Estudo Evangélico
Livro: “PALAVRAS DE VIDA ETERNA”
Francisco C. Xavier / Emmanuel
Estudo n. 18
TEMA: ATITUDES ESSENCIAIS
“Qualquer que não tomar a sua cruz e vier após mim,
não pode ser meu discípulo” – Jesus. (Lucas 14:27).
Modo geral significa o termo
cruz, sofrimento, punição, dor justamente porque nos tempos primeiros foi ela
idealizada para castigo para aqueles que infringissem hábitos, leis vigentes ou
mais tarde crimes políticos. Primitivos, involuidos, quase animais os
instrumentos de contenção eram idênticos onde o medo da dor física funcionaria
como um modo de barrar, impedir ou diminuir a violência, a dureza dos costumes
nos relacionamentos. Era portanto, e principalmente entre os romanos utilizada
como instrumento de suplício, servindo à execução da pena de morte.
O fato de Jesus, judeu submetido
a Roma, ter sido crucificado contribuiu para que os cristãos usassem-na como
lembrança do fato em si e objeto de culto.
Figuradamente as expressões
“levar a cruz”, “carregar a cruz” falam de dificuldades, de empreendimentos
difíceis a serem vencidos, e não carga a ser carregada.
Na realidade, no entendimento
filosófico do texto Emmanuel fala da dificuldade, da dureza da vida quando o
ser se fixa no aspecto horizontal que representa a matéria com seus interesses
que prendem e levam a sofrimentos atrozes.
Quando, porém, o ser despertar para o outro ângulo
que compõe a cruz, o vertical, que representa o Espírito e sua imortalidade, a
forma, o modo de proceder, o modo como passa a viver, os assédios da matéria
sublimam-se, transformam-se, e carregar essa cruz agora, é transformá-la em
asas de ascensão.
Carregar a cruz, portanto, não é
submeter-se às imposições mesquinhas mas é tornar-se livre para aspirar,
sonhar, conseguir trabalhar as metas da auto iluminação, tendo como modelo
Jesus, que na sua autenticidade comprova a indestrutibilidade da vida e as
conseqüências do comportamento humano onde pelas escolhas pessoais cada um
determina o peso da cruz que agrilhoa e prende ou que liberta e ilumina em função
da eternidade.
“Qualquer, que não tomar a sua
cruz e vier após mim, não pode ser meu discípulo” destaca as condições fundamentais indispensáveis a todo aquele que se
classifica como discípulo de Jesus. Para desfrutar-lhe a intimidade é
necessário dispor-se com firmeza aos testemunhos do bem, seguindo-lhe as
pegadas.
A despeito da clareza do
ensinamento, muitos em virtude da ignorância, da hipocrisia ou mesmo por
comodismo julgam vivê-lo através de exercícios incompletos da prática
religiosa, nas fugas e omissões do campo de trabalho, entretecendo elogios e
homenageando o nome do Cristo como se atitudes exteriores e verbo eloqüente
pudessem estabelecer as condições necessárias à ligação com o Mestre.
A cruz, a que se refere o
Evangelho, se constitui de todas as realidades que o mundo oferece, uma vez que
aí estão as oportunidades necessárias, os estímulos adequados ao processo de
crescimento do Espírito imortal.
Carregar a cruz e seguir ao
passos de Jesus é cumprir com responsabilidade os deveres que nos competem em
relação a nós, à família e à comunidade da qual fazemos parte, é agir em todas
as situações, favoráveis ou adversas, com firmeza, tranqüilidade,
empreendimento e serviço, contribuindo com eficiência e equilíbrio em favor do
Bem.
É preciso sair do estado de
indiferença que nos caracteriza e acordar para responsabilidade de viver,
preparando a vida terrena na direção da vida espiritual.
Não basta se dizer cristão e
interpretar as lições evangélicas com grande entusiasmo. É imprescindível viver
cada dia segundo o roteiro traçado pelos exemplos e ensinos de Jesus.
Bibliografia.
Xavier, Francisco Cândido.
Palavras de Vida Eterna: atitudes essenciais. Ditada pelo Espírito Emmanuel, 17
ed. Uberaba
– MG CEC 1992
Xavier, Francisco Cândido. Fonte
Viva: Discípulos. Ditada pelo Espírito Emmanuel 14 ed. Rio de Janeiro – RJ FEB
1986
Xavier, Francisco Cândido. Livro
da Esperança: nossas cruzes. Ditada pelo Espírito Emmanuel, 9 ed Uberaba – MG
CEC 1987.
Iracema L. Giorgini
Dezembro / 2002
Dezembro / 2002
Centro Espírita Batuira
cebatuira@cebatuira.org.br
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