COEM II - Sociedade Espírita Obreiros do Bem
COEM II - SEOB
UNIDADE TEÓRICA
OS FLUIDOS E O PRINCÍPIO VITAL
- MUNDOS - MATERIAL E ESPIRITUAL
Todos n6s estamos em um Universo que se apresenta sob duas formas: uma material, na qual habitam os seres encarnados ou materiais outra espiritual, na qual habitam os seres desencarnados, aqueles que perderam o seu invólucro físico.
Dizemos que o mundo espiritual começa justamenté onde o visível e material termina, porque na Natureza tudo segue um plano perfeito de continuidade. No Universo visível e material os fenômenos ocorrem dentro de certos limites, segundo determinadas leis.
A matéria se nos apresenta sob quatro estados reconhecidos pela ciência que são: 1 estado sólido; 2 estado líquido; 3 estado gasoso; 4 estado radiante.
Como vemos, o nosso chamado Universo Visível já apresenta determinados estados na matéria imperceptíveis para os nossos cinco sentidos: aquilo que não podemos perceber normalmente pelos sentidos que somos dotados, o fazemos utilizando determinados instrumentos, ou mesmo, cálculos matemáticos.
2 - O MUNDO ESPIRITUAL
O mundo imaterial, invisível ou espiritual como é costumeiramente chamado, também é composto de alguma coisa, de algum material, de alguma substância écomposto de fluidos. Tais fluidos tem uma estrutura, uma forma habitual de agregação, de composição e, de acordo com as variações sofridas nessa estrutura, apresentam propriedades especiais e diferentes das demais. Portanto, há vários estados e várias formas pelos quais os fluidos apresentam, cada um com propriedades específicas, mas todos se originando de uma FONTE primordial, o Fluido Cósmico Universal.
3 - ORIGEM E NATUREZA DOS FLUIDOS
O Fluido Cósmico Universal é, como já foi demonstrado, a matéria elementar primitiva, cujas modificações e transformações constituem a inumerável variedade dos corpos da Natureza (A Gênese, cap. XIV, itens 1 e 2).
A matéria grosseira é o ponto máximo de condensação desse elemento primordial e, o outro extremo, o seu estado de energia pura ou estado elementar em que ele é uniforme.
No estado de eterização, o Fluido Cósmico Universal sofre modificações tão variadas em gênero e mais numerosas talvez do que no estado de matéria tangível. Essas modificações constituem fluidos distintos que, embora procedentes do mesmo princípio, são dotadas de propriedades especiais e dão lugar aos fenômenos peculiares ao mundo invisível.
Dentro da relatividade de tudo, esses fluidos têm para os Espíritos uma aparência tão material, quanto a dos objetos tangíveis para os encarnados e são, para eles, o que são para nós as substâncias do mundo terrestre. Eles elaboram e combinam para produzirem determinados efeitos, como fazem os homens com seus materiais, ainda que por processos diferentes.
Os elementos fluídicos do mundo material escapam aos nossos instrumentos de análise e à percepção dos nossos sentidos, feitos para perceberem a matéria tangível e não a matéria etérea. Alguns há, pertencentes a um meio diverso a tal ponto do nosso que deles só podemos fazer idéias mediante comparações tão imperfeitas como aquelas mediante as quais um cego de nascença procura fazer idéia da teoria das cores.(ldem, itens 3 e 4).
Como vemos, através do corpo percebemos os fenômenos do nosso meio material; somente em condições especiais é que o Espírito encarnado, alcançando uma maior liberdade de ação, percebe as ocorrências do mundo espiritual.
Como, porém, a vida espiritual e a vida corporal se acham incessantemente em contacto, os fenômenos das duas categorias muitas vezes se produzem simultanearnente.
4- ATUAÇÃO DOS ESPÍRITOS SOBRE OS FLUIDOS
Os fluidos espirituais, que constituem um dos estados do Fluido Cósmico Universal, são, a bem dizer, a atmosfera dos seres espirituais; o elemento donde eles tiram os materiais sobre que operam: o meio onde ocorre os fenômenos especiais, perceptíveis aos sentidos dos Espíritos, mas que escapam aos sentidos carnais, impressionáveis somente à matéria tangível. Os Espíritos atuam sobre os fluidos espirituais, não manipulando-os como os homens manipulam os gases, mas empregando o pensamento e a vontade. Para os Espíritos, o pensamento e a vontade são o que é a mão de obra para o homem.
Algumas vezes, essas transformações resultam de uma intenção; doutras, são elaboradas inconscientemente. Basta que um Espírito pense uma coisa, para que esta repercuta na atmosfera
O pensamento do encarnado atua sobre os fluidos espirituais como o dos desencarnados.
5- ABSORÇÃO DE FLUIDOS
Pela sua união íntima com o corpo, o perispírito desempenha preponderante papel no organismo. Pela sua expansão, põe o espírito encarnado em relação mais direta com os Espíritos.
Sendo o perispírito dos encarnados de natureza idêntica à dos fluidos espirituais, ele os assimila com facilidade, como uma esponja se embebe de um líquido. Esses fluidos exercem sobre o perispírito uma ação tanto mais direta, quando por sua expansão e sua irradiação, o perispÍrito com eles se confunde.
Atuando esses fluidos sobre o perispírito, este, a seu turno, reage sobre o organismo material com que se acha em contato molecular. Se os eflúvios são de boa natureza, o corpo ressente uma impressão salutar; se são maus, a impressão é penosa. Se são permanentes e enérgicos, os eflúvios maus podem ocasionar desordens físicas; não é outra a causa de certas enfermidades. (A Gênese, cap. XIV, itens IS).
Assim se explicam os efeitos que se produzem nos lugares de reunião. Uma assembléia é o foco de irradiação de pensamentos diversos. E como uma orquestra, um coro de pensamentos, onde cada um emite uma nota. Resulta daí uma multiplicidade de correntes e de eflúvios cuja impressão cada um recebe pelo sentido espiritual, como um coro musical cada um recebe a impressão dos sons pelo sentido da audição.
O homem, ínstíntivamente procura as reuniões homogêneas e simpáticas, onde sabe que pode haurir novas forças morais. (A Gênese, cap. XIV, item 19).
6- PRINCÍPIO VITAL
Sem falar do Princípio inteligente, que é questão à parte, há, na matéria orgânica, um princípio especial, inapreensível e que ainda não pode ser definido: o Princípio Vital.
Ativo no ser vivente, esse princípio se acha extinto no ser morto; mas, nem por isso, deixa de dar à substância propriedades que a distinguem das substâncias inorgânicas. A Química, que decompõe e recompõe a maior parte dos corpos inorgânicos, também consegue decompor os corpos orgânicos, porém, jamais chegou a reconstituir, sequer, uma folha morta; prova evidente de que há nesses últimos, o que quer que seja, inexistente nos outros. (A Gênese - Cap. 1, item 16).
A matéria é a sempre a mesma, porém nos corpos orgânicos está animalizada, pela sua união como Princípio Vital. (O Livro dos Espíritos - Questões 61 e 62).
Combinando-se sem o Princípio Vital, o oxigênio, o hidrogênio, o azoto e o carbono unicamente teriam formado um mineral ou corpo inorgânico. O Princípio Vital tem sua origem no fluido universal modificado. Não existe em estado livre, na natureza; sempre se encontra em combinação com a matéria viva.
A atividade do Princípio Vital é alimentada durante a vida pelo funcionamento dos órgãos, do mesmo modo que o calor pelo movimento de rotação da roda. Cessada a atividade, pela morte, o Princípio Vital se extingue, como o calor, quando a roda deixa de girar. (A Gênese - Cap. X item IS).
O Espírito somente poderá habitar o corpo físico enquanto este estiver animalizado pelo Princípio Vital.
O Princípio Vital é um só para todos os seres orgânicos, modificado segundo as espécies. É ele que lhes dá movimento e atividade e os distingue da matéria inerte, porquanto o movimento da matéria não é vida. Esse movimento ela o recebe, não o dá. (O Livro dos Espíritos - Questão 66).
7- A VIDA E A MORTE
A causa da morte nos seres orgânicos é o esgotamento dos órgãos. A morte poderia ser comparada à cessação do movimento de uma máquina desorganizada. Se a máquina está mal montada, cessa o movimento; se o corpo está enfermo, a vida se extingue.
Com a morte dos seres orgânicos, a matéria inerte se decompõe e vai formar novos organismos ou corpos inorgânicos. O Princípio Vital volta à massa de onde saiu.
Morto o ser orgânico, os elementos que o compõem sofrem novas combinações, de que resultam novos seres, os quais haurem na fonte universal o Princípio da Vida e da atividade, o absorvem e assimilam para novamente o restituírem a esta fonte, quando morrerem.
Os órgãos se impregnam, por assim dizer, desse Princípio Vital e este dá a todas as partes do organismo uma atividade que as põe em comunicação entre si e, no caso de certas lesões, normaliza as funções previamente perturbadas.
A quantidade de fluido vital não é absoluta em todos os seres orgânicos. Varia segundo as espécies e não é constante, quer em cada indivíduo, quer nos indivíduos da mesma espécie. Alguns há que se acham, por assim dizer, saturados desse fluido, enquanto outros o possuem em quantidades apenas suficiente.
O Fluido Vital se transmite de um indivíduo ao outro. Aquele que o tiver em maior porção pode dá-lo ao outro que o tenha de menos e, em certos casos, prolonga a vida preste a extinguir-se. (o Livro dos Espíritos - Cap. IV, Questões 68 a 70).
ROTEIRO : OS FLUIDOS E O PRINCÍPIO VITAL
- OS FLUIDOS
EMMANUEL, psicografia de Francisco Cândido Xavier, Seara dos Médiuns, cap. 38
ANDRÉ LUIZ, psicografia de Francisco Cândido Xavier, Nos Domínios da Mediunidade, Introdução.
ALLAN KARDEC, A Gênese, cap. XIV
GABRIEL DELANNE, A Alma é Imortal, cap, III
- O PRINCÍPIO VITAL
ALLAN KARDEC, O Livro dos Espíritos - Cap. IV, Questões 60 a 67
ALLAN KARDEC, A Gênese - Cap. X, itens 16 a 19
Nenhum comentário:
Postar um comentário