nl03_09 LIVRO NO MUNDO MAIOR = Mediunidade
Trechos do Capítulo do Livro:
(...)
Alguns estudiosos do Espiritismo, devotados e
honestos, reconhecendo os escolhos do campo do mediunismo criaram a hipótese do
fantasma anímico do próprio medianeiro, o qual agiria em lugar das entidades
desencarnadas. Seria essa teoria adequada ao caso vertente? Sob a evocação de
certas imagens, o pensamento do médium não se tornaria sujeito a determinadas
associações, interferindo automaticamente no intercâmbio entre os homens da
Terra e os habitantes do Além? Tais intervenções, em muitos casos, poderiam provocar
desequilíbrios intensos. Ponderando observações ouvidas nos últimos tempos, em vários
centros de cultura espiritualista, com referência ao assunto, inquiria de mim
mesmo se o problema oferecia relações com os mesmos princípios de Pavlov.
(...)
_ A consulta exige meditação mais acuradas. A
tese animista é respeitável. Partiu de investigadores conscienciosos e
sinceros, e nasceu para coibir os prováveis abusos da imaginação; entretanto,
vem sendo usada cruelmente pela maioria dos nossos colaboradores encarnados,
que fazem dela um órgão inquisitorial, quando deveriam aproveitá-la como
elemento educativo, na ação fraterna. Milhares de companheiros fogem ao
trabalho, amedrontados, recuam ante os percalços da iniciação mediúnica, porque
o animismo se converteu em Cérbero. Afirmações sérias e edificantes, tornadas
em opressivo sistema, impedem a passagem dos candidatos ao serviço pela
gradação natural do aprendizado e da aplicação. Reclama-se deles precisão
absoluta, olvidando-se lições elementares da natureza. Recolhidos no castelo
teórico, inúmeros amigos nossos, em se reunindo para o elevado serviço de
intercâmbio com a nossa esfera, não aceitam comumente os servidores que hão-de
crescer e de aperfeiçoar-se com o tempo e com o esforço. Exigem meros aparelhos
de comunicação, como se a luz espiritual se transmitisse da mesma sorte que a
luz elétrica por uma lâmpada vulgar. Nenhuma árvore nasce produzindo, e
qualquer faculdade nobre requer burilamento. A mediunidade tem, pois, sua
evolução, seu campo, sua rota. (...) Daí, André, nossa legítima preocupação em
face da tese animista, que pretende enfeixar toda a responsabilidade do
trabalho espiritual numa única cabeça, isto é, a do instrumento mediúnico.
Precisamos de apelos mais altos, que animem os cooperadores incipientes,
proporcionando-lhes mais vastos recursos de conhecimento na estrada por eles
perlustrada, a fim de que a espiritualidade santificante penetre os fenômenos e
estudos atinentes ao espírito.
(...)
_ Vamos à tua sugestão. Os reflexos condicionados
enquadram-se, efetivamente, no assunto: no entanto, cumpre-nos investigar
domínio de mais graves apreciações. Os animais de Pavlov demonstravam
capacidade mnemônica; memorizavam fatos por associações mentais espontâneas.
Isto quer dizer que mobilizavam matéria sutil, independentemente do corpo
denso; que jogavam com forças mentais em "consciências fragmentárias"
do experimento eram capazes de usar essa energia, provocando a repetição de
determinados fenômenos no cosmo celular, que prodígios não realizará a mente de
um homem, cedendo, não a meros reflexos condicionados, mas a emissões de outra
mente em sintonia com a dele? Dentre tais princípios, é imperioso que o
intermediário cresça em valor próprio. Ocorrências extraordinárias e desconhecidas
ocupam a vida em todos os recantos, mas a elevação condiciona fervorosa
procura. Ninguém receberá as bênçãos da colheita, sem o suor da sementeira.
Lamentavelmente, porém, a maior parte de nossos amigos parece desconhecerem
tais imposições de trabalho e cooperação: exigem faculdades completas. O
instrumento mediúnico é automaticamente desclassificado se não tem a felicidade
de exibir absoluta harmonia com os desencarnados, no campo tríplice das forças
mentais, perispirituais e fisiológicas. Compreendes a dificuldade?
(...)
_ Buscando símbolo mais singelo, figuremos o
médium como sendo uma ponte a ligar duas esferas, entre as quais se estabeleceu
aparente solução de continuidade, em virtude de diferenciação da matéria no
campo vibratório. Para ser instrumento relativamente exato, é-lhe
imprescindível haver aprendido a ceder, e nem todos os artífices da oficina
mediúnica realizam, a breve trecho, tal aquisição, que reclama devoção à
felicidade do próximo, elevada compreensão do bem coletivo, avançado espírito
de concurso fraterno e de serena superioridade nos atritos com a opinião
alheia. Para conseguir edificação dessa natureza, faz-se mister o refúgio
frequente à "moradia dos princípios superiores". A mente do servidor
há-de fixar-se nas zonas mais altas do ser, onde aprenderá o valor das
concepções sublimes, renovando-se e quintessenciando-se para constituir
elemento padrão dos que lhe seguem a trajetória. O homem, para auxiliar o
presente, é obrigado a viver no futuro da raça. A vanguarda impõe-lhe a soledade
e a incompreensão, por vezes dolorosas; todavia, essa condição representa
artigo da Lei que nos estatui adquirir para podermos dar. Ninguém pode ensinar
caminhos que não haja percorrido. Nasce daí, em se tratando de mediunidade
edificante, a necessidade de fixação das energias instrumentais no santuário
mais alto da personalidade. Fenômenos – não lhes importa a natureza – é forçoso
reconhecer que assediam a criatura em toda parte. A ciência legítima é a
conquista gradual das forças e operações da Natureza, que se mantinham ocultas
à nossa acanhada apreensão. E como somos filhos do Deus Revelador, infinito em
grandeza, é de esperar tenhamos sempre à frente ilimitados campos de
observação, cujas portas se abrirão ao nosso desejo de conhecimento, à maneira
que agradeçam nossos títulos meritórios. Por isto, André, consideramos que a
mediunidade mais estável e mais bela começa, entre os homens, no império da
intuição pura. (...) No mediunismo comum , portanto, o colaborador servirá com
a matéria mental que lhe é própria, sofrendo-lhe as imprecisões naturais diante
da investigação terrestre; e , após adaptar-se aos imperativos mais nobres da
renúncia pessoal, edificará, não de improviso , mas à custa de trabalho
incessante, o templo interior de serviço , no qual reconhecerá a superioridade
do programa divino acima de seus caprichos humanos. Atingida essa realização,
estará preparado para sintonizar-se com o maior número de desencarnados e
encarnados, oferecendo-lhes, como a ponte benfeitora, oportunidade de se
encontrarem uns com os outros, na posição evolutiva em que permaneçam, através
de entendimentos construtivos. Devo dizer-te aqui que não cogitamos aqui de
faculdades acidentais, que aparecem e desaparecem entre candidatos ao serviço,
sem espírito de ordem e de disciplina, verdadeiros balões de ensaio para os
vôos do porvir; referimo-nos à mediunidade aceita pelo cooperado e mobilizável
em qualquer situação para o bem geral. (...)
(...)
_ Reportando-nos (...) Há milhões de seres
humanos, encarnados e desencarnados, de mente fixa na região menos elevada dos
impulsos inferiores, absorvidos pelas paixões instintivas, pelos remanescentes
do pretérito envilecido, presos aos reflexos condicionados das comoções
perturbadoras a que, inermes, se entregaram; outros tanto mantêm-se, jungidos à
carne e fora dela, na atividade desordenada, em manifestações afetivas sem
rumo, no apego desvairado à forma que passou ou à situação que não mais se
justifica ; outros, ainda, param na posição beata do misticismo religioso exclusivo,
sem realizações pessoais no setor da experiência e do mérito, que os integre no
quadro da lídima elevação. Subtraído o corpo físico, a situação, prossegue
quase sempre inalterada, para o organismo perispiritico, fruto do trabalho
paciente e da longa evolução. Esse organismo, constituído, embora, de elementos
mais plásticos e sutis, ainda é edifício material de retenção da consciência.
Muita gente , no plano da Crosta Planetária, conjetura que o Céu nos revista de
túnica angelical, logo que baixado o corpo ao sepulcro. Isto, porém, é grave
erro no terreno da expectativa. (...); falamos de pessoas vulgares, quais nós
mesmos, que nos vamos em jornada progressiva, mais ou menos normal, para
concluir que, tal o estado mental que alimentamos, tais as inteligências,
desencarnadas ou encarnadas, que atraímos, e das quais nos fazemos instrumentos
naturais, embora de modo indireto. E a realidade, meu amigo, é que todos nós,
que nos contamos por centenas de milhões não prescindimos de medianeiros
iluminados, aptos a colocar-nos em comunicação com as fontes do Suprimento
Superior (...)
(...)
_ Compreender, agora a importância da
mediunidade, isto é, da elevação de nossas qualidades receptivas para
alcançarem a necessária sintonia com os mananciais da Vida superior?
(...)
_ Não é serviço que possamos organizar da
periferia para o centro – prosseguiu Calderaro – e sim do interior para o
exterior (...)
_ O caso é oportuno., Observarás comigo os
obstáculos criados pela tesa animista.
(...)
_ Dificilmente – informou o interpelado – os
recurso de comunicação ao meu alcance ainda não são de molde a inspirar
confiança à maioria dos companheiros encarnados. A bem dizer, não me interessa
comparecer aqui, de nome aureolado por terminologia clássica, e nem me
abalançaria a oferecer teses novas, concorrendo com o mundo médico. Guia-me,
agora, tão somente o sadio desejo de praticar o bem. Entretanto...
_ Ainda não lhe ouviram os apelos, por
intermédio de Eulália? – perguntou meu instrutor.
_ Não, por enquanto, não, Sempre a mesma
suspeita de animismo, de mistificação inconsciente...
(...)
_ Repara o conjunto. Já fiz meus
apontamentos. Com exceção de três pessoas, os demais, em número de oito,
guardam atitude favorável. Todos esses encontram-se na posição de médiuns, pela
passividade que demonstram. Analisa a irmã Eulália e reconhecerás que o estado
receptivo mais adiantado lhe pertence; dos oito cooperadores prováveis, é a que
mais se aproxima do tipo necessário. No entanto, o nosso amigo médico não
encontra em sua organização psicofísica elementos afins perfeitos, nossa
colaboradora não se liga a ele através de todos os seus centros perispirituais;
não é capaz de elevar-se à mesma frequência de vibrações em que se acha o
comunicante; não possui suficiente "espaço interior" para
comungar-lhe as idéias e os conhecimentos; não lhe absorve o entusiasmo total
pela ciência, por ainda não trazer de outras existências, nem haver construído,
na experiência atual, as necessárias teclas evolucionárias, que só o trabalho
sentido e vivido pode lhe conferir. Eulália manifesta, contudo, um grande poder
– o de boa vontade criadora, sem o qual é impossível o início da ascensão às
zonas mais altas da vida. É a porta mais importante, pela qual se entenderá com
o médico desencarnado. (...)Poderá identificar-se com Eulália para a mensagem
precisa, usando também, a seu turno, a boa vontade; e , adotando esta forma de
comunicação valer-se-á , acima de tudo, da comunhão mental, reduzindo ao mínimo
a influência sobre os centros neuropsíquicos; é que, em matéria de mediunismo,
há tipos idênticos de faculdades, mas enormes desigualdades nos graus de
capacidade receptiva, os quais variam infinitamente, como as pessoas.
(...)
_ Não nos esqueçamos que formamos agora uma
equipe de trabalhadores em ação experimental. Nem o provável comunicante chegou
a concretizar as bases de seu projeto, nem a médium conseguiu ainda suficiente
clareza e permeabilidade para cooperar com ele. Num terreno de atividades
definidas neste particular, poderíamos agir à vontade; aqui, não; nosso
procedimento deve ser de neutralidade mental; não de interferência. (...)
(...)
_ Anota as particularidades do serviço –
disse-me Calderaro, com significativa inflexão de voz – todos os companheiros
em posição de receptividade estão absorvendo a emissão mental do comunicante,
cada qual a seu modo. Repara calmamente.
Circundei a mesa e vi que os raios de força
positiva do mensageiro efetivamente incidiam em oito pessoas (...)
(...)
Somente Eulália recebia o apelo do
comunicante com mais nitidez. Sentia-se ao seu lado; envolvia-se em seus
pensamentos; possuía-se, não só de receptividade, mas também de boa disposição.
(...)
Decorridos (...) começou a escrever (...)
Mais alguns momentos e fazia-se a leitura do
pequeno texto obtido.
(...)
O presidente da sessão, seguido pelos demais
companheiros, iniciou o estudo e debate da mensagem. Concordou-se em que era
edificante na essência, mas não apresentava índices concludentes da identificação
individual; não procedia, possivelmente, do conhecido profissional que a
subscrevera; faltavam-lhe os característicos especiais, pois um médico usaria
nomenclatura adequada, e se afastaria da craveira comum.
E a tese animista apareceu como tábua de
salvação para todos. Transferiu-se a conversação para complicadas referências
ao mundo europeu; falou-se extensamente de Richet e do metapsiquismo
internacional; Pierre Janet, Charcot, De Rochas e Aksakof eram a cada passo
trazidos à baila.
O comunicante, em nosso plano de ação,
dirigiu-se, desapontado, ao meu orientador e comentou:
_ Ora, essa! Jamais desejei despertar
semelhante polêmica doméstica. Pretendemos algo diferente. Bastar-nos-ia um
pouco de amor pelos enfermos, nada mais.
(...)
A médium ouvia as definições preciosas com
irrefreável amargura.
(...)
_ Nossos amigos encarnados nem sempre
examinam as situações pelo prisma da justiça real. Eulália é colaboradora
preciosa e sincera. Se ainda não completou as aquisições culturais no campo
científico é suficientemente rica de amor para contribuir à sementeira de luz.
Encontra-se, porem, desabrigada, entre os companheiros invigilantes. Permanece
sozinha e, assediada, como está, é suscetível de abater-se. Auxiliemo-la sem
detença.
(...)
Bibliografia básica:
LE ( capítulos III, VI, IX , X)
LM (capítulos XIV, XXIV, XVII, XIX, XX, XXI,
XXVII, XXXI)
ESE
Bibliografia (alguma) de apoio sugerida:
Estudos Espíritas (Divaldo P. Franco por
Joanna de Ângelis) – Cap 18
Atualidade do Pensamento Espírita (Divaldo P.
Franco por Vianna de Carvalho) – Questões 212/213
Médiuns e Mediunidade (Divaldo P. Franco por
Vianna de Carvalho)
Mediunidade – J. H. Pires
Estudando a Mediunidade – Martins Peralva
Curso de Educação Mediúnica – FEESP
Questões
Qual a "conceituação" que nos informa os Espíritos, pela
codificação de Allan Kardec, no LM?
Qual a visão que nos apresenta Calderaro na
obra estudada de André Luiz?
O que é mediunidade?
Quais e como são sua forma de expressão no
nosso dia-a-dia?
Há regras determinadas para que se haja a
comunicação entre o Plano Espiritual e o Plano Terrestre?
O que é Animismo ou Tese Anímica? Como deve
ser tratada a questão em nossa realidade terrestre?
O que Calderaro, através de AL, quis dizer
com: "Por isto, André, consideramos que a mediunidade mais estável e mais
bela começa, entre os homens, no império da intuição pura"?
Existe e, se positivo, quais as qualidades
essenciais a uma boa comunicação entre os dois planos?
Como identificar uma comunicação vinda
através da comunicação entre planos? Podemos identificar os propósitos dos
Espíritos comunicantes? Como fazer essa identificação?
Conclusão:
Nesse Capítulo, André Luiz aborda um tema
importante no estudo da mediunidade: o animismo.
Comparecendo a uma seção mediúnica, o
Autor abordou esse tema junto ao assistente Calderaro, obtendo dele
importantes ensinamentos a respeito não só da mediunidade como também da
interferência do fenômeno anímico nas manifestações mediúnicas.
Questões propostas para estudo e
participação
1) Qual a "conceituação" de
mediunidade que nos informam os Espíritos, pela codificação de Allan Kardec, no
Livro dos Médiuns?
De conformidade com os conceitos expendidos
por Kardec, no "Livro dos Médiuns", todo aquele que sente, num
grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Para
expressar essa faculdade é que Kardec criou o neologismo
"mediunidade".
Todavia, usualmente, assim só se qualifica
essa faculdade naqueles em quem ela se mostra bem caracterizada e se traduz por
efeitos patentes, de certa intensidade, o que, então, depende de uma
organização mais ou menos sensitiva.
2) Qual a visão que nos apresenta
Calderaro, sobre mediunidade, na obra estudada de André Luiz?
Calderaro vê a mediunidade como uma conquista
a ser alcançada gradualmente, aos poucos, etapa por etapa. Como uma
árvore, que antes de dar frutos tem que ser semeada e cultivada no correr do
tempo. Para ser instrumento confiável, utilizado por bons espíritos, o
Assistente ensina que o médium deve passar por processo de reforma interna, em
que vai aprendendo a ceder, a se devotar ao auxílio do próximo, a praticar a
caridade e o convívio fraterno. Vai sendo burilado aos poucos e, à
medida que vai se transformando e aceitando os princípios da Lei Divina, vai
ganhando a confiança dos bons espíritos, que dele vão se aproximando.
3) O que é mediunidade?
É essa faculdade acentuada, que vai sendo
elaborada gradativamente nas pessoas que dela são dotadas, de servir como
intermediário entre os espíritos desencarnados e os que se encontram na
vivência da carne. Pode se manifestar sob diversas formas e com
objetivos também variados, de conformidade com a natureza do médium.
A mediunidade em si não é boa nem má. É neutra. O que a vai qualificar é
a destinação que lhe é dada pelo médium, ou seja, os fins para os quais vai
dela se utilizar, se nobres ou não.
4) Quais e como são sua forma de
expressão no nosso dia-a-dia?
A mediunidade, em sentido amplo,
manifesta-se, no nosso dia-dia, das mais variadas formas, algumas, até, que nós
sequer chegamos a perceber. Assim, essa mediunidade, de que todos somos
dotados, pode se manifestar através do pensamento, da intuição, do contato
com o plano espiritual mediante o desprendimento do corpo físico durante os momentos
de sono, por uma premonição e sob outras formas. Os espíritos nos influem
mais do que podemos imaginar; em geral, são eles que nos dirigem (Livro dos
Espíritos, questão 459).
5) Há regras determinadas para que se
haja a comunicação entre o Plano Espiritual e o Plano Terrestre?
Determinadas cautelas devem ser seguidas para
se evitar conseqüências danosas: a comunicação deve se operar no âmbito de
uma casa espírita, onde há toda uma proteção espiritual superior; os fins devem
ser sérios; os médiuns devem estar devidamente preparados pela prática, pelo
estudo e por uma conduta moral ilibada.
6) O que é Animismo ou Tese Anímica? Como
deve ser tratada a questão em nossa realidade terrestre?
Animismo é uma forma de manifestação psíquica
em que o espírito encarnado se emancipa do corpo físico e entra em ação,
atuando além dos sentidos orgânicos e no exercício de uma faculdade
supranormal. São casos mais comuns os de emancipação do espírito durante
o sono físico, a telepatia, a dupla vista, dentre outros. Difere-se,
portanto, das manifestações mediúnicas, quando o espírito encarnado, no caso um
médium, age pela ação de um desencarnado, como seu intermediário.
Numa manifestação mediúnica, é necessário o
cuidado de evitar que o médium coloque, inconscientemente, suas impressões, sua
vivência, na interpretação da mensagem. Só a prática e o estudo, à medida
que vai desenvolvendo essa faculdade é que o médium vai afastando essa
possibilidade.
7) O que Calderaro, através de André Lui\,
quis dizer com: "Por isto, André, consideramos que a mediunidade mais
estável e mais bela começa, entre os homens, no império da intuição pura"?
Entendemos que Calderaro quis se referir à
mediunidade manifestada naquele que ainda não tomou consciência do fenômeno.
Não tendo consciência da mediunidade, o médium recebe a intuição pura,
livre das impressões pessoais. Nesse caso, considera o Assistente que a
manifestação mediúnica é mais segura, pois expressa de maneira mais espontânea.
8 - Existe e, se positivo, quais as qualidades
essenciais a uma boa comunicação entre os dois planos?
Para uma boa comunicação é necessário um bom
médium. Aquele que possui qualidades essenciais para o
desenvolvimento do trabalho mediúnico, como ter aprendido a ceder em função do
próximo que lhe procura. Devoção à felicidade do próximo, elevada compreensão
do bem coletivo, avançado espírito de concurso fraterno e de
serena superioridade nos atritos com a opinião alheia, refugiar-se
freqüentemente à "moradia dos princípios superiores", fixar-se a
mente nas zonas mais altas do ser. É necessário que o médium tenha a
consciência de que ele está lá para servir e não ser servido. Beneficiar
ao próximo e não a ele próprio. Sobretudo é essencial fazer-se os trabalhos com
puro e devoto amor ao próximo e a Jesus, pois fazendo com verdadeiro amor, os
riscos de se errar diminuem.
9) Como identificar uma comunicação vinda
através da comunicação entre planos? Podemos identificar os propósitos dos
Espíritos comunicantes? Como fazer essa identificação?
É preciso que se analise o teor da
comunicação. A qualidade desta vai depender da qualidade do espírito
comunicante. Um espírito de elevada evolução somente faz comunicação com
propósitos elevados, nobres; espíritos de baixa vibração se comunicam
para nos causar transtornos ou para se divertirem. Por essa razão é que
devemos seguir a orientação de João:
"Não deis fé a qualquer espírito, mas examinai se os
espíritos são de Deus, porque muitos falsos profetas
se levantaram no mundo." ( I João, 4,1)
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