chamaste às contas o amigo da vizinhança, admoestando-o com severidade agressiva, sem ao menos aceitar-lhe o pedido de desculpas, enunciado com humildade.
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Não passou muito tempo, notaste que a governanta não efetuara a limpeza da casa, conforme as minudências de tuas instruções.
E à frente da senhora que te serve com atenção à vida familiar, dirigiste a ela um sermão esbrazoado de exigências.
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Assim atravessaste as horas, lastimando a vida, gritando contra determinadas pessoas, maldizendo parentes, criticando, condenando, ironizando e ferindo aos que te rodeiam.
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Em sobrevindo a noite, trazias o corpo abatido, como que vergastado por farpas invisíveis.
Clamaste contra a doença e te declaraste com os nervos destrambelhados.
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Por fim, em certo momento, pediste chorando para que alguém te descobrisse um remédio ou um recurso contra as tuas angústias e contrariedades, amarguras e desesperações.
É por isso que estamos aqui a rogar-te com respeito:
Experimenta o perdão.
(De JÓIA, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel)
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