(Guia
dos Médiuns e dos Doutrinadores) Contém o ensino especial dos Espíritos sobre a
teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o
Mundo Invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os
escolhos que se podem encontrar na prática do Espiritismo.
MANIFESTAÇÕES VISUAIS
Estudo 34 - Item 100 (itens 1 a 11) - Perguntas sobre as Aparições
De todas as manifestações espíritas, as mais
interessantes são sem dúvida aquelas pelas quais os Espíritos podem se tornar
visíveis. Estes fenômenos são chamados Aparições. Pela explicação dos mesmos, veremos que, assim
como os outros, nada têm de sobrenatural.
Buscando estudos
anteriores recordamos que o períspirito, no seu estado normal, é invisível;
mas, como é formado de sustância etérea, o Espírito, em certos casos, pode, por
sua vontade, fazê-lo passar por uma modificação molecular que o torna
momentaneamente visível. É assim que se produzem as aparições, que não se dão, do
mesmo modo que outros fenômenos, fora das leis da Natureza.
Conforme o grau de
condensação do fluido perispiritual, a aparição é às vezes vaga e vaporosa; de
outra, mais nitidamente definida; em outras, enfim, com todas as aparências da
matéria tangível. Pode mesmo chegar à tangibilidade real, ao ponto do
observador se enganar com relação à natureza do ser que tem diante de si. Através
de uma sequência de perguntas feitas por Allan Kardec aos Espíritos, vamos
compreender melhor o fenômeno chamado aparição.
1ª Os Espíritos podem
se tornar visíveis?
— Podem, sobretudo, durante o sono. Entretanto algumas pessoas os vêem
quando acordadas, porém, isso é mais raro.
NOTA. Enquanto o
corpo repousa, o Espírito se desprende dos laços materiais; fica mais livre e
pode mais facilmente ver os outros Espíritos, entrando com eles em comunicação.
O sonho não é senão a recordação desse estado. Quando de nada nos lembramos, diz-se
que não sonhamos, mas, nem por isso a alma deixou de ver e de gozar da sua
liberdade. Aqui nos ocupamos especialmente com as aparições no estado de
vigília. (Ver O Livro dos Espíritos, cap. "Da emancipação da alma" n.
409) (Allan Kardec).
2ª Os Espíritos, que
se manifestam pela visão, pertencem a uma determinada categoria?
— Não; podem pertencer a todas as categorias, das mais elevadas, às mais
inferiores.
3ª É permitido a
todos os Espíritos se manifestarem livremente?
— Todos o podem; mas nem sempre têm a permissão nem o desejo de fazê-lo.
4ª Com que fim os
Espíritos que se manifestam visivelmente?
— Isso depende; de acordo com sua natureza, o fim pode ser bom ou mau.
5ª Como pode ser
permitido, quando o fim é mau?
— É então para pôr à prova aqueles que os veem. A intenção do Espírito
pode ser má, mas o resultado pode ser bom.
6ª Qual o objetivo
dos Espíritos que se fazem ver com má intenção?
— Amedrontar e muitas vezes vingar-se.
a) Qual o objetivo
dos Espíritos que aparecem com boa intenção?
— Consolar as pessoas que deles guardam saudades, provar-lhes que existem
e estão perto delas; dar conselhos e, algumas vezes, pedir assistência para si
mesmos.
7ª Que inconveniente
haveria em ser permanente e geral a possibilidade de ver os Espíritos?
Não seria esse um
meio de tirar a dúvida aos mais incrédulos?
— Estando o homem constantemente cercado de Espíritos, o fato de vê-los
sem cessar o perturbaria, constrangendo-o nas suas atividades, e lhe tiraria a
iniciativa na maioria dos casos, enquanto que, julgando-se só, pode agir com
mais liberdade. Quanto aos incrédulos, dispõem de muitos meios para se
convencerem, caso queiram aproveitá-los e se não estiverem cegos pelo orgulho.
Sabes de pessoas que viram e nem por isso acreditam, pois dizem que se trata de
ilusões. Não te inquietes por essa gente, de que deus se encarrega.
NOTA. Tantos
inconvenientes haveria em vermos constantemente os Espíritos, como em vermos o
ar que nos cerca e as miríades de animais microscópicos que pululam ao nosso
redor. Do que devemos concluir que o que Deus faz é bem feito e que Ele sabe
melhor do que nós o que nos convém (Allan Kardec).
8ª Se a visão dos
Espíritos tem inconvenientes, porque é permitida em alguns casos?
— Para dar ao homem uma prova de que nem tudo morre com o corpo, que a
alma conserva a sua individualidade após a morte. A visão passageira basta para
essa prova e para atestar a presença de amigos ao vosso lado e não oferece os
inconvenientes da visão constante.
9ª Nos mundos mais
adiantados que o nosso, os Espíritos são vistos com mais frequência do que
entre nós?
— Quanto mais o homem se aproxima da natureza espiritual, mais facilmente
entra em relação com os Espíritos. A grosseria do vosso envoltório é que
dificulta e torna rara a percepção dos seres etéreos.
10ª É racional
assustar-se com a aparição de um Espírito?
— Quem refletir deverá compreender que um Espírito, qualquer que seja, é
menos perigoso do que um vivo. Os Espíritos, aliás, estão por toda parte e não
tens a necessidade de vê-los para saber que podem estar ao teu lado. O Espírito
que queira causar dano pode fazê-lo, e até com mais segurança, sem se visto.
Ele não é perigoso por ser Espírito, mas pela influência que pode exercer no
pensamento do homem, desviando-o do bem
e impelindo-o ao mal.
NOTA. As pessoas que
têm medo da solidão e do escuro, raramente compreendem a causa do seu pavor.
Elas não saberiam dizer do que têm mais medo, mas certamente deveriam recear-se
mais de encontrar homens do que espíritos, porque um malfeitor é mais perigoso
em vida do que após a morte. Uma senhora de nosso conhecimento teve uma noite,
em seu quarto, uma aparição tão bem definida que acreditou estar na presença de
alguém e sua primeira sensação foi de pavor. Certificando-se de que ali não
havia nenhuma pessoa, disse a si mesma: Parece que se trata apenas de um
Espírito; posso dormir tranquila (Allan Kardec).
11ª Aquele que vê um
Espírito poderia com ele conversar?
— Perfeitamente. E é o que se deve fazer nesse caso, perguntando quem é o
Espírito, o que deseja e o que se pode fazer por ele. Se o Espírito for infeliz
e sofredor, o testemunho de comiseração o aliviará. Se for um Espírito bondoso,
pode acontecer que traga a intenção de dar bons conselhos.
a) Como o Espírito
poderia responder?
— Às vezes falando, como uma pessoa viva; a maioria das vezes por uma
transmissão de pensamentos.
Continuaremos no
próximo estudo refletindo sobre as perguntas e respostas contidas em O Livro
dos Médiuns, questão 100, através das quais compreendemos que a Vida continua e
que o fato dos Espíritos não mais possuírem o corpo material, não os impede de
continuar entre nós, os encarnados, de estabelecerem relações, se comunicarem,
influenciando e sendo influenciados, em constante processo de sintonia, em que
semelhantes se atraem e dessemelhantes se repelem.
BIBLIOGRAFIA:
KARDEC, Allan - O Livro dos Médiuns: 2.ed. São Paulo:
FEESP, 1989 - Cap VI - 2ª Parte
KARDEC, Allan - A Gênese: 26.ed. Brasília:
FEB, 1984 - Cap. XIV - item 35
Consultar Estudos
Anteriores:
ESTUDO 18: ITEM 57 –
FORMAÇÃO DO PERISPIRITO: OS FLUÍDOS
ESTUDO 19: ITEM 57 –
FORMAÇÃO DO PERISPIRITO
ESTUDO 20: ITEM 56 –
PROPRIEDADES DO PERISPIRITO
ESTUDO 21: ITEM 56 – FUNÇÕES
DO PERISPIRITO
Tereza Cristina D'Alessandro
Maio / 2004
Maio / 2004
Centro Espírita Batuira
cebatuira@cebatuira.org.br
cebatuira@cebatuira.org.br
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