Céu inferno_042_2ª
parte cap. III - Espíritos em Condições Medianas - Sra. Hélène Michel
TEXTO PARA ESTUDO
Jovem de 25 anos, morta subitamente em alguns
minutos, em sua casa, sem sofrimento e sem causa anterior conhecida. Era rica,
um pouco frívola, e, em conseqüência da leviandade do seu caráter, ocupava-se
mais das futilidades da vida que das coisas sérias; apesar disso, seu coração
era bom: ela era serena, benevolente e caridosa.
Evocada 3 dias depois de sua morte, por
pessoas que a conheceram, exprimiu-se assim:
"Não sei onde estou... que perturbação
me cerca! Me chamaram, eu vim... Não compreendo porque não estou em minha
casa... choram minha ausência e estou lá, e não posso me fazer reconhecer por
eles... Meu corpo não me pertence mais, e todavia sinto-o frio e gelado...
Quero deixá-lo e estou presa lá; a ele retorno sempre... Sou duas pessoas...
Quando compreenderei o que me ocorre? É necessário ainda que eu vá ali... meu
outro EU, em que se tornará, eu ausente? Adeus."
O sentimento da dualidade, que ainda não está
destruído por uma separação completa, é aqui evidente. Caráter pouco sério, sua
posição de fortuna, permitindo-lhe satisfazer seus caprichos, devia favorecer
as suas tendências à leviandade. Não é, pois, de se admirar que o seu
desligamento foi pouco rápido, e que, 3 dias depois da sua morte, ela se
sentisse ainda ligada ao seu envoltório corpóreo. Mas, como nela não havia
nenhum vício sério, e o fundo era bom, essa situação não tinha nada de muito
penosa, e não durou muito tempo. Evocada de novo depois de alguns dias, suas
idéias já tinham mudado muito. Eis o que ela disse:
"Obrigada por terem orado por mim.
Reconheço a bondade de Deus que me poupou os sofrimentos e a apreensão do
momento da separação de meu corpo e de meu Espírito. Minha pobre mãe terá muita
dificuldade para resignar-se; ela, porém, será sustentada, e o que, aos seus
olhos é uma terrível infelicidade, era indispensável, a fim de que as coisas do
céu se tornassem para ela o que devem ser: tudo. Estarei junto dela até o fim
de sua prova terrestre e a ajudarei a suportá-la. Não sou infeliz, mas tenho
ainda muito a fazer para avançar até a morada feliz. Pedirei a Deus permitir-me
retornar a esta Terra, porque tenho a reparar o tempo que aí perdi nesta
existência. Que a fé vos sustente, meus amigos; tende confiança na eficácia da
prece, quando ela parte verdadeiramente do coração. Deus é bom."
P. Tiveste muito tempo para vos reconhecer?
R.
Compreendi a morte no mesmo dia em que orastes por mim.
P. Esse estado de perturbação era sofrimento?
R. Não, eu não sofria; acreditava sonhar e
esperava o despertar. Minha vida não foi isenta de dores, mas todo ser
encarnado, nesse mundo, deve sofrer; resignei-me com a vontade de Deus, e isso
me levou em conta. Eu vos sou reconhecida pelas preces que me ajudaram a
reconhecer-me. Obrigada; sempre retornarei com prazer. Adeus. "
Hélène
QUESTÕES PROPOSTAS PARA ESTUDO
1. Por que na primeira comunicação Hélène
estava tão perturbada acerca do seu desencarne? Por que sua situação penosa não
durou por muito tempo?
2. O que
ajudou Hélène a melhorar no plano espiritual?
3. O seu
estado de perturbação era de sofrimento?
4.
Dúvidas ou comentários? Escreva.
Conclusão:
1. Existia ainda um sentimento de dualidade.
Caráter pouco sério, sua posição de fortuna, permitindo-lhe satisfazer seus
caprichos, devia favorecer as suas tendências à leviandade. Não é, pois, de se
admirar que o seu desligamento foi pouco rápido e que, três dias depois de sua
morte, ela se sentisse ainda ligada ao seu envoltório corpóreo. Mas, como nela
não havia nenhum vício cério, e o fundo era bom, essa situação não tinha nada
de muito penosa, e não durou muito tempo. Evocada de novo depois de alguns
dias, suas idéias eram outras.
2. As preces feitas com o coração ao seu
favor. Essas preces a ajudaram a reconhecer a bondade de Deus e a sua situação
no mundo espiritual.
3. Não: ela acreditava sonhar e esperava
acordar a qualquer momento.
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