ESTUDO ÍNTIMO
Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero e não sacrifício. Porque eu não vim a chamar justos, mas os pecadores, ao arrependimento. Jesus.
(Mateus, 9:13)
Se só aos mais dignos fosse concedida a faculdade de comunicar com os Espíritos, quem ousaria pretendê-la? Onde, ao demais, o limite entre a dignidade e a indignidade? A mediunidade é conferida sem distinção, a fim de que os Espíritos possam trazer a luz a todas as camadas, a todas as classes da sociedade ao pobre como ao rico; aos retos para os fortificar no bem, aos viciosos para os corrigir.
(ESE, Cap. 25.12)
Na construção espiritual a que fomos trazidos pela bondade do Cristo, surgem momentos ásperos, nos quais temos a impressão de trazer fogo e fel nos escaninhos da alma.
Não mais entraves decorrentes de calúnia e perseguição, mas sim desgosto e inconformidade a se levantarem de nós contra nós.
Insatisfação, arrependimento tardio, auto-piedade...
Em muitas ocasiões, desertamos do bem, quando se fazia imprescindível demonstrá-lo.
Falhamos ou distraímo-nos, no momento preciso de vigiar ou vencer.
E sentimo-nos deprimidos, arrasados...
Mesmo assim, urge não perder tempo com lamentações improfícuas.
Claro que não nos compete descambar na irresponsabilidade.
Mera obrigação analisar os nossos atos, examinar a consciência, meditar, discernir...
Entretanto, é forçoso cultivar desassombro e serenidade constantes para retificar-nos sempre, adestrando infatigável paciência até mesmo para conosco, nas provações que nos corrijam ou humilhem, agradecendo-as por lições.
Muitas vezes, perguntamo-nos porque teremos sido convocados à obra do Evangelho se, por enquanto, somos portadores de numerosas fraquezas e moléstias morais, contudo, vale considerar que assim sucede justamente por isso, porquanto Jesus declarou francamente não ter vindo à Terra para reabilitar os sãos.
Críticos do inundo indagarão, igualmente, que diferença fazem para nós as teorias de cura espiritual e as diligências pela sublimação íntima, se estamos estropiados da alma, tanto agora quanto ontem.
Podemos, no entanto, responder, esperançosos e otimistas, que há muita diferença, de vez que, no passado, éramos doentes insensatos, agravando,
inconscientemente, os nossos males, enquanto hoje conhecemos as nossas enfermidades, tratando-as com atenção e empenhando-nos, incessantemente, em fugir delas.
Emmanuel (Espírito). Livro da Esperança. (psicografado por) Francisco Cândido Xavier. Uberaba: Comunidade Espírita Cristã. Capítulo Oitenta.
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