*Espiritismo Comparado*
*EDUCAÇÃO MORAL E ESPIRITISMO*
Enquanto o
ser humano esteve preso ao mito, a moral não se lhe apresentou como um
problema. Historicamente, os gregos foram os primeiros a colocar em dúvida as
noções de virtude, tais como as do Bem e da Justiça e as responsabilidades que
daí dimanam. Nesse sentido, o que temos a refletir sobre a educação moral? Quem
educa quem? A moral evangélica evangeliza? Que subsídios o Espiritismo pode nos
oferecer a respeito?
O problema ético
pode ser posto sob duas perspectivas: relativa
e dogmática. Na relativa, pressupõe-se que ser humano haja de qualquer forma,
porque as noções de bem e de mal, de certo e de errado, dependem da sua
interpretação pessoal; na dogmática,
aceita-se uma norma externa, vinda dos mais velhos, da tradição ou mesmo da
revelação religiosa, como é o caso dos Dez Mandamentos, recebidos por Moisés,
no Monte Sinai. Kant, ao contrário, parte dos princípios e das máximas.
Para ele, o ser humano deve agir segundo um conjunto de máximas, que são
impessoais e devem ter caráter universal.
A criação da
matéria “Educação Moral”, quer seja no colegial ou mesmo na universidade é
controversa. Para os que discordam, a moral é fruto do relacionamento diário
entre educadores e educandos, não havendo necessidade de uma matéria
específica. Optando-se pelo seu ensino, convém englobá-la dentro de uma
situação circunstanciada. Assim, o
educando deve aprender a trabalhar com as incertezas da vida, a ter em
mente que a educação é sempre processo (autotélico) e não produto (poíesis). Há ensino técnico, mas o
responder responsavelmente ao que acontece aqui e agora tem mais relevância.
No âmbito da
Doutrina Espírita, as Leis Morais – Adoração, Trabalho, Reprodução,
Conservação, Destruição, Sociedade, Progresso, Igualdade, Liberdade e Justiça,
Amor e Caridade – contidas em O Livro dos
Espíritos, são o nosso ponto de referência. Estudando-as aprenderemos os
princípios básicos de nossa relação com Deus, com o próximo e com o mundo que
nos rodeia. As leis morais são as leis divinas, gravadas por Deus em nossa
consciência. Às vezes nos desviamos delas, por medo, por influência do meio em
que vivemos, mas a elas deveremos voltar, pois somente seremos felizes quando
praticarmos a lei de Justiça, Amor e Caridade em toda a sua plenitude.
A ética
espírita não é dogmática. Ela fornece-nos algumas ferramentas para melhorar o
nosso pensamento e a nossa conduta. Ela aponta para as conseqüências de
determinadas ações. Temos toda a liberdade de praticarmos o aborto, o suicídio,
os excessos alimentares etc. O Espiritismo nos diz que as conseqüências para
tais atos são essas, aquelas e aquelas outras. O que nos cabe é refletir sobre
essas conseqüências, muitas delas relatadas pelos próprios Espíritos, através
da mediunidade, como relata Allan Kardec em O
Céu e o Inferno.
Quem opta
pelo Bem terá como conseqüência a ampliação de sua liberdade; quem opta pelo
Mal, uma diminuição da mesma. Tenhamos, assim, sempre em mente a prática da
justiça, pois a injustiça conduz-nos ao sofrimento e resgate, nesta mesma vida
ou em outras subseqüentes.
*ARTIGOS DE SÉRGIO BIAGI
GREGÓRIO*
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