(Guia
dos Médiuns e dos Doutrinadores)
Contém o ensino especial dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o Mundo Invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os escolhos que se podem encontrar na prática do Espiritismo.
Contém o ensino especial dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o Mundo Invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os escolhos que se podem encontrar na prática do Espiritismo.
MANIFESTAÇÕES FÍSICAS ESPONTÂNEAS
Estudo 30 - Itens 87 a 91 -
Lançamento de Objetos
No capítulo que
estamos estudando, Allan Kardec explica que tais fenômenos, cuja manifestação
se poderia considerar como de prática espírita natural, são muito importantes,
porque excluem as suspeitas de conivência. Afirma ainda, que as manifestações
físicas têm por fim chamar a nossa atenção para alguma coisa e convencer-nos da
presença de um poder superior ao do homem. Também disse que os Espíritos
elevados não se ocupam com esta ordem de manifestações; que se servem dos
Espíritos mais imperfeitos para produzi-las. Atingida a finalidade acima
indicada, cessa a manifestação. A seguir estudaremos o lançamento de objetos.
Lançamento de objetos
As manifestações
espontâneas nem sempre se limitam a ruídos e batidas. Degeneram, às vezes, em
verdadeira barulheira e em perturbações. Móveis e objetos diversos são
revirados, projéteis são atirados de fora para dentro, portas e janelas são
abertas e fechadas por mãos invisíveis, vidraças são quebradas, o que não se
pode levar à conta da ilusão.
Toda essa desordem é
muitas vezes real, mas algumas vezes é apenas aparente. Ouve-se gritarias num
cômodo ao lado, barulho de louça que cai e se quebra. Corre-se para ver e
encontra-se tudo calmo e em ordem. Mal sai do local, recomeça o tumulto.
Essas manifestações
não são raras nem novas. É comum se ouvir histórias desta natureza. O medo tem
exagerado muitos fatos que, passando de boca em boca, assumiram proporções
gigantescamente ridículas. Com o auxílio da superstição, as casas onde eles
ocorrem foram tidas como assombradas pelo diabo e daí todos os maravilhosos ou
terríveis contos de fantasmas. Compreende-se ainda a
impressão que fatos desta espécie, mesmo reduzidos à realidade, podem produzir
em pessoas de caracteres fracos e predispostas, pela educação, a alimentar
idéias supersticiosas. O meio mais seguro de prevenir os inconvenientes que
possam acarretar, pois não se pode impedi-los, consiste em tornar conhecida a
verdade. As coisas mais simples se tornam assustadoras quando ignoramos as
causas. Ninguém mais terá medo dos Espíritos, quando todos estiverem
familiarizados com eles.
Na Revista Espírita se encontram narrados muitos fatos autênticos deste
gênero, entre outros a história do Espírito batedor de Bergzabern, cuja ação
durou oito anos (números de maio, junho e julho de 1858); o de Dibbelsdorf
(agosto de 1858); o do Padeiro das Grandes Vendas, perto de Dieppe (março de
1860); o da Rua Des Noyers, em Paris (agosto de 1860); o do Espírito de
Castelnaudary, sob o título de História de um Danado (fevereiro de 1860); o do
fabricante de São Petersburgo (abril de 1860) e muitas outras.
Essas manifestações frequentemente assumem o
caráter de verdadeira perseguição. Muitas pessoas têm suas roupas esparramadas
e às vezes rasgadas, apesar da precaução que tomam , guardando-as à chave;
outras vezes, pessoas estão deitadas, mas perfeitamente acordadas, e vêem
sacudir as cortinas, arrancarem-lhes violentamente as cobertas e os
travesseiros, que são erguidos no ar e até mesmo atiradas fora do leito. Esses
fatos são mais freqüentes do que se pensa, mas a maioria das vítimas não os
contam por medo do ridículo. Muitos que vivem essas experiências,consideradas
alucinações, são submetidos ao tratamento dos alienados,o que pode leva-las
realmente à loucura. Os casos de obsessão, de possessão e de simples
perturbação por Espíritos, quando tratados como loucura, geralmente se agravam,
porém, quando recebem tratamento espírita, são passíveis de cura.
É possível também que alguns casos sejam obra da
malícia ou da malvadez. Porém, se tudo bem averiguado, ficar provado que não
resultam da ação do homem, temos de convir que são, para uns, obra do diabo, e
para nós, dos Espíritos. Mas de que Espíritos?
Os Espíritos superiores, como os homens sérios
entre nós, não gostam de fazer travessura. Quando interpelados sobre o motivo
de perturbarem assim a tranqüilidade dos outros, a maioria quer apenas se
divertir. São antes levianos do que maus. Riem dos sustos que causam e do
trabalho que dão para se descobrir a causa do tumulto. Muitas vezes apegam-se a
uma pessoa e se divertem a incomodá-la por toda parte. De outras vezes se
apegam a um lugar por simples capricho. Algumas vezes, também, se trata de uma
vingança. Em alguns casos, a intenção é mais louvável: procuram chamar a
atenção e estabelecer comunicação, seja para transmitir um aviso útil, seja
para fazer um pedido. Muitos pedem preces; outros que solicitam o cumprimento,
em nome deles, de votos que não puderam realizar, e outros quererem, para o seu
próprio sossego, reparar uma maldade praticada em vida. Em geral, pode ser um
erro amedrontar-se com sua presença, que pode ser importuna, mas não perigosa.
É natural querer livrar-se deles, mas é necessário
faze-lo da maneira mais eficaz, que é não se intimidar perante suas ações, até
que desistam. Caso estejam agindo por motivo menos frívolo, será necessário
identificar suas necessidades, e aqui novamente recomendamos o auxílio de uma
casa espírita bem estrutura , onde poderão ser atendidos e esclarecidos em suas
necessidades. Através das preces podemos ajudá-los sempre, porém, as
solenidades das fórmulas de exorcismo não os intimida, e sim os divertem. Se
for possível entrar em comunicação com eles, recomenda-se prudência e bom senso
para avaliar a essência de suas mensagens, pois muitas vezes querem se divertir
com a credulidade dos ouvintes.
Nos capítulos IX e XXIII, referentes aos lugares
assombrados e às obsessões, Allan Kardec trata com pormenores este assunto e as
causas da ineficácia das preces em muitos casos.
Embora produzidos por Espíritos bastante
imperfeitos, esses fenômenos são freqüentemente provocados por Espíritos de
ordem mais elevada, com o objetivo de demonstrar a existência dos seres
incorpóreos, dotados de poderes superiores aos dos encarnados. A repercussão
que alcançam e o medo que provocam, despertam a atenção para esse assunto e
acabam por abrir os olhos dos mais incrédulos.
O desconhecimento do assunto e a negação
sistemática da existência dos espíritos, são responsáveis por gerar
superstições, criar neuroses e perturbações mentais, agravando o preconceito
cultural contra a realidade do Espírito. A divulgação da Doutrina Espírita,
através da prática que decorre dos estudos vivenciados, é a única maneira
possível de evitar todos esses inconvenientes, familiarizando os homens com
esse aspecto inegável das leis divinas: o mundo espiritual existe e os
Espíritos estão entre nós.
No próximo estudo trataremos das causas desses fenômenos.
BIBLIOGRAFIA:
KARDEC, Allan - O Livro dos Médiuns: 2.ed. São Paulo: FEESP, 1989 - Cap. V - 2ª Parte
Tereza Cristina
D'Alessandro
Janeiro / 2004
Centro
Espírita Batuira
Nenhum comentário:
Postar um comentário