Estudo 37
- ENSAIO TEÓRICO SOBRE AS APARIÇÕES - Itens 101 A
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No estudo destes itens
é feita a distinção entre as chamadas visões que ocorrem durante o
sono, pelos sonhos e as aparições propriamente ditas,
as quais ocorrem no estado de vigília, em pleno gozo e completa liberdade da
faculdade da pessoa que as vê.
As aparições
apresentam-se geralmente com forma vaporosa e diáfana, algumas vezes vaga e
indecisa. Formam-se a partir de um clarão esbranquiçado, cujos contornos vão se
desenhando aos poucos; de outras vezes são formas claramente acentuadas,
distinguindo-se os menores traços do rosto. As maneiras, o aspecto é semelhante
aos do Espírito quando encarnado.
Quanto à aparência, o
Espírito se apresenta com aquela que melhor possa ser identificado, se esse for
o seu desejo. Pode apresentar-se com defeitos corporais, apesar do Espírito não
apresentar nenhuma deformidade. Uma particularidade a notar é que, exceto em
circunstâncias especiais, as partes menos precisas das aparições são os membros
inferiores, enquanto a cabeça, o tronco, os braços e as mãos aparecem
nitidamente. As vestes variam de roupões que terminam em pregas flutuantes, de
Espíritos mais elevados, às de Espíritos comuns, das pessoas que conhecemos, e
que se vestem geralmente como o faziam nos últimos anos de sua existência. Os
Espíritos superiores apresentam uma figura bela, nobre e serena. Os mais
imperfeitos têm algo de feroz e bestial e algumas vezes trazem ainda os
vestígios dos crimes que cometeram ou dos suplícios que sofreram.
As aparições têm algo
de vaporoso, permitindo se veja através delas. É geralmente assim que os
médiuns videntes as distinguem. Eles as vêm ir e vir, entrar num ambiente,
circular por entre a multidão com ares de quem participa, ao menos os Espíritos
vulgares, de tudo o que se faz ao seu redor, de se interessarem por tudo e
ouvirem o que se diz. Muitas vezes se
aproximam de uma pessoa para lhe "assoprar" idéias, influenciá-la,
quando Espíritos bons; quando são maus, mostrando-se tristes ou contentes com o
que obtiveram.
È assim o mundo
oculto que nos envolve, no meio do qual vivemos sem o perceber, como vivemos
entre as miríades de seres do mundo microscópico.
O Espírito, que quer
ou pode fazer-se visível, reveste às vezes uma forma ainda mais precisa, com
todas as aparências de um corpo sólido, a ponto de causar completa ilusão e dar
a crer, aos que observam a aparição, que têm diante de si um ser corpóreo. Em
alguns casos e dentro de algumas circunstâncias, a tangibilidade pode tornar-se
real, isto é, possível se torna ao observador tocar, palpar, sentir, na
aparição, a mesma resistência, o mesmo calor que num corpo vivo, o que não
impede que a aparição se desvaneça com a rapidez do relâmpago. Nesses casos, já
não é somente com o olhar que se nota a presença do Espírito, mas também pelo
tato.
Se podemos atribuir à
ilusão ou a uma espécie de fascinação a aparição simplesmente visual, o mesmo
já não ocorre quando se consegue segurá-la, palpá-la, e quando ela própria segura
e abraça o observador. As aparições tangíveis são as mais raras, porém, os
registros existentes na literatura espírita, como também os fatos atuais,
constantes de experiências e observações parapsicológicas, provam e explicam os
relatos históricos sobre pessoas que reapareceram após a morte com todas as
aparências da realidade. De resto, como acentua Allan Kardec, por mais
extraordinário que sejam semelhantes fenômenos, perdem todo o caráter de
maravilhoso quando se conhece a maneira pela qual se produzem e se compreende
que, longe de representarem uma derrogação de leis naturais, apresentam apenas
uma nova aplicação dessas leis.
Tal é esse mundo
oculto que nos cerca, dentro do qual vivemos sem o perceber, como vivemos,
também sem darmos por isso, em meio das miríades de seres do mundo
microscópico. O microscópio nos revelou o mundo dos infinitamente pequenos, de
cuja existência não suspeitávamos; o Espiritismo nos revelou o mundo dos
Espíritos, que, por seu lado, também constitui uma das forças ativas da
Natureza. Com o concurso dos médiuns videntes, possível foi estudar o mundo
invisível, conhecer-lhe os costumes, como um povo de cegos poderia estudar o
mundo visível com o auxílio de alguns homens que gozassem da faculdade de ver.
Em
nosso próximo estudo veremos quais são as causas e como ocorrem as aparições.
BIBLIOGRAFIA:
KARDEC, Allan - O Livro dos Médiuns: 2.ed. São Paulo:
FEESP, 1989 - Cap VI - 2ª Parte
KARDEC, Allan - O Livro dos Espíritos, edição especial.
Capivari: EME, 1997 - Cap VIII - Emancipação da alma
Tereza Cristina D'Alessandro
Agosto / 2004
Agosto / 2004
Centro Espírita Batuira
cebatuira@cebatuira.org.br
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