nl03_07_ LIVRO NO MUNDO MAIOR Processo redentor
Trechos do Capítulo em Estudo:
"(...)
_ Nosso esforço - continuou o prestimoso amigo - tem por especial
escopo impedir a consumação dos processos tendentes à loucura. A rede de
amparo espiritual, neste sentido, é quase infinita. A positiva declaração
de desarmonia mental constitui sempre o término de longa luta. Claro está
que não incluímos aqui os casos puramente fisiológicos, mormente em se
tratando da invasão da sífilis na matéria cerebral; reportamo-nos aos
dramas íntimos da personalidade prisioneira da introversão, do
desequilíbrio, dos fenômenos de involução, das tragédias passionais,
episódios esses que deflagram no mundo, aos milhares por semana. Nas
esferas imediatas à luta do homem vulgar, onde nos achamos presentemente,
são inúmeras as organizações socorristas dessa natureza. É imprescindível
amparar a mente humana na Crosta Planetária, em seus deslocamentos
naturais. A vasta escola terrestre exige incessante e complexa colaboração
espiritual.Indubitavelmente a Sabedoria Divina não se descuidou da
programação prévia de serviço, neste particular. Se encarregou a Ciência
de superintender o desdobramento harmonioso dos fenômenos pertinentes à
zona física, se incumbiu a filosofia de acompanhar essa mesma ciência,
enriquecendo-lhe os valores intelectuais, confiou à religião a tarefa de
velar pelo desenvolvimento da alma, propiciando-lhe
abençoadas luzes para a jornada de ascensão (...)
(...)
_ Como se opera, entretanto, a administração de tais
auxílios?
Indiscriminadamente?
_ Não - explicou o interpelado -, o senso de ordem preside-nos à
atividade em todas as circunstâncias. Quase sempre é a força intercessória
que determina os processos de ajuda. A prece, representada pelo desejo
não manifestado, pelas aspirações íntimas ou pelas petições
declaradas, proveniente da zona superior ou surgida do fundo vale, onde se
agitam as paixões humanas, é, a rigor, o ascendente de nossas
atividades.
(...)
_ Não aludimos, aqui, a orações ou a aspirações de correntes
idealísticas determinadas: o dístico não interessa. Colaboramos com o
espírito eterno em sua ascensão à zona divina, aduzindo novas forças ao
bem, onde ele se encontre, independentemente de fórmulas dogmáticas, ou não,
com que ele se manifeste nos círculos humanos. Nosso problema não é de
favoritismo, senão de espiritualidade superior, mercê da união dos valores
substanciais, em favor da vida melhor.
(...)
Em rápidos minutos achavamo-nos em pequena câmara, onde magro
doentinho repousava, choramingando (...)
_ É paralítico de nascença, primogênito de um casal aparentemente
feliz, e conta oito anos na existência nova (...) não fala, não anda, não
chega a sentar-se, vê muito mal, quase nada ouve da esfera humana;
psiquicamente, porém, tem uma vida de um sentenciado sensível, a cumprir
severa pena, lavrada, em verdade, por ele próprio. (...)
(...)
Com o respeito devido à dor e com a observação imposta pela
Ciência, verifiquei que o pequeno paralítico mais se assemelhava a um
descendente de símios aperfeiçoados.
_ Sim, o espírito não retrocede em hipótese alguma - explicou
Calderaro -; todavia as formas de manifestação podem sofrer
degenerescência, de modo a facilitar os processos regenerativos. Todo mal
e todo bem praticados na vida impõem modificações em nosso quadro
representativo. (...) Os pensamentos de revolta e de vingança, emitidos
por todos aqueles aos quais deliberadamente ofendeu, vergastaram-lhe o corpo
perispiritual por mais de cem anos consecutivos, como choques de desintegração
da personalidade, e o infeliz, distante do acesso à zona mais alta do ser, onde
situamos o "castelo das noções superiores", em vão se debateu no
"campo do esforço presente", isto é, à altura da região em que
localizamos as energias motoras; é que os adversários implacáveis,
apegando-se a ele, através da influência direta, compeliram-lhe a mente a
fixar-se nos impulsos automáticos, no império dos instintos; (...)
(...)
_ Também os míseros perseguidores são duendes do ódio e da
vingança, como o nosso enfermo é um remanescente do crime. (...)
aproximam-se, porém, do porto socorrista. Voltarão ao Sol da existência
terrestre, por intermédio de um coração de mulher que compreendeu com Jesus
o valor do sacrifício. Em breve, André, consoante o programa redentor já
delineado, ingressarão neste mesmo lar na qualidade de irmãos do antigo
adversário. E quando entrelaçarem as mãos sobre ele, consumindo energias
por ajudá-lo, assistidos pela ternura de abnegada mãe, amorosa e justa,
beijarão o velho inimigo com imenso afeto.
Transmudar-se-ão as negras algemas do ódio em alvinitentes liames
de luz, nos quais refulgirá o amor eterno. (...)
(...)
Extrema palidez e enorme angústia transpareceram no semblante do paralitico.
Notei que a infeliz entidade emitia, através das mãos, estrias
negras de substância semelhante ao piche, as quais atingiam o encéfalo do
pequenino, acentuando-lhe as impressões de pavor.
(...)
_ Se o amor emite raios de luz, o ódio arremessa estiletes de
treva. Nos lobos frontais recebemos os "estímulos do futuro", no
córtex abrigamos as "sugestões do presente", e no sistema
nervoso, propriamente dito, arquivamos as "lembranças do passado".
Nosso pobre amigo está sendo bombardeado por energias destrutivas do ódio
na região de "serviços presentes", isto é, em suas capacidades
de crescimento, de realização e de trabalho nos dias que correm. Tal
situação derivante da culpa compele-o a descer mentalmente para a zona de
"reminiscências do passado", onde o seu comportamento é
inferior, raiando pela semi-inconsciência dos estados evolucionários
primitivos.
Esmagadora maioria dos fenômenos de alienação psíquica procedem da
mente desequilibrada. Repara o cosmo orgânico.
(...)
_ Examina a conduta do enfermo. Fixando a mente na extrema
"região dos impulsos automáticos", seu padrão de comportamento é
efetivamente sub-humano. Volta a viver estados primários, dos quais a
individualidade já emergiu há muitos séculos. Em outros casos menos
graves, a medicina atual vem utilizando a terapêutica do choque, à maneira
do experimentador que investiga nas sombras examinando efeitos e ignorando
causas. Cumpre-nos, no entanto, reconhecer que o belo esforço da
psiquiatria moderna merece o maior carinho de nossas autoridades
espirituais, que patrocinam os médicos diligentes e devotados,
orientando-os para o bem comum, simultaneamente em diversos centros
culturais, por enquanto, não podem acietar a verdade como seria de
desejar, em virtude da necessidade de guardar-se a medicina terrena em
campo conservador, menos aberto aos aventureiros; todavia, mais tarde
os sacerdotes da saúde humana compreenderão que o choque elétrico, ou
a hipoglicemia, provocada pela invasão da insulina, constituem apelos vivos aos
centros do organismo perispirítico, convocando-os ao reajustamento
e compelindo os neurônios a se readaptarem para o serviço da mente em
processo regenerador.
(...) é quem, desde remota antiguidade, compreendeu o homem, intuitivamente, que a maioria dos casos de alienação mental decorrem da ausência voluntária ou involuntária da alma à realidade. E, em nosso campo e observação mais clara, podemos adir que todo desequilíbrio promana do afastamento da Lei.
(...)
_ Nossos companheiros da medicina humana batizam as moléstias
mentais como lhes apraz, detendo-se nas questões da periferia, por
distraídos dos problemas fundamentais do espírito. Relativamente aos
assuntos científicos, conversaremos amanhã, quando prestaremos assistência
a jovem amigo.
(...)
Logo após, a genitora entrou a orar, banhada em lágrimas,
afigurando-se-me um cisne da região espiritual a desferir maravilhoso
cântico.
(...)
_ Aqui, porém, não falaremos a corações que odeiam, e sim a
torturado espírito materno, que reclama estímulo fraternal. O conhecimento
e a boa vontade podem fazer muito.
(...)
_ Ao demais, é necessário diplomar-nos também na ciência do amor.
Para isso, comecemos a ser irmãos uns dos outros, com sinceridade e fiel
disposição de servir.
(...)
_ Examinando essa criança sofredora como enigma sem solução,
alguns médicos insensatos da Terra se lembrarão talvez da "morte
suave"; ignoram que, entre as paredes deste lar modesto, o Médico
Divino, utilizando um corpo incurável e o amor, até o sacrifício, de um
coração materno, restitui o equilíbrio a espíritos eternos, a fim de que
sobre as ruínas do passado possam irmanar-se para gloriosos destinos."
Questões iniciais para nosso estudo:
1) Como podemos entender as doenças mentais?
2) Há diferenças entre a doença mental física e a doença mental do
espírito?
Quais seriam? Por que?
3) Quando Calderaro afirma que "A rede de amparo espiritual,
neste sentido, é quase infinita." podemos entender que apenas quanto
aos casos de desequilíbrio mental o amparo espiritual se dá de forma
infinita? Por que?
4) André Luiz afirma que o pequenino se parecia com um símio, e
Calderaro explica que as formas de manifestação podem se degenerar. Por
onde e como se processa a forma de manifestação?
5) Qual uma das finalidades da reencarnação e dos laços de
família?
6) Como podemos entender ou como compreendemos as seguintes
assertivas e de que forma podemos alia-las em nosso dia a dia:
6.a) A vasta escola terrestre exige incessante e complexa colaboração espiritual
6.b) Indubitavelmente a Sabedoria Divina não se descuidou da
programação prévia de serviço, neste particular. Se encarregou a Ciência
de superintender o desdobramento harmonioso dos fenômenos pertinentes à
zona física, se incumbiu a filosofia de acompanhar essa mesma
ciência, enriquecendo-lhe os valores intelectuais, confiou à religião a
tarefa de velar pelo desenvolvimento da alma, propiciando-lhe abençoadas
luzes para a jornada de ascensão
6.c) Não - explicou o interpelado -, o senso de ordem preside-nos
à atividade em todas as circunstâncias
6.d) Não aludimos, aqui, a orações ou a aspirações de
correntes idealísticas determinadas: o dístico não interessa. Colaboramos
com o espírito eterno em sua ascensão à zona divina, aduzindo novas forças
ao bem, onde ele se encontre, independentemente de fórmulas dogmáticas, ou
não, com que ele se manifeste nos círculos humanos. Nosso problema não é
de favoritismo, senão de espiritualidade superior, mercê da união dos
valores substanciais, em favor da vida melhor.
6.e) Se o amor emite raios de luz, o ódio arremessa estiletes de
treva. Nos lobos frontais recebemos os "estímulos do futuro", no
córtex abrigamos as "sugestões do presente", e no sistema
nervoso, propriamente dito, arquivamos as "lembranças do
passado". Nosso pobre amigo está sendo bombardeado por energias
destrutivas do ódio na região de "serviços presentes", isto é,
em suas capacidades de crescimento, de realização e de trabalho nos dias
que correm. Tal situação derivante da culpa, compele-o a descer
mentalmente para a zona de "reminiscências do passado", onde o
seu comportamento é inferior, raiando pela semi-inconsciência dos estados
evolucionários primitivos.
6.f) Examinando essa criança sofredora como enigma sem solução,
alguns médicos insensatos da Terra se lembrarão talvez da "morte
suave"; ignoram que, entre as paredes deste lar modesto, o Médico
Divino, utilizando um corpo incurável e o amor, até o sacrifício, de um
coração materno, restitui o equilíbrio a espíritos eternos, a fim de que
sobre as ruínas do passado possam irmanar-se para gloriosos destinos."
Conclusão:
Doenças mentais. Lei de ação e reação. Progressão dos espíritos.
Reencarnação. Obsessão. Formação da Família. Intercessão espiritual.
Esses são os assuntos estudados nesse capítulo rico em ensinamentos dessa
importante obra de André Luiz.
O Autor espiritual nos narra o trabalho intercessório junto a
família onde se encontra reencarnado um espírito que passa por uma duríssima
expiação, conseqüente de graves transgressões às Leis Naturais
praticadas no passado.
Durante a realização do serviço de assistência espiritual, o
Assistente Calderaro revela importantes ensinamentos ao Autor, que
nos são transmitidos nesse capítulo.
Questões para estudo
1) Como podemos entender as doenças mentais?
Segundo as explicações do assistente Calderaro, excluindo os casos
puramente fisiológicos, podemos entender as doenças mentais como o ponto final
de uma longa luta travada pelo espírito contra os dramas íntimos da
personalidade prisioneira da introversão, o desequilíbrio, os
fenômenos de involução e as tragédias passionais.
Todos esses fatores geram uma desarmonia espiritual que lesiona o
perispírito e, em conseqüência, é somatizada pelo organismo físico.
2) Há diferenças entre a doença mental física e a doença
mental do espírito? Quais seriam? Por quê?
As doenças mentais de origem espiritual são as que ocorrem em
hipóteses como as acima mencionadas, em que o espírito se desarmoniza e
transmite o mal causado por essa desarmonia ao corpo físico, via corpo
perispiritual. As que provêm do corpo físico são as originadas por
fatores externos, como, no exemplo citado pelo Assistente, a
invasão da sífilis na matéria cerebral.
3) Quando Calderaro afirma que "A rede de amparo espiritual,
neste sentido, é quase infinita", podemos entender que apenas
quanto aos casos de desequilíbrio mental o amparo espiritual
se dá de forma infinita? Por quê?
O amparo espiritual, dependendo do merecimento de cada um, pode
ser sempre considerado infinito, na medida em que os Espíritos Superiores
não medem esforços para atenuarem nossos sofrimentos. Calderaro não
quis, com essa afirmação, restringir aos casos de desequilíbrio mental o
caráter infinito dessa assistência espiritual, mas, tão somente,
ressaltar a importância do trabalho a ser realizado, como forma
de impedir a consumação do processo tendente à loucura.
4) André Luiz afirma que o pequenino se parecia com um
símio, e Calderaro explica que as formas de manifestação podem se degenerar.
Por onde e como se processa a forma de manifestação?
A forma de manifestação evolutiva do espírito se manifesta através
de seu perispírito, que guarda suas conquistas e seus desvios. Se é
verdade que o espírito não retrocede em sua evolução, também o é que suas
formas de manifestação podem sofrer degenerescências,
com o fim de facilitar os processos regenerativos, recolocando-o
no caminho certo para retomada da sua marcha evolutiva. Todo mal e
todo bem praticado repercutem no perispírito, tornando-o menos denso e mais
apurado ou mais grosseiro, conforme a natureza do ato praticado.
No caso em exame, o paciente de hoje, outrora, valeu-se da
autoridade de que foi investido para exterminar inúmeras vidas humanas,
envenenando gravemente, com esse procedimento, os centros ativos do corpo
perispiritual. Sendo este o veículo das manifestações físicas,
com a degenerescência sofrida veio a plasmar o corpo enfermo habitado pelo
espírito nessa reencarnação, que lhe servirá de veículo regenerativo.
5) Qual uma das finalidades da reencarnação e dos laços de
família?
Somente o processo reencarnatório pode proporcionar a espíritos
desafetos a oportunidade de se harmonizarem, através do amor que os laços
de família propicia. No caso narrado por André Luiz no presente capítulo, além
de sua própria mãe, que a ele se encontra vinculada há muitos séculos, o
espírito expiante receberá, na mesma família, duas das vítimas de
suas ações no passado que ainda se prendiam a ele pelos
sentimentos de ódio e vingança. Unidos pelos sentimentos afetuosos de
irmãos do antigo algoz, o ódio se transformará em amor, que os ligará por
toda a eternidade e libertará o enfermo da prisão ao corpo degenerado a
que teve de se submeter.
6) Como podemos entender ou como compreendemos as seguintes
assertivas e deque forma podemos aliá-las em nosso dia a dia:
6.a) "A vasta escola terrestre exige incessante e
complexa colaboração espiritual."
Podemos entender como uma advertência daquele benfeitor para a
necessidade da permanente assistência espiritual aos que se encontram
encarnados, face aos naturais riscos de queda que a vida na carne proporciona.
Devemos recebê-la como um sinal de que é preciso estarmos sempre
atentos e orarmos em busca da assistência dos amigos espirituais. Como
ensinou o Cristo: "Vigiai e orai, para não cairdes em
tentação". (Mateus, 26,22)
6.b) "Indubitavelmente, a Sabedoria Divina não se
descuidou da programação prévia de serviço, neste particular. Se
encarregou a Ciência de superintender o desdobramento harmonioso dos
fenômenos pertinentes à zona física, se incumbiu a filosofia de acompanhar
essa mesma ciência, enriquecendo-lhe os valores intelectuais, confiou à religião
a tarefa de velar pelo desenvolvimento da alma, propiciando-lhe
abençoadas luzes para a jornada de ascensão."
Prosseguindo a explicação anterior, Calderaro ressalta que o plano
espiritual cuida, antecipadamente, da programação necessária a esse
serviço. Destinou à Ciência, à Filosofia e à Religião tarefas que,
em conjunto, contribuirão para o êxito do trabalho.
Cabe a nós não descuidarmos de nenhum dos três aspectos apontados,
pois todos têm uma parcela de contribuição sem a qual não se obterá êxito.
6.c) "Não - explicou o interpelado -, o senso de ordem
preside-nos à atividade em todas as circunstâncias."
O serviço socorrista espiritual não é prestado
indiscriminadamente, como supôs André Luiz. Explicou o Assistente que o
trabalho é prestado obedecendo determinadas normas, destacando que, quase
sempre, a intercessão é que determina os processos de ajuda.
Vivamos de modo a merecê-la, quando dela estivermos necessitados.
6.d) "Não aludimos, aqui, a orações ou a
aspirações de correntes idealísticas determinadas: o dístico
não interessa. Colaboramos com o espírito eterno em sua ascensão à zona
divina, aduzindo novas forças ao bem, onde ele se encontre, independentemente
de fórmulas dogmáticas, ou não, com que ele se manifeste nos círculos
humanos. Nosso problema não é de favoritismo, senão de
espiritualidade superior, mercê da união dos valores substanciais,
em favor da vida melhor".
É o que a Doutrina Espírita nos ensina de maneira enfática:
religião não salva ninguém.
A nossa felicidade futura só depende de nós mesmos. O
trabalho de socorro prestado pelos benfeitores espirituais não faz distinção
entre os diversos credos religiosos criados pelos homens. O que vai fazer
com que seja reconhecido ou não o merecimento a ele são os valores espirituais
que cada um amealhar durante a existência terrena.
6.e) "Se o amor emite raios de luz, o ódio arremessa
estiletes de treva. Nos lobos frontais recebemos os "estímulos do
futuro", no córtex abrigamos as "sugestões do presente", e no
sistema nervoso, propriamente dito, arquivamos as "lembranças do
passado". Nosso pobre amigo está sendo bombardeado por energias
destrutivas do ódio na região de "serviços presentes",
isto é, em suas capacidades de crescimento, de realização e de trabalho
nos dias que correm. Tal situação derivante da culpa, compele-o a descer mentalmente
para a zona de "reminiscências do passado", onde o seu
comportamento é inferior, raiando pela semi-inconsciência dos estados
evolucionários primitivos."
Como estudamos no capítulo III, o cérebro se divide em três
partes, abrigando, em cada uma delas, as experiências do passado, a
vivência da atual existência e as metas para o futuro. Seu
procedimento no passado, causando a morte física de inúmeros indivíduos,
proporcionou em suas vítimas um sentimento de ódio, gerador de energias destrutivas
que atacam a zona central, residência dos pensamentos do presente.
Com isso, o espírito desce, mentalmente, para a região inferior,
onde se encontram as reminiscências do passado, que, no caso, pelo
seu comportamento inferior, o faz aproximar-se do estado evolutivo
primitivo.
6.f) "Examinando essa criança sofredora como enigma sem
solução, alguns médicos insensatos da Terra se lembrarão talvez da "morte
suave"; ignoram que, entre as paredes deste lar modesto, o Médico
Divino, utilizando um corpo incurável e o amor, até o sacrifício, de
um coração materno, restitui o equilíbrio a espíritos eternos, a fim de
que sobre as ruínas do passado possam irmanar-se para gloriosos
destinos."
É o objetivo maior da reencarnação. Congregados os inimigos
de ontem num mesmo núcleo familiar, o sofrimento de um, aliado ao amor materno
e fraternal de outros, faz despertar em todos a necessidade de se reajustarem,
superando a inimizade do passado para, juntos, construírem um futuro
melhor. Esse aspecto não é percebido pela medicina terrena, que logo é
levada a pensar na abreviação da vida física do enfermo, como forma de
minorar seu sofrimento. Mas a Medicina Divina, que é muito mais sábia
utiliza-se desse sofrimento como um remédio amargo, porém necessário à
cura de todos os envolvidos no drama.
Dúvida apresentada durante o estudo:
Calderaro informa que o espírito não retrocede em hipótese alguma,
apenas as formas de manifestação são maleáveis. No entanto, em outra
colocação, ele informa que o espírito apresentado nesse capítulo volta a
viver estados primários, de comportamento sub-humano.
Se o espírito não retrocede, como poderia ele voltar a viver
estados primários de comportamento sub-humano? Como seria esse voltar a viver
estados primários de comportamento sub-humano?
Comentário:
Na questão 118 de "O Livro dos Espíritos", os
Irmãos Espirituais responderam a Kardec que o espírito, em sua marcha
evolutiva, pode permanecer estacionário, porém não retrograda. Isso
significa que as conquistas adquiridas não se perdem jamais, assim como as
imperfeições descartadas também não são novamente assimiladas pelo espírito.
No caso em estudo, Calderaro lembrou esse ensinamento,
ressalvando, contudo, que as formas de manifestação do espírito são maleáveis,
ou seja, sujeita às conseqüências de seu proceder durante a existência, por
força da lei de causa e efeito. O personagem desse caso narrado por André
Luiz teve um comportamento em total desrespeito à Lei Natural, abusando de sua
autoridade numa encarnação pretérita para causar o suplício de inúmeros
indivíduos.
Por força da citada lei de causa e efeito que rege o Universo, seu
procedimento feriu a harmonia cósmica que deve reinar nas ralações entre
os seres, danificando seu perispírito, que veio a absorver os efeitos
dessa desarmonia causada. Em conseqüência e tendo sido os atos praticados
tão extremamente graves, os danos ocasionados em seu corpo perispiritual foram
de tal monta que plasmaram um corpo físico em condições próxima aos habitados na fase
primitiva pelo princípio inteligente. Por essa razão, o Assistente
qualificou seu comportamento de "sub-humano", pois fora dos padrões
vigentes no reino hominal.
Entretanto, as eventuais conquistas que esse Espírito já tenha
alcançado permaneceram intocáveis. Ele não as perdeu. Apenas
ficaram em estado latente durante essa encarnação, por não poderem se
manifestar em virtude das deficiências do corpo físico habitado. Nesse sentido
a explicação do benfeitor Calderaro.
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